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EGITO






A CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA







Ondina Balzano

A civilização egípcia se revela como a mais extraordinária de todas as épocas. Ao contemplar pirâmides e templos, estátuas e esfinges, o rio e o deserto, sente-se a grandeza de um povo que deixou gravada na pedra sua mensagem de sabedoria e de espiritualidade, através da sua escrita hieroglífica e da sua arte de profundo significado sacro.
Os templos, seja o de Karnak, ou de Luxor, ou de Aton, demonstram o poder, a serenidade e o equilíbrio dos governantes da mais gloriosa nação da Antigüidade.
Os seus ensinamentos ficaram impressos nos vários papiros, bem como no Livro dos Mortos, que na verdade significa “Livro para Sair à Luz”, pois contém os fundamentos espiritualistas da iniciação. Como esse livro era encontrado junto às múmias, recebeu o título de “Livro dos Mortos”.
Os diversos deuses e deusas em realidade representam os atributos de um único Deus, como símbolo das verdades perenes: Amor, Verdade, Justiça, Magia, Ciência...
Os egiptólogos classificam a civilização egípcia em 30 dinastias, iniciando em 3000 a.C., com Menés, 1º Faraó da I Dinastia que fundou a cidade de Mênfis; e terminando em 342 a.C., com Nectanebo II, último Faraó da XXX Dinastia, que reinou em Tebas.
Entretanto a autora considera que o Egito Faraônico chega ao final com o último Faraó da XVIII Dinastia, Tuthankaton (Tuthankamon), o qual pertencia à linhagem divina. O jovem Faraó assume o trono egípcio com nove anos de idade, sob a tutela do ministro Ay. Ele reinou por apenas nove anos, porque faleceu com dezoito anos.
Após o seu breve reinado, teve início a XIX Dinastia com o ministro Ay, o qual para satisfazer a sua ambição de se tornar Faraó, casa-se com a viúva de Tuthankamon. O seu governo teve a duração de quatro anos, em virtude de sua morte.
Assume, então, o trono egípcio o General Horemheb, que tinha servido ao exército do Faraó Akhenaton e depois foi ministro de Tuthankamon. Horemheb deixa como seu sucessor um general, que sobe ao poder com o nome de Ramsés I; este indica como seu sucessor o Faraó Seti I, o qual teve um filho que subiu ao trono como o famoso Faraó Ramsés II, que exerceu um dos reinados mais longos da história do Egito (1290 a 1224 a.C.), num total de 67 anos.
Horemheb, não obstante ter ocupado o cargo de general no governo do Faraó Akhenaton, renegou esse passado, bem como de seus sucessores, porque fez contar o seu reinado a partir da morte do Faraó Amenhotep III, retirando da história oficial quatro faraós: Akhenaton, Nefertiti, Tuthankaton e até Ay (que era seu amigo e que lhe possibilitou a ascensão ao trono), situação considerada muito estranha pelos estudiosos que buscam a verdade sobre o período de reinado e de sucessão de Akhenaton. Segue-se o período dos reis da Pérsia, (342 a 332 a.C.), que iniciou com Dario I e finalizou com Hakôris. Após, surgem os reis da Macedônia (332 a 305 a.C.), com Alexandre, o Grande e termina com Alexandre IV. Depois, começa a fase dos imperadores da Grécia (305 a 30 a.C.), com os Ptolomeus e conclui com o reinado de Cleópatra VII.
Finalmente, no ano 30 a.C., com a derrocada de Cleópatra e Marco Antônio, o Egito passou a ser governado pelo Império Romano até o ano de 640 d.C.
Então, observa-se que os faraós da XIX Dinastia não pertenciam à família real, pois eram generais. A partir da XX Dinastia, os faraós não tinham sangue egípcio, porque, na realidade, eram estrangeiros que invadiram o Egito e se apossaram do governo.
A descoberta do Egito mostra um verdadeiro universo de poderes divinos, um mundo em que vibraram as vozes de personalidades cujos nomes evocam infinitas lembranças, como: Queops, Kefren Miquerinos, Amenemat (I - IV), Sesóstris (I - III), Ahmósis, Thutmés (I - III), Hatshepsut, Amenhotep (I - II), Thutmés IV, Amenhotep III e Amenhotep IV – Akhenaton, Nefertiti, Tuthankaton e tantos outros que conduziram o destino da Terra de Kemi com todo o seu esplendor.
Dentre todos os reis egípcios do período faraônico, salientam-se os famosos Faraós Amenhotep III e seu filho Amenhotep IV, o qual passou para a história com o nome de Akhenaton.
O Faraó Akhenaton mostrou um dinamismo e uma coragem ímpar, porque além de construir a nova capital - Akhetaton - realizou a grande reforma religiosa, social, política e artística, que teve imensa influência não só nos povos daquele período, como também na atual Humanidade. Ele apontou o paradigma dos preceitos morais e éticos; e indicou o caminho que todo ser humano deve percorrer para atingir a suprema comunhão com Deus e a Natureza. Somente dessa maneira o homem poderá entender os mistérios da vida e da morte, consciente da imortalidade da alma.
Assim, surge o Egito eterno de uma luz celeste a refletir o equilíbrio cósmico, porque foi a nação do passado que orientou a evolução espiritual, bem como legou os conhecimentos nos diversos ramos da Ciência, em especial na Astronomia, na Arquitetura e na Medicina, para as gerações futuras.
A nossa civilização é a herdeira da sabedoria das dinastias divinas, porém a maioria das pessoas ainda não despertou para a sua essência como parte integrante do Cosmo.




A FORMAÇÃO DA MONARQUIA FARAÔNICA


ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS



Dr Geraldo Rosa Lopes



O período dinástico faraônico no Antigo Egito marcou um momento de grandeza e esplendor na história da humanidade.
Com a crescente desertificação do Saara, tornando impróprio à sobrevivência o Norte da África, um maior número de grupos nômades, caçadores-coletores neolíticos, afluíam ao vale do Nilo, buscando suas condições ideais de vida e constituindo as primeiras comunidades semi-sedentárias, estruturando-se em unidades tribais primitivas os NOMOS. Essas comunidades deixaram seus vestígios em cemitérios e jazigos arqueológicos, caracterizando os assentamentos humanos de Merimda, Buto-Maadi, Tasiano, Kabiano, Anuratiano, Badariano e as fases do Negadiano I – II e III – que se localizavam desde o delta do Nilo até as regiões da Baixa – Núbia, englobando toda a extensão  geográfica do território egípcio.
Essas culturas vão, progressivamente, se desenvolvendo em um multiculturalismo, tornam-se sedentários, praticam uma incipiente economia agro-pastoril, consolidam-se como sociedades primitivas, mas já esboçando as bases do período formativo que irão definir os períodos Proto e Pré-Dinásticos e, conseqüentemente, a gradativa implantação dos reinos dinásticos-faraônicos.
O clima, a geografia, o Nilo e seu regime de alternâncias nos níveis de seu caudal, tiveram um papel fundamental em todo esse progressivo desenvolvimento, o cadinho onde se irá plasmar toda a grandeza e a monumentalidade da civilização do Antigo Egito.
Os primeiros assentamentos neolíticos no vale do Nilo estão datados desde os finais do quinto milênio a.C., em jazidos arqueológicos de Buto – Kaadi – Heluàn – Anuratiana (Negadiana I) e Gerzeana (Negadiana II). Por volta de 3100 a.C. – Narmer unifica os dois reinos, unindo as capitais Hieracômpolis e Buto. – Essa fase corresponde aos períodos Proto e Pré-Dinásticos.
Em 3000 a.C., Aha-Menés inicia a I Dinastia e funda a cidade de Mênfis. Segue-se todo o contexto de dinastias faraônicas, até o final da XXX Dinastia com Nectanebo II, em 341 a.C.. Após um breve período de dominação persa (342 – 332 a.C.) emerge a fase helenística-ptolomaica, com reis macedônios e lágidos (305 – 30 a.C.). Com a derrota de Marco Antonio e Cleópatra, em Accio, no ano 30 a.C., o Egito passa a fazer parte do Império Romano.



Menés


Nectanebo II



Cleópatra


A civilização egípcia faraônica exerceu uma grande influência em todos os povos da antiguidade. Gregos, romanos, coptas, árabes, bizantinos, países do Mediterrâneo, da Ásia Menor e do Oriente Médio absorveram sua cultura, seus ensinamentos religiosos, seus códigos de moral e de ética e seus conhecimentos científicos, principalmente seus princípios básicos de medicina e de arte. O esplendor faraônico era o paradigma que deveria ser adotado e seguido. Todo aquele extraordinário mundo de conhecimentos e de preceitos humanísticos ainda hoje, com toda a nossa modernidade, permanece como modelo ideal de referência, não só nas artes, mas ainda na arquitetura, na decoração, nas correntes estéticas do Renascimento, do Barroco e da “Art-Deco”, na joalheria, no cinema, no teatro e em tantas outras manifestações da herança cultural da humanidade.
Esse Egito faraônico, eterno e sagrado, fabuloso universo de imagens sublimes, de suntuosa e requintada beleza, mundo de fascínio que nos convida a dialogar com seus deuses, descobrir seus mistérios e suas crenças em uma vida eterna.
Seus deuses e seus preceitos religiosos ainda estão vivos na memória ancestral dos verdadeiros Iniciados, em seus inconscientes individuais e nas suas recordações atávicas. Quando relembramos aquele passado glorioso, sentimo-nos deslumbrados, emocionados com aquele profundo humanismo e aquela serena espiritualidade.
Através de sua longa história, os elementos básicos de sua civilização foram preservados e imortalizados em sua Arte, em sua Religião e na moral e na ética de sua deusa Maat.
Cânticos solenes, mistérios dos tempos, orações propiciatórias vozes dos deuses no recôndito de seus santuários que ressoavam até os confins da eternidade.
Templos magníficos, morada dos deuses, uma apoteose de glórias e de pompas, as solenes procissões das barcas sagradas, seus textos sacros e seus rituais, numa religiosidade que unia o homem terreno às divindades cósmicas.
Nesse extraordinário universo sagrado, nessa perene certeza de uma vida divinizada e na eterna sobrevivência de uma alma imortal, estava o encanto de suas teogonias e de sua visão do mundo e do universo.
Na penumbra de suas salas hipóstilas, no recesso de seus santuários luxuosamente decorados, ainda podemos sentir o perfume do incenso propiciatório e os sons melodiosos de seus sistros sagrados.
O mundo da cultura egípcia era transparente, uma parte do divino. Tudo possuía um significado espiritual, sagrado e eterno. O próprio solo em que pisamos, ainda hoje, possui uma energia recôndita, uma herança dos tempos, ecos dos cânticos e das preces elevadas aos deuses naquele passado tão distante.
A grandeza dessa civilização ultrapassa nossa compreensão e se projeta ao infinito, na profundidade dos mistérios siderais, onde suas barcas sagradas continuam navegando, em sua incessante busca dos Campos Afortunados e no seu profundo anseio de uma união com os deuses.
Sua fascinante concepção em uma vida após a morte, na sobrevivência da alma e em seus elaborados preceitos mágico-religiosos, crenças alicerçadas na espiritualidade, iluminaram os tempos com sua grandiosidade e seus ensinamentos.
Conservou intactas, durante quatro milênios, suas crenças morais éticas, religiosas, políticas e sociais em um sistema que constituiu, ao longo de sua história, os fundamentos de suas convicções filosóficas, intelectuais e artísticas. Todos esses conceitos e idéias estão contidos em um extraordinário simbolismo e em suas belas teogonias, as quais, no decorrer da História, impressionaram profundamente a humanidade!...



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ESCOLA DE MISTÉRIOS

EGITO ANTIGO


TERRA DOS ARCANOS DA VIDA



Paulo Iannuzzi


 


Ptah-Hotep, vizir do Faraó, Dadkarê-Isési (V Dinastia - aprox. 2.700 a.C.), quase dois mil anos antes do esplendor da civilização Helênica, a qual foi herdeira de muitos conhecimentos egípcios, escreveu :
"Jamais reveles a outrem o que alguém te confiou, abrindo-te o teu coração. Se queres ser um homem perfeito, aperfeiçoa o teu coração. Diz aquilo que é, em vez daquilo que não é. A Amon aborrece o excesso de palavras. Se algo for contestável, não o digas. O teu silêncio é mais útil do que a abundância de palavras. Deixa o teu coração sofrer, mas domina a tua palavra. O segredo mais íntimo revela-se no silêncio. É vasta a influência do homem agradável ao falar. Mas, as facas estão afiadas para quem forçar a passagem, pois esta Só é permitida no devido tempo."
Atribuem à civilização egípcia um cunho sombrio e por diversas vezes associam a temática de seus escritos a respeito dos rituais e filosofia do seu povo à necrofilia. É necessária uma visão mais profunda e menos dogmática a respeito do pensamento e comportamento de um povo evoluído e não compreendido na sua proposta de entendimento da vida, da morte e do renascimento das cinzas materiais que nos cercam no plano físico, tal qual a Phoenix. Não vislumbramos, nem sequer enxergamos o que está por detrás dos suntuosos monumentos, dos magníficos papiros e dos relevos instalados na terra de Khan. Existe uma tendência que felizmente está degenerando-se no círculo acadêmico, em classificar as Civilizações Antigas como "primitivas".
Numa primeira observação, não compreendemos a razão de estruturas tão grandiosas. Quando nos damos conta que não existe uma pedra sequer remanescente de suas moradias, "lojas" e estabelecimentos, contrastando com monumentos erigidos para desafiar o tempo e às intempéries, indagamos estupefatos: Como? Porquê? A resposta encontramos na dedicação dos antigos egípcios à vida! Não a vida mundana e materialista a qual o ocidente tanto se apega, e valoriza (embora esta fosse celebrada constantemente). Mas a Vida como um todo; um fluxo contínuo onde o desenlace é apenas uma transição. Uma mudança de "estado" e de "ambiente".
Partindo deste princípio, podemos notar que mais de noventa por cento das construções que tinham por finalidade a reverência e exaltação da Divindade, estão ainda de pé! As Pirâmides, as Esfinges, os Obeliscos, os grandiosos Templos e outras tantas estruturas de Culto, Ensino e Ritos Iniciáticos (Casas da Vida) cujo objetivo final era Deus (sim, o Egito era monoteísta!), ainda resistem solenemente! Eles tinham de ser como o Creador: Incólumes e Eternos! Portanto, suas moradias e outros locais referentes à "passageira" vida mundana, eram construídos basicamente com adobe para que durassem justamente o fugaz período de uma existência. Faziam isso para lembrarem-se da temporaneidade e transitoriedade da vida, cujo objetivo final era RÁ (algo semelhante às mandalas tibetanas feitas com areia colorida que, uma vez terminadas, depois de longo e exaustivo trabalho, são destruídas com um simples "esfregar das mãos" de um Lama).

 

 

Esfinge-Pir.


Consideravam que, assim como o coração é o Altar, o corpo é o Templo de "Bah" (a Alma). Portanto, devia ser preservado até a entrada do "morto" pelo terceiro portal do Amentis até a entrada em Amduat ("Reino dos Mortos" ou plano Astral). Era incumbência da "Casa da Morte", sob os auspícios de Anúbis, o embalsamamento e mumificação do corpo, num processo iniciático complexo que incluía banhos com ungüentos e essências aromáticas, unções alquimicamente preparadas (o Egito foi o berço da Alquimia) e entoação de mantras para cada parte do corpo. Este processo durava cerca de setenta dias que, segundo a filosofia e religião egípcia, era o tempo médio necessário para que o indivíduo "despertasse" e se conscientizasse de sua nova condição no "Reino dos Mortos". Isto mantinha o corpo etérico ainda "preso" para que a consciência tivesse uma espécie de "referência" em relação ao plano físico sem ser molestado pelos umbrais inferiores. Os sarcófagos também eram preparados uma vez que funcionavam como verdadeiras caixas orgônicas, dificultando, de uma certa forma, a rápida "volatização" do corpo etérico (em muitos sarcófagos, conseguiu-se mensurar padrões de frequência vibratória elevados em escala radiônica, semelhante à "Rede de Hartmman" que tarduzem os canais de força Cósmica e Telúrica que "vascularizam" energeticamente a Terra).


ANÚBIS



 


Eram assim enterrados sempre na margem esquerda do Nilo (o lado onde RÁ, o Sol, se põe) para que, durante a noite, após o "coração" do "morto" registrar leveza maior que uma pluma na balança do "Tribunal de Osíris", sua alma cruzasse o Rio Sagrado na "Barca de RÁ" a fim de "encontrar-se com RÁ" além da margem direita, onde RÁ se levanta. As Civilizações antigas, principalmente as orientais que até hoje mantêm este conceito de culto à ancestralidade, davam merecida importância à transcendência da Vida, ao seu processo de transição e aos seus antepassados. O conceito de "almas afins" e "Família Astral" eram muito bem entendidos e compreendidos.

O JULGAMENTO E O TRIBUNAL DE OSÍRIS




Nas "Casas da Vida" ( Templos Iniciáticos, "Universidades" e etc.), eram ministrados os princípios da Vida, invocação e manipulação das forças da Natureza (elementais), além de princípios Sagrados dentro de sua medicina, alquimia (aspecto transmutador tanto físico quanto mental), arquitetura, engenharia, geografia, astronomia/ astrologia - que eram uma só ciência - (sim, a astrologia é uma das "ciências completas". A abertura de consciência para compreender suas características sutilíssimas com respeito à direta influência de outras frequências vibracionais planetárias dentro de uma ordem galáctica e cosmogônica, depende do "Horizonte" de cada um), geometria, matemática e etc. Tanto a "Casa da Vida" quanto a "Casa da Morte", serviam à "Casa do Faraó".
As "Casas da Vida" também eram responsáveis pelas celebrações dos princípios arquetípicos representados pelos "Deuses", nos meses dedicados a cada um deles (algo similar com o que verificamos em relação aos Orixás). Cada cidade tinha a sua Deidade Patronal (exatamente da mesma forma que temos S. Sebastião como padroeiro da cidade do Rio de Janeiro; S. Jorge como padroeiro da Inglaterra e etc. Coincidência?). Uma das mais conhecidas destas celebrações era o "Festival de Opet" (Opet, nome egípcio de Karnak), que comemorava o casamento de Wasir/Usirew (Osíris) & Aset/Easet (Ísis).
Ao primeiro dia do mês de THUTHI (19 de julho), na cheia do Nilo, a estatueta de ouro maciço representando o deus Amon-RÁ, numa cerimônia que durava dias, era retirada da pequena câmara iniciática situada no lugar correspondente à glândula pineal, no Templo de Luxor, para o qual tinha sido levada desde Karnak. Depois do pequeno rito feito pelo próprio Faraó e das oferendas contendo flores, incenso e as frutas dedicadas àq uela deidade, esta era apresentada ao povo, depois de retirada sua mortalha de linho branco. Formava-se então uma verdadeira procissão tendo o Faraó e o Sumo-sacerdote à frente purificando o caminho com mirra e incenso. Logo atrás, os demais sacerdotes e sacerdotisas; alguns entoando os cânticos próprios da cerimônia e outros carregando o andor que portava a estatueta de Amon-RÁ. Acompanhavam ainda: a nobreza, os músicos, as dançarinas núbias e o povo. Chegavam ao pier e embarcavam em muitos barcos, continuando a procissão pelo Nilo. No barco santuário iam a representação da divindade em celebração, o Faraó e o Sumo-sacerdote. A Rainha aguardava em Karnak.




Ao chegar ao grande Templo de AMON-RÁ (Karnak), a procissão se desfazia e somente o Faraó, a Rainha, o Sumo-Sacerdote e outros membros do clero, adentravam o Templo dirigindo-se à câmara iniciática onde a representação de Amon-RÁ permaneceria por mais um ano. Podemos notar muitas semelhanças com princípios ritualísticos presentes em algumas religiões. Vale registrar que os fundamentos esotéricos, energéticos e, por que não dizer, radiônicos de tais rituais, são poderosos o suficiente a ponto de serem "herdados" ou "aproveitados" até hoje!
O Egito fascina por diversas razões, mas principalmente pel os seus Mistérios. O que desafia, desperta interesse. Principalmente num lugar onde RÁ novamente se levanta e ilumina o horizonte. Desta vez, um horizonte muito mais amplo. Lembrando a posição de meditação das estátuas (sentadas com as mãos sobre as coxas) aprendemos o segredo da VIDA:


"Pés no chão !
Olhos no horizonte!
Mente no Infinito! "

 

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ANTIGO EGITO - RELIGIÃO E MITOLOGIA


Dr Geraldo Rosa Lopes



O CAMINHO DA ALMA ATÉ SUA DIVINIZAÇÃO EM RÁ.

Após os complexos rituais de purificação, abertura dos olhos e da boca, a alma comparece diante do tribunal de Osiris para ser julgada.

Se for aprovada, declarada "justa de voz" - "justificada", MAA-KHERU - estará qualificada para prosseguir sua viagem em demanda dos campos afortunados de Osiris ou Campos do IARU.

Deverá atravessar a misteriosa "RO-SETAU" - a "estrada dos mistérios" - e penetrará no AMENTI - o "Belo Oeste" - cruzando os dois pilones de acesso - as 12 horas diárias e as 12 horas noturnas. Nesse trajeto, enfrentará seus pecados; sua própria consciência, sua emoções e seus instintos e paixões.

No RO-SETAU recebe nova purificação, pelo fogo - no Lago do Fogo - região das chamas.

Prosseguindo, essa alma terá que atravessar o "ANRUTEF" ou "região santa da noite misteriosa das formas", submetendo-se a outra purificação no "Lago do Lótus", guardado pelos quatro macacos cinocéfalos - os babuínos sagrados.

Nesta fase, a alma, já despojada de seus envoltórios grosseiros e materiais do corpo físico, revestir-se-á de novas roupagens, luminosas e transparentes, e tornar-se-á uma "alma divinizada", um AKHU ou IMAKHU - a sabedoria divina.

Chega, finalmente, aos Campos de IARU - morada de Osiris - o SEDET-HETEP - Campos dos Juncos e revive na companhia dos deuses, na refulgência de Rá, e poderá "navegar na barca de milhões de anos".


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A MULHER NO ANTIGO EGI TO


Dr Geraldo Rosa Lopes




Mesmo desde a época pré-dinástica e, sobretudo no período dinástico, a mulher egípcia já desfrutava de uma invejável posição sócio-política-cultural, chegando, em certos períodos, a equiparar-se ao homem. Seu prestígio era bem mais acentuado que o de suas contemporâneas de sociedades vizinhas. Historiadores gregos, como Heródoto, Plutarco, Diodoro e Hécate de Mileto, ficaram surpresos diante da hierarquia que a mulher egípcia ocupava na comunidade. Juridicamente, possuía os mesmos direitos, prerrogativas e as mesmas responsabilidades. Podiam dispor de bens próprios e ser proprietárias de terras por elas mesmas administradas; participavam de transações comerciais; também herdavam bens e faziam testamentos. Quando se casavam, continuavam a dispor de seus bens e, em caso de separação do cônjuge, tinham seus direitos garantidos. Iguais perante aos códigos de leis, podiam apresentar-se diante dos tribunais como acusadoras, defensoras ou testemunhas. Eram responsáveis pelos seus atos e, igualmente, estavam sujeitas às mesmas penalidades ou castigadas com a mesma severidade que as dispensadas aos homens.
A condição normal da mulher era a de casada, constituindo parte de uma família monogâmica, núcleo da sociedade egípcia na época faraônica. As representações de casais e seus filhos mostram a importância da estrutura familiar e o papel fundamental representado pela mulher.
Esse prestígio de que a mulher egípcia gozava se fazia sentir, não só no setor político e religioso, mas ainda na esfera social e nas diversas profissões de nível superior.
Há relatos de duas médicas que ficaram conhecidas no Antigo Egito, inclusive exercendo cargos de chefia e outros de trabalho de grande responsabilidade.
A primeira médica citada nos textos é NEFERICA-RÁ ou NEFER-KA-RÁ, médica-obstetra que atuou na corte do Faraó SAHURÁ – 5ª. Dinastia (2494-2345 a.C.).
Outra médica, mais citada nos textos, foi PESESHET que atuou durante o reinado do Faraó Amenhotep III – 18ª. Dinastia – Novo Império (1552-1305 a.C.). Exerceu suas funções como “diretora de equipe de médicos” e, nas representações, era sempre citada como “aquela que arbitra” ou “aquela que decide”, confirmando sua posição como uma autoridade conceituada no âmbito da Medicina.
PESESHET foi homenageada por seu filho, o Sacerdote Akhet-Hetep, que lhe dedicou uma Estela comemorativa em Gizé, na qual estão claramente gravados o nome e os títulos honoríficos de sua mãe.
Devemos ressaltar que a posição sócio-cultural e profissional alcançada pela mulher não se restringia apenas àquelas pertencentes à nobreza. Também as mulheres do povo desfrutavam de dignidade e de respeito na sociedade faraônica.
Mas, o auge do prestígio da mulher no Antigo Egito pode ser facilmente avaliado pelas importantes realizações no âmbito religioso e na realeza. Princesas e as esposas dos faraós exerciam atividades de grande relevo nas práticas religiosas. Eram as “Divinas Adoradoras de Amon” – “Divinas Esposas Reais” – “Mães do Faraó-Deus” – “Cantoras de Amon”. Participavam ativamente dos rituais de oferendas às divindades, cerimônias de consagração e de jubileus, orações e procissões de barcas sagradas. Em toda essa representatividade a mulher, como sacerdotisa da divindade (de ISIS, de HATHOR, de SEKHEMET) tinha um papel preponderante, mòrmente naqueles rituais em que se celebrava o nascimento do “Filho Divino”, do Faraó-Deus, representados profusamente nos santuários dos “mamisis”, em vários templos. E, como corolário desse prestígio, não podemos deixar de citar as famosas “rainhas-Faraós”, cujos nomes a história tem conservado tão zelosamente e que exerceram suas funções como soberanas incontestes, dedicando suas vidas aos ideais de bem governar o Egito, a grande potência da Antiguidade.

