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CIVILIZAÇÕES ANTIGAS

 

 

ÍNDIA - GRÉCIA - IMPÉRIO ROMANO

 

 

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CIVILIZAÇÕES ARCAICAS

 

 

SUMÉRIA - MESOPOTÂMIA - BABILÔNIA - CALDÉIA -

ESSÊNIOS - C. NÓRDICA - CELTAS - PRÉ-COLOMBIANA -

ASTECA - MAIA - INCA - NAZCA - ILHA DE PÁSCOA

 

 

 

 

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CIVILIZAÇÕES ANTIGAS

 

ÍNDIA







Uma das civilizações mais antigas do nosso planeta, a Índia é um país de contrastes. A diversidade de línguas, hábitos e modo de vida não impedem que haja uma grande unidade na cultura do país.Ao mesmo tempo que cada estado tem seu próprio modo de expressão, como na arte, música, linguagem ou culinária, o indiano é profundamente arraigado ao sentimento de amor à sua nação e tem orgulho de sua civilização ancestral, o que mantém vivas até hoje muitas tradições.
Talvez pela profusão de deuses adorados por diferentes segmentos da sociedade, a tolerância religiosa é algo inerente aos indianos acostumados a conviver com a diversidade, como as línguas diferentes faladas muitas vezes por vizinhos. Nos dias de hoje ocorrem conflitos religiosos, mas isso não pode ser considerado característico.
Muita coisa causa estranheza no ocidente, pois são muitos símbolos, muitas deidades, muitos rituais. A maioria é relativo ao Hinduísmo, que ainda é a religião com mais seguidores na Índia, seguido pelo Islamismo e o Budismo. O Hinduísmo é tão antigo quanto a civilização da Índia, tanto que a palavra "hindu"é erroneamente usada para dizer " indiano", e toda a simbologia é vista pelos outros países como se representasse a própria Índia.
"Por quê Ganesha tem cabeça de elefante? Como o ratinho tão minúsculo pode ser o seu veículo? Porque algumas pinturas mostram os deuses e deusas com tantos braços? "Não podemos entender a Índia sem entender o significado de símbolos como o Om , a swastika, o lotus que revelam fatos sobre a cultura do país, desenvolvidos por centenas de milhares de anos. Apenas aqueles que estudaram a cultura intensamente podem entender o significado intrínseco desses símbolos, mas é uma obrigação moral de todo indiano se dedicar ao conhecimento da simbologia cultural da Índia.


SÍMBOLOS




A principal mensagem dessa cultura é a aquisição de conhecimento e a remoção da ignorância. Enquanto a ignorância é como a escuridão, o conhecimento é como a luz.
A lamparina, chamada de deepak tem muita importância como símbolo pois, tradicionalmente feita de cerâmica, representa o corpo humano porque assim como o barro, também viemos da terra. O óleo é queimado nela como um símbolo do poder da vida. Uma simples lamparina quando imbuída desta simbologia chama-se deepak e nos dá a mensagem de que toda e qualquer pessoa no mundo deve remover a escuridão da ignorância fazendo o seu próprio trabalho.Nos templos, sempre se oferece uma chama, significando que tudo que fizermos é para agradar a Deus.
Outro símbolo que causa curiosidade para os ocidentais é o Om, que representa o poder de Deus, pois é o som da criação, o princípio universal, entoado começando todos os mantras. Diz-se que os primeiros yoguis o ouviram em meditação, e esse som permeia o cosmos. É o número um do alfabeto, é o zero que dá valor aos números, é o som da meditação.
A flor de lótus, presente em muitas imagens, devido ao fato de crescer na água pantanosa e não ser afetada por ela representa que devemos ficar acima do mundo material apesar de viver nele. As centenas de pétalas do lótus representam a cultura da "unidade na diversidade".
A swastica, que causa estranheza quando é vista, pois para o ocidente é relacionada com o nazismo, é na verdade um símbolo de auspiciosidade, bem estar e prosperidade.Acima de tudo é uma bênção.
As divindades, com seus muitos braços, cada um deles carregando objetos ou armas, símbolos em si, como o lotus, livro, indicam as direções, a maioria representa os quatro pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. Qualquer poder do espírito supremo é chamado deus ou deusa, apesar de Deus ser Uno e Absoluto. Por isso são tantos, pois são muitas as manifestações de Deus.




RELIGIÃO




Outra coisa que é absolutamente importante para entendermos a cultura indiana é a crença na reencarnação, que para os hinduístas, assim como para muitas outras religiões, é um preceito básico e incontestável. Sómente considerando isso é que um ocidental pode entender o sistema de castas. Na filosofia indiana a vida é um eterno retorno , que gravita em ciclos concêntricos terminando no ceu centro, coisa que os iluminados atingem. Os percalços do caminho não são motivo de raiva , assim como os erros não são uma questão de pecado , mas sim uma questão de imaturidade da alma.. O ciclo completo da vida deve ser percorrido e a posição da pessoa em cada vida é transitória. Essa hierarquia implica em que quanto mais alto se chega na escala maiores são as obrigações. A roda da vida cobra mais de quem é mais capaz. Um Brâmane, por exemplo, que é da casta superior, dos filósofos e educadores, tem uma vida dedicada aos estudos e tem obrigações com a sociedade. As outras castas são: Kshatriya, administradores e soldados, Vaishya , comerciantes e pastores e Sudras , artesãos e trabalhadores braçais. Antigamente esse sistema de castas era seguido como lei, mas depois que Mahatma Gandhi, o grande personagem da libertação da India, contestou isso em nome dos direitos humanos, hoje na India a mobilidade social já se faz presente.
Mas nem tudo é hinduísmo na India. O seu maior cartão postal, o Taj Mahal, é uma construção muçulmana, um monumento ao amor, pois foi construido pelo rei para sua amada que morreu prematuramente. É uma das maravilhas do mundo, feito com mármore branco e ricamente decorado com pedras preciosas.
O Islamismo é fundamentado sobre a crença de que a existência humana é submissão (Islãm) e devoção a Allah, Deus onipotente. Para os muçulmanos, a sociedade humana não tem valor em si, mas o valor dado por Deus. A vida não é uma ilusão, e sim uma oportunidade de bênção ou penitência. Para guiar a humanidadde, Deus deu aos homens o Corão, livro revelado através do Anjo Gabriel, ao seu mensageiro, o Profeta Maomé, por volta do ano 610 DC. Um século depois, houve a grande invasão a Sind, que hoje está fora da India, na região do Paquistão, onde a língua Urdu , introduzida naquela época na região, permanece até hoje .Devido a fatores políticos, o Islamismo se espalhou pelo norte e hoje temos um grande crescimento dos seguidores do Islãm por toda a India.
Por volta do século XV o Islam estava dominando o norte da India e se tornou muito intolerante, não admitindo a existência daqueles que não acreditavam na sua religião. Os hindus estavam vivendo em condições desumanas, sendo reprimidos e até massacrados e as mulheres eram maltratadas. Por outro lado os hindus , com suas divisões de classes, suas superstições e parafernália de rituais, depois de séculos de invasões e dominação, passaram a ser humilhados em seu próprio país, proibidos de construir seus templos e até velar seus mortos. Nesse contexto surgiu o Guru Nanak , que mostrou que ambas as religiões estavam se distanciando dos princípios de Deus, de paz e amor na humanidade e inaugurou o Sikhismo, uma religião baseada em valores universais : amor, liberdade, dignidade, tolerãncia, harmonia, amizade, realização pessoal , auto confiança, serviço, caridade e sacrifício. Para um Sikh a geração de riqueza não é irreligioso, se for em benefício da sociedade e não apenas para si próprio. È uma fé baseada na realização de Deus dentro de cada um neste mundo e não depois da morte. .
O Budismo também se faz presente, já que a India é a terra onde nasceu Buda, e onde tudo começou. No tempo do Imperador Ashok, o grande rei unificador da Nação indiana, a maior parte se converteu ao Budismo, que alguns chamam de filosofia e não religião, pois não existe adoração a Deus e o ser humano é levado a conquistar a paz interior pelo caminho do meio, ou seja, o equilibrio. O sofrimento é causado pelo desejo e a prática da meditação é usada para aquietar a mente e procurar atingir o Nirvana, o estado de perfeita paz. As mais impressionantes representações do Budismo da época áurea se encontram nas cavernas de Ajanta e Ellora ,em Aurangabad. Esta última consiste em templos e monastérios erguidos pelos monges budistas , hinduístas e jainistas e contam a história das três religiões.
A vida do indiano é dividida em quatro fases, e essa divisão se chama Ashrama: a infãncia , a juventude, que é absolutamente devotada aos estudos, (não existe namoro nesta fase) , o tempo de se constituir familia, que é pela tradição arranjada pelos pais (este hábito está caindo em desuso com os tempos modernos) e na velhice a vida é dedicada à realização espiritual. Tal modo de vida mostra a grande importância dada ao conhecimento, e um grande número de indianos , apesar do alto índice populacional do país, e da pobreza que é conseqüencia disso, tem escolaridade e fala mais de uma língua.