Eis-nos, então, diante de uma plêiade de rainhas autênticas e consagradas: – Nitócris – Hatchepsut –  Nefertiti – Tausert – Cleópatra – nomes que os séculos têm repetido e relembrado como mulheres que gravaram em suas vidas os marcos da glória e do poder.



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A CERIMÔNIA DE:

"ABERTURA DOS OLHOS E DA BOCA"


Dr Geraldo Rosa Lopes

egito



As crenças religiosas e funerárias no Antigo Egito preconizavam que o morto deveria ser ajudado a ressuscitar na vida de além túmulo.
O direito de entrar no mundo dos renascidos não dependia apenas de ser considerado “justo de voz” – ou MAA-KHERU – (justificado), ou de ter agido, durante sua vida terrena, de acordo com os preceitos de MAAT, ou de forma correta e de ter sido aprovado no Tribunal de Osíris.
Além de seu comportamento moral, o morto deveria estar em boas condições físicas: andar – falar – enxergar – ouvir e até manter relações sexuais.
Esse era precisamente o objetivo desses rituais, ou seja, um conjunto de cerimônias realizadas sobre a múmia ou sobre um a estatua do morto. Inicialmente, aconteciam os procedimentos de purificação e libações com a água, o natrão, a aspersão de incenso e orações.
Em seguida, o sacerdote-funerário – o SEM – tocava a boca do morto com um instrumento em forma de dedo, em ouro – o DJEBA – o qual identificaria aquele “ser” com um recém-nascido em uma nova vida. O ritual prosseguia, e o sacerdote-funerário empregava, sucessivamente, outros instrumentos sagrados: o PESECHEKEF – em forma de anzol – feito de sílex; o NECHERETI, uma enxó e o bastão com cabeça de serpente ou de carneiro, chamado UER-HEKAU – “Grande na Magia”.

 


Durante todo esse tempo, a estatua do morto permanecia na posição vertical, sobre um monte de areia que simbolizava a Colina Primordial da Criação.
Já no interior da tumba, ocorriam os últimos rituais: o sacerdote realizava defumações com o incenso e com a queima de ervas aromáticas; procedia às oferendas e pronunciava as últimas preces.
Diante do morto era colocada e consagrada uma mesa de oferendas, na qual deveria constar, invariavelmente, um CORAÇÃO e a PATA DIANTEIRA DE UM BOI.
No Antigo Reino, como no Médio Reino, o sacerdote encarregado desses rituais era chamado UT e usava uma máscara de ANUBIS (ANPPU).
No Novo Reino, esse sacerdote recebe o nome de SEM. Ao seu lado, responsável pela leitura dos textos sagrados, estava o sacerdote KHER-HEB – “aquele que segura o Livro Sagrado”.

 

 


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A FESTA DO ANO NOVO

 

Dr Geraldo Rosa Lopes


Templo da Deusa Hathor


Essas festividades marcavam o início do período das inundações – a primeira estação dos calendários do Antigo Egito, a AKHET – e eram celebradas em vários templos. Correspondiam ao nosso 19 de julho, que era o mês de THUTHI na época faraônica.
Essas cerimônias, as mais famosas ocorriam nos templos de Dendera, dedicado à deusa HATHOR e no templo de Edfu, consagrado a HORUS.
Durante essas celebrações, a barca sagrada, portátil, com a imagem da deusa Hathor (Dendera) era levada pelo sumo-sacerdote e pelos quatro profetas até a “Capela Pura”, onde ocorriam os rituais de purificação e oferendas.
Uma solene comitiva, da qual participavam o faraó, a rainha, vários sacerdotes, acompanhava a imagem da deusa até um “quiosque”, no terraço do templo, onde a estátua do deus era depositada em uma capela, “Santuário da Irradiação”, no qual seria realizada a união de Hathor com o seu pai Rá.
Essas solenidades estão representadas no templo de Dendera, e a finalidade desses rituais era a renovação das energias da imagem divina, a qual, ao ser exposta aos primeiros raios solares, ao amanhecer do Ano Novo, quando a deusa Hathor recebia os raios vivificantes do Sol, o deus Rá.



Templo do Deus Horus


Durante as festividades, apenas o faraó, a comitiva real e os altos sacerdotes, tinham acesso à Capela de Irradiação – ocasião em que o soberano oferecia uma garrafa cerimonial com água do Nilo.
Acreditava-se que a água possuía propriedades mágicas, rejuvenescedoras. Era um momento culminante das celebrações, importante oferenda à deusa Hathor. Essas garrafas, das quais algumas foram recuperadas, estavam decoradas com frisos que representavam o colar “USEKH” e a cartela real.
No teto da Capela do Ano Novo – templo de Dendera – há uma bela decoração que mostra a deusa Hathor, representada com cabeça feminina e orelhas de vaca, recebendo uma profusão de flores-de-lotus, símbolo sagrado e de renascimento. Nos templos era comum haver representações dos calendários com as festividades anuais, como as do Ano Novo.
No santuário de Kom-Ombo há um baixo-relevo gravado na pedra, no qual foram relacionadas as comemorações e os rituais religiosos que ocorriam durante o ano.



A FESTA DE OPET

Dr Geraldo Rosa Lopes



Templo de Karnak


Essas imponentes solenidades realizavam-se anualmente, no período da inundação, correspondendo à primeira estação agrícola – o AKHET – no mês de THUTHI.
Uma engalanada procissão de barcas sagradas deixava o templo de Karnak (Opet-Isut), levando a estátua do deus Amon para o seu harén, o templo de Lúxor (Opet-Resyt).
Em Luxor, o deus Amon, já identificado como AMON-MIN itifálico, e personificando-se no faraó, unia-se à rainha para a concepção do filho-divino, em um solene ritual relacionado com o nascimento do próprio faraó-deus.
Essa origem divina do soberano já estava assegurada desde o útero materno, ou seja, o rei já nascia divinizado, em conseqüência das bodas divinas do deus Amon com a rainha-mãe, e a divindade dava-se a conhecer pelo suave aroma que exalava e que impregnava o ambiente.
A duração das festividades podia ser de duas a quatro semanas, e a barca do deus Amon – chamada USERHAT – “de proa poderosa”, era carregada por 30 sacerdotes, no seu trajeto por terra. Chegando ao ancoradouro, era a barca colocada em uma barca de rio e formava-se uma suntuosa comitiva, composta pelas barcas dos deuses MUT e KHONSOU, as barcas dos soberanos, príncipes, sacerdotes, nobres, com grande acompanhamento de músicos, bailarinas, fanfarras, cânticos e flores. Ao longo do trajeto eram realizadas oferendas à tríade de Tebas: Amon – Mut – Khonsou, com libações e purificações pelo incenso, quando se apresentavam oráculos.
Na realidade, essas comemorações configuravam todo um contexto de rituais relacionados com a fertilidade, nascimento do filho-divino de Amon ou a origem divina do próprio faraó.
Eram homenageadas também as deusas-mães e as rainhas-mães. Essa festa estava profusamente representada nas “Capelas de Nascimento” dos templos – “mamisis”, em belíssima iconografia – como o baixo-relevo existente no templo de Lúxor, na segunda antecâmara, logo após a sala hipóstila, onde podemos admirar a cena que representa o nascimento do faraó Amenhotep III, no parto da rainha Mutemuia, a esposa de Tutmés IV.



Templo de Luxor

 

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A MUMIFICAÇÃO

(ASPECTOS ESPIRITUAIS E RELIGIOSOS)


 


                                                               Dr. Geraldo Rosa Lopes

 

 

 

mumificação

 

 

O embalsamamento dos mortos – a mumificação do corpo – era uma das características peculiares à civilização do Antigo Egito. Outras importantes culturas também embalsamavam seus mortos, sem, contudo, atingirem a perfeição e a sofisticação dos egípcios

Mumificar significava “conceder beleza e vitalidade”, e a palavra que a definia era “SENEFER”.

As origens da técnica devem ser buscadas nas condições climáticas e orográficas do país.

Nos tempos pré-históricos, nas antigas culturas neolíticas, os mortos eram sepultados diretamente em covas, abertas na areia do deserto, envolvidos por peles de animais ou esteiras de juncos, sempre acompanhado de seu repertório funerário. Esse ambiente, seco e quente, desidratava os tecidos orgânicos que assim se conservavam, convertendo-se em autênticas múmias naturais

Com a emergência da cultura dinástica, na fase histórica, as tumbas passaram a ser construídas de maneira requintada, decoradas, porém fechadas. Além disso, o cadáver era depositado em urnas ou ataúdes, confinados, deixando-se, pois de existirem as condições naturais de conservação. A conseqüência inevitável foi a rápida decomposição dos corpos, deteriorando-se naqueles ambientes fechados.
Segundo as crenças religiosas dos antigos egípcios, para que se realizasse uma vida após a morte, a fim de que o morto pudesse comparecer em condições ideais perante os deuses, era indispensável a conservação e o bom aspecto do corpo material  e para que o seu duplo – o KA – tivesse uma referência. Para a sua jornada após a morte, esse KA – ou duplo – teria maior facilidade ao encontrar o suporte material, ou seja, o corpo KHET do falecido, que deveria apresentar-se incorruptível, belo e conservado, o que seria conseguido com o embalsamamento.
O sepultamento era precedido pela cerimônia de “abertura dos olhos e da boca”, rituais realizados pelo sacerdote funerário – o SEM – auxiliado pelos seus acólitos. Uma procissão transportava o espólio funerário, juntamente com os parentes, carpideiras, entoavam orações e faziam-se oferendas com incenso.
Assim, após haver sido sepultado, o morto iniciava seu longo percurso pelos caminhos do além-túmulo, e o deus ANUBIS – ANUPU – guardião da necrópole e divindade da mumificação, levava-o à presença de Osíris, soberano do reino dos mortos, o qual, em seu tribunal e na presença de outras divindades, realizava o julgamento daquela alma. O coração era pesado na balança e deveria igualar-se a uma pena de avestruz, símbolo da Deusa Maat. Se o coração pesasse mais, o morto estaria condenado e se o  peso se equiparasse à pena de avestruz, o morto seria declarado “MAA-KHERU” ou “JUSTO DE VOZ” e poderia ser recebido pelos deuses nos campos afortunados de Osíris.

 

 

 

 

pesagem coração

 

 

 

 

O KA – O BA

 

 Segundo as crenças vigentes entre os antigos egípcios, o homem era constituído poro 9 partes ou conceitos, níveis de formação presentes desde o seu nascimento e que permaneciam mesmo após sua morte. Entre esses conceitos, podemos ressaltar o “KA” e o “BA”.

KA – Era o duplo – a energia vital e, tal como em vida, necessitava ter suas necessidades plenamente satisfeitas pela energia das oferendas, como frutas, pães, aves e vinho. Seus sacerdotes encarregavam-se desses procedimentos, havendo rituais nos quais essas cerimônias eram realizadas. O KA necessitava de um suporte energético e, consequentemente, teria melhor resultado se encontrasse a conservação do corpo, o que era realizada pela mumificação. Muitas vezes, esses objetivos eram conseguidos também com a colocação de estátuas do morto, colocadas em capelas próprias – o SERDAB.BA – Era a alma ou um conceito dinâmico, que poderia deslocar-se, representado como um pássaro com cabeça humana. Essa entidade poderia visitar a tumba, deslocando-se através da “porta falsa”. Consideravam-na como um repositório das qualidades do morto – sua alma – sua essência divina. Em com seqüência, era o BA que respondia ao chamado dos sacerdotes, durante os cultos divinos e funerários.         

O ser vivo possuía um corpo material – DJET. Quando os diversos elementos constituintes se dissociavam pela morte, o corpo mumificado era chamado KHAT.

Em resumo, para que todos esses elementos pudessem existir, era mais viável encontrar a perfeita conservação do corpo, sua boa aparência, digna de ser reconhecida pelo KA e pelo BA, revitalizada nos rituais de abertura dos olhos e da boca.
O KA, ou o duplo, sendo estático, ficava próximo às estátuas do morto, que se identificava à múmia, e recebia a energia das oferendas. O BA, conceito dinâmico, poderia tomar as formas que desejasse, diferenciando-se nas transformações – KHEPERU –  e nas imagens – IRU.

OS 9 NÍVEIS DA PERSONALIDADE:



1. DJET (em vida) – Corpo físico – transitório – perecível que passava a chamar-se

KHAT após a morte.
2. BA – a alma – dinâmica – que se deslocava entre os mundos dos vivos e dos mortos.

Ela passava através da porta falsa como um pássaro com a cabeça humana.
3. KA – duplo – estático– energia vital que se materializava nas estátuas, objetos de culto

e em animais sagrados. Corresponde ao  duplo-etérico das filosofias esotéricas.
4. REN – o nome – a identidade.
5. AKH – ou AKHU – Espírito de Luz – divinizado.

6. AB – ou IB – Coração, consciência, que era pesado no prato da balança durante

o julgamento da alma no tribunal de Osíris – HATTI –  era o coração material.
7. SEKHEM – o Poder – a Força – que comanda.
8. SAHU – o Corpo Luminoso e Transparente – a Essência Sublime do Ser –

fase celestial.
9. KHAIBIT – ou SHUTI – a Umbra ou Sombra.




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O ESCRIBA DO FARAÓ


Ondina Balzano





Escriba era considerado um alto cargo no antigo Egito, pois a ele estavam afetos todos os registros da corte faraônica, através da escrita hieroglífica. Os egípcios acreditavam que os hieróglifos eram a representação da palavra dos Deuses Medw e Neter, mas inventados pelo Deus Thot, que foi o patrono dos escribas.
A cultura egípcia somente foi perpetuada até nossos dias através das inscrições deixadas nas estelas, sarcófagos, papiros e nas paredes de templos e tumbas, construídos em pedra. Os escribas iniciavam seus estudos ainda muito jovens na “Escola da Vida”, para depois ocupar cargos importantes nos vários setores profissionais, como militar, religioso, artístico, administrativo e técnico.
Thot é o Deus da sapiência e da magia, sendo representado por um homem com cabeça de ibis, pássaro belo e altivo originário do Delta; mas que estabeleceu a sua capital em Hermópolis, onde conquistou seus títulos de glória.
Também é considerado o inventor do calendário (365 dias), o criador das artes e ciências, tendo escrito o Grande Livro de Textos Sagrados, onde consta: aritmética, arquitetura, astronomia, dança, desenho, escultura, geometria, ginástica, música, pintura e medicina, num total de 42 livros. Dentre esses, os seis últimos foram dedicados à Arte de Curar ou Medicina. O cetro de Thot, que consta de dois bastões entrelaçados por duas serpentes, deu origem ao Caduceu, símbolo da Ciência Médica. Alguns séculos mais tarde, Thot foi incorporado à mitologia da Grécia com o nome de Hermes Trimegistos (Três Vezes Grande).



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OS MISTÉRIOS EGÍPCIOS

Arthur Versluis



Pode haver poucas dúvidas quanto ao fato de que toda a simbologia e a metafísica tradicionais que ainda remanescem no Ocidente possam ser remetidas ao Egito antigo, essa terra cujo povo, no dizer de Heródoto, era “escrupuloso além de toda medida em matéria de religião”.
Com efeito, muito embora os antigos Mistérios, ao que parece, há muito tenham desaparecido – ou, talvez melhor, tenham sido eclipsados -, sua influência ainda se faz sentir até nossos dias, quer o saibamos ou não.
Mesmo assim, alguns podem questionar o valor de se estudar a natureza dos Mistérios egípcios em nossa época – afinal de contas, os Mistérios pertenceram aos mais longínquos recessos da nossa história registrada, a um reino crepuscular no horizonte. Por que então deveríamos buscar ali, no mundo antigo, a VERDADE.
Não faríamos melhor se ignorássemos os antigos, origem da cultura ocidental tal como hoje se apresenta, e nos concentrássemos no futuro? Talvez sim – é possível que a ignorância confira uma espécie de segurança.
No entanto, tal como um homem aprisionado numa caverna e cercado por ruídos estranhos, é preferível saber a real posição que se ocupa, por mais desagradável que ela possa parecer; ficaríamos sem dúvida em melhores condições de agir com o conhecimento daquilo que de fato somos, de nossa verdadeira situação.
E não se pode duvidar que, embora não possamos retornar à vida numa cultura tradicional como a do Egito, nem criar um tal mundo de significado primordial a partir do nosso tenebroso futuro – como determinadas fantasias da “Nova Era” poderiam sugerir -, não obstante, a percepção de como as coisas de fato são, das origens daquilo que ainda resta da cultura ocidental tradicional (transmitido pelo neoplatonismo e pelo hermetismo), pode ter inestimável valor na orientação de nossa vida, na descoberta de sentido e de propósito, apesar da anormalidade das atuais circunstâncias.
A esse fim se dedica este estudo. Para ambos esses alvos – a percepção individual da verdade metafísica e a compreensão das origens da tradição ocidental -, um entendimento dos Mistérios e da tradição egípcios é virtualmente indispensável. Sobretudo à luz do fato de ter o atual estado de confusão – o mundo moderno – surgido do Ocidente, o que sugere ser a nossa atual condição anômala e fragmentada, com seu impulso incontrolável para o quantitativo, para o solipsismo e para a destruição do nosso mundo natural, derivada de um eclipse, de um ocultamento da metafísica e da simbologia tradicionais, da compreensão metafísica em que se fundou a tradição egípcia.
Na verdade, quase todos os capítulos do Novo Testamento estão repletos de simbologia egípcia, ainda que de forma atenuada e diluída. A santa Virgem Maria – podemos recordar – tem sido vista com freqüência como reiteração de Isis; Cristo, do Seu divino Filho, Horus, emanação do seu consorte, Osíris; podem considerar ainda as palavras do Apocalipse, segundo as quais “isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”.
De fato, se tivéssemos tempo para neles mergulhar, mostraríamos que os paralelos são ainda mais próximos, visto que esta última fé é “iluminada por trás” pela primeira. De qualquer maneira, claro está que, para compreender o nosso presente, devemos entender o passado...
...As pessoas modernas têm muitas dificuldades em conceber uma época em que a Terra não estava separada do Céu, na qual não havia dualidade entre gênero humano e natureza, entre sagrado e profano – manifestamente, contudo, no antigo Egito era isso que acontecia.
Porque, como o veremos, mesmo no antigo Egito o próprio mundo era um glifo da Realidade Divina, que se manifestava em toda parte: como está no ditado hermético (que também nos chega do Egito), “assim como está em cima, assim também está em baixo”.
Pode-se muito bem afirmar que o alvo central da cultura egípcia era prolongar, estender os aspectos que lhes restavam da unidade primordial entre o homem e a natureza, entre o mundo físico e o reino celestial.
Com esse fim, chegaram a ponto de embalsamar os mortos – a fim de que a influência do culto destes pelo passado pudesse continuar a emanar sobre a terra, e também para relembrá-los da natureza da vida mortal, com o corpo sendo uma mortalha, um túmulo.
Os egípcios tinham plena consciência do seu papel mediador na história, a meio caminho entre o passado primordial e o futuro destrutivo, tal como o manifesta uma profecia demasiado precisa encontrada no corpus hermeticum.
Ali, tendo observado que o Egito antigo é “a imagem do Céu”, a “transferência” direta daquilo que governa no Céu, “Santuário do Mundo”, o texto prossegue, afirmando que: “Sobreviverá um tempo em que se perceberá que o Egito honrou em vão a Divindade com mente pia e assíduo serviço, e todo o seu sagrado culto se tornará inútil e serão vão [...].
Restarão apenas palavras gravadas nas tuas pedras, a fim de contarem teus feitos piedosos; ó Egito. Essas coisas, quando sobrevierem, serão a velhice do Mundo, a impiedade – a irregularidade e a falta de racionalidade em todas as boas coisas.
E quando tudo isso se tornar realidade, ó Imhotep (Asclépio), então Ele, [nosso] Senhor e Pai, o Deus primeiro em poder [...], porá um fim a todos os males, quer levando-as de roldão num dilúvio ou consumindo-as pelo fogo, de modo que Deus fará o Cosmos retornar à sua antiga forma.



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OS MITOS E O CONCEITO DE MAGIA

Dr Geraldo Rosa Lopes




Nas sociedades modernas, o termo “MITO” possui conotação pejorativa, dando uma idéia de falsidade, de mentira ou de uma ilusão. Todavia, entre os povos antigos, nas culturas ancestrais, os “mitos” eram profundamente respeitados como verdades absolutas, indiscutíveis e até temidas, como dádivas dos deuses, e preceitos consagrados pelos ancestrais. Essas tradições e lendas mitológicas eram compartilhadas, passadas de geração a geração e estavam indelevelmente arraigadas no inconsciente coletivo daquelas antigas sociedades, como partes integrantes de seu folclore, suas crenças, suas concepções metafísicas e permeavam todo seu cotidiano. O mito abria as portas à cultura, ao multiculturalismo de todas as civilizações. Constitui a base das religiões, das artes, das revelações e dos dogmas mágico-religiosos. No Antigo Egito, o mito baseava-se na verdade racional, primordial e coerente. Não estava impregnada de um mero simbolismo vulgar e especulativo. Todo ritual era uma manifestação divina, uma consagração aos deuses e um profundo respeito aos preceitos da deusa MAAT e aos textos sagrados. O mito era a expressão personificada na palavra de poder – HEKA -, na percepção e no conhecimento – SAI – e no Logos Divino – o Verbo Criador – HU.


MAGIA:
1) Magia dos textos funerários – “Livros de Ultratumba”.

2) Magia pelo ritual de abertura da boca e dos olhos.

3) Magia pelos rituais-jubileus do HEB – SED.

4) Magia pela imposição das mãos.

5) Magia pela “doação de vida” – o ANKH.

6) Magia das estatuetas mágicas – UCABTIS.

7) Magia escrita nos Livros – papiros mágicos.

8) Magia dos jogos SENET – “jogo contra o destino”.

9) Magia dos amuletos: DJED – UDJAT – IB – SHEN.

10) Magia pelos jogos cênicos – encenação nos rituais.

11) Magia de SAI – HU – HEKA.

12) Magia pelos amuletos – bastões mágicos – estatuetas mágicas

– textos de execração.

13) Magia pela música.