CIÊNCIA E TECNOLOGIA


Quase tudo na India é espiritualidade, mas na verdade o grande propósito da cultura indiana é o conhecimento, e toda essa importância dada às religiôes se deve ao pricípio de que o propósito da vida na terra é sair da escuridão da ignorância e chegar à luz do conhecimento. O que muita gente não sabe é que o conceito do Zero nasceu na India, e também que a primeira Universidade , com o significado que a palavra deve ter, existiu em Nalanda, no estado de Bihar ,nos tempos ancestrais.
A matemática do modo como entendemos hoje em dia deve à India todo o seu fundamenrto,pois todo o sistema de numeração é indo-arábico, ou seja, os árabes buscaram na India e difundiram os algarismos que usamos até hoje. A fórmula de Bhaskara que foi criada na India é usada para resolver todas as equações de segundo grau.
A grande contribuição para o mundo além da filosofia , que faz parte da vida e todos os indianos, são os avanços na tecnologia da informação , pois a Índia hoje tem exportando Phd's na área de Softwares principalmente para a Europa e EUA. No Brasil, o Departamento de Microeletrõnica da Universidade de São Paulo, USP, o nosso Instituto de Pesquisas Espaciais, INPE, e o IPEN, Instituto de Pesquisas Nucleares contam com profissionais indianos em cargos importantes. No campo da pesquisa espacial, o telescópio Chandra, da NASA, que leva o nome do físico indiano, é superior em tecnologia ao Hubble, mais conhecido por ser responsável por telecomunicações.Outra área importante é a biotecnologia, campo que a India domina sobre muitos países.


ATUALIDADE




A contribuição da Inglaterra, país que colonizou a India, foi principalmente a introdução da lingua inglesa, que permite que haja uma língua comum falada em todos os estados, cada qual com sua lingua nativa. Mas, além disso, introduziram o sistema de trens , que cobre todo o país, o telégrafo e toda a modernização nas comunicações. A independência foi conquistada em 1947, após a célebre resistência pacífica liderada por Mahatma Gandhi, o grande personagem do século XX, que deu o exemplo para o mundo, ensinando que a paz é possível. Ele mobilizou a população a produzir os próprios tecidos, para mostrar que não precisavam depender da Inglaterra, por isso vemos sempre seu retrato com uma roca. Isso tornou-se um símbolo e hoje a produção e tecidos é um dos setores mais prósperos . A marcha do sal foi com a mesma intenção, provar que a India podia ser autosuficiente.
A auto-suficiência é uma realidade, principalmente com relação a alimentos. O fato de ter uma população em grande parte vegetariana, e mesmo os não vegetarianos não comerem carne de vaca porque ela é sagrada, faz com que os espaços não sejam ocupados com pasto, propiciando assim maior incentivo `a agricultura. Mesmo que muitas pessoas na India não tenham teto, talvez sapato, sempre existe comida fácil e barato, além da disposição de ajudar uns aos outros ser uma coisa natural no indiano.
Da mesma forma , a população cuida de sua própria segurança.É muito raro assaltos à mâo armada, situações de risco desta natureza, pois o povo religioso como todos sabem, tem uma atitude diferente da ocidental perante a miséria , talvez por ter uma cultura que não é baseda no "ter".Mas quando ocorre algo, os próprios cidadãos se encarregam de punir o delinqüente. Todos os templos exigem que se tirem os sapatos e estes são deixados do lado de fora. Mesmo com grande número de pessoas sem poder aquisitivo para comprar um sapato, estes não são roubados.
Outro aspecto da auto suficiência é o sistema de conselho municipal, chamado panchayati; cinco membros, geralmente mais idosos, portanto mais sábios, que cuidam dos assuntos da comunidade. Isso vem dos tempos ancestrais, decorrente dos clãs, que são chamados gotra, e foi caindo em desuso, mas a autoridade legal desses conselhos foi restaurada oficialmente em 1989 por Rajiv Gandhi. Não há melhor meio de se exercer uma educação em direitos democráticos do que a chance de exercitar eles mesmos. Dois milhões e meio de habitantes das vilas são eleitos para posições no panchayat e o governo exercido por pessoas comuns fazem da democracia um fenômeno genuínamente de massas
A democracia da India é a maior do mundo pela sua população, e o sistema político é parlamentar. Há duas câmaras, a câmara baixa ou "Câmara do Povo" (Lok Sabha) com 544 membros e a câmara alta ou "Conselho de Estados" (Rajya Sabha) co 245 membros . esta última não pode ser dissolvida. Há um Chefe de Estado e um Chefe de Governo, diversos partidos políticos e sindicatos.