14) Magia pelo encantamento adequado – entonação correta

– gestos apropriados – consagração dos amuletos

– impostações e transmissão das forças vitais.

SAI = inteligência – conhecimento – percepção.
HU = comando – Verbo Divino – Logos
HEKA = palavra de poder.



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PAPIRO DE ANANA

(Vizir do Faraó Seti II)

Dr Geraldo Rosa Lopes


“Vede! Não está escrito neste rolo? Lede, vós que o encontrareis nos dias que estão por nascer, se vossos deuses vos derem a inteligência! Lede, ó crianças do futuro e aprendei os segredos deste passado, que para vós está tão longínquo, mas que na verdade está tão próximo!”
“Os homens não vivem somente uma vez, partindo em seguida para sempre. Eles vivem numerosas vezes em diferentes lugares, embora nem sempre seja neste mundo. Entre duas vidas, há um véu de obscuridade.
A porta se abrirá no fim e nos mostrará todas as câmaras que nossos passos terão percorrido desde o começo.
Nossa religião nos ensina que nós vivemos eternamente.”
Assim inicia o texto do Papiro de Anana, escrito pelo Vizir do Faraó Seti II, governante do Egito na XIX Dinastia.
Essa fascinante concepção dos antigos egípcios em uma vida após a morte, na sobrevivência da alma, seus elaborados conceitos metafísicos, seu simbolismo, seus preceitos mágico-religiosos e suas crenças arraigadas na espiritualidade, iluminaram os séculos posteriores com sua grandiosidade e seus ensinamentos.
As grandes religiões da Humanidade foram muito influenciadas pelo influxo dessas correntes espirituais e, desse misticismo, nascido de uma autêntica convicção nos elevados valores morais e éticos do homem e na eterna presença de suas divindades. A grandeza dessa civilização ultrapassa nossa compreensão e se projeta ao infinito, nas profundezas dos mistérios cósmicos, onde suas barcas sagradas continuam navegando, na sua incessante busca dos Campos Celestiais e no profundo anseio de sua união com os deuses que, em verdade, representam os atributos do Deus Único.
Nota: “Cahiers du Cercle d´´Etudes Égyptiénnes”.


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PSICOSTASIA




egito



A cerimônia da psicostasia (julgamento) realizava-se na Sala das Duas Verdades. Em uma das extremidades dessa sala, encontrava-se Osíris, sentado no trono e acompanhado por outros Deuses e 42 juízes.
No centro da sala, colocava-se a balança em que se pesava o coração. Representado por um chacal ou por um cão deitado, ou ainda pela figura de um homem com cabeça de chacal ou de cão, o deus Anúbis (Anupu em egípcio, "o que conta os corações") era um dos responsáveis pelo julgamento dos mortos no além-túmulo.
Enquanto o morto fazia sua declaração, Anúbis ajoelhava-se junto a uma grande balança colocada no meio do salão e ajustava o fiel com uma das mãos, ao mesmo tempo em que segurava o prato direito com a outra. O coração do finado era colocado num dos pratos e, no outro, uma pena, símbolo de Maat, a deusa da verdade (a verdade era o contrapeso com o qual se pesava o coração do morto durante o julgamento).
O coração humano era considerado pelos egípcios a sede da consciência. Assim, ao ser pesado contra a verdade, verificava-se a exatidâo dos protestos de inocência do defunto. Como as negativas vinham de seus próprios lábios, ele seria julgado pelo confronto com o seu próprio coração na balança.
Diante dessas divindades e juízes, o morto devia realizar a confissão negativa, a sua declaração de inocência. Antes de fazê-la, o morto dirigia-se ao seu coração e pedindo-lhe que não o contradissesse.
Freqüentemente, esta fórmula aparecia escrita no "escaravelho do coração", um amuleto que se colocava entre as ataduras da múmia, perto do coração. Depois de recitar essa fórmula, o morto colocava-se diante de cada um dos juízes e recitava outra fórmula, na qual se declara inocente de todos os pecados: "Não pratiquei pecados contra os homens. Não maltratei os meus parentes.
Não obriguei ninguém a trabalhar para lá do que era legítimo. Não pratiquei enganos com o peso da minha balança. Não causei a fome de ninguém. Não pratiquei fraudes na medição dos campos. Não subtrai o leite da boca das crianças."
Curiosamente, essa declaração era à respeito de atos cometidos contra os homens e não contra os deuses. Se o morto tivesse pecado, o prato da balança pesava mais, não era absolvido no julgamento e tornava-se demônio, que ameaçava o equilíbrio cósmico, e Amut, um monstro com cabeça de crocodilo e patas de leão e de hipopótamo, devorava-o.
Se não fosse devorado, deuses como Chesmu arrancavam-lhe a cabeça e inflingiam-lhe uma série interminável de castigos (Inferno Egípcio).






Só os justos de coração eram admitidos no reino de Osíris, nos Campos de Iaru, o que era o desejo de cada egípcio, identificar-se com Osíris (Deus dos Mortos) e assim poder renascer como ele o fizera (essa identificação com o deus vem expressa no Livro dos Mortos). O morto absolvido no julgamento ia para o paraíso, este era representado como uma planície com canais, à qual se chegava por uma escada. Ali se vivia feliz, porque os uchebtis realizavam todo o trabalho. Os uchebtis, significa "os que respondem", eram pequenas estatuetas colocadas no túmulo para servir o morto no Além. Os mais valiosos eram feitos de ouro e de lápis-lazúli, mas também havia os fabricados em terracota, pedra, faiança ou madeira. Muitas vezes eram figuras masculinas, com um arado ou uma enxada e um cesto às costas. Na parte da frente, escrevia-se um capítulo do Livro dos Mortos. Ao recitar esse texto, ganhavam vida e podiam trabalhar no lugar do morto. Em alguns túmulos encontraram-se 365 uchebtis, uma para cada dia do ano. Nos túmulos dos faraós, o número de uchebtis pode ser até superior.



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SIMBOLOGIA DAS CORES NO ANTIGO EGITO




Ondina Balzano



CORES E PEDRAS



- Violeta – alexandrita (conhecida em Alexandria)
- Anil - lápis-lazúli Azul - turquesa
- Verde - diorita e malaquita
- Amarelo – jaspe amarelo (ouro)
- Laranja - jaspe amarelo forte
- Vermelho- cornalina e grés vermelha




Alexandrita


Lápis-Lazuli


Turquesa



SIMBOLOGIA DAS CORES

O AZUL simbolizava o céu e as águas do rio Nilo, sendo que o ANIL representava o céu à noite. Observa-se no teto de tumbas e templos o céu pintado de anil com estrelas em amarelo-ouro. Pedras: turquesa e lápis-lazúli.
O VERDE era associado ao ciclo da planta e também à vida do homem. A árvore perde suas folhas no outono, parece morta no inverno, renasce na primavera, desabrocha no verão, tornando-se a imagem da ressurreição e da regeneração. Osiris é o símbolo deste renascimento, chamado Osiris verdejante, que representa a idéia de vida-morte-ressurreição. O verde é representado pelo papiro, que significa o verdor vegetal e a juventude. O papiro é o símbolo do baixo Egito – Norte. Pedras: diorita e malaquita.
O AMARELO-OURO (DOURADO) representa a cor do Sol. É a cor que diviniza. O ouro era considerado a carne dos imortais. Ex.: estátuas e jóias. Pedras: jaspe.
O VERMELHO é o símbolo da vida, pois é a cor que o Sol toma no nascente e no poente. Existe um papiro com a representação de dois leões com o hieróglifo do horizonte – akhit – que tem o Sol, em vermelho, entre duas montanhas com a cruz Ank, que é o símbolo da vida, mostrando que o ciclo da vida do homem é semelhante ao do Sol, que percorre o seu curso eternamente. Pedras: cornalina e grés vermelha




Malaquita


Cornalina



Além dessas cores, os egípcios também usavam as tonalidades:
- Branco – Manifesta a pureza. Os antigos egípcios se vestiam sempre de branco.
- Negro – Representa as transformações eternas ou as transmutações. Concluindo, pode-se dizer que a Cromoterapia teve origem no antigo Egito há aproximadamente 2800 anos A.C., iniciando com o uso de flores, pedras preciosas e semipreciosas de diversas cores, conforme a sua semelhança com as características apresentadas pelas doenças. Tempos depois, com a fabricação do vidro colorido translúcido e com as pesquisas médicas sobre a função das cores na recuperação de pacientes, a Cromoterapia foi adotada internacionalmente.





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AMULETOS E TALISMÃS






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AMULETOS



Juarez Santos



A magia no Egito Antigo data da época em que os habitantes pré-históricos do Vale do Nilo acreditavam que a terra, o mundo inferior, o ar e o céu, eram povoados por seres visíveis e invisíveis, amistosos e inamistosos em relação ao homem.
Do temor desses seres, e ignorantes dos princípios que regiam as manifestações dos elementos na natureza, floresceu a magia e a crença nos elementos portadores de efeitos sobre estas forças, os amuletos e talismãs. O favor dos seres placáveis e amistosos era conseguido mediante presentes e oblações, mas o dos inimigos, somente com agrados, carinhos, lisonjas, ou por meio de amuletos, nomes secretos e fórmulas mágicas, figuras ou imagens com poder mágico. Os amuletos e imagens tinham por efeito trazer sobre seu possuidor, o auxílio de um ser cujo poder era superior ao do inimigo que o ameaçava.
A primitiva magia visava transferir para o homem o poder de um ser sobrenatural.
Assim, a imagem de um deus ou demônio, o nome ou emblema de uma Divindade, poderia converter-se em amuleto com virtudes protetoras.
Os amuletos egípcios são de duas espécies: - Os que contém inscrições e fórmulas mágicas - Os que não contém inscrições. Os amuletos com inscrições possuem um duplo efeito: o do material em si e o da inscrição nele contido.
Em tempos primitivos, eram recitadas preces e fórmulas mágicas sobre os amuletos, passando-se posteriormente a se inscrever orações e palavras mágicas sobre os mesmos. Os amuletos que não contém inscrições evocam símbolos hieroglíficos, elementos vegetais ou atributo de alguma divindade, e encerram por vezes um sentido abstrato.
O primeiro nome que se deu à fórmula escrita num amuleto foi HEKAU, termo que significa, mais ou menos, "palavras de poder".
No Livro dos Mortos, inúmeros capítulos são dedicados ao modo de se fazer um amuleto para a múmia, e ainda, vários capítulos tratam da força de "HEKAU" e de como pronunciar as palavras mágicas para vencer este ou aquele espírito, e chegar salvo ao Tribunal de Osíris e nos campos de bem-aventurança. A seguir, apresentamos a relação dos amuletos mais importantes:



ANKH



O Ankh, também conhecido como "Chave da Vida" ou "Cruz Ansata" é o antigo emblema da vida. Conhecido também como símbolo da vida eterna.
Os egípcios a usavam para indicar a vida após a morte. A forma do ankh assemelha-se a uma cruz, com a haste superior vertical substituída por uma alça ovalada.
Representava a vida, a plenitude da existência e a ressurreição.
Símbolo de proteção usado indistintamente por vivos e mortos, sempre com o sentido de vida, do poder vivificante. Os próprios deuses possuem o seu “ankh” como seres capazes de dar a vida.



CORAÇÃO AB



O coração representava a sede da consciência, da força da vida e dos pensamentos, bons e maus. Feito de lápis-lázuli ou cornalina, este amuleto tinha por finalidade proteger o morto no momento da pesada da alma no Tribunal de Osíris, permitindo-lhe assim ser admitido nos Campos da Paz. Vários capítulos do Livro dos Mortos foram dedicados à proteção desse órgão contra os espíritos ladrões do coração.



DJED



O simbolismo deste emblema é controvertido. Para alguns egiptólogos, representa os quatro pilares do céu, para outros a coluna vertebral do deus Osíris. Parece que na realidade, o DJED representa o osso sacro do deus.
É um símbolo de Osíris, da sua ressurreição, pois uma cerimônia muito importante, em princípio realizada pelo faraó, tinha lugar em determinada época, e esta cerimônia consistia na elevação do pilar DJED.
Simbolicamente, elevar uma coluna DJED significava dar o poder da vida, ressuscitar o deus Osíris.
Interessante notar, que o amuleto se liga ou se relaciona com a coluna vertebral e as forças que por aí fluem.
Quando representado com braços e olhos, o símbolo DJED alude à árvore que, segundo o mito osiriano, abrigou e envolveu o corpo inerte do deus.
Deve-se relacionar a idéia da elevação do pilar DJED com uma das passagens do Ritual da Abertura da Boca, onde a múmia era colocada em posição vertical, pois a postura horizontal tinha para o egípcio, o significado de inércia, de morte. O uso de um amuleto DJED significava, pois, ressurreição, equilíbrio, estabilidade, resistência, força e vida eterna.



ESCARAVELHO



O escaravelho é o simbolo do deus KHEPER, o sol da manhã.
Regeneração, estado potencial de Transformação, o escaravelho simboliza a força criadora que tudo transforma num novo estado de existência, como o sol nascente dissipa as trevas e dá a vida com sua luz.
O poder invisível de Deus, sob a forma de KHEPER-RÁ, obrigou o sol a rolar nos céus.
O sol contém o germe da vida e o escaravelho foi identificado ao sol, como criatura que produz vida de um modo especial.
O amuleto do escaravelho simboliza vida, ressurreição em um novo estado de consciência, boa sorte, felicidade.



NÓ DE ISIS



Este amuleto, ou fivela, para alguns egiptólogos, representa os órgãos genitais da deusa Ísis.
Segundo uma lenda, a deusa teria feito este nó e colocado em seu sexo, embebendo-o em sua menstruação.
Em seguida, Ísis teria enterrado o nó e em seu lugar, surgiu a mandrágora, ou romã, árvore considerada sagrada.
Os textos mágicos referem-se ao nó de Ísis, ou símbolo TET, como "o poder e a mágica do sangue de Ísis".
Era um amuleto muito usado tanto no pescoço quanto como fivela, e conferia fertilidade, potência, saúde, vigor.
Também era colocado na porta das casas, para trazer a proteção da deusa, conferindo ainda sorte e felicidade, e o poder de curar doenças.



NEFER



O símbolo NEFER era largamente utilizado em jóias de toda espécie. O hieróglifo NEFER representa um alaúde e o uso de uma jóia ou amuleto representando este símbolo, evoca felicidade, alegria e boa sorte.
O próprio hieróglifo exprime a qualidade de perfeição, do que é bom e belo, e era usado por homens e mulheres.



SHED-SHED



Desde os tempos mais antigos, os ribeirinhos do Delta utilizavam uma tira de pano amarrada na testa, para impedir que o vento lhes atirasse os cabelos sobre os olhos, durante a caça ou a pesca.
Essa tira, ou SHED-SHED, tornou-se um emblema iniciático e sofreu uma evolução natural, originando certos diademas reais. Interessante ressaltar que nas cerimônias fúnebres, o shed-shed costumava ser portado à cabeça pelos parentes do falecido, bem como largamente usado em festas profanas.
Seu significado é de proteção, pois o CHED evoca o círculo e o sinal SHEN, e tudo o que fosse circular para o egípcio, possuía a propriedade de defesa, de proteção contra qualquer forma de malefício.



WADJET



O WADJET simboliza, por um lado, o olho de Hórus, que o deus Seth ferira numa luta, e que o deus Toth havia curado; por outro, representa olho divino do deus Rá, que, metamorfoseado em serpente, o deus colocara em sua fronte, para consumir seus inimigos com a chama expelida por essa serpente (Uréus).
O amuleto representa a Trindade de Rá, Osíris e Hórus.
Este amuleto confere força, vigor e saúde. Protege contra doenças, em especial as dos olhos.
Era utilizado, ainda, para afugentar o mau-olhado e possuía a virtude de curar feridas, sendo um dos amuletos mais difundidos na crença popular.



WDJAT



Este amuleto representa uma haste de papiro que se destinava a dar ao morto vigor e renovar-lhe a juventude.
Geralmente feito de esmeralda ou porcelana verde claro, por vezes azul, sobre ele era recitado as palavras do capítulo CLIX do Livro dos Mortos, e em seguida colocado ao pescoço da múmia, no dia do sepultamento.
Seu uso entre os vivos, conferia juventude, força e vigor.




OLHO DE HÓRUS




Amuleto com o olho de Hórus,
no Museu do Louvre, França.


Olho de Hórus ou 'Udyat' é um símbolo, proveniente do Egito Antigo, que significa proteção e poder, relacionado à divindade Hórus. Era um dos mais poderosos e mais usados amuletos no Egito em todas as épocas. Segundo uma lenda, o olho esquerdo de Hórus simbolizava a Lua e o direito, o Sol.
Durante a luta, o deus Seth arrancou o olho esquerdo de Hórus, o qual foi substituído por este amuleto, que não lhe dava visão total, colocando então também uma serpente sobre sua cabeça.
Depois da sua recuperação, Horus pôde organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Seth. Era a união do olho humano com a vista do falcão, animal associado ao deus Hórus.
Era usado, em vida, para afugentar o mau-olhado e, após a morte, contra o infortúnio do Além.
O Olho de Hórus e a grande serpente Anaconda que foi encontrada no rio Nilo proveniente da Amazonia na grande divisão da pangea, cuja serpente simbolizava o poder real tanto que os faraós passaram a maquiar seus olhos como o Olho de Hórus e a usarem serpentes esculpidas na coroa.
Os antigos acreditavam que este símbolo de indestrutibilidade poderia auxiliar no renascimento, em virtude de suas crenças sobre a alma. Este símbolo aparece no reverso do Grande selo dos Estados Unidos da América,sendo também um símbolo frequentemente usado e relacionado à Maçonaria.
O Olho Direito de Hórus representa a informação concreta, factual, controlada pelo hemisfério cerebral esquerdo. Ele lida com as palavras, letras, e os números, e com coisas que são descritíveis em termos de frases ou pensamentos completos. Ele aborda o universo de um modo masculino.
O Olho Esquerdo de Hórus representa a informação estética abstrata, controlada pelo hemisfério direito do cérebro. Lida com pensamentos e sentimentos e é responsável pela intuição. Ele aborda o universo de um modo feminino.
Nós usamos o Olho Esquerdo, de orientação feminina, o lado direto do cérebro, para os sentimentos e a intuição. Hoje em dia, o Olho de Horus adquiriu também outro significado e é usado para evitar o mal e espantar inveja (mau-olhado), mas continua com a idéia de trazer proteção, vigor e saúde.



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O OLHO DE HORUS - UDJAT



Dr Geraldo Rosa Lopes





O Olho de Hórus, também conhecido como “Olho de Rá”, constitui um dos mais famosos amuletos usados no Antigo Egito. Além de um poderoso talismã, representava um conceito mágico-religioso, um símbolo da criação e a proteção contra as forças do mal e contra o “mau olhado”.
Muito representado no repertório artístico e na iconografia, era ainda o “olho que tudo vê”! Identificado ao “olho esquerdo de Hórus”, com simbolismo lunar e que havia sido arrancado na luta contra o deus Seth, o qual, posteriormente, foi substituído pelo amuleto UDJAT. Adotado, séculos mais tarde, pelos gregos e romanos teve uma divulgação universal, aparecendo na mitologia de diversos povos da Antigüidade.
Galeno aconselhava os médicos a caracterizarem suas receitas com o símbolo UDJAT e, em certas representações, era indicado por duas letras “R”, uma em oposição à outra, o “RECIPE”, garantia de pureza e de confiabilidade.
Esses elementos iconográficos do UDJAT podem ser decodificados, começando-se pelo seu significado que enuncia o “olho de Deus”, “ver”, “realizar” e “criar”.
Duas lágrimas descem do olho, simbolizando uma o Deus Osíris e a outra o Deus Hórus. O primeiro é um conceito de “estaca” - civilização; e o segundo signo é a espiral de energias cósmicas, quando se busca a ascensão espiritual.
Chegou a ser representado em igrejas cristãs ortodoxas, definindo as qualidades do Criador. Essa luz que ilumina a essência humana e que nos fala como um Verbo Divino, porque o Olho de Hórus igualmente alude às imanências de uma voz que anuncia o surgimento do Sol no horizonte, aparição esplendorosa do Deus no seu horizonte. Beleza, religiosidade, símbolos de vida que transmitem ao homem terreno as alegrias espirituais que emanam dos deuses.
Esse “Olho de Horus” é uma das imagens mais respeitadas e admiradas ao longo dos tempos. Possui uma conotação de profundo misticismo e de proteção contra as forças do mal.
No antigo Egito era o emblema da Luz Divina, a luz que indica o caminho para os Campos Afortunados, a Luz de Hórus que orientava e protegia, pois criava e iluminava a alma BA na sua viagem para as estrelas imperecíveis no corpo da deusa NUT.



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PIRÂMIDES E ESFINGE

 


A SALA DOS REGISTROS



Paulo Iannuzzi

Pirâmides



O Complexo de Gizeh, desde os antigos egípcios, é motivo de perplexidade! A humanidade, que agora emerge de um hiato que durou pouco mais de dois mil anos em relação às estruturas de Gizeh, redescobre particularidades no mínimo interessantes a respeito das pirâmides, especialmente a de Khufu (Quéops) e a Esfinge.
Detalhes que podem reescrever, pelo menos em parte, a história do Egito e da própria humanidade. O sensitivo americano Edgar Cayce, em sessões psico-mediúnicas, revelou detalhes sobre a origem atlante dos antigos egípcios, devida não somente à colonização das terras do Nilo, como em virtude dos cataclismas que culminaram na submersão da Atlântida (mais especificamente da última grande ilha, Poseidônis). Alguns remanescentes atlantes instalaram-se definitivamente em alguns lugares do planeta, principalmente no Egito. Foi também mencionada a existência de um recinto em algum lugar sob o Complexo de Gizeh, entre a Esfinge e a Grande Pirâmide de Khufu ou no interior da mesma: a "Sala dos Registros" (The Hall of Records).
Segundo Cayce, quando sua descoberta e divulgação forem efetivadas, uma reavaliação (talvez até uma revolução) de valores, em quase todas as áreas, principalmente na ciência, acontecerá. Tal sala conteria papiros, ali deixados pelos atlantes e tão bem salvaguardados pelos egípcios.
Dogmas, conceitos e preconceitos que perduram por séculos, cairiam por terra. Isto devido ao conteúdo dos supostos papiros que documentariam esse conhecimento, registrando feitos científicos atlantes; seu intercâmbio com civilizações extraterrestres; como dominavam a terra, o mar e o ar; como se deu sua ascensão e queda e sua retirada para muitas partes do globo; além da razão, função e tecnologia de construção das pirâmides, não só egípcias como também as do México; além de outros conhecimentos que a humanidade ainda não estaria preparada para readquirir como, por exemplo, muitos dos processo tidos como paranormais, parapsicológicos e até mesmo religiosos que são, na verdade, científicos.
Onde ciência, arte, filosofia e "religião" se fundem. Esta descoberta seria contemporânea ao período de transição do planeta e de toda a humanidade, cujo processo já teve início. O cientista Robert Bauval eletrizou o meio científico com seu estudo sobre a associação das pirâmides e as estrelas que formam o chamado "Cinturão de Órion" (as Três Marias).
Sua "descoberta" (redescoberta?) alerta para o fato que, de acordo com a precessão dos equinócios, movimento astronômico já conhecido pelos egípcios, todo o Complexo de Gizeh se relaciona com o posicionamento dessas estrelas em... 10.500 a.C.!
Ora, de acordo com os historiadores, arqueólogos e egiptólogos mais tradicionais, a civilização egípcia data de aprox. 5.500 a.C.
As Pirâmides e a Esfinge, de 2500 a.C.; sendo que ainda prevalece o arcaico e cômodo conceito de que as Pirâmides são apenas túmulos! Como entretanto, pode haver uma evidência astronômica clara de que em 10.500 a.C. uma civilização já florescia no vale do Nilo?
No pior das hipóteses, como as pirâmides estariam de pé em 10.500 a.C. ou, pelo menos, seus posicionamentos já estariam, nesta data, de acordo com a posição das estrelas nesta época, demarcados?
Sendo assim, por qual razão o planalto de Gizeh estaria perfeitamente nivelado e demarcado em 10.500 a.C. para uma construção que se daria, segundo os egiptólogos tradicionais, em 2.500 a.C., durante o reinado do Faraó Khufu (Quéops), resultando num hiato temporal de, nada menos, 8.000 anos?!
Esta data - 10.500 a.C. - coincide com registros das antigas escolas de mistério egípcias e escolas ocultistas atuais sobre a data do afundamento de Poseidônis (última parte do continente atlante) e o êxodo de alguns de seus sacerdotes e líderes e de parte de sua cultura. Isso sem mencionar com profundidade a já comprovada erosão pluvial na Esfinge, cuja resultante nos remete à mesma data, pois somente chuvas torrenciais poderiam provocar a erosão existente.
Chuvas torrenciais no deserto? Isto sugere o fato de que tais construções foram erguidas em meio a campos verdes e vegetação tropical.
Ambiente que, segundo análises científicas já comprovadas, predominou ao final da última era glacial, no Egito, antes de 10.500 a.C. até, mais ou menos, 7.000 a.C.! O mais eminente egiptólogo egípcio, Zahi Hawass, refuta a possibilidade de a civilização egípcia ter uma história muito mais antiga que a atualmente aceita e, muito menos que esta tivesse origem a partir de outra civilização.

pirâmides

pirâmides


Isto se deve à sua postura científica ortodoxa e talvez à sua religião: os seguidores do Islã não aceitam contradições no Alcorão, seu Livro Sagrado, que data a criação do mundo num período muito mais próximo de nós do que 10.500 a.C.
Infelizmente, estes e outros livros sagrados ainda são interpretados ao pé da letra. Em, porque não dizer, irônica contrapartida, o mesmo Hawass descobriu um sistema de seis salas, cerca de doze metros abaixo das areias do deserto, exatamente no ponto médio entre a Esfinge e a Pirâmide de Kheph-Rá (Quéfren)!
Algumas destas salas levam à antecâmara ligada à câmara principal, batizada de "A Tumba de Osíris".
Tal lugar contém informações hieroglíficas magníficas e inéditas. Esta recente descoberta, não permitiu ainda que os pesquisadores chegassem a uma conclusão sobre a finalidade de tal local. Aludem à possibilidade de sua construção datar do período ptolomaico, mas sem dados conclusivos. Pode ser (e realmente tudo indica) muito mais antiga.
Ocultistas especulam pela observação lógica do processo iniciático e ritualístico egípcio, que tal recinto tenha sido uma das "Estações" que o Iniciando a sumo-sacerdote e/ou faraó estagiaria, vindo do templo abaixo da Esfinge, em direção ao conhecimento contido nos papiros da "Sala dos Registros", a qual estaria misteriosamente interligada, e à suprema e final Iniciação, após longa e lenta ascensão, na Câmara do Rei da Grande Pirâmide de Quéops. Bauval acredita ter localizado (ou pelo menos tem fortes indícios) a "Sala dos Registros".
Quando tal fato aconteceu, em 1993, o governo egípcio proibiu pesquisas no local. Estas foram reconduzidas ao final de 1999. Somente o fato de tais registros existirem, sem precisar mencionar seu conteúdo, comprovando a existência da Atlântida, terá efeito bombástico no meio científico e no público em geral. Teremos a História reescrita? Provavelmente.
Assim como muitos conceitos científicos estão fazendo hoje como a relatividade e a mecânica quântica na física, por exemplo. Veremos em sua pura origem metafísica, desmistificados, conceitos entendidos atualmente como parapsicológicos, magistas, ocultistas e, por isso, herméticos, tidos por muitos como visionários e fantasiosos e utilizados de forma ignorante, vaidosa, irresponsável e mistificadora por outros tantos. Quem sabe será também uma chave para entendermos o fenômeno ufológico no planeta desde tempos remotos, a colonização da Terra, a atuação em civilizações antigas (ufoarqueologia) e seu retorno definitivo onde se dá a volta do planeta à Grande Ordem Galáctica?... Especulação? Ficção? Foram exatamente estes os termos atribuídos às obras de Júlio Verne e às "loucuras" renascentistas de Leonardo da Vinci.

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PIRÂMIDES DE GIZÉ



AS PIRÂMIDES E O MISTÉRIO DE ÓRION



Lu Gomes






As pirâmides de Gizé têm estimulado a imaginação humana. Quando foi erguida, a Grande Pirâmide tinha 145,75 m de altura (com o passar do tempo, perdeu 10 metros do seu cume). O ângulo de inclinação dos seus lados é de 54º54'. Sua base é um quadrado com 229 m de lado. Mas, apesar desse tamanho todo, é um quadrado quase perfeito - o maior erro entre o comprimento de cada lado não passa de 0,1%, algo em torno de 2 cm, o que é incrivelmente pequeno. A estrutura consiste em mais de 2 milhões de blocos de pedra, cada um pesando de duas a 20 toneladas.
Na face norte fica a entrada da pirâmide. Um número de corredores e galerias leva ao que seria a câmara mortuária do rei, localizada no "coração" da estrutura. O sarcófago é de granito preto e também está orientado com as direções da bússola. Surpreendentemente, o sarcófago é maior do que a entrada da câmara. Só pode ter sido colocado lá enquanto a construção progredia, um fato que evidencia a complexidade do projeto e como tudo foi cuidadosamente calculado.
São cálculos assombrosos. Por exemplo, se você tomar o perímetro da pirâmide e dividi-lo por duas vezes a sua altura, chegará ao número pi (3,14159...) até o décimo quinto dígito. As chances de esse fenômeno ocorrer por acaso são quase nulas. Até o século 6 d.C., o pi havia sido calculado só até o quarto dígito.
E isso é só o começo. A Grande Pirâmide pode ser a mais velha estrutura na face do planeta, é a mais corretamente orientada, com seus lados alinhados quase exatamente para o norte, sul, leste e oeste. É um mistério como os antigos egípcios conseguiram tamanha precisão sem utilizar uma bússola - assim com é incrível que até agora ninguém tenha aparecido com uma explicação para o enigma.
Ao que parece, todas as construções na planície de Gizé estão espetacularmente alinhadas. No solstício de verão, quando visto da Esfinge, o Sol se põe exatamente no centro da Grande Pirâmide e de sua vizinha, a pirâmide de Quéfren. No dia do solstício de inverno, visto da entrada da Grande Pirâmide, o Sol nasce exatamente do lado esquerdo da base da cabeça da Esfinge e passa toda a cabeça até se pôr ao lado direito de sua base. A geometria das três pirâmides tem sido uma fonte de confusão por muitos anos, por causa da maneira aparentemente imperfeita com que foram alinhadas. É curioso, porque foram os egípcios os inventores da geometria.
Por outro lado, a pirâmide está colocada num lugar muito especial na face da Terra - ela está no centro exato da superfície terrestre do planeta, dividindo a massa de terra em quadrantes aproximadamente iguais. O meridiano terrestre a 31º a leste de Greenwich e o paralelo a 30º ao norte do equador são as linhas que passam pela maior parte da superfície terrestre do globo. No lugar onde essas linhas se cruzam está a Grande Pirâmide, seus eixos norte-sul e leste-oeste alinhados com essas coordenadas. Em outras palavras, a Grande Pirâmide está no centro da superfície terrestre. Ela é, por assim dizer, o umbigo do mundo. Muitos arquitetos e engenheiros que estudaram a pirâmide concordam que, com toda a tecnologia de hoje, não conseguiríamos construir uma igual. Será ? Às vezes as pessoas preferem acreditar em qualquer coisa menos na capacidade do gênio humano. Foi com essa intenção que, em 1944, um grupo de arqueólogos tentou construir uma réplica da pirâmide, sem usar a tecnologia moderna, nem mesmo a roda, mas seguindo uma escada proporcional de tamanho, tempo e número de operários 40 vezes menor. Isso resultaria justamente nos 10 m que faltam ao cume da Grande Pirâmide. Cordas e varetas serviam como instrumentos para medição e demarcação do terreno, as pedras foram cortadas a cinzel nas pedreiras distantes, transportadas de barco e empurradas até o local da empreitada, ao lado de Quéops. O sistema utilizado para erguer as pedras foi uma combinação da rampa com as alavancas. Tudo como nos velhos tempos. Para surpresa geral, as pedras foram se encaixando com precisão milimétrica e a construção progrediu, apesar dos atrasos provocados pelo desconhecimento do know-how da época, que teve de ir sendo desvendado na base da tentativa e erro. O que frustrou o sucesso da empreitada foi o tempo. Não deu. Se a equipe dispusesse de alguns dias a mais, além dos 45 dias determinados, teria construído uma Grande Pirâmide em escala. Robert Bauval e Adrian Gilbert tem um estudo astronômico sobre as pirâmides. Os dois publicaram suas descobertas preliminares no livro THE ORION MYSTERY, editado pela Heinemann. Eles também fizeram um documentário para a TV em 1995, lançando uma nova e intrigante luz sobre o assunto. Os pontos de vista expressados no livro e no documentário foram inicialmente desprezados pelos egiptólogos acadêmicos, mas, conforme as evidências foram reforçando sua teoria, mais e mais gente a foi aceitando. Embora Virgina Trimble e Alexander Badawy tenham sido os primeiros a notar que os "respiradouros" da pirâmide de Quéops apontavam para a Constelação de Órion, aparentemente com o objetivo de mirar a alma do rei morto em direção àquela constelação, Bauval foi o primeiro a notar que o alinhamento das três pirâmides era uma acurada imagem espelhada das Três Marias, como são chamadas no Brasil as estrelas Alnitak, Alnilam e Mintaka, que formam o "cinturão" de Órion. A isso ele deu o nome de Teoria da Correlação, que forma a espinha dorsal de sua pesquisa.




Gizé - Egito



As pirâmides há muito vêm fascinando Robert Bauval. Ele é um engenheiro egípcio, filho de pais belgas, nascido em Al-Iskandariyaa (Alexandria), e passou a maior parte da sua vida trabalhando no Oriente Médio. Por muitos anos ponderou sobre o significado de Sah, a constelação de Órion e sua ligação com as pirâmides.
Bauval sabia que a aparentemente inconsistente disposição das três pirâmides em Gizé não era acidental. O problema há muito ocupava sua cabeça e a de seus amigos engenheiros. Muitos concordavam que o alinhamento, embora incomum não era um erro, dado o conhecimento matemático que os egípcios tinham.
Enquanto trabalhava numa obra da Arábia Saudita, Bauval costumava passar as noites com a família e os amigos num churrasco no deserto. Num desses finais de noite ao redor da fogueira, um amigo engenheiro, que também era astrônomo amador, apontou para a constelação de Órion, que se levantava atrás das dunas. Ele mencionou de passagem que as estrelas que formam o cinturão do caçador pareciam imperfeitamente alinhadas, e não formavam uma diagonal reta. Mintaka, a estrela mais à direita, está ligeiramente fora do prumo. Enquanto o amigo explicava, Bauval ia vendo a luz - o alinhamento das três estrelas correspondia perfeitamente ao das pirâmides de Gizé ! Inicialmente Bauval usou o programa de astonomia Skyglobe para checar o alinhamento das estrelas em 2450 A.C. O software foi suficiente para clarear a mente de Bauval quanto ao valor da sua descoberta. O programa Skyglobe também pode colocar a Via-Láctea nos mapas celestes que produz, e ao fazer isso Bauval encontrou as evidências para a sua teoria. Gizé está a oeste do Nilo, da mesma forma que Órion está a "oeste" da Via-láctea, e na mesma proporção em que Gizé está para o Nilo. Bauval colocou a precessão das Três Marias e descobriu que, devido à sua proximidade no espaço e à sua grande distância da Terra, há 5 mil anos as estrelas apareciam exatamente do mesmo modo como são vistas hoje. Claro, elas mudaram em declinação - antes estavam abaixo do equador celeste, a cerca de 10 graus de declinação.
A astronomia é fundamental na Teoria da Correlação de Bauval. Em um ciclo de 26 mil anos, o eixo do nosso planeta oscila levemente e isso leva a uma mudança aparente na posição das estrelas. Esse fenômeno é conhecido pleno nome de precessão. Enquanto a Terra oscila, a Estrela Polar que marca o Pólo norte celeste vai mudando. Atualmente, a estrela Polaris marca esse ponto, mas, na época das pirâmides, no lugar dela estava Thuban, da constelação Draconis. Dentro de dez anos, a estrela Vega, da constelação de Lira, irá ser o pólo norte celeste.
Outra mudança na posição das estrelas é provocada pela expansão do universo. As estrelas não estão paradas no espaço - elas têm o que se chama de movimento próprio. Algumas estão se movendo em direção à Terra, enquanto outras estão se afastando. Grupos de estrelas relacionadas, como as Três Marias, em Órion, tendem a se mover juntas pelo espaço.
A mudança da posição de uma estrela está em função, entre outras coisas, de sua distância do local de observação. Estrelas que estão muito longe parecem se mover bem devagar. Este é o caso das Três Marias, distantes aproximadamente 1,4 mil anos-luz Terra. Assim, através dos séculos, elas mudaram sua declinação, e hoje nascem e se põem em tempos diferentes. Mas elas retêm sua forma característica por causa da distância.
É muito importante entender que o céu era diferente no tempo das pirâmides. A forma geral das Três Marias tem permanecido igual, embora muitas outras partes do céu tenham mudado drasticamente. Graças aos sofisticados programas de computador, é possível projetar o céu de volta no tempo, o que permitiu a Bauval verificar e construiu sua teoria.
As relações que tal descoberta implica são fascinantes. Os egípcios eram dualistas, tudo em que pensavam e em que acreditavam tinha sua contraparte - causa e efeito, direita e esquerda, leste e oeste, morte e renascimento - e nada era visto isoladamente. Eles construíram em Gizé uma réplica exata do cinturão de Órion, o destino do Faraó, o Duat. Longe de ser uma tumba, a pirâmide seria o ponto de partida da jornada do rei morto de volta às estrelas de onde veio.
A egiptologia tradicional acredita que os egípcios praticavam a religião solar, centrada na adoração de Ra. O culto a Ra, cujo centro era Heliópolis, a Cidade do Sol, era sem dúvida importante, mas parece que era um apêndice de uma religião estelar ainda mais antiga. Toda a evidência que tem surgido sugere que Ra era meramente um dos instrumentos pelos quais o rei retornava ao tempo primordial, e não ao seu objetivo final. A aplicação da Astronomia ao estudo do Antigo Egito mostra que as estrelas tinham importância definitiva no destino final do rei, como se pode notar pelo texto 466 recolhido na pirâmide : "Ó Rei, és esta grande estrela, a companheira de Órion, que gira pelo céu com Órion, que navega o Duat com Osíris..."
O rei era muito importante por ser o elo entre os deuses e os homens, e era tratado com enorme respeito na vida e na morte. Desde o momento de seu nascimento era educado e treinado para seu retorno às estrelas. Cada aspecto da sua vida estava associado com sua jornada. Ele aprendia as rezas e encantamentos (muitos foram colocados nos Livro dos Mortos), que lhe garantiria uma jornada segura. Seu objetivo na vida era um retorno bem-sucedido, e a pirâmide, longe de ser uma tumba ou um memorial, era um ponto de partida dessa grande jornada.




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AS PIRÂMIDES - CONEXÃO ESPACIAL?



Paulo Iannuzzi





Pensamos que, por já ter se estudado exaustivamente as pirâmides, principalmente as do Planalto de Gizeh, próximo ao Cairo, Egito, conhecemos a maioria dos segredos que encerram. Estamos longe disso! Vez por outra nos deparamos com características surpreendentes que desafiam a mente dos estudiosos, pesquisadores, curiosos e demais interessados. Atualmente verificamos estudos e interesse por parte de alguns pesquisadores de temas que a comunidade científica em geral refuta, mas que são de conhecimento dos ocultistas e de Escolas de Mistério (principalmente as de origem egípcia).
Na obra intitulada "The Orion Mistery" (Robert Bauval e Adrian Gilbert),vemos um exemplo disso. As três Grandes Pirâmides do Complexo de Gizeh não obedecem a um alinhamento prefeito entre si. Vistas de cima, observa-se facilmente que Kheph-Rá (Quéfren) e a Grande Pirâmide de Khufu (Quéops) tem as suas diagonais alinhadas. O mesmo não acontece com Men-Kau-Rá (Miquerinos). Ela "foge" visivelmente de tal alinhamento.
Ora, uma vez que os construtores de tais monumentos tinham perfeito conhecimento de geometria, matemática, engenharia e arquitetura, conclui-se que tal "defasagem" não foi, em hipótese alguma, acidental! Uma observação mais atenta porém, nos confirma o especial talento dos construtores com relação à astronomia… A distância entre as três Pirâmides e o seu posicionamento entre si, é "coincidentemente" proporcional às estrelas da constelação de Órion (O Caçador Celeste), mais especificamente as do "Cinturão de Órion" (Alnitak - z (Zeta) Orionis, Alnilam - e (Epsilon) Orionis e Mintaka - d (Delta) Orionis, conhecidas no Brasil como "As Três Marias"), obedecendo ao mesmo padrão.
"Cinturão de Órion" Ainda verificando "coincidências", observa-se uma grande possibilidade de que o alinhamento do ápice das três pirâmides estava perfeitamente sincrônico com as três estrelas do "Cinturão de Órion" quando estas atingiam o zênite (Interseção da vertical superior de um lugar específico com a esfera celeste. Mais popularmente, ponto mais alto do céu.
Posição do Sol ao meio-dia) em aprox. 10.500 a.C.! Como?! A História oficial afirma que as pirâmides foram construídas durante a IV Dinastia (por volta de 4.000 a.C.). Devemos lembrar que muitos cientistas admitem uma idade muito mais antiga para Harmarkis (a Esfinge).
O fato de as Pirâmides serem bem mais antigas do que se supunha, não é uma hipótese nada absurda. Ao contrário parece mais lógica, racional e verdadeira. Talvez mais antigas que 10.500 a.C.!
Na Pirâmide de Quéops, em particular, nota-se um detalhe no mínimo interessante… Os dutos de ventilação que desembocam na Câmara do Rei permitem que, a partir do sarcófago de granito vazio existente no interior da Câmara, se visualize numa determinada época do ano o "Cinturão de Órion" por um duto, e a estrela Sírius (a (Alpha) Canis Majoris), pelo outro.
Não seria surpresa, portanto que, se fosse dado prosseguimento a esta pesquisa, pudéssemos verificar monumentos e/ou localidades correspondentes a outras estrelas de Órion, como as principais Betelgeuse - a (Alpha) Orionis, Rigel - b (Beta) Orionis, Bellatrix - g (Gamma) Orionis e Saiph - ƒ (Kappa) Orionis, além de outras estrelas importantes para os antigos egípcios como Aldebaran (a (Alpha) Taurii), as Plêiades (Enxame de abelhas como chamam nossos índios - também em Taurus - constelação aliás que marcava o início do zodíaco egípcio, na mesma época do ano que corresponde ao que conhecemos hoje como VESAK. Coincidência?) e Sírius, a "Estrela Sagrada" dos antigos egípcios, a mais brilhante de todo o firmamento.
Também chamada de "A Estrela da Canícula" (termo que significa quente, calor), Sírius "anunciava" a cheia do rio Nilo pressagiando mais um período de abundância, fartura e fertilidade . Somando-se a isso, conforme particularmente constatei, as três Pirâmides estão proporcionalmente dispostas em relação ao Nilo, da mesma forma que (observando numa carta celeste) as "Três Marias" estão em relação à Via-Láctea, vistas da Terra! Levando-se em conta que as Pirâmides da esplanada de Gizeh, especialmente a de Quéops, apresentam características como informações sobre, por exemplo:
A massa da Terra; a distância média de nosso planeta em relação ao Sol; medidas cujas relações entre si encontra-se o número p (Pi Þ 3,14159261…) , tanto para a Grande Pirâmide, como para a Câmara do Rei e o sarcófago de granito; datas proféticas relativas a acontecimentos marcantes para a humanidade durante milênios nos hieróglifos ao longo da Grande Galeria; relações astronômicas com a Estrela Polar tais como a orientação do corredor ascendente; etc. e etc.; conclui-se que as Pirâmides do Egito estão cada vez mais longe de serem meros túmulos e que o fato deste posicionamento em relação a Órion mergulha o Complexo Piramidal de Gizeh em mais um enigma a decifrar nos campos objetivos da ciência e subjetivos do ser humano… Existiu alguma relação com Atlantes e/ou Extraterrestres?
É bem provável (Vide as estruturas de forma piramidal registradas em várias fotos da NASA, na região denominada Cydonia, em Marte, que nos exortam a pensar na possibilidade da existência de um sem-número de estruturas similares espalhadas pela Galáxia!). Será que a importância dada à constelação de Taurus - o Touro limita-se apenas ao início do zodíaco egípcio e às comemorações do boi Ápis?
Devo lembrar-lhes que algumas estrelas de Touro, em particular Aldebaran, o aglomerado estelar das Hyades e o aglomerado das Plêiades, sempre despertaram um "interesse especial" em outras culturas antigas (Vedas, Hindus, Chineses, Persas, Sumérios, Babilônicos, Gregos, Celtas, Aztecas, Incas, Maias) incluindo Tribos norte-americanas (Navajo, Anasazi, Sioux, etc.) e brasileiras (Tupi-Guarani, Jê, Aruaque, Bororo, Carajás, Txucarramãe, etc.).
Além disso, verifica-se a presença de Alcyone (h (Eta) Taurii) como uma das Plêiades. Alcyone tem uma importância fundamental, pois é uma espécie de "Estrela Central" de esquemas evolutivos estelares interdimensionais, do qual o Sol faz parte, dimensionando energias ("adaptando" e purificando frequências vibracionais) para este setor Galáctico, onde o chamado "Photon Belt" (Cinturão de Fótons) tem uma ação determinante no aumento do fluxo energético, principalmente no que tange ao nosso Sistema Solar pois este adentrará uma região do espaço sideral onde as frequências são muito mais aceleradas.
Para os estudiosos da Ufologia dita Esotérica (infelizmente ainda esotérica, vimanosófica, avançada, espiritualista - são tantos nomes… - A Ufologia é uma só!), a conexão de civilizações extraterrestres atuantes em Aldebaran, Plêiades (Alcyone), Órion e Sírius é clara e importantíssima neste processo de "Salto Qualitativo" energético da Terra.
Os antigos egípcios já conheciam tais pormenores Cósmicos e Cosmogônicos? Talvez. De qualquer forma, era um povo assaz avançado para sua época. Uma máxima diz que: "Num impasse inconclusivo na busca da Verdade, quando eliminamos tudo o que é lógico e possível, a solução está no que é aparentemente improvável.
O improvável passa a ser verdadeiro." A Esfinge continua em Silêncio para aqueles que não sabem (ou não querem) ouvir a voz interior… Ela fala por si mesma… Cabe a cada um preparar-se para ouvi-la…

 

A GRANDE PIRÂMIDE


Robert Bauval



egito



 

O desenho do interior da Grande Pirâmide tem sido fonte de numerosas teorias, nenhuma das quais apresentaram uma solução satisfatória para as muitas questões que se coloca ou mesmo para conseguir resolver o grande mistério que tem intrigado gerações de pesquisadores. Apesar disto, os egiptólogos estão, no entanto, insistindo... que teria uma finalidade funerária e, muitas vezes, usam a evidência da chamada Câmara do Rei e o sarcófago vazio e sem decoração, na câmara que está totalmente vazia e sem nenuma outra inscricão.
No início, este consenso pareceria convincente, se não fosse o fato incômodo de que existem duas outras câmaras na pirâmide: a chamada Câmara da Rainha, que fica a cerca de 21 metros abaixo da Câmara do Rei, e também a chamada Câmara Subterrânea, situada 20 metros abaixo da base da pirâmide e que foi escavada na rocha viva. Os egiptólogos não têm nenhuma explicacão do porquê as três câmaras de sepulcro seriam necessárias apenas para um rei morto e, por um longo tempo, tinham alegremente suposto que a câmara subterrânea e a Câmara da Rainha foram "abandonadas" e que os antigos arquitetos tinham por algum motivo, mudado o lugar onde a câmara funerária deveria ser três vezes maior. Hoje, essa "teoria do abandono" também foi abandonada.
A maioria dos arquitetos modernos e engenheiros de construção têm demonstrado de forma inequívoca que não houve mudança na concepção do interior da Grande Pirâmide, mas sim que todo o monumento foi construído de acordo com um plano bem estabelecido desde o início e que foi executado sem grandes alterações.
Há, também, o fato de que nenhuma múmia ou cadáver nunca foi encontrado na Grande Pirâmide, ou, aliás, em qualquer outra pirâmide real no Egito. É verdade, que algumas pirâmides continham um sarcófago vazio, mas isso não significa necessariamente que esses sarcófagos foram feitos para cadáveres.
Eles poderiam facilmente ter sido construídos para um ritual em vez de funcionar como caixões. Mas, para nós, o fato mais convincente é que a Grande Pirâmide não era um túmulo ou, pelo menos, não apenas um túmulo.
A verdade indiscutível é que seu projeto contém dados detalhados e precisos de astronomia e matemática que, se adequadamente compreendidos e decodificados, parecem trazer uma mensagem completamente diferente do que o reivindicado pelos egiptólogos. (Extraído do novo livro de Robert Bauval: BLACK GENESIS (Gênesis Negra), capítulo 6.
Robert Bauval é Egiptólogo e autor de The Egypt Code (O Código do Egito), The Orion Mystery (o Mistério de Orion), The Message of the Sphinx (A Mensagem da Esfinge), Secret Chamber: The Quest for the Hall of Records (Câmara secreta).
Existem outros livros inovadores e revolucionários sobre o antigo Egito.
Palestra de Bauval, no Egito:
"A Cosmologia e Religião ‘estrelar’ dos construtores da pirâmide" (Tradução da Dra. Vivian Hauck – Dinamarca)



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DEUSES E TEMPLOS



 

 




DIVINDADES DO PANTEÃO DO ANTIGO EGITO


(DEUSES E DEUSAS)



Dr Geraldo Rosa Lopes


 



egito

 



AMON – Deus celestial e solar primordial, criador e mantenedor do Universo. Era o “Oculto” ou “Aquele que habita em todas as coisas”. Fazia parte da teogonia de Hermópolis como um dos quatro pares divinos. Durante a XII Dinastia, ganhou prestígio em Tebas e tornou-se divindade nacional. Unido ao deus Min e a Rá, formou o sincretismo de deuses fálicos e solares, da criação. Podia ser representado como um homem jovem, portando duas grandes plumas sobre a cabeça e, nos templos de Luxor e Karnak, era a divindade por excelência, e seu animal sagrado – seu BA – era o carneiro.