CINEMA E ARTE

A Índia moderna, como todos os outros países, absorveu a cultura ocidental, mas talvez devido ao orgulho de sua identidade própria, sem perder as características culturais. Um grande exemplo é a indústria cinematográfica, que é a maior do mundo. O número de filmes feitos na India é maior que em qualquer outro país. A indústria cinematográfica surgiu em Bombay em 1913. Sete anos mais tarde produziu-se em Calcutá o primeiro filme em língua bengali e em 1934 foram inaugurados em Madras os estúdios destinadoss à produção de filmes em tâmil e telugo. Essa é a maior paixão do indiano. Os cinemas vivem lotados, eles adoram seus astros, e o estilo "bollywood" (Bombay é o pricipal centro cinematográfico) se faz presente nas ruas, com músicas que são presentes em alto e bom som em todos os lugares, o colorido que os indianos tanto gostam saindo dos saris, que ainda são uma constante, para as roupas ocidentalizadas, pelo menos nos grandes centros. Mas tudo tem a cara da India, não se vê uma invasão cultural como ocorre em outros países, que perdem a sua identidade em nome de serem modernos.
Esta diversidade colorida, esta mistura de línguas, religiões, saris e turbantes, além de arquiteturas diferentes, é o que o fazem da India este "Caldeirão Cultural".A princípio o ocidental acha que um sari é sempre igual ao outro, mas um olhar mais atento vai mostrar que conforme a região o modo de amarrar difere do outro, assim como dependendo da religião vemos os diferentes modos de se amarrar um turbante.
As religiões são o fator mais determinante nas expressões do povo, como podemos ver em todas as manifestações da arte. A literatura e a poesia nasceram como mais uma maneira de se conectar com o divino, assim como toda pintura ou escultura. Os poemas de Tagore e Kabir são lidos até hoje, e muitos quadros contemporâneos que podemos ver no Museu de Arte de Delhi fazem referência às tradições e mitos.
Apesar de tudo, quem imagina a India um país místico, com cheiro de insenso e cheio de guirlandas e santos vagando pelas ruas, deve saber que é tudo verdade, mas convivendo lado a lado com um povo extremamente progressista, que gosta da modernidade e com uma identidade cultural única no mundo.



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GRÉCIA





Grécia Antiga é o termo geralmente usado para descrever, em seu período clássico antigo, o mundo grego e áreas próximas (como Chipre, Anatólia, sul da Itália, da França e costa do mar Egeu, além de assentamentos gregos no litoral de outros países —; como o Egito.
Não existe uma data fixa ou sequer acordo quanto ao período em que se iniciou e terminou a Grécia Antiga. O uso comum situa toda história grega anterior ao império romano como pertencente a esse período, mas os historiadores usam o termo Grécia Antiga de modo mais preciso. Alguns escritores incluem o período minóico e o período micênico (entre 1600 e 1100 a.C.) dentro da Grécia Antiga, enquanto que outros argumentam que essas civilizações eram tão diferentes das culturas gregas posteriores que, mesmo falando grego, devem ser classificadas à parte.
Tradicionalmente, a Grécia Antiga abrange desde os primeiros Jogos Olímpicos em 776 a.C. (alguns historiadores estendem o começo para 1000 a.C.) até à morte de Alexandre, o Grande em 323 a.C. O período seguinte é o do helenismo. Estas datas são convenções dos historiadores e alguns autoreschegam mesmo a considerar a Grécia Antiga como um período presente até o advento do cristianismo, no terceiro sécuo da era cristã. Os antigos gregos autodenominavam-se helenos, e a seu país chamavam Héladecarece de fontes. Nunca chamaram a si mesmos de gregos nem à sua civilização Grécia, pois ambas essas palavras são latinas, tendo sido-lhes atribuídas pelos romanos



GEOGRAFIA


A área ocupada pela antiga civilização grega não se identifica completamente com a área da Grécia contemporânea. Além disso, não existiu um estado politicamente unificado entre os Gregos antigos.
Situada na porção sul da Península Balcânica, o território da Grécia continental caracteriza-se pelo seu relevo montanhoso. A cordilheira dominante é a dos Montes Pindo que separa a costa oriental, banhada pelo mar Egeu, da costa ocidental, banhada pelo mar Adriático.
Na Grécia central, entre o golfo de Corinto e o mar da Eubéia, situa-se a Beócia, cuja principal cidade na antiguidade era Tebas. Os Montes Citéron separavam a Beócia da península da Ática, onde se encontram as cadeias do Himeto, do Pentélico e do Parnes. No Peloponeso distinguiam-se também várias regiões. Ao centro, situa-se a Arcádia, uma planície rodeada por montanhas. A Lacônia situa-se na região sudeste, compreendendo o vale do Rio Eurotas, delimitado a oeste pelo Monte Taígeto e a oriente pelo Monte Párnon. No sudoeste do Peloponeso está a Messénia.


HISTÓRIA

Os gregos originaram-se de povos que migraram para a península balcânica em diversas ondas, com início no terceiro milénio a.C.. Entre os invasores, merecem destaque os pioneiros: os aqueus, os jônicos, os dóricos e os eólios —; todos indo-arianos provenientes da Europa Oriental. As populações invasoras são em geral conhecidas como "helênicas", pois sua organização de clãs fundamentava-se, no que concerne à mística, na crença de que descendiam do deus Heleno, filho de Deucalião e Pirra. A última das invasões foi a dos dóricos, já em fins do segundo milénio a.C..

PERÍODOS



Pré-Homérico (1900-1100 a.C) — Período antes da formação do homem grego eda chegada cretense e fenícia. Nessa época, estavam se desenvolvendo as civilizações Cretense ou Minóica (ilha de Creta) e a Micênica (continental).
Homérico (1100-700 a.C) — Quando acontece a chegada de Homero, que foi considerado marco na história por suas obras, Odisséia e Ilíada. Período que iniciou a ruralização e comunidade gentílica (comunidade na qual um ajuda o outro na produção e colheita). Só plantavam o que iriam consumir (quando a terra não estava fértil saíam em busca de terra).
Obscuro (1150-800 a.C.) — Chegada dos aqueus, dóricos, eólios e jônicos; formação dos génos; ausência da escrita.
Arcaico (800-500 a.C.) — Formação da pólis; colonização grega; aparecimento do alfabeto fonético, da arte e da literatura além de progresso econômico com a expansão da divisão do trabalho do comércio, da indústria e processo de urbanização. É neste período onde os vários modelos das pólis vão se constituindo, definindo assim a estrutura interna de cada cidade-Estado.
Clássico (500-338 a.C.) — O período de esplendor da civilização grega, ainda que discutível. As duas cidades consideradas mais importantes desse período foram Esparta e Atenas, além disso outras cidades muito importantes foram Tebas, Corinto e Siracusa. Neste momento a História da Grécia é marcada por uma série de conflitos externos (Guerras Médicas) e interno (Guerra do Peloponeso).
Helenístico (338-146 a.C.) — Crise da pólis grega, invasão macedônica, expansão militar e cultural helenística, a civilização grega se espalha pelo Mediterrâneo e se funde a outras culturas.



CIVILIZAÇÃO MINÓICA




A civilização minóica foi uma civilização existente nas ilhas do mar Egeu entre 2200 a.C. e 1400 a.C.. Esta civilização foi descoberta pelo arqueólogo inglês Arthur Evans, tendo o seu foco principal na ilha de Creta.
A civilização minóica teria surgido a partir de uma fusão dos habitantes de Creta com populações que se fixaram nesta ilha vindas da Ásia Meno. Os Minóicos tiveram como principal actividade económica o comércio e criaram uma civilização que tinha em grandes palácios os seus centros administrativos. Em torno dos palácios existiam casas, não sendo os palácios amuralhados. Os palácios apresentavam sistemas de iluminação e esgotos e estavam decorados com belas pinturas.
Os Minóicos já conheciam a escrita (Linear A e Linear B) e destacaram-se pelo trabalho do ouro e das gemas, bem como por uma cerâmica decorada com motivos marítimos e geométricos.
Suas terras mais férteis estavam na parte esquerda da ilha, onde se encontravam as principais cidades como Cnossos (capital) e Kato-Zacros. Apesar dos seus palácios terem sofrido com os terremotos que atingiam a região, os Minóicos prosperaram até 1400 a.C. A decadência desta civilização parece ter sido o resultado de ataques de inimigos, entre os quais se encontrariam os Micénicos.
Vale a pena destacar o papel da mulher na sociedade minóica. Ao contrário das futuras cidades, como Atenas e Esparta, onde a mulher não tinha direitos políticos e era vista apenas como uma reprodutora, a mulher Minóica era livre, podia adquirir propriedades e ser independente.