AMON-RÁ – Forma combinada dos deuses Amon, de Tebas, e Rá, de Heliópolis. Representava o grande poder criador que se manifestava como a Luz Divina.

ANÚBIS ou ANPU – Filho de Osíris e de Néftis, mas criado por Isis. Corpo de homem e cabeça de cão. É leal e habilidoso na arte do embalsamamento. Ele guarda e protege o morto em sua tumba e realiza os complexos rituais de mumificação. É ele que conduz a alma do defunto à “Sala das Duas Verdades” – ao julgamento para a cerimônia da “Pesagem do Coração”. Possui um rico simbolismo e vários epítetos que o classificam como um dos mais importantes no panteão do Antigo Egito.

ATON – O GRANDE DEUS-ÚNICO do Faraó Akhenaton, em suas novas concepções monoteístas. Assumia a forma do Sol com braços e mãos, segurando a cruz Ankh, significando a doação da Vida, do Amor e da Verdade. Seu importante santuário ficava em Akhetaton, onde o faraó e sua esposa Nefertiti prestavam-lhe cultos profundamente tocantes, solenes e magníficos. Aton foi a primeira grande crença monoteísta na história da humanidade.

ATUM – (ou ATENU – Não confundir com ATON) O demiurgo criador primevo da criação, Deus de onde tudo se originou e ao qual tudo retornará. Princípio e Fim. Na teogonia de Heliópolis foi o criador “Enéade”, pai dos nove grandes deuses criadores do mundo. Era chamado o “Completo”, ou a “Colina Primordial” de onde surgiu o mundo, a ilha que se ergue n o meio do oceano arcaico.
ATUM também poderia ser identificado com a “Serpente orobórica”, aquela que morde a própria cauda, em um círculo de eternidade. Em certas representações era mostrado como um ancião apoiado em uma bengala, que se identificava com o sol poente, um dos aspectos do deus Ra. No Livro dos Mortos há referências a esse deus, em um contexto de Deus-Primordial, nascido das águas do NUN e, posteriormente, relacionado a Ra na Enéade de Heliópolis.

BASTET – A deusa-gata de Bubástis, seu santuário mais importante. Considerada como a forma amorosa, domesticada e sensual da leoa Sekhemet. Deusa bastante popular e cultuada, que era relacionada às festas, à alegria, ao prazer e às danças, atributos que a igualavam à deusa Hathor. A deusa-gata, ou “Senhora do Oriente”, era filha de Ra e sua natureza solar encarnava o sol benéfico, o sol saudável. Em alguns textos, mostram-na em um simbolismo lunar e, em outros, era reverenciada como a “alma de Isis”. Também era representada como uma mulher com cabeça de gata, cercada de gatinhos, sua natureza maternal.

BÉS – Deus anão barbudo, com aspecto grotesco e usando um cocar africano na cabeça. Ele era um deus benéfico, protetor da família e dos nascimentos, protegendo as mulheres no parto; trazia boa sorte e estrangulava os espíritos do mal. Costumava ser colocado em nichos nas paredes dos quartos e muito representado nos santuários ou “mamises” (capelas para os rituais do nascimento do filho divino). Foi um dos deuses favoritos do povo e, em Dendera, era o companheiro da deusa Hathor e da deusa Tueris, como os “portadores de felicidade”. Bés também simbolizava o aspecto festivo, a música e a dança. Em várias representações, surge tocando a lira, o pandeiro e o sistro, enquanto dançava para alegrar os deuses. Constituía um dos mais poderosos amuletos utilizados como proteção contra as forças do mal.

HATHOR – A mais antiga das deusas celestiais, sendo identificada com outras deusas, como Isis, Tefnut, Nut. Foi a grande divindade neolítica no Alto-Egito e o seu culto antecede quase todos os cultos de deusas no Egito, que tem sua origem nas culturas matriarcais dos períodos pré-dinásticos. Podia assumir várias formas e características. Seu nome significa “morada de Horus”, em alusão a seu filho, o falcão Horus. Mãe do Universo era ainda a amante, a mãe, a vingadora e consoladora dos mortos. Como deusa do céu – a vaca celestial – ela ostenta um disco solar, ladeado pelos dois chifres de vaca. Também poderia assumir a forma de leoa, com Sekhemet e filha de Rá. Simbolismo da deusa poderosa, destruidora e agressiva. Porém, identificando-se com a gata Bastet, era a deusa do amor, da beleza, da bondade, da alegria e das danças. Era também uma deusa dos nascimentos, ligada ao deus-carneiro Khnum, no Alto Egito e, em Dendera, seu principal lugar de culto, era como a mãe celestial e protetora da Astrologia.

HORUS – Filho de Osíris e de Isis pelo teogonia de Heliópolis, mas podia assumir várias formas e significados, dependendo do lugar ou santuário onde fosse cultuado. Representado com a forma de um falcão – deus solar – e a quem o faraó vivo era equiparado, porque o “nome de Horus” significava o nome sagrado de poder. Lutou contra Seth para vingar a morte de seu pai Osíris. O amuleto “Olho de Horus” tornou-se um dos mais poderosos talismãs de cura no Egito. Originalmente, era um deus do Sul, no Alto Egito; e seu templo principal ficava em Edfu. ISIS – A Magna-Mater – Rainha do Céu e da Terra, mãe de Horus, esposa de Osíris e filha de Nut. Seu culto já era muito importante entre as comunidades neolíticas no Vale do Nilo, identificando-se com as crenças no renascimento da alma, fertilidade do solo, rituais de nascimento e doutrinas da criação do mundo.

ISIS representa a expressão maior do princípio feminino, do matriarcado e assumia os atributos de várias outras deusas arcaicas, como Hathor, Nekhebet e Mut. Identificava-se com Hathor nos conceitos de mãe-celestial, a Vaca-Sagrada, deusa do Céu e da Via-Láctea. Neste aspecto, Isis usava a coroa de chifres, enquanto que as asas de abutre davam-lhe uma conotação de Mãe-Divina, as características maternais de Mut e Nekhebet. Na Teogonia de Heliópolis era a esposa de Osiris, mãe de Horus, irmã de Neftys e de Seth. Esposa fiel, carpideira extremosa e grande deusa da magia, das práticas curativas e das ervas medicinais. Foi uma deusa muito popular, querida e amada pelos seus adoradores, não só entre os antigos egípcios, mas em toda a região do Mediterrâneo, Ásia Menor, Grécia e Roma, onde lhe foram consagrados templos e santuários, rituais de iniciação e de Mistério. O grande escritor e filósofo, Lucio Apuleio, em uma descrição magnífica, alude, de firma magistral, aos atributos esotéricos de Isis. Sua obra “Metamorfoses” mostra, no capítulo 11, o tema do “Asno de Ouro”, no qual o autor descreve suas experiências místicas como iniciado e sacerdote da deusa. Isis foi sempre respeitada e cultuada como uma divina civilizadora, criadora de mundos e a divina imagem da Mãe-Rainha. Era a terra tornada fértil com as águas da inundação, as águas fecundantes de Osíris, as águas do renascimento, das colheitas e da abundância. Seu nome significa “trono”, e esse hieróglifo está representado sobre sua cabeça. Seu templo principal ficava na ilha de Philae (hoje, está localizado na ilha de Agilkia), na região de Assua. Entretanto, devido à sua importância e popularidade, possuía santuários espalhados por todo o Egito, na Núbia, na Palestina e na Roma Imperial, onde lhe foi dedicado um santuário no Campo de Marte. O escritor e historiador Plutarco nos revela que, no templo de Saís, dedicado à deusa, havia uma estátua de Isis, com os olhos vendados e um livreto em uma das mãos, no qual estava escrito: “EU SOU ISIS, A GRANDE. AQUELA QUE FOI, É E SERÁ ETERNAMENTE. JAMAIS MORTAL ALGUM RETIROU O MEU VÉU”. Ou seja, jamais alguém revelou os seus mistérios.

MAAT – A deusa da Justiça, da Verdade, da Harmonia Universal, da Moralidade e da Lei Cósmica. Geralmente era representada como uma mulher alada, portando na cabeça seu símbolo, a pena de avestruz. Filha de Ra, era também o coração e a língua de Ptah, significando que encarnava o Pensamento e o Verbo Divino, as boas ações derivadas dos bons pensamentos. Fazia parte do julgamento no Tribunal de Osiris. Sua pluma, colocada em um dos pratos da balança, era pesada contra o coração, medindo o peso ou a leveza da alma. Era uma deusa da criação do mundo, pois colocou ordem onde havia o caos. Na coroação, o faraó recebia uma estatueta de Maat, como o direito de governar e de preservar a ordem no país, na sociedade e na ordem cósmica. Sua presença era obrigatória em todos os rituais e cerimônias de jubileu e de consagração aos deuses.

MESKHENET – Igualmente, uma deusa relacionada com o parto, e que garantia o renascimento do morto no além, pois ela pedia o renascimento do morto no tribunal de julgamento da alma. A deusa era representada como “4 dançarinas” (as dançarinas do parto), e sempre estavam presentes no momento do nascimento. Deusa dos destinos, ela inscrevia o futuro do recém-nascido nas rachaduras dos tijolos de partos sobre os quais as mulheres se agachavam para dar à luz. Esta deusa fez o parto de Isis, quando do nascimento de Horus, nos pântanos de papiros. Meskhenet estava muito representada nas “mamises”, santuários de nascimentos, onde aparecia em cenas de partos, dispensando cuidados com a mãe e a criança. Esta deusa possuía afinidades com Hathor nos santuários de Dendera e de Edfu. Meskhenet era representada com um tijolo sobre a cabeça, símbolo dos tijolos de parto utilizados pelas grávidas.

MUT – Representada como uma deusa-abutre, cujo nome significa a “mãe”. Esposa de Amon e mãe de Khonsou. Encarnava a proteção maternal, o sacrifício, o zelo e a nutrição. As asas de abutre que aparecem nas coroas das grandes deusas e rainhas representam as qualidades maternas da deusa Mut. Era também uma deusa relacionada com os nascimentos, deusa do parto e das grávidas, quando se identificava com Tuéris e com Opet – deusas hipopótamos.

NEKHEBET – Grande deusa-abutre do Alto-Egito. Formava parte do protocolo real com Wadjet ou “As duas Senhoras”. Era “Aquela que veio de Nekheb” ou a “Coroa-branca” e estava identificada com a deusa Mut – a “mãe”, representando os poderes maternais de ambas. Também fazia parte do diadema do faraó, como o Uréus.

NEFTYS – Filha de Geb e Nut, irmã de Isis, carpideira e amante de Osíris. Ela foi a mãe de Anúbis. Era a “Senhora da Casa” e seu símbolo e uma casa com um cesto de vime. Ela era irmã de Isis e casada com o deus Seth.

OSIRIS – Soberano das almas e juiz dos mortos no mundo subterrâneo. Ao morrer, o faraó torna-se um Osíris. Marido de Isis, filho de Geb e de Nut, pai de Horus. Seu sinal hieroglífico era um “olho” encimando um “trono”. Seu símbolo era a “Coluna Djed”.

PTAH – Deus de Mênfis – teogonia Menfita – que criou o mundo pela palavra e pelo coração. Patrono dos artistas, dos artesãos. Ele fez o mundo com os poderes de Maat, que era seu coração e sua palavra. Pai dos pais, poder dos poderes, aparecia com a forma humana, mas inerte, mumificado, usando um barrete e segurando o cetro “was”. Marido de Sekhemet e pai do deus Nefertum.

RÁ – Também se escreve RÊ – o mais conhecido dos deuses solares. Ele era filho da deusa Nut, que o gera ao alvorecer e engole ao anoitecer. Seu culto surgiu em Heliópolis e assume os atributos de várias outras divindades solares. Rá era o Sol no zênite, ao meio-dia, e durante o dia navegava com sua barca pelo céu, acompanhado por um séqüito de fiéis servidores. À noite, viajava em sua barca noturna pelo mundo subterrâneo para renascer, ao alvorecer, sob a forma de Khépri, o escaravelho-sagrado. O pássaro – Fênix ou Bennu – representava a “Alma de Rá”, seu BA.

RENENUTET – A deusa-serpente relacionada com o parto e com o nascimento. Também representava a fertilidade, a fortuna e a abundância, garantindo colheitas fartas. De acordo com a mitologia, essa deusa foi a ama-de-leite do menino Horus, filho de Isis, amamentando-o e protegendo-o quando do seu nascimento nos pântanos de e papiros do Delta. Seu local de culto era a região do Fayum, onde estava associada ao deus-crocodilo Sebek. Ela era uma deusa benéfica, protetora, doméstica e maternal. Em todos os lugares onde havia alimentos (cozinhas e celeiros), sua imagem era colocada em nichos, nas paredes.

SEKHEMET – A “Poderosa”, esposa de Ptah e mãe de Nefertum. Filha do alvorecer e do deus Rá, deusa do Sol poente e “Senhora da Chama”. Fazia parte das teogonias de Mênfis e de Heliópolis, como deusa solar. Padroeira dos médicos e madrinha de Imhotep. Destacava-se por sua força e coragem. Defendia a ordem e o faraó. Representava o “Olho de Rá”, como guerreira e sanguinária em defesa de seu pai Rá. Quando apaziguada, tornava-se a gata Bastet, amorosa e alegre. Possui um simbolismo muito bonito e chegou a fazer parte das lendas da criação do mundo, como a da “deusa afastada” e a lenda da “Velhice de Rá”.

THOT – Também conhecido como Tehuti – deus da sabedoria, da intelectualidade, tendo participado da Criação do mundo na “ogdóade de Hermópolis”. Era considerado o senhor do tempo e dos calendários. Como Hermes, ele era o emissário dos deuses. Ele ensinou a Isis as “palavras de poder”, as quais davam à deusa seus poderes de magia. Thot inventou a escrita, os textos sagrados e os “42 Livros” que explicavam os mistérios do Universo. Patrono dos escribas, dos médicos e dos sacerdotes. Estava ligado às deusas Maat e Seshat.

TUERIS – Deusa hipopótamo fêmea, representada com as mamas pendentes, abdômen volumoso e portando na cabeça os chifres da vaca, uma vez que também poderia ser identificada com a deusa Hathor. Tueris foi uma divindade ancestral arcaica, já cultuada desde os tempos Neolíticos e pré-dinásticos. Deusa benevolente, protetora da família e da fertilidade, das mulheres grávidas, dos nascimentos e da amamentação. Sua imagem era colocada nos leitos, nas cabeceiras das camas e em nichos nas paredes, como proteção. Muito querida e amada pelo povo, podia identificar-se como deusa-mãe com Hathor ou Isis. Seu nome significava “A Grande” e seus símbolos eram a cruz “ANKH” e o nó de proteção “SA”. Trazia boa sorte, felicidade e ajudava a alma do morto em seu renascimento. Amuleto poderoso e, junto com o deus Bés, formava a dupla de “portadores de felicidade”.

WADJET – A serpente Naja era cultuada no Delta e em Buto. Foi considerada a “Grande Deusa Verde/” ou “Senhora do Papiro”. Protetora da monarquia, ela defendia o faraó e foi uma das guardiãs do pequeno Horus. Aparecia como o “uréus” na coroa do rei e dos deuses. Com Nekhebet, constituía uma das qualificações do protocolo real e faia parte das “Duas Senhoras”.




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DEUSES DO ANTIGO EGITO


Paulo Iannuzzi





As deidades do panteão egípcio são, em realidade, Arquétipos Universais, ou várias manifestações da Divindade Suprema. Assim como na Árvore Kabbbalística Sephirótica, onde cada Sephirah corresponde a um atributo divino, assim era com os “Deuses”, não somente egípcios, como também nos panteões de todas as civilizações antigas. Com uma análise e estudo mais apurado, vamos encontrar correspondências quase que perfeitas entre as diversas divindades, sejam elas de origem egípcia, hindu, celta, nórdica, grega, romana, etc. Vemos um exemplo claro disso nas correspondências existentes com os Orixás, Forças da natureza e Arquétipos da natureza de Deus.

TRIBUNAL DE OSÍRIS – O Julgamento das Almas está presente neste papiro onde, para ser levado ao DUAT, morada sagrada de OSÍRIS, a alma tem seu coração medido na balança. Num dos pratos , um vaso canópico contém o coração da alma, e no outro prato, a pena da deusa MAAT, da Verdade e Justiça Cósmica e Universal. Se o coração pesar menos que a pena, a alma será recebida por Osíris e compartilhará da Vida Eterna.

AMMON – Divindade primordial da formação do Universo. Dos Deuses primordiais derivam-se as enéadas. Cada cidade principal cultuava uma deidade patronal, mais 8 deidades derivativas. AMMON era para os egípcios, o mesmo que D’us ou Deus para a civilização ocidental moderna, especialmente a judaico-cristã.

ANPU, ANTU, ANÚBIS – Divindade guardiã dos umbrais. Filho de Seth e Nephthys. É a deidade que guarda o além-túmulo. Recebe, segundo a tradição, a alma no além a conduzindo e orientando na nova vida. Deus dos embalsamadores, Anúbis salvaguarda os segredos dos Ritos funerários, da vida e da morte.

ASER, UESER, UESER + ESECHT (ISIS), OSÍRIS – Considerado “Pai” da humanidade. Ensina o trabalho, a agricultura e o pão! Aquele que vela por seus “filhos” no seu caminho pela evolução. Torna-se Osíris (Ueser + Isis) quando ressucita pelo sopro nas narinas da Divina ISIS, Após ter sido morto e esquartejado por SETH. Os antigos egípcios entendiam Osíris, em termos arquetípicos, da mesma forma que hoje entendemos osignificado arquetípico do termo de origem grega CHRISTÓS ou Cristo, como estado ou condição da alma evolutiva. A condição da ressurreição tem origem no antigo Egito com o Mito de Osíris.

BASTET – Deusa representativa dos gatos, animais sagrados por excelência no Egito antigo pela sua natureza mística e como se envolve e capta com facilidade as vibrações e presenças oriundas de outros planos de existência. Senhora de Bubastis, cidade c seu templo respectivo de culto a Bastet, derivação ou qualidade arquetípica de SEKHMET.

ESECHT, ISIS – Irmã e esposa de Osíris, Ísis representa o arquétipo divino da Mãe, a DEUSA para os celtas. Senhora de todas as águas e de todos os segredos, nenhum mortal pode levantar seu véu!

HATHOR – Uma das derivações ou “qualidades” de ISIS. Representa a fertilidade e o aspecto maternal da mulher. Aquela que acolhe, acalanta e embala... que dá aconchego e refúgio às almas. Representada amamentando HORUS.

HOR, HER, HERU, HORUS – Divindade representativa da abrangência do poder da Luz primoirdial (RA). Filho de Osíris e Ísis, Hórus representa o aspecto Filho, na trindade egípcia. Representado pelo Falcão que porta o “Olho que tudo Vê” ou “Olho de Hórus”, do alto ele vigia todo o Egito. Todo Faraó era entronizado como “Filho de Hórus”. Representante de Hórus na Terra, assim como o Papa é representante de Jesus no Trono de Pedro na Igreja Católica.

KHNUMM – Divindade primordial, tem o significado esotérico do Caos primordial, “Oceanos” ou “Águas primordiais” anteriores a manifestação da forma.

MAAT – Deusa primordial da formação do Universo, Arquétipo da Verdade e Justiça Cósmica e Universal. Símbolo da perfeição, equilíbrio e equanimidade. A representação da pena de avestruz no alto da cabeça a diferencia de ISIS. Esta pena se apresenta num dos pratos da balança do julgamento e justificação das almas no Tribunal de Osíris.

NEPHTHYS – Senhora dos umbrais inferiores. A Deusa da transição da alma. Assim como Sekhmet, senhora dos efrits (pequenos seres de natureza elemental e também humana, atuantes nos planos inferiores). Governa a Aurora e o Crepúsculo, onde não existe dia nem noite. “ Noite sem dia.... Dia sem noite”.

RA – O Fiat-Lux, a própria origem da Luz e tudo o que existe. Simbolizado pelo Sol físico, que traz Luz, calor e vida, RA é o próprio Arquétipo do Grande Sol Central, a Luz primordial... O símbolo do próprio Big-Bang!

SEKHMET – Deusa leoa, senhora do fogo e dos desertos. Deusa protetora dos médicos. Associa-se à representação da deusa Kali, na Índia.

SETH – Irmão de Osíris, Ísis e Nephthys, Senhor das profundezas e da “Luz que expõe”. Traz equilíbrio, desde que sua natureza seja controlada.

THEHUTHI, THOTH, TOTH – Divindade primordial da formação do Universo. Detentor da Ciência, Senhor da Magia, Grande instrutor celeste, ensinou a escrita hieroglífica, simbólica e sagrada por excelência. Traz a Luz da razão e do conhecimento à humanidade.







 

DEUSES EGÍPCIOS



Confira, na tabela abaixo, qual Deus Egípcio corresponde ao dia de seu aniversário. Depois veja quais são as influências positivas e negativas dos Deuses sobre sua personalidade.

Deusa Bastet - 16 de Janeiro a 15 de Fevereiro
Deusa Tauret - 16 de Fevereiro a 15 de Março
Deusa Sekhmet - 16 de Março a 15 de Abril
Deus Ptah - 16 de Abril a 15 de Maio
Deus Thoth - 16 de Maio a 15 de Junho
Deusa Ìsis - 16 de Junho a 15 de Julho
Deus Rá - 16 de Julho a 15 de Agosto
Deusa Neit - 16 de Agosto a 15 de Setembro
Deusa Maat - 16 de Setembro a 15 de Outubro
Deus Osíris - 16 de Outubro a 15 de Novembro
Deusa Hator - 16 de Novembro a 15 de Dezembro
Deus Anúbis - 16 de Dezembro a 15 de Janeiro

Deus Rá
O Deus sol, é a principal divindade dos egípcios. As características desse Deus são: poder, força e criatividade. As pessoas que nascem sob sua proteção são extrovertidas, cheias de energia e ótimos líderes. Gostam de enfrentar situações difíceis e de superá-las. Seu ponto fraco é não saber perder. Elas se consideram como o sol, o centro do universo, que tudo gira à sua volta. Se contrariadas ficam deprimidas.