CIVILIZAÇÃO MICÉNICA





Máscara funerária da civilização micénica (Máscara de Agamemnon). Os Minóicos viriam a influenciar a história da Grécia através dos Micénicos, que adoptam aspectos da cultura minóica. O nome "micénico" foi criado por Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no sítio de Micenas, no nordeste do Peloponeso, onde outrora se erguia um grande palácio e uma das principais cidades além de Tirinto, Tebas e Esparta. Julga-se que os Micénicos se chamariam a si próprios Aqueus. A sua civilização floresceu entre 1600 e 1200 a.C.
Os Micénicos já falavam grego. Não tinham uma unidade política, existindo vários reinos micénicos. À semelhança dos Minóicos o centro político encontrava-se no palácio, cujas paredes também estavam decoradas com frescos.
Para além de praticarem o comércio, os Micénicos eram amantes da guerra e da caça. Por volta de 1400 a.C. os Micénicos teriam ocupado Cnossos, centro da cultura minóica.
Por volta de 1250 a.C. o mundo micénico entra em declínio, o que estaria relacionado com a decadência do reino hitita no Próximo Oriente, que teria provocado a queda das rotas comerciais. Sua decadência envolveu também guerras internas. É provável que a destruição da cidade de Tróia, facto que se teria verificado entre 1230 a.C. e 1180 a.C., possa estar relacionado com o relato literário de Homero na Ilíada, escrita séculos depois.



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IMPÉRIO ROMANO



Romana



Dr. Geraldo Rosa Lopes

A data de fundação de Roma tem sido motivo de muita controvérsia e de muita especulação.O primeiro relato sobre o assunto foi escrito por um historiador de família ilustre, Fábio Pictor, baseando-se em antigos textos, manuscritos religiosos e na genealogia de famílias ancestrais de Lácio.
Uma antiga lenda nos revela que a cidade teria sido fundada pelos irmãos gêmeos Rômulo e Remo, os quais, tendo sido abandonados às margens do Tibre, foram salvos por uma loba que os amamentou. Algum tempo depois, eram recolhidos pelo  pastor Fáustulo e por sua esposa Aca Laurentia, que os criaram.
A lenda revela ainda que, anos mais tarde, Rômulo mata seu irmão por motivos fúteis, devido a uma polêmica relacionada com a demarcação de terras.
Lançando os fundamentos da nova comunidade, Rômulo estabelece um código de leis, organiza um exército, define as instituições religiosas e sociais e funda a Cúria ou Senado.
Essas narrativas fazem parte de velhas tradições, herança folclórica e culturas dos etruscos, sabinos e latinos que ocupavam as colinas ao redor do vale.
&nUma dessas narrativas refere-se ao episódio histórico conhecido como o “rapto das sabinas” – o qual, em resumo, é o seguinte: “Alguns meses após a fundação da cidade, como houvesse necessidade de mulheres para o povoamento, os latinos que habitavam uma das margens do Tibre, invadem o território dos sabinos e roubam suas mulheres. O fato ocasiona uma guerra entre os dois grupos e, posteriormente, uma reconciliação entre eles e um governo conjunto dos respectivos chefes.”
Entretanto, em épocas ainda não definidas, esse folclore foi enriquecido com outra narrativa épica, relatando as façanhas do herói troiano Enéiuas, o qual, fugindo de Tróia devastada pela guerra, chega ao Lácio onde funda a cidade de LAVINIUM, em homenagem à sua esposa Lavínia. Após a morte de Enéias, seu filho Ascânio constrói a cidade de Alba Longa, origem das primeiras dinastias de reis ao longo dos 400 anos seguintes.



Romana


Em conseqüência, Rômulo e Remo seriam descendentes dessa linhagem de nobres, considerados filhos do deus Marte com a filha de um dos reis de Alba Longa.
Todas essas histórias e todo esse passado folclórico foram, a pouco e pouco, consolidando-se em relatos épicos e, no decorrer do século III a.C., já faziam parte das gestas e obras de grandes escritores, como Fábio Pictor, Terêncio Varrão, Ovídio, Virgílio e Tito Lívio.
Na realidade, do ponto-de-vista histórico e arqueológico, Roma nasceu com um grupo de cabanas na colina do Palatino, no local onde havia um vale em frente à ilha Tiberina. Na margem oposta, os sabinos já haviam estabelecido sua comunidade e, os dois núcleos progrediram e se desenvolveram. No século VI (as datas ainda são incertas), Roma se apresentava como uma pequena cidade. O pântano foi drenado, muralhas de defesa foram construídas e edificou-se um grande templo sobre a colina do Capitólio, em homenagem a Júpiter Capitolino, protetor da cidade.Em plena expansão urbanística, Roma vai crescendo e ocupando, gradativamente, as “7 colinas”: Capitólio, Palatino, Quirinal, Esquilino, Célio, Aventino e Viminal, consolidando-se como um núcleo populacional às margens do rio Tibre.
Devemos salientar que a data atualmente mais aceita para a fundação de Roma foi aquela estabelecida por M. Terêncio Varrão, ou seja: 748 a.C. A MONARQUIA – Após a morte de Rômulo, inicia-se uma linhagem de reis latinos, sabinos e etruscos.
Depois de Rômulo, portanto, o primeiro rei foi Numa Pompílio, seguindo-se-lhe Túlio Hostílio e Anco Márcio.Nessa época, Roma era então uma monarquia com suas dinastias de reis e com sua nobreza e, de acordo com a lenda, Rômulo havia escolhido cem conselheiros para o auxiliarem no governo, constituindo, dessa forma, o primeiro “Senado Romano” ou “Cúria”. – Os descendentes desses senadores vão formar a classe aristocrática dos “patrícios”.Esses reis governaram até 509 a.C., tendo sido Tarquínio Prisco (Tarquínio I) e Tarquínio – o Soberbo (Tarquínio II) seus dois últimos monarcas.
Em 509 a.C., um grupo de aristocratas romanos expulsa Tarquínio II e encerra a fase monárquica romana, estabelecendo-se um regime republicano. A REPÚBLICA – Encerrado o período de realiza, estavam amadurecendo as bases para a implantação de um regime republicano.
Uma pequena oligarquia de nobres reivindicava o direito de exercer o poder, justificando sua posição com o nome de “LIBERTAS” (Liberdade), um momento de libertação nacional.
A República inicia-se, portanto, em 509 a.C. (ou pouco depois), como uma instituição em que dois “Cônsules” ou “Pretores” desempenhavam suas funções governamentais durante um ano.
Entretanto, já no século I a.C., as instituições republicanas começam a perder prestígio e influência, até que as principais diretrizes acabam sendo revogadas por ditadores militares, Sila, Pompeu e César, poderosos líderes de províncias e que ameaçavam o poder central, alegando que os republicanos eram incompetentes e corruptos. Crises econômicas, tensões sociais entre latifundiários e camponeses possibilitaram as condições para que militares influentes tomassem o governo.

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Em 48 a.C., Júlio César derrota Pompeu na batalha de Farsália, tornando-se ditador absoluto. Quatro anos depois, César foi assassinado nas escadarias da Cúria de Pompeu. Seu filho Otávio assume e se converte no dono do mundo romano e, após sua vitória sobre Marco Antônio e Cleópatra na batalha de ACIO, em 31 a.C., é indicado pelo Senado e aceita o título de “Augusto” (Otávio Augusto), em 27 a.C.. O IMPÉRIO – Inicia-se o período glorioso e o fausto da Roma Imperial, uma autêntica “IDADE DE OURO”.Após uma excelente gestão, quando realizou importantes reformas, não só sociais, como religiosas, administrativas, políticas e militares, Otávio Augusto morreu em 14 d.C., o império estava bem consolidado e seus sucessores Tibério (14 a 37 d.C.), Caio (37 a 41 d.C.), Cláudio (41 a 54 d.C.), Nero (54 a 68 d.C.), pertenciam à “Dinastia Júlio Cláudia”.Seguem-se, em seqüência, os imperadores das dinastias “Flávio-Nerva e Trajana-Antonina” (iniciada com Vespasiano em 69 d.C.,  e terminando com Cômodo, em 193 d.C.). De 193 d.C. até 235 d.C., isto é, de Pertinax a Alexandre Severo, os  imperadores pertencem à “Dinastia dos Severos” – a última da fase dinástica.
Após 235 d.C., o Império é dirigido por dez imperadores pouco destacados, começando com Máximo em 235 d.C., e terminando com Valeriano, em 260 d.C..
No período compreendido entre 260 a 476 d.C., o Império de Roma sofreu uma série de reveses, um gradativo declínio, motivado pelas invasões de povos “bárbaros” e o saque de Roma, em 410 d.C., pelos visigodos de Alarico, marcou o fim de uma era de glórias e de esplendores. No fim do século, o Império Romano do Ocidente havia desaparecido e fora substituído por uma série de reinos bárbaros: visigodos, na Espanha; os Francos, na França; os Ostrogodos, na Itália e os Vândalos, no norte da África. O Império Romano do Oriente sobreviveu mais mil (1000) anos, até que os turcos conquistaram Constantinopla, em 1453 d.C..