Deusa Neit
É a antiga deusa da caça, seu animal sagrado era o cão. Neit era chamada "a que abre os caminhos". As características dessa Deusa são sua grande capacidade de análise, paciência e senso de organização. As pessoas nascidas sob a sua proteção são muito práticas, cuidadosas e reparam nos mínimos detalhes, porque estão sempre atentas a tudo o que acontece. Sabendo usar as suas qualidades positivamente alcançam o que consideram a sua maior felicidade, segurança e serenidade, mas sempre corre o risco de perder o equilíbrio por não saberem dar o justo valor a cada coisa.

Deusa Maat
Filha de Rá, é a Deusa da justiça, da verdade e do senso da realidade. No mundo dos deuses ela ocupa um lugar muito importante. Sem Maat, a criação divina (a Terra e seus habitantes) não poderia existir, pois tudo se afundaria no caos inicial. As características dessa Deusa são: capacidade de observação, senso de justiça e sabedoria para criar harmonia à sua volta. As pessoas nascidas sob sua proteção têm um temperamento simpático e afável, além de um grande senso estético. Usando as suas qualidades positivamente tornam-se famosas e muito queridas. Em geral, essas pessoas têm problemas em fazer escolhas e precisam sempre de opinião dos outros. Para terem sucesso, no entanto é necessário aprenderem a fazer suas próprias escolhas.

Deus Osíris
É o Deus mais importante. De acordo com a lenda, ele era o Rei dos Deuses. Um Faraó que junto de sua irmã e esposa Ísis, governava com justiça, mas era invejado por seu irmão Set que o assassinou por ciúme. As pessoas nascidas sob sua proteção também têm a proteção de Ísis; se caracterizam em terem emoções e sentimentos muito intensos, além de terem uma persistência incomum. Possuem uma enorme energia e resistem todas as adversidades, dispostos sempre a lutar por aquilo em que acreditam. São também vítimas da influência de Set, por isso são extremamente ciumentos e quando não se encontram, vivem desconfiados de todos. Para ajudá-los, Osíris deu-lhes o dom da intuição que, bem empregado, os livrará das situações perigosas.

Deusa Hator
É a Deusa dos céus, a grande sacerdotisa do panteão egípcio, Deusa da música e da dança, protetora dos prazeres e do amor, da vaidade feminina e da alegria. As pessoas que nascem sob sua proteção possuem muita sensualidade e uma grande capacidade de amar; a permanente jovialidade e a alegria ao riso são constates. Essas pessoas são quase sempre felizes, mas basta um pequeno problema para que se sintam desgraçados.

Deus Anúbis
O Deus com cabeça de chacal, o guia dos mortos, o mediador entre o céu e a Terra, temido pela sua frieza e severidade do seu juízo. As pessoas que nascem sob sua proteção têm grande força de vontade, paciência e inteligência aguda. Essas pessoas sabem conduzir o seu destino, tornando-se pessoas de sucesso em qualquer setor, porém, este demora a chegar, porque Anúbis é o senhor do tempo e retarda as conquistas. Embora sejam fiéis, têm excesso de ambição e exagerado orgulho que, às vezes, os torna egocêntricos e pouco modestos.

Deusa Bastet
Representa o poder benéfico dos raios do sol; é uma das esposas de Rá, a divindade dos gatos selvagens, com muita agilidade e vigor. As pessoas que nascem sob sua proteção são bondosas, humanitárias, leais e muito cordiais e gostam de trabalhar em favor dos mais fracos. São independentes como os gatos, gostam de carinho, mas se mantêm muito distantes, são geralmente alegres e divertidos, gostam de brincar e têm aptidão para a carreira artística. Devem controlar a rebeldia.

Deusa Tauret
A Deusa da felicidade, protetora das mulheres grávidas, do nascimento e do renascimento no reino dos mortos, o Duad. As pessoas que nascem sob sua proteção, têm grande sensibilidade e intuição, tendência para assuntos místicos, esotéricos, astrológicos ou mágicos. Elas têm enorme bondade e capacidade de entendimento; possuem um olhar profundo e doce. Essas pessoas devem desenvolver inata vocação em prol do bem ao próximo, mas devem evitar o desperdício de energia.

Deusa Sekhmet
A poderosa Deusa da força e da guerra, encarregada de destruir os inimigos de Rá e do Faraó; é considerada o olho do sol. As pessoas nascidas sob sua proteção têm consciência da própria força, da grande vitalidade e potência física, são igualmente pessoas de grande magnetismo, com senso de organização e muita energia, aventureiros ou inovadores. É necessário ter cuidado com os excessos, com os impulsos descontrolados para não destruírem o que está a sua volta. Só encontram o equilíbrio com o casamento. A energia e a força devem ser usadas para construir o bem próprio e dos outros.

Deus Ptah
O grande Deus da fertilidade masculina, criador de tudo que existe. Ele representa as forças criadoras espirituais, sendo considerado o Grande Construtor ou Divino Artesão, protetor das belas-artes e dos artistas. As pessoas que nascem sob sua proteção têm firmeza de temperamento, paciência e perseverança, um grande talento para as artes e tudo que se relaciona com construção de objetos. Para alcançar a felicidade devem canalizar todas as virtudes para a realização de coisas que tenham valor espiritual e despertem sentimentos de beleza e harmonia, caso contrário correm o risco de se transformarem em pessoas que vive em constante insatisfação e não se realizam. No amor, encontrarão a felicidade quando conseguirem satisfazer sua exigente capacidade sexual.

Deus Thoth
É uma divindade auto-concebida, que apareceu no mundo sobre uma flor de lótus no amanhecer dos tempos. É um dos Deuses primordiais. É o senhor das palavras, criador da fala e da escrita, Deus do tempo e das medidas, criador de todas as ciências, portador das forças civilizadoras. É representado como um homem com cabeça de Íbis, a ave sagrada. Por ter recuperado o olho de Rá, que tinha fugido para Núbia na forma de Tefnut, o Deus Rá, deu-lhe como prêmio, a Lua, e o transformou no Deus do disco branco, governador das estrelas; também foi advogado do Deus assassinado Osíris e de seu filho Hórus. As pessoas nascidas sob sua proteção têm grande capacidade de comunicação e uma inteligência rápida e penetrante. Seus protegidos têm uma natureza dupla, nervosa e inconstante, são muito ativos, sempre inventando coisas para fazer ou dizer. Embora sensíveis como a flor de lótus, no amor eles são frios como a Lua e inconstantes como as aves voando de galho em galho.

Deusa Ísis
Irmã e mulher de Osíris, tinha grandes poderes mágicos. Entre outras coisas era a protetora das crianças, o que a tornava mais popular. As pessoas nascidas sob sua proteção têm grande sensibilidade e poderosa imaginação, forte instinto materno ou paterno; estão sempre prontas para socorrer os necessitados, são fiéis no amor e compreensivas em relações aos outros. Gostam da vida doméstica, são muito sentimentais, fracas para entender os aborrecimentos, gentis, têm um latente mau humor quando as coisas não são como o esperado, tornando-se fechadas e antipáticas. De natureza tímida e introvertida. Sua candura natural e sua ingenuidade lhe renderam, tanto da vida quanto dos outros, alguns bons tombos e decepções, o que o fez que se tornasse desconfiado e um tanto arredio, como para se proteger. Às vezes, é uma presa fácil de um complexo de inferioridade, pois se dá pouco valor e hesita muito em reclamar ou bater os punhos na mesa. Mas você se sobressai quando se trata de julgar, colocar as coisas em seus devidos lugares, separar o joio do trigo. Sua melhor qualidade, sem dúvida, é o discernimento. É naturalmente dotado para todas as profissões que exijam precisão e habilidade manual, sabe se filiar à disciplina, trabalhando bem em administrações. Profissão médica ou para-médica são indicadas.

 

 

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NUT ou NUIT – A DEUSA DO CÉU


Dr Geraldo Rosa Lopes






Uma das mais antigas divindades do panteão do Antigo Egito. Possuía afinidades com todas as demais deusas arcaicas, tais como: Hathor, Mut, Neith e Tefnut.
Seu nome significa simplesmente a “Deusa” e estava representada como uma mulher portando um jarro de água sobre a cabeça. Identificava-se com o “Céu Noturno”, o céu estrelado, pelo qual o rei morto iria viajar na sua barca solar.
Nut era uma deusa-mãe, segundo os textos sagrados, porque havia dado à luz os “5 néteres epagômenos”: Osíris – Isis – Seth – Neftys – Hórus, correspondendo aos 5 dias extras que Toth ganhou de Rá.
Na iconografia e nas diversas manifestações artísticas, a deusa Nut era representada estendida, apoiada sobre seus quatro membros, entre o Nascente e o Poente. Engolia o Sol no ocaso e o fazia renascer na manhã do dia seguinte. Era como se a barca solar entrasse em seu corpo ao entardecer, pelo Ocidente, e atravessasse todo o seu corpo, saindo renascido no Oriente. Representava o percurso do Sol Noturno – de Oeste para Leste.
Nut era a “deusa que tem mil almas”, sendo as estrelas as almas e néteres ainda não manifestados, esperando para nascer de seu corpo. As tampas dos esquifes e os tetos das tumbas eram pintados com representações dessa deusa, que estendia seus braços para receber o morto, em um belo simbolismo de renascimento no seio de sua mãe. Nut era também identificada com a deusa Hathor – a vaca divina- em uma alusão aos rituais de fertilidade e de oferendas divinas. Segundo a Cosmogonia de Heliópolis era representada estendida sobre o deus Geb (a terra) e, por ordem de Rá, o deus Shu (o ar) os separa, a fim de que não possam se unir.
Nut era a abóbada celeste, o céu noturno, onde as estrelas e os deuses estavam circulando com a barca sagrada, e onde a via-láctea representava o rio divino, no “ventre da mãe Hathor”. O pote que a deusa tem sobre a cabeça simboliza as “águas primordiais da criação” – o oceano primordial ou NUN. Alguns textos sagrados identificavam essas imagens como um “útero”, significando a “mãe de todas as coisas”.






COSMOGONIAS



Dr Geraldo Rosa Lopes


Com esse título estudam-se as doutrinas da Criação e os demiurgos.

1) Teogonia de Tebas: Amon – Mut e Khonsou.

2) Teogonia de Menfis: Ptah – Sekhemet e Nefertum, com Sia – Hu – Heka. O coração diz os preceitos de Maat que são externados pela boca (coração = pensamento e boca = palavra).

3) Teogonia de Heliópolis – “Eneade de Heliópolis”: Atum ou Atemu toma a forma do Deus-Sol – Ra, que se desdobra em: Geb / Nut e Shu / Tefnut, que criam: Osíris / Isis (HORUS) e Seth / Neftys

4) Teogonia de Hermópolis – “OGDOADE”– as 8 almas de Toth. Toth era o deus demiurgo dessa teogonia.

5) Teogonia de Elefantina: Knum – Satet e Anuket.

6) Teogonia Osiriana – Identifica-se com a doutrina de Heliópolis e relatava os mistérios de Osíris e de Isis – sua morte e sua ressurreição como deus dos mortos.





DOUTRINA OSIRIANA



Dr Geraldo Rosa Lopes



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Identifica-se com a teogonia da escola sacerdotal de Heliópolis, na qual se insere no contexto da “Eneade”, ou os 9 deuses: Atum, que dá origem a Geb / Nut – Shu / Tefnut – Osíris / Isis – Seth / Neftys (posteriormente, os 10 deuses, com a inclusão de Horus). Osíris é uma divindade arcaica, associada aos conceitos de renascimento e de fertilidade.
Seu mais antigo santuário ficava em Per-Usir – a Busiris, dos gregos. Nessa região, Osíris era ANDJETY, pois havia adotado os atributos de uma antiga divindade local. Gradativamente, Osíris vai ganhando importância e passa a ser considerado o juiz das almas no além, julgando os mortos em seu tribunal. Nessa fase, Osíris é KHENTAMENTIU ou “O Primeiro dos Ocidentais” – “Chefe do Lugar Oculto” – “Soberano do Oeste” – a necrópole de Abidos.
Os “mistérios” de Osíris e de Isis foram relatados por Plutarco, no século I d.C. em uma obra na qual descreve a morte e o esquartejamento do deus nas mãos do seu irmão Seth, bem como seu posterior renascimento com a ajuda de suas irmãs Isis e Neftys, finalizando com a vingança praticada por Horus contra seu tio Seth.
Em cada pedaço de Osíris encontrado, ocorre o ritual de mumificação, em importantes e complexas cerimônias funerárias que reproduzem antigos hábitos de povos neolíticos, nos quais o rei do clã, ao morrer, era sacrificado, desmembrado e seus fragmentos espalhados pelos campos com o objetivo de fertilizar a terra.
Portanto, após sua morte terrena, Osíris passa a ser considerado o soberano dos mortos, juiz das almas no “Belo Oeste”, aonde irá julgá-los em seu tribunal, caracterizando uma das mais belas lendas religiosas na história da Humanidade.
No sincretismo religioso com a mitologia grega, o deus Osiris identifica-se ao Plutão, divindade do mundo subterrâneo, ctônico e funerário.



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TEOGONIA TEBANA

Dr Geraldo Rosa Lopes

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Essa é uma das teogonias mais recentes no contexto da religião do Antigo Egito. Consagrava o deus Amon como seu demiurgo e, contudo, incorporava também elementos de doutrinas anteriores, tais como a de Menfis, a de Heliópolis e a de Hermópolis.
Todavia, o deus Amon só se tornará uma divindade nacional a partir das 11ª e 12ª dinastias – 1991 a.C. a 1786 a.C. – emergindo como um deus protetor dos barqueiros do Nilo, na região de Tebas.
Devemos assinalar, entretanto, que seu nome já aparece no Texto das Pirâmides e, gradativamente, vai crescendo em importância e os sacerdotes de Tebas o consagram como o demiurgo criador do mundo, segundo a escola tebana.
Ficou conhecido como “Amon – o Oculto”, em face de sua natureza misteriosa e mística. No sincretismo religioso, identifica-se como uma das “8 almas de Toth” – na OGDOADE de Hermópolis, tendo como companheira a deusa Amonet.
Em Tebas, Amon formou uma tríade sagrada, tendo como esposa a deusa Mut e como filho o deus Khonsou.





TEOGONIA DE ELEFANTINA (BAIXA NÚBIA)


Dr Geraldo Rosa Lopes

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KHNUM – Deus representado com cabeça de carneiro, cultuado na região da 1ª Catarata do Nilo, em Assuã. Era o “Senhor do Destino” e seu nome significava “criar”, porque criava os seres humanos, modelando-os em sua roda de oleiro e colocando-os nos úteros de suas mães para nascerem. Era, portanto, um deus criador, “pai dos pais e mãe das mães” na teogonia de Elefantina. Em seu simbolismo de divindade criadora, estava associado às águas fertilizantes do Nilo, às águas das inundações e, em conseqüência, identificando-se com o deus Hapy, a “força criadora das águas do renascimento”. Nesse contexto de sincretismo, recebia o nome de KHNUM-HAPY, a força vital das águas benéficas. As companheiras de Khnum, caracterizando a Tríade de Elefantina, eram:

SATET (ou SATIS) – Deusa das inundações; e seu nome significava “lançar”, “projetar” – uma analogia com o disparar de suas flechas, comparadas à rapidez com que as águas inundavam as terras. Representada como uma mulher usando uma coroa alta com dois chifres de antílope, animal com o qual estava identificada. Era, na região da Baixa-Núbia, uma duplicata da deusa Neith.

ANURET – Outra componente da teogonia e da tríade de Elefantina. Era a deusa das correntezas. Seu nome significava “abraçar” ou “circundar”, uma referência aos turbilhões das águas que abraçavam e circundavam as ilhas. Representada com o corpo de mulher, tendo na cabeça uma coroa de penas tipo “cocar” africano, caracterizando, pois, sua origem como da África Central. Era a contrapartida de Isis na região da primeira catarata.


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OS TEMPLOS





 


ENIGMA DOS TEMPLOS


Paulo Iannuzzi




Templo de Luxor

Dentre os mistérios das terras de "KHAN" (antigo Egito), talvez um dos mais fascinantes (e pouco conhecidos) seja a existência de uma correlação energético-radiônica entre pontos de força (energéticos), as pirâmides e os principais centros de culto e de estudos: os famosos "Templos de Iniciação" egípcios, tais como Karnack, Luxor, Abydos, Denderah, Hathor, Annu (Heliópolis), dentre outros.
Estas monumentais estruturas de arquitetura e engenharia encerram segredos que, por mais que se investigue, ainda estão muito longe de serem desvendados no que tange à sua verdadeira natureza. Tanto esotérica quanto arqueologicamente, os templos egípcios funcionavam como verdadeiras Universidades englobando o desenvolvimento teórico e prático das Leis da Natureza; da Ciência (Astronomia, Astrologia - para os antigos e para os ocultistas na atualidade é ciência -, Engenharia, Arquitetura, Medicina, Física, Matemática - avançadas para a época -, "Alquimia", etc.), da Arte, da Religião e é claro da "Magia" (manipulação consciente dos quatro elementais e de outras Energias da Natureza) assim como os respectivos rituais Iniciáticos.
Estas "Centrais de Estudo" se situavam em "sítios de energia", obedecendo aos princípios da "Arquitetura Sagrada" e "Geografia Sagrada", para que ocorresse, propositadamente, uma apreciável resultante de forças energéticas Cósmicas e Telúricas. Tais níveis de energia podem ser até hoje mensurados por intermédio de aparelhagens osciloscópicas, radiônicas, psicotrônicas e radiestésicas nos locais onde se situam os Templos.
Constatou-se consideráveis diferenças de padrão vibratório em diferentes salões, salas, aposentos, corredores, câmaras e antecâmaras de um mesmo Templo. Tais energias, base de estudo da antiga "Geografia Sagrada", são conhecidas hoje como "Linhas de Força" ou "rede de Hartmann". Estas linhas formam uma "malha" de energia, "vascularizando" todo o planeta. O cruzamento dessas linhas geram pontos ou nódulos energéticos sendo, alguns deles, de grande concentração de energia "Cósmico-telúrica".
Tal conhecimento foi muito bem aproveitado pelos povos antigos, especialmente pelos egípcios, que conseguiram dinamizar as correntes de Força do Deserto com as do Nilo; potencializadas naturalmente em alguns pontos ao longo do curso do "Sagrado" rio e redimensionados nos Templos situados em tais pontos.
Nota-se nestes locais sagrados um grande potencial de energia no Atrium principal: os gigantescos Portais de Entrada, têm uma gama de vibração muito além do normal (em termos radiestésicos); onde o ponto gerador de tal potencial se encontra nos obeliscos e/ou nas gigantescas estátuas guardiãs, alusivas à figura austera do Faraó. Tal campo energético se manifesta como uma onda em espiral dextrógira (sentido horário) oriunda da estrutura correspondente a um dos lados da "Entrada"; e em espiral levógira (sentido anti-horário), que corresponde à estrutura do outro lado.
As "Linhas de Força", também conhecidas como "Linhas H" (alusivo à Hartmann) são dimensionadas em unidades de campo de energia, para mensurações paracientíficas. Tais leituras, registradas por biômetros (que medem o nível de energia de um determinado local), vão de 1.000, a mais de 20.000 unidades de energia.
Verificamos assim, locais com energia negativa ou neutra, até equilíbrios etéricos e níveis altíssimos de energias(presenças) espirituais. Na entrada do Templo de Kowan-Umbo, Alto Egito, observamos Linhas de Força convergindo para um determinado ponto, que registra uma resultante vibracional mensurada em 12.000 unidades de energia (considerada bastante alta).
"Coincidentemente", neste exato ponto situa-se a estátua do deus Hórus, da sagrada tríade, significando energia de polaridade YANG (ativa); liberando assim um alto padrão vibratório. O visitante pode recarregar-se energeticamente em poucos minutos quando bem próximo à estátua. Em contrapartida, encontramos do outro lado, na estátua do deus Sebek (o devorador de almas) um comportamento inverso: as Linhas de Força divergem para 4 lados diferentes (descarregando energia), gerando uma resultante, no ponto onde se situa a estátua, de apenas 1.000 unidades.
Concluímos então um padrão YIN (passivo) de energia. Uma diferença bastante considerável em apenas alguns metros. Entre as duas estátuas se encontra o portal de acesso ao Templo onde a energia resultante está em perfeito equilíbrio. Uma "coincidência" muito bem planejada pelos sacerdotes.
"Curiosamente", encontramos o mesmo comportamento vibracional nos Templos da Índia, Nepal, Tibet, China, Japão, Europa (p.ex: a estrutura dos menires celtas e até das Catedrais medievais e das modernas, tanto Romanas quanto Góticas, Stonehenge) e América (nas cidadelas e Templos Aztecas, Maias e Incas).
Devemos, porém, considerar que os Monastérios Tibetanos e Hindus, as Catedrais européias, os Templos das Ordens Místico-Espiritualistas e etc., ainda permanecem operacionais (estudos, meditações, rituais e outras atividades Iniciáticas), enquanto que as Pirâmides e os Templos egípcios estão inativos há, pelo menos, 2.300 anos, mantendo até hoje, níveis altíssimos de energia!
Como seriam então esses níveis e que potência alcançariam os rituais e os "mistérios" egípcios em sua época áurea? A "Maldição da tumba de Tut-Ankh-Amon" (que vitimou Howard Carter, Lord Carnavon e toda a equipe), é uma evidência de manipulação dessas energias pelos sacerdotes, com o propósito de justamente manter afastados os violadores de túmulos.
Sabemos do caráter nocivo que essas energias proporcionam quando dinamizadas numa determinada freqüência como o "verde negativo" em excesso, o qual notamos na Grande Pirâmide. Atualmente, recorremos à milenar tradição Chinesa conhecida como Feng Shui, no que se refere à estruturação e distribuição de energias nos ambientes de uma casa, escritório ou qualquer complexo arquitetônico, fazendo com que os fluxos energéticos "fluam" de uma forma harmoniosa e saudável.
Observando atentamente, podemos "desconfiar" que existiu uma "versão egípcia" do "Feng Shui".
O aspecto mais interessante deste estudo é, com certeza, a constatação de que os Sumo-sacerdotes ao desenharem as plantas para a construção dos Templos, fizeram uma perfeita projeção de suas estruturas de uma maneira proporcional ao corpo humano! Por exemplo: se sobrepusermos o desenho de uma planta do Templo de Luxor à figura do corpo humano, observaremos uma perfeita correlação dos principais órgãos, glândulas e plexos (inclusive chackras) com as principais salas, entradas e câmaras iniciáticas.
A Câmara de Iniciação, onde era cuidadosa e hermeticamente guardada a estátua em ouro maciço de "Amon-Rá", corresponde à glândula pineal. Encontramos inúmeras correlações deste tipo na análise dos Templos.
Além de outros princípios, era também uma forma de associar o aspecto de divindade do espaço dedicado ao Culto, ao ser humano como reflexo desta mesma divindade. Segundo Schwaller de Lubicz e Blanch Merz, pesquisadores e estudiosos de Geobiologia, encontramos alguns exemplos destas correlações também entre pinturas e relevos hieroglíficos.
Cada detalhe referente à coluna vertebral e às partes ósseas, ao cérebro, cerebelo e suas estruturas bem como as glândulas pineal e hipófise e suas correlações fisiológicas e parapsíquicas (principalmente em relação às glândulas) com a anatomia tanto física quanto oculta do Homem( corpos energéticos, rede de Nadis, Chackrans, Campo Áurico, etc.) , estão bem explicitadas nos relevos de forma perfeitamente proporcional. Observamos que os padrões vibratórios se alteram não só na entrada, como são diferentes entre si em determinados corredores, câmaras e salões de um mesmo Templo.
Em Luxor, por exemplo, encontramos 6.500 unidades de energia no Atruim correspondente ao Plexo Solar e 18.000 unidades na Câmara situada na posição relativa ao conjunto Pineal, Hipófise, Tálamo, 3º olho (olho de Hórus ou de Shiva) e Chackra Coronário.
Coincidência? Evidente que não! Ainda interpretando esta proporcionalidade, verificamos que as medidas (em côvados sagrados) dos pavimentos, patamares, câmaras, colunatas e corredores, correspondem também ao crescimento do ser humano, registrando em setores do Templo, cada etapa cronológica da existência humana. Analogamente, encontramos os mesmos registros com respeito à caminhada da humanidade na Grande Galeria da Grande Pirâmide.




Templo de Karnac


É importante salientar que todo o estudo esotérico, ocultista ou qualquer que seja a denominação (na verdade isto pouco importa), está fragmentado num grande quebra-cabeças. Nada pode ser dissociado pois tudo está perfeita e harmonicamente interligado! Como exemplo de como tudo isso funciona, posso citar a Geografia mística do Antigo Egito. Esta foi erigida de acordo com as 14 partes do corpo mutilado de Osíris (espalhados por todo o Egito), que são os 14 centros vitais do país.
Os estudos geobiológicos ensinam que essa gigantesca estrutura faraônica têm uma coisa em comum: A rede de Hartmann forma uma variação de 18 linhas geomagnéticas ao longo do perímetro dessas construções.
O visitante com sensibilidade apurada notará que ao tentar cruzar esta invisível barreira, sentirá que esta o obstaculiza. Esse tipo de cinturão de proteção é detectado em volta das grandes Pirâmides, das Pirâmides menores, assim como Sakkarah e os Templos de Karnack, Luxor, Kwoan Umbo e etc.
As deidades mitológicas, nas suas respectivas cidades e Templos, tinham sua "função religiosa" relacionada às freqüências vibratórias dinamizadas pelos sacerdotes nos seus respectivos locais de Culto.
As divindades, além de seus aspectos arquetípicos (e dos muitos outros que não cabem em tão poucas linhas) eram figuras representativas de tais freqüências vibracionais. Os templos egípcios são depositários do conhecimento de um povo que os herdou dos Atlantes.
Em 1932, Edgar Cayce descreveu a função da Grande Pirâmide: "...a construção do que se chama hoje de Gizé, o centro dos iniciados, recebeu todos os registros daquele período quando houve uma mudança na posição da Terra."
A palavra pirâmide provêm do grego, "pyr" significando fogo ou chama, e "mid" que significa meio ou centro - "fogo no centro". Segundo alquimistas a manipulação do fogo torna possível não só a transformação dos metais mas a transformação do próprio experimentador porque as mutações ocorrem no seu interior...
A Grande PIRA Alquímica! A Terra está próxima do grande Sol Central, que nos textos alquimistas é identificado com o coração. Logo, se o seu raciocínio e seus poderes de percepção atingem um nível transcendente você expande a sua Consciência pelo caminho do grande Sol Central dependendo de cada um de nós.
O III Milênio é uma oportunidade para o avanço da humanidade como seres espirituais e evolução do sistema solar. A eclosão destes aspectos milenares de conhecimento neste momento de Transição planetária, só vem reforçar o compromisso Cósmico que assumimos perante ao Planeta, à humanidade e a nós mesmos.
Esta "redescoberta" interior faz com que nosso sublime e verdadeiro Ser renasça em toda a sua plenitude e comungue com a Verdade.
"A imaginação é mais importante que o conhecimento", já dizia Albert Einstein. Foi preciso muita (e saudável) "imaginação" dos povos antigos na descoberta(?!) dos conceitos expostos aqui. A imaginação precisa agora tomar "forma" para que possamos vivenciar neste III milênio a transmutação alquímica entre Ciência, Filosofia, Arte e Religião, transformando-se simplesmente na Verdade. Que a Verdade não seja uma simples busca. Que seja vivida. Que vivamos a Verdade Eterna!



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DINASTIAS E FARAÓS

 

Dr Geraldo Rosa Lopes



O período dinástico faraônico no Antigo Egito marcou um momento de grandeza e esplendor na história da humanidade.
Com a crescente desertificação do Saara, tornando impróprio à sobrevivência o Norte da África, um maior número de grupos nômades, caçadores-coletores neolíticos, afluíam ao vale do Nilo, buscando suas condições ideais de vida e constituindo as primeiras comunidades semi-sedentárias, estruturando-se em unidades tribais primitivas os NOMOS.
Essas comunidades deixaram seus vestígios em cemitérios e jazigos arqueológicos, caracterizando os assentamentos humanos de Merimda, Buto-Maadi, Tasiano, Kabiano, Anuratiano, Badariano e as fases do Negadiano I – II e III – que se localizavam desde o delta do Nilo até as regiões da Baixa – Núbia, englobando toda a extensão geográfica do território egípcio.
Essas culturas vão, progressivamente, se desenvolvendo em um multiculturalismo, tornam-se sedentários, praticam uma incipiente economia agro-pastoril, consolidam-se como sociedades primitivas, mas já esboçando as bases do período formativo que irão definir os períodos Proto e Pré-Dinásticos e, conseqüentemente, a gradativa implantação dos reinos dinásticos-faraônicos.
O clima, a geografia, o Nilo e seu regime de alternâncias nos níveis de seu caudal, tiveram um papel fundamental em todo esse progressivo desenvolvimento, o cadinho onde se irá plasmar toda a grandeza e a monumentalidade da civilização do Antigo Egito. Os primeiros assentamentos neolíticos no vale do Nilo estão datados desde os finais do quinto milênio a.C., em jazidos arqueológicos de Buto – Kaadi – Heluàn – Anuratiana (Negadiana I) e Gerzeana (Negadiana II). Por volta de 3100 a.C. – Narmer unifica os dois reinos, unindo as capitais Hieracômpolis e Buto.
– Essa fase corresponde aos períodos Proto e Pré-Dinásticos. Em 3000 a.C., Aha-Menés inicia a I Dinastia e funda a cidade de Mênfis. Segue-se todo o contexto de dinastias faraônicas, até o final da XXX Dinastia com Nectanebo II, em 341 a.C.. Após um breve período de dominação persa (342 – 332 a.C.) emerge a fase helenística-ptolomaica, com reis macedônios e lágidos (305 – 30 a.C.).
Com a derrota de Marco Antonio e Cleópatra, em Accio, no ano 30 a.C., o Egito passa a fazer parte do Império Romano.
A civilização egípcia faraônica exerceu uma grande influência em todos os povos da antiguidade. Gregos, romanos, coptas, árabes, bizantinos, países do Mediterrâneo, da Ásia Menor e do Oriente Médio absorveram sua cultura, seus ensinamentos religiosos, seus códigos de moral e de ética e seus conhecimentos científicos, principalmente seus princípios básicos de medicina e de arte. O esplendor faraônico era o paradigma que deveria ser adotado e seguido.
Todo aquele extraordinário mundo de conhecimentos e de preceitos humanísticos ainda hoje, com toda a nossa modernidade, permanece como modelo ideal de referência, não só nas artes, mas ainda na arquitetura, na decoração, nas correntes estéticas do Renascimento, do Barroco e da “Art-Deco”, na joalheria, no cinema, no teatro e em tantas outras manifestações da herança cultural da humanidade. Esse Egito faraônico, eterno e sagrado, fabuloso universo de imagens sublimes, de suntuosa e requintada beleza, mundo de fascínio que nos convida a dialogar com seus deuses, descobrir seus mistérios e suas crenças em uma vida eterna. Seus deuses e seus preceitos religiosos ainda estão vivos na memória ancestral dos verdadeiros Iniciados, em seus inconscientes individuais e nas suas recordações atávicas. Quando relembramos aquele passado glorioso, sentimo-nos deslumbrados, emocionados com aquele profundo humanismo e aquela serena espiritualidade. Através de sua longa história, os elementos básicos de sua civilização foram preservados e imortalizados em sua Arte, em sua Religião e na moral e na ética de sua deusa Maat. Cânticos solenes, mistérios dos tempos, orações propiciatórias vozes dos deuses no recôndito de seus santuários que ressoavam até os confins da eternidade. Templos magníficos, morada dos deuses, uma apoteose de glórias e de pompas, as solenes procissões das barcas sagradas, seus textos sacros e seus rituais, numa religiosidade que unia o homem terreno às divindades cósmicas. Nesse extraordinário universo sagrado, nessa perene certeza de uma vida divinizada e na eterna sobrevivência de uma alma imortal, estava o encanto de suas teogonias e de sua visão do mundo e do universo. Na penumbra de suas salas hipóstilas, no recesso de seus santuários luxuosamente decorados, ainda podemos sentir o perfume do incenso propiciatório e os sons melodiosos de seus sistros sagrados. O mundo da cultura egípcia era transparente, uma parte do divino. Tudo possuía um significado espiritual, sagrado e eterno. O próprio solo em que pisamos, ainda hoje, possui uma energia recôndita, uma herança dos tempos, ecos dos cânticos e das preces elevadas aos deuses naquele passado tão distante. A grandeza dessa civilização ultrapassa nossa compreensão e se projeta ao infinito, na profundidade dos mistérios siderais, onde suas barcas sagradas continuam navegando, em sua incessante busca dos Campos Afortunados e no seu profundo anseio de uma união com os deuses. Sua fascinante concepção em uma vida após a morte, na sobrevivência da alma e em seus elaborados preceitos mágico-religiosos, crenças alicerçadas na espiritualidade, iluminaram os tempos com sua grandiosidade e seus ensinamentos. Conservou intactas, durante quatro milênios, suas crenças morais éticas, religiosas, políticas e sociais em um sistema que constituiu, ao longo de sua história, os fundamentos de suas convicções filosóficas, intelectuais e artísticas. Todos esses conceitos e idéias estão contidos em um extraordinário simbolismo e em suas belas teogonias, as quais, no decorrer da História, impressionaram profundamente a humanidade!...


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RAINHA-FARAÓ HATCHEPSUT MAATKARE

 

Dr Geraldo Rosa Lopes

                                                                                            

 

Hatchepsut

 

Hatchepsut ou Hatshepsut foi uma das mais famosas rainhas-faraós que reinou no período de 1490 a.C. até 1468 a.C., durante 22 anos, na XVIII Dinastia – Novo Império; e uma das poucas rainhas que atingiram o comando do Egito como Faraó. Seu nome de coroação era Maat-Ka-Re Hatchepsut.
Filha do Faraó Tutmés I e da Rainha Ahmés. Mas, o Faraó Tutmés I também teve um filho, Tutmés II com uma mulher do harém, Moutnofrit.
Hatchepsut casou-se, aos 17 anos, com seu meio-irmão, Tutmés II que faleceu após 4 anos, deixando um filho, com uma mulher do harém, que recebeu o nome de Tutmés III.
Hatchepsut teve duas filhas, a primeira de nome Neferubiti, que morreu ainda criança; e a segunda filha foi chamada de Neferure, cujo tutor foi Senmut.
Com a morte de Tutmés II, assume o trono do Egito seu filho Tutmés III, que era menor de idade. Então, Hatchepsut reina como regente de seu sobrinho, durante sete anos. Depois, com o apoio do clero de Amon, dos vizires Happuseneb e Tuti, além de seu arquiteto Senmut, Htchepsut proclama-se Faraó do "Alto e Baixo Egito", usando a coroa dupla, a clava e o cetro de poder, bem como a barba postiça, com todos os atributos e prerrogativas reais, relegando seu sobrinho a uma posição secundária. Adotou o protocolo faraônico, eliminando o título de “touro poderoso” e chegou a ser representada como uma esfinge. Serviu-se, portanto, da religião para legitimar o seu reinado e seu nascimento divino caracterizou o conceito de "Teogonia", ou seja, o deus Amon, personificando-se no faraó Tutmés I, une-se à rainha-mãe, Ahmés e, assim, nasce a filha divina do deus. Esse nascimento está bem representado no templode Deir-el-Bahari em um "mamisis" ou santuário de nascimento, onde estão representadas as cenas relacionadas com o evento.

Essa "mamisis" está localizada no pórtico do segundo terraço, á direita, junto a uma capela dedicada ao deus Anúbis. A rainha-mãe é conduzida ao recinto de partos pelos deuses Khnun, Meskhenet e Heket, e dessa forma, Hatchepsut, mascida como filha da divindade, legitimava sua condição de soberana autêntica.
Realizou grandes obras no templo de Karnac, em Hemontis, como igualmente em Beni Hassan.

Mandou construir o seu grande templo funerário em Deir-el-Bahari, sob a administração de Senmut, o arquiteto do reino.
Em Karnac existe um baixo-relevo, onde a rainha-faraó está representada com a dupla coroa, barba postiça e a clava de poder, como “esposa Real” e “esposa do Deus”.
A Rainha-Faraó mandou erigir um grande obelisco no templo de Amon em Karnac.

Ela enviou uma importante expedição comercial ao País de Punt, quando foram estabelecidos intercâmbios de produtos dos dois países. Essa missão está belamente documentada em baixos-relevos no seu templo funerário. Hatchepsut manteve relações pacíficas com os países vizinhos.

 

 

senmut-neferureesenmut-neferure-2estátua hatchepsut

Senmut e Neferure - Rainha Hatchepsut

 

 

deir-el-bahari

Templo funerário de Hatchepsut, construído por Senmut

 

obelisco

Obelisco de Hatchepsut - Templo de Karnac

 

 

Depois de sua morte, o poder real passou para seu sobrinho, Faraó Tutmés III que teria feito uma campanha para denegrir o nome da tia, mandando destruir vários de seus monumentos, suas representações e imagens, na tentativa de apagar sua memória. No entanto, alguns pesquisadores consideram que a relação entre Tutmés III e Hatchepsut foi amigável, não acontecendo uma "tonatio memoriae", que teria sido realizada por faraós posteriores.
Tutmés III casa-se com a filha de Hatchepsut, Neferure, e dessa união nasce o primogênito Amenhotep, que se torna Faraó como Amenhotep II.

 

MÚMIA
Somente em 1903, a múmia de Hatchepsut foi descoberta por uma equipe de especialistas multidisciplinares, chefiada pela arqueóloga, Dra. Angelique Corthals, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, que encontrou três múmias femininas na KV-60, no Vale dos Reis.

Foram realizados exames sofisticados complementares, como estudo do genoma pelo DNS, comparados com fragmentos retirados das múmias de Tutmés I e de Ahmés-Nefertari, comprovando que uma daquelas múmias era de Hatchepsut. Apesar das dificuldades originárias da precariedade do material examinado, foi possível confirmar a autenticidade da descoberta.
Ficou constatado que Hatchepsut havia sofrido de osteoporose, diabetes, artroses e deformidades da coluna vertebral e de um tumor maligno, uma neoplasia, que deixou metástases ósseas na região pélvica.

Além disso, verificou-se a existência de grave abscesso dentário, uma das pistas utilizadas na identificação da múmia.  Esse abscesso estava localizado na mandíbula direita, em um dente molar, cuja raiz havia permanecido na múmia; mas cuja parte superior havia sido encontrada em uma caixa canópica que continha a identificação e os órgãos da rainha. O teste realizado comprovou, então, a perfeita justaposição dos dois fragmentos na cavidade dentária.

Hatchepsut

 

Múmia de Hatchepsut

 

 

 

 

 

 

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HATSHEPSUT

 

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O Egito faraônico produziu uma série de mulheres excepcionais, sendo a Rainha Hatshepsut, a mais famosa delas. Muitas mulheres de faraós tinham tido um lugar ao Sol ao lado de seus maridos e somente duas delas haviam governado por breve tempo, mas Hatshepsut foi a primeira que se arrogava à divindade e à realeza, usando Dupla Coroa, que indicava a soberania sobre as duas regiões do Alto e Baixo Egito. Há estátuas que a mostram com atributos masculinos da realeza.
Em algumas, chega a usar a tradicional barba postiça dos faraós. Este faraó feminino abandonou a guerra e fez o Egito voltar a atividades pacíficas, tais como a construção de grandes monumentos e manutenção das rotas de comércio com o exterior, que tinham sido fechadas durante o domínio dos hicsos.
Hatshepsut era a filha do faraó Thutmose I e de sua rainha Ahmose. Hatsheput foi esposa de Tutmés II, mas não tiveram filhos homens. Portanto, após a morte do faraó, subiu ao trono um de seus filhos ilegítimos, que adotou o nome de Tutmés III.
Cabe colocar que era costume os faraós casarem-se com irmãs, ou outros membros da família, com o intuito de preservar a pureza da casta. Na verdade, no Egito, o matrimônio não tinha caráter sagrado e as pessoas não realizavam cerimônias especiais.
O rito nupcial inexistia, mesmo para os faraós. O mais freqüente era que no dia do casamento os familiares da noiva levavam à casa do noivo os bens que formavam o dote. O que não podia faltar, entretanto, era a festa, com muita cerveja e iguarias.
Á mesa do faraó tomava-se apenas vinho e os pratos de carne de hiena constituíam o manjar favorito. Mas o que existia, principalmente entre a nobreza, era a infidelidade. Mas hoje se sabe, que o adultério no Egito era castigado com a morte.
Somente os faraós estavam autorizados a ter quantas esposas quisessem, além de possuir um farto harém de concubinas. Quando Hatshepsut se torna viúva, e parece que seu marido foi envenenado; seu enteado Tutmés III, que tinha direito de subir ao trono, era jovem demais para governar.
Sendo assim, Hatshepsut serviu a princípio como regente. Hatshepsut era uma mulher de caráter extraordinário. Parece ter tido tanta força política quanto carisma, além de saber controlar habilmente o Clero de Amon, sendo assim, num dado momento, conseguiu usurpar o trono de Tutmés III e se tornar, com direito a todas as honras, o Faraó do Egito.
Ao contrário do que viria a ocorrer no Período Ptolomaico; as mulheres não podiam ocupar o cargo de Faraó. Não eram nem sequer Rainhas, eram, no máximo, a esposa do Rei. Por isso, a ascensão ao trono de Hatshepsut foi um fenômeno tão importante dentro do contexto político nacional. Ao que parece, Hatshepsut conseguiu convencer o Clero de Amon a ver nela a verdadeira encarnação de Amon-Ra e, sendo assim, a herdeira do trono. Ela tomou para si o cajado, o mangual, as coroas e até mesmo as barbas Reais tornando-se o novo Faraó.

Conta-se que Hatshepsut era desde a adolescência apaixonada por Senmut, grande escultor e arquiteto, o qual nessa época ostentava mais de 80 títulos oficiais e que deve ter sido o seu assistente de maior confiança.
Conspira-se, inclusive, que viveram juntos mesmo quando a rainha estava casada. Hatshepsut governou como regente por 22 anos, em companhia de Senmut, que construiu em louvor a sua amada o mais belo monumento do Vale das Rainhas, o templo de Deir-El-Bahari.

Seu nome ainda pode ser lido em uma rara e formosa inscrição, já que seu nome houvera sido apagado de quase todos monumentos por TutmésIII. - Era muito comum no Egito suprimir da história o nome de um predecessor, na tentativa de desmoralizá-lo. Mas nem sempre essa providência cumpria o seu objetivo. Como acontece quando se passa a borracha em alguma coisa escrita a lápis, o cinzel deixava quase sempre visíveis as inscrições originais.

Durante o reinado de Hatshepsut, renasce a expressão artística, produzem-se novos tipos de escultura e começa a prática de escrever os textos funerários (Livro dos Mortos) sobre papiros. Realizou expedições comerciais à terra de Punt, um país situado na costa da África, ao qual se chegava pelo Mar Vermelho, provavelmente ao norte da Somália.
Uma das provas mais cabais da grandeza de Hatshepsut foi a sua capacidade de manter por tanto tempo sob o seu poder um homem do gabarito de Tutmés III. Tutmés tinha inteligência, visão e energia. Iria tornar-se o Alexandre Magno do Egito, o criador do império egípcio. Entretanto, por mais de 20 anos viveu à sombra da mulher de espírito forte que era ao mesmo tempo sua madrasta e tia. Por fim, conseguiu o apoio de que precisava para derrubá-la e vingativo, destruiu grande parte do templo destinado a perpetuar a memória da rainha.
No templo de Hapshepsut em Deir-El-Bahari, perto de Luxor, no Vale dos Reis, o nascimento e a coroação da Rainha são descritos em pinturas e outros trabalhos de arte. Uma outra realização, descrita também através das pinturas vívidas, é o transporte de dois obeliscos de granito, ao Templo de Karnak. Os obeliscos foram usados como monumentos religiosos em Egito antigo.



Templo Funerário de Hatshepsut



Esta poderosa e admirável mulher, Hatshepsut, desapareceu misteriosamente, possivelmente em 1458 a.C, quando Tutmés III se tornou faraó. Acredita-se que Hatshepsut tenha morrido de morte natural com mais ou menos 55 anos.
Hatshepsut é uma personagem extraordináriamente importante, pois representa o poder da mulher em uma sociedade totalmente dominada por homens. No fundo, é um tema bastante atual, muito embora esta história tenha acontecido há milhares de anos, com os prejuízos atávicos próprios desta sociedade.
A sociedade atual é carente de mulheres que se disponham a contribuir com o aspecto mais elevado de sua feminilidade: o amor altruísta, a compaixão, o respeito pela vida, com os quais elas estão mais familiarizadas e podem expressar com maior facilidade do que os homens.
É desejável para as mulheres, portanto, envolver-se na vida social e política. Se elas escolherem assim, poderão fazer isso enquanto continuam a desempenhar papéis femininos tradicionais em atividades de cunho social. A sociedade deve respeitar e apreciar uma contribuição tão valiosa. O fato de uma mulher dedicar a maior parte do tempo a certos papéis não deve impedi-la de se considerar igual ao homem.
Não é uma questão de superioridade ou inferioridade. Características psicológicas masculinas e femininas, muito embora dessemelhantes, são do mesmo valor. Isto é um fato. As mulheres estão certas em protestar contra atitudes preconceituosas que há muito tempo vigoram na sociedade.
O cuidado é que com o protesto não se pode perder a perspectiva. Pode-se ser destrutivo e não construtivo. Conflitos e exageros podem ser entendidos psicológica e historicamente. O ideal é que permaneçam dentro dos limites tão construtivos quanto justos.