BIBLIOGRAFIA:
- Atlas de História Universal – The Times
- “Globo – Empresa Jornalística Brasileira Ltda.”
- Rio de Janeiro (1989 – 1992 – 1995)- Grandes Impérios e Civilizações
- “Atlas of the Roman World”
- (Andrômeda Oxford Ltda. – 1982)
- Edições Del Prado – 1996.
- “Cahiers du Cercle d’Études Egyptiènnes”



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CIVILIZAÇÕES ARCAICAS

 

 



SUMÉRIA

 

 

                                                                             Aldrêycka Albuquerque

 

suméria

 

A Suméria é a civilização mais antiga que se tem registro, estima-se que eles viveram a mais de 3.500 anos antes de Cristo. Muitos chegam a estimar que eles datam muito mais de 6 mil anos. Os sumérios foram os pais da escrita, chamada escrita cuneiforme e posteriormente também foi creditado a eles os títulos de pai da astronomia, os criadores da roda, das carruagens e muito mais. Muitos confundem os Sumérios e os Acádios, mas na verdade o primeiro é muito mais antigo. Só depois é que eles foram invadidos pelos semitas, se tornando acádios.

Habitavam o sul da Mesopotâmia, entre o rio Tigre e Eufrates, lugar extremamente fértil que a Bíblia referencia como Terra Prometida e Hebrom. Possivelmente o berço da humanidade e é onde se encontrou as maiores e mais antigas descobertas de todo o mundo, como fósseis, artes e registros datados de até 13 mil anos.

 

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Os sumérios foram uma civilização a frente da época que viviam. Eles chegaram a registrar informações que nossa civilização só foi (re)descobrir na idade moderna. São maquetes de abrigos anti-aéreos, livros sobre química, estudos aprofundados sobre o universo e seus corpos celestes, e cálculos matemáticos extremamente avançados para a época. A civilização grega (duas civilizações após a Suméria) no auge do seus conhecimentos, chegavam a calcular até o número 10.000. Após isso eles consideravam como infinito. Os sumérios faziam cálculos das distâncias entre os planetas de nosso Sistema Solar, inclusive quantos planetas existem, que o Sol é uma estrela e a órbita de cada um. Na colina de Kuyundjick, antiga Nínive (terra dos sumérios), foi encontrado um cálculo, cujo resultado final, em nossa numeração, corresponde a 195.955.200.000.000. Um número de quinze casas! Os gregos, no auge do saber, não passaram do número 10.000, o resto seria o "infinito".

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O curioso desse povo era a fonte de tais conhecimentos. Como uma civilização tão antiga já sabia que nossa Lua era feita de ferro? Chegavam até a chamar a Lua de “pote de ferro” - fato que só agora a NASA teve capacidade para confirmar. Como é que eles já sabiam que a Terra era redonda? Que ela não estava no centro do Universo e já sabiam da existência de Plutão (só fomos descobrir isso em 1930)? Na verdade eles afirmavam que Plutão era um satélite de Saturno que se desprendeu e tomou uma órbita própria. Mistérios que só (re)descobrimos muitos anos depois!

 

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Alguns desses mistérios ainda nem temos tecnologia suficiente para confirmar. Um exemplo é a presença de um 10º planeta no Sistema Solar (eles contavam todos os corpos celestes, incluindo a lua e o sol, totalizando 12). Os Sumérios tinham convicção de que existe um planeta chamado Nibiru, que é dono de uma órbita totalmente diferente dos demais planetas do nosso Sistema Solar, e que faz um circuito tão grande, que dura 3.600 anos para completar a trajetória. Se eles acertaram quanto a existência desses planetas, do material que eles são feitos, da órbita de cada um, por que iriam errar quanto a existência de um planeta a mais? E se ele tem uma órbita tão grande assim, explica-se o fato de ainda não termos o encontrado.

Se você já acha isso estranho, prepare-se para o bizarro: Os sumérios não só sabiam da existência do tal planeta Nibiru, como desenhavam sua órbita, e eram categóricos ao dizer que neste planeta vivem os Anunnakis, seres altamente inteligentes e considerados deuses por este povo. Segundo eles, Nibiru “visita a Terra” a cada 3.600 anos, e quando isso