 

OBS. Entretanto, segundo outros egiptólogos, Hatshepsut teve uma convivência pacífica e harmoniosa com o seu sobrinho e enteado, Tutmés III, que não teria destruído nenhum dos seus monumentos. Informam ainda que a destruição dos monumentos de Hatshepsut ocorreu muitos anos mais tarde, por faraós posteriores, como Ramsés II. (Ondina Balzano)




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MEDICINA EGÍPCIA





A MEDICINA NO ANTIGO EGITO



Dr Geraldo Rosa Lopes



Desde a mais remota antiguidade o homem já possuía a sua “arte de curar” e, no Antigo Egito, as origens desses procedimentos podem ser identificadas desde o período neolítico e se mantiveram ao longo das fases proto e pré-dinásticas e durante toda a história faraônica. Esse homem primitivo baseava suas crenças e suas concepções de cura em um processo mágico-religioso, místico e impregnado de rituais, encantamento, oferendas propiciatórias aos deuses e cerimônias sagradas.
A cura das doenças estava intimamente associada aos preceitos religiosos e a figura do médico estava representada pelo xamã-curandeiro, o “homem medicina” que procurava, com seus exorcismos, suas preces, seus amuletos, afastar a entidade maligna que se havia apossado do doente, acreditando que a doença seria causada por forças maléficas enviadas pelos deuses, como castigo por faltas cometidas.
No Antigo Egito, essa “arte de curar” estava bem definida e era considerada de ótima qualidade para os padrões da época. Os médicos eram sacerdotes e praticavam a medicina convencional, terapêutica, bem como eram ainda versados em magia e em tratamentos empíricos. Aprendiam essa “arte de curar” nas chamadas “Casas da Vida”, instituições que se localizavam junto aos grandes templos e muito prestigiadas pelos faraós.
Os médicos estavam sempre ligados a uma divindade, como eram os “sacerdotes da deusa Sekhemet”, de grande prestígio nas cortes. Havia sanatórios de curas ou “Castelos da Vida”, onde os doentes eram tratados com hidroterapia, sonoterapia, transes hipnóticos, medicamentos à base de plantas alucinógenas e narcóticas, induzindo um sono terapêutico e sonhos proféticos, quando recebiam conselhos das divindades para a sua cura. Junto ao templo de Dendera ainda existem as ruínas de um desses sanatórios de cura. Os gregos aproveitaram a idéia e, séculos mais tarde, criaram seus templos de cura – seus “Asclepeions” – ou “Asclépias”, santuários dedicados ao deus grego Asclépio.
Aliás, com relação aos gregos, vários sábios, filósofos e historiadores estiveram no Egito para estudar sua religião, sua cultura, mitologia e, principalmente, sua medicina. Entre eles, Hipócrates, que permaneceu durante três anos no Egito e estudou seus códigos de moral, de ética e seus ensinamentos da arte de curar.
Outros grandes sábios gregos também ali estiveram, tais como: Heródoto, Plínio, Diodoro, Hecate de Mileto, Solón, Platão, Endoxus e tantos outros, os quais difundiram a cultura e a medicina faraônica pelo mundo então conhecido. Os gregos, romanos, bizantinos, árabes e coptas foram os principais divulgadores da arte de curar egípcia.
Os médicos-sacerdotes estavam definidos por uma rígida hierarquia e havia especialistas para as doenças que afligiam determinadas partes do corpo. Reis e nobres de países vizinhos davam preferência aos médicos egípcios para atuarem em suas cortes.
Havia os médicos para os males da cabeça, do abdômen, das fraturas, os cirurgiões, os oculistas, os especialistas dos dentes, médicos dos animais e das doenças femininas – (partos – testes de fertilidade e de gravidez, anticoncepcionais, etc.).
Faziam trepanações cranianas, tratavam os ferimentos e realizavam cirurgias. Os medicamentos eram muito variados; havia aqueles de origem vegetal, os de origem animal e os minerais. Usavam esses medicamentos em forma de chás, infusões, cataplasmas, inalações e nebulizações com ervas balsâmicas, massagens com óleos aromáticos, imobilizações de fraturas, curativos em ferimentos, fumigações vaginais, colírios para os olhos, cremes protetores, hidroterapia, sonoterapia, fisioterapia e até técnicas de cura baseadas na Cromoterapia, o uso terapêutico das cores, através de flores e pedras preciosas. Todos esses tratamentos eram sempre acompanhados por rituais, encantamentos, magia, exorcismos e também de amuletos.
Vários desses tratamentos foram comprovados no estudo das múmias, técnica moderna chamada Paleopatologia. Como exemplos, sabemos hoje que Tamsés II, Seti I, Merenptah, tiveram arteriosclerose; Ramsés V teve varíola; Siptah sofreu de uma atrofia no pé E.; Ramsés III e Thutmés II eram muito obesos; várias rainhas sofreram de osteoporose. Foram encontradas múmias com seqüelas de parasitoses, verminoses, hérnias, deficiências da coluna vertebral; doenças dos dentes, reumatismos, tuberculose e tantas outras patologias comprovadas em exames especializados.
Uma das mais importantes fontes de nossos conhecimentos sobre a medicina praticada no Antigo Egito nos chegou através dos “papiros médicos”, coletânea de textos médicos da época faraônica. Tais documentos encontram-se nos grandes museus do mundo, mormente nas grandes capitais dos E. Unidos e da Europa.
O grande nome da medicina do Antigo Egito foi IMHOTEP, “aquele que vem em paz”, e que viveu na época do faraó Djozer – na III Dinastia. Esse grande sábio deixou-nos uma obra monumental. Seu trabalho “Ensinamentos” constituiu a base do Papiro Cirúrgico de Edwin Smith e foi a grande fonte de inspiração para Hipócrates formular o seu famoso “Juramento”.



Sekhemet



Além de médico, Imhotep foi arquiteto, sacerdote, vizir, astrônomo e conselheiro real. Uma das mais carismáticas personalidades na história da humanidade.
Sobre essa arte de curar praticada no Antigo Egito, e que nos foi transmitida através da Arte, dos historiadores e escritores gregos, dos papiros médicos e da Paleopatologia existe uma vasta, enorme e variada bibliografia, livros, obras, teses, compilados e escritos pelos maiores estudiosos e pesquisadores, por anatomistas e egiptólogos, constituindo-se em um verdadeiro tesouro de conhecimentos sobre a medicina faraônica.
O assunto é emocionante! É mais uma certeza que possuímos sobre a sabedoria do Antigo Egito, pois se trata de um contexto extraordinário do elevado nível cultural, artístico, religioso, científico, moral e ético que impregnou o mundo com seu perfume de sabedoria e de dignidade, um perfume que chega até nós na beleza de suas lembranças e no encanto de sua flor-de-lótus.

“Os remédios são bons para os encantamentos e os encantamentos são bons para os remédios”. (Do Grande Livro de Toth.)




AS CORES NA MEDICINA DO ANTIGO EGITO



Ondina Balzano






O ser humano nasceu rodeado de cores e começou a usá-las intuitivamente. No antigo Egito a Medicina também empregou as cores como recursos terapêuticos, fazendo analogias entre as características dos sintomas ou das doenças e as cores através de substâncias como plantas e pedras preciosas e semi-preciosas.
A utilização das plantas era feita por folhas, flores ou raízes, em forma de infusões, chás, emplastros ou cataplasmas, triturados com mel ou óleos aromáticos, aplicados em curativos locais. Usavam as pedras preciosas ou semi-preciosas para confeccionar amuletos, adereços e jóias, as quais além de atuarem pela ação da cor, exerciam sua influência benéfica pelas fórmulas mágicas que traziam gravadas. No tratamento da icterícia, que se caracteriza pelo aumento de bilirrubina no sangue, com deposição desse pigmento na pele e mucosa, apresentando a coloração amarelada, era usada a cor amarela para terapia, através de flores e pedras preciosas, conforme os procedimentos já mencionados.
Em caso de hemorragia, evidenciada pelo derramamento de sangue, onde se observa a sua cor vermelha, bem como de doenças cardiovasculares, utilizavam como tratamento a cor vermelha em flores e pedras preciosas.
A cianose, que provoca uma coloração azul-arroxeada na pele, é resultante de oxigenação insuficiente do sangue e se manifesta em doenças pulmonares crônicas, como fibrose e enfisema pulmonar, e também nas doenças cardíacas, como cardiopatias congênitas ou graves, como as lesões do septo cardíaco. Essa doença era tratada com flores e pedras preciosas de cor azul.
Todas essas crenças, baseadas na utilização das cores como terapia médica, levavam em consideração a analogia entre a cor com a qual se manifestava o sintoma ou a doença e a cor usada para a cura. Os médicos egípcios acreditavam na ação neutralizante das cores a tal ponto que irradiavam, de maneira localizada, a coloração idêntica pela qual se apresentava determinada patologia. Muitos templos no antigo Egito possuíam as “Hat Ankh” ou Castelos da Vida, ou ainda Sanatórios de Cura, que eram construídos em pedra ou em tijolos, onde os sacerdotes-médicos faziam os tratamentos de hidroterapia, sonoterapia, hipnose e a cromoterapia pelo uso de flores e pedras coloridas.
Esses procedimentos eram rigorosamente supervisionados pelos sacerdotes especializados, iniciados nos mistérios da magia e profundos conhecedores dessas ervas e pedras curativas. O Templo de Kom Ombo parece ser o único que ainda conserva as “Hat Ankh”, que podem ser vistas na sua parte final, em número de sete.
Também, no templo de Esna existe uma invocação ao Deus Knum, gravada nas colunas da sala hipóstila, que comprova ter existido as “Hat Ankh”: “Como é bela a tua face, quando estás na “Hat Ankh” curando os doentes e libertando do mal aqueles que te procuram.” A maioria dessas construções “Hat Ankh”, que se situavam atrás dos Templos, não existem mais, pois foram destruídas pelo tempo.
O Templo de Dendera mantém vestígios dessas instalações e suas ruínas podem ser observadas do terraço, conforme estudos de Daumas, em 1957, que confirmou sua destinação como sanatórios de cura.
Essas “Hat Ankh” egípcias foram as precursoras dos sanatórios de cura (Asclépias) que os gregos iriam fundar em seus bosques sagrados séculos mais tarde. Além das “Hat Ankh” existiam as Mamises, lugar de nascimento, na maioria dos templos, como ainda se observa no Templo de Hathor e de Isis.
Segundo o Prof. Reuber Amber, autor do livro “Cromoterapia – A Cura através das Cores”, arqueólogos encontraram em alguns templos egípcios evidências de pequenas salas construídas com uma abertura no teto de modo a permitir a entrada do Sol para tratamento de saúde. Relata esse professor que os egípcios também utilizavam a água solarizada como remédio.




Tempos depois, é provável que o vidro colorido tenha sido usado em terapias assim como eram utilizadas as pedras preciosas e semipreciosas. Sabe-se que o vidrado era conhecido no Egito desde o Antigo Império, e que a primeira fábrica de vidro foi instalada em meados da XVIII Dinastia, chegando a fabricar o vidro translúcido colorido.
Foi encontrada, entre as ruínas da cidade de Akhetaton, uma fábrica de vidro e diversos objetos de vidro trabalhado, entre eles o peixe colorido que se encontra no Museu de Londres, a taça de vidro amarelo no Museu de N. York, e a ânfora azul que se encontra no Museu do Cairo.
A Medicina, no antigo Egito, era exercida pelos sacerdotes-médicos, designados pelo termo “SWNW”, representado por uma seta (ou uma lanceta), tendo abaixo um pote ou tigela (como representação do remédio) e ao lado um homem sentado, determinativo masculino. Para a médica o determinativo era representado pela parte superior da circunferência, equivalente à consoante “T”.
No Antigo Império existiu uma médica, de nome “PESESHET”, que tinha o cargo de médica-chefe ou diretora de médicos. Esse título está escrito em uma estela encontrada na mastaba de Akhet-hetep, em Gizé, o qual era filho de Peseshet e foi superior dos sacerdotes do KA da mãe do Rei.
No Antigo Egito, a mulher egípcia tinha todas as condições de exercer os mais elevados cargos, ocupando posição de destaque, se comparar com a situação da mulher em outras civilizações. O médico era um iniciado na magia de Sekemet e na ciência de Thot. Esclarecemos que o termo “magia” significava o conhecimento das forças vitais.




DIAGNÓSTICO PRECOCE DA GRAVIDEZ E A DETERMINAÇÃO ANTECIPADA DO SEXO DA CRIANÇA



Dr Geraldo Rosa Lopes







Os antigos egípcios já conheciam e empregavam métodos que determinavam a existência de uma gravidez e o sexo da criança a nascer. Um dos testes orientava que a mulher urinasse, durante alguns dias e de forma alternada, em duas bolsas de couro, nas quais havia terra com grãos de trigo, numa delas, e grãos de cevada, na outra.
Aguardavam alguns dias para no final observarem se havia germinação: se germinasse a cevada, nasceria uma menina e, se germinasse o trigo, nasceria um menino. Se não houvesse germinação, não existiria gravidez. As pesquisas modernas em Paleopatologia, realizadas em centros de excelência, confirmam a validade desse teste, havendo, inclusive, vasta bibliografia a respeito.
Do ponto de vista fisiológico, sabe-se que a urina da mulher grávida contém hormônios secretados pelo lobo anterior da Hipófise, as Gonadotrofinas Hipofisárias: Foliculina e Pregnadiol, os quais podem atuar e acelerar a germinação de sementes.
De resto, esse teste foi utilizado por vários povos da Antigüidade: árabes, hebreus, bizantinos e, até hoje, em certas regiões rurais da Índia, Egito, Oriente Médio, essa prática ainda persiste e é muito utilizada. Uma obra médica do século XVI, editada em Florença e de autoria de Petrus Bayrus, citado por Iversen, já fazia referência ao uso desse teste entre diversas culturas antigas. No século XVII, surgiu outra obra interessante que trata do assunto: No seu livro “Heilsame Dreckapothene”, o médico Franz Paulini descreve o método e confirma sua utilização na medicina de antigos povos.
Bibliografia moderna:
a) “Essai sur la Medecine Egyptienne de l’Epoque Pharaonique”, de Gustave Lefrébre – Paris, 1956.
b) “Aegyptischer Papyrus”, de Wreszinski – Berlim, 1909.
c) “Carlsberg Papyrus”, de Iversen, E. – Copenhague, 1939.
d) “Papyrus of Kahoun”, de Kahoun – Londres, 1893.
e) “The Petrie Papyrus, de Griffith – Lourdres, 1893.
f) Papiros Médicos do Antigo Egito: - Papiros Médicos de Berlim – caps. 193 e 199. - Papiros Médicos de Carlsberg – cap. 28. - Papiro Ginecológico de Kahoun – caps. 19, 26 e 32.
g) Cahiers du “Cercle d’Études Egyptiennes” – Geraldo Rosa Lopes.



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HIPÓCRATES – SEU “JURAMENTO” E SUA OBRA.



Dr Geraldo Rosa Lopes




Consagrado como o “Pai da Medicina”, o grande sábio grego nasceu na ilha de Cós, por volta do ano 460 a.C., e faleceu no ano de 370 a.C., em Larissa, na Tesália. Estudou a “arte de curar” em sua terra natal e no templo sagrado de Cnidos.
Aprendeu Filosofia, Moral e Ética com Demócrito de Abdera e foi citado por Platão em suas obras “Fedra” e “Protágoras Aristóteles chamava-o de “O Grande” e, para Galeno foi o organizador da ciência médica, seu legislador, o médico ideal em pureza e santidade. Aos 19 anos de idade viaja ao Egito, onde permanece por três anos, tendo sido bem recebido pelos grandes sacerdotes que o iniciam nos estudos médicos (!) – na mitologia, na religião, nos mistérios de Isis e nos preceitos da deusa Maat.
Entra em contato com os ensinamentos do sábio Imhotep, cujos textos lê e estuda, sob a supervisão dos próprios sacerdotes egípcios. Deixou vários trabalhos importantes, compilados no chamado “método hipocrático”, no qual abandona os métodos empíricos, eliminando seus aspectos mágico-religiosos e sobrenaturais, e instituindo as bases científicas, racionais e experimentais da Medicina convencional.
No “método hipocrático”, o grande mestre dá ênfase ao exame criterioso do doente, à correta interpretação dos sintomas e o uso de medicamentos éticos no seu cuidado com o doente. Sua obra foi compilada no “Corpus Hippocraticum” – também conhecida como “Sentenças Ckinidanas”, - por Crissipo de Chipre, Eurifon de Cnidos e Proxágoras de Cós. Os trabalhos de Hipócrates tiveram grande influência na Escola de Alexandria, divulgados que foram por Herófilo, Sorano de Efeso, Erasustrato e, mais tarde, por Galeno e nos “Cânones”, de Avicena. Como é natural, sua obra também recebeu grande afluxo de ensinamentos originários de Imhotep e, séculos mais tarde, dos conceitos da Escola Pitagórica, com Pitágoras de Samos. Seu famoso “juramento” começa a ser citado em escritos romanos no século I d.C., porém, somente a partir do século XIII passa a fazer parte de um compromisso moral e ético da profissão médica. Inicialmente, começava como exortação a divindades da mitologia grega, que tinham as correspondentes egípcias:
“Eu juro por Apolo (Hórus), médico, por Asclépio (Imhotep), Hygéia e Panacéia e por todos os deuses e deusas, tomando-os por testemunhas, que cumprirei, de acordo com minhas habilidades e juízo, este juramento...” Todavia, sob a influência da religião judaico-cristã, cujos textos sagrados não admitiam “juramentos” – (Matheus – 5:34) e, em conseqüência, foram modificados, tendo sido retirados os nomes pagãos e substituídos pelo santo nome de Cristo e de santos cristãos. Entretanto, não podemos esquecer que o “juramento” tem sido respeitado e aceito ao longo de todos esses séculos como uma extraordinária coletânea de preceitos deondoutológicos, morais, de pureza e dignidade, sempre orientando os médicos no sentido de se conduzirem na sociedade com um comportamento irrepreensível.


BIBLIOGRAFIA
1) “The Egyptian Mysteries” By Arthur Versluis – 1988
2) “The Passion of Isis and Osiris” By Jean Houston – 1995
3) “Egyptian Mythology” New York – 1958
4) “The Golden Ass” Lúcio Apuleio – 1961 (Tradução de Robert Graves)
5) “The Gods of the s” (2 vols.) by Wallis EJ. A. Budge New York – 1969
6) “The Medicina and Man” by Ritchie Calder
7) Coleção “Egitomania” Editora Planeta do Brasil Ltda. – São Paulo, 2001
8) Apostilas – Cátedra de História da Medicina – Faculdade de Ciências Médicas – Rio de Janeiro (antiga Universidade do Est. da Guanabara)




IMHOTEP





O homem responsável pela construção da primeira pirâmide do Egito, a pirâmide de degraus de Djoser, seu projetista e coordenador de todos os trabalhos, foi Imhotep (I-em-htp em egípcio), arquiteto genial, médico, sacerdote, mágico, escritor e primeiro ministro daquele faraó. Infelizmente, poucas informações chegaram até nós sobre essa misteriosa personalidade histórica, mas seu legado foi inesquecível.
Prova disso está no fato de que sua vida foi celebrada por três mil anos, desde a época da construção da pirâmide de degraus até o período greco-romano, o que, historicamente, ocorreu com poucos homens.
Durante toda a história egípcia, a era de Imhotep foi considerada como uma época de grande sabedoria. Ele foi o primeiro grande herói nacional do Egito. Era tido em tão alta consideração pelos egípcios como médico e sábio que, 23 séculos após sua morte, acabou sendo deificado como deus tutelar da medicina.
Os gregos, por sua vez, deram-lhe o nome de Imuthes e identificaram-no com Asclépio, filho de Apolo, o Esculápio dos romanos, deus da ciência médica. Ele também era considerado pelos egípcios como o maior dos escribas e escreveu tratados de medicina e de astronomia e uma obra de provérbios que, infelizmente, não foi encontrada pelos arqueólogos.
Quando se tornou lendário, os escribas lhe prestavam homenagem derrubando algumas gotas de seu godé em honra do antigo escrevente antes de começarem seu trabalho.
Durante o reinado de Djoser ocupou a segunda posição na hierarquia faraônica e na base da estátua daquele rei, encontrada em sua pirâmide, o nome e títulos de Imhotep aparecem no mesmo lugar de honra que os do faraó. Os seus títulos eram muitos: Chanceler do Faraó do Baixo Egito, Primeiro após o Faraó do Alto Egito, Administrador do Grande Palácio, Médico, Nobre Hereditário, Sumo Sacerdote de Anu (On ou Heliópolis), Arquiteto-Chefe do Faraó Djoser, Escultor e Fabricante de Recipientes de Pedra.
No Período Tardio lhe era prestado um culto em uma das capelas do complexo de Saqqara, local para onde afluíam os coxos de todo o país em busca de cura. A tradição diz que Imhotep era filho de uma mulher chamada Khreduankh e do deus Ptah.
Seus pais deviam ser membros da aristocracia, como indica o título de Nobre Hereditário. Provavelmente foi educado por um escriba a partir dos 12 anos e teria começado sua carreira ainda jovem. Deve ter ingressado na vida sacerdotal, sendo que a função de Sumo Sacerdote de Heliópolis só podia ser ocupada após extensa educação nas artes e nas ciências.
A grande engenhosidade e perícia desse homem consistiu em incorporar a um monumento de pedra todos os métodos artísticos e de engenharia que durante décadas haviam sido aplicados a construções de madeira, feixes de caniços e talos e tijolos de limo secos ao sol, obtendo como resultado final um extraordinário complexo funerário.
As inovações introduzidas por Imhotep foram muitas: a coluna estriada e não estriada, os pórticos, os propileus, os pilares, os capitéis nas mais variadas formas, baixos-relevos cheios de realismo e de vida, obras de olaria envernizadas ou esmaltadas. Usando uma linha leve e elegante ergueu pequenos templos, edículas e pavilhões. A ele também se deve o hábito de orientar rigorosamente as pirâmides para o norte. Por tudo isso, ele tem sido considerado o gênio criador da arquitetura.


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PRIMÓRDIOS DA MEDICINA NO ANTIGO EGITO



Ondina Balzano




Papiro de Ebers



Um dos mais antigos registros de práticas religiosas e medicinais, documentado e decifrado, está no grande livro de textos sagrados do Egito antigo, em papiro, que dedica os seis últimos de 42 livros, à “Arte de Curar”, criação atribuída ao Deus Thot, “Mestre da Palavra Divina”. Também a civilização egípcia nos legou o conhecimento de outras disciplinas tais como Aritmética, Arquitetura, Astronomia, Dança, Desenho, Escultura, Geometria, Ginástica, Música e Pintura que preenchiam os livros anteriores, cuja tradução foi possível a partir de 1822, quando Jean F.Champollion decifrou os hieróglifos.
Por volta do ano 3000 a.C. foi escrito um verdadeiro tratado sobre anatomia humana por Sekhem-Athotis, Faraó da I Dinastia. Logo após, na III Dinastia o sacerdote Imhotep funda a primeira escola de Medicina da Humanidade no grande templo do Deus Ptah, época em que se aprimoraram as técnicas de mumificação e embalsamamento, com registro em papiros que eram difundidos em outras escolas criadas a esse tempo.
Esses ensinamentos foram sendo copiados, dando origem aos vários Papiros Médicos encontrados no Egito, dos quais citamos o Papiro de Georg Ebers, que é o melhor conservado e no qual constam 875 prescrições de tratamento de doenças, onde se inclui a Terapia das Cores com o uso de flores e pedras preciosas.
Outro Papiro, denominado Edwin Smith, é considerado o mais importante de todos sobre Medicina e data de 1660 A.C. Esse documento é um verdadeiro tratado de cirurgia, anatomia, fraturas, luxações, terapêutica e rejuvenescimento, tendo sido denominado de “Papiro Cirúrgico” e de “Livro dos Ferimentos”. Foi traduzido e publicado em 1930, por James Breasted, e atualmente, encontra-se na Sociedade Histórica de Nova York, EUA.




Horus



Fundamentos da ciência médica racional, tais como hoje praticados, foram criados nestes centros para pesquisar doenças e tratamentos. A idéia de recriar os sintomas, desenvolvida pela Homeopatia e vacinas, já era utilizada através de flores, pedras preciosas e água solarizada nas mesmas cores que o corpo apresentava quando se manifestava determinada enfermidade. Essas escolas da Terra dos Faraós gozavam de enorme prestígio no mundo da época e eram freqüentadas por jovens vindos de diversos países vizinhos para o estudo da arte de curar, como foi o caso de Hipócrates que chegou ao Egito com dezenove anos de idade, onde permaneceu por três anos.
De retorno a Cós, sua cidade natal, funda a primeira escola de Medicina da Grécia.
Devemos assinalar que o juramento original de Hipócrates (460 A.C.) começa pelos deuses egípcios da Medicina: HORUS, ou APOLO e IMHOTEP ou ASCLÉPIOS, prova suplementar de que o Egito foi considerado pelo próprio Hipócrates como o país fundador da ciência médica. Seu juramento começa assim:
“Eu juro por APOLO (HORUS), médico, por ASCLÉPIO (IMHOTEP)...” O prestigio de Hipócrates, como Pai da Medicina, ocorreu antes da decifração dos hieróglifos e da descoberta dos papiros médicos. Mas, diz o Dr. Naguib Riad:
“Chegou o momento de revisar nossas instituições, a fim de dar a Paternidade da Medicina Universal a IMHOTEP.” A partir daí, os conhecimentos elaborados no antigo Egito ganharam o Mundo, chegando aos nossos dias nas mais variadas versões, mas que, de certa forma, preservaram o conteúdo principal da ciência que era chamada a “Arte de Curar”.



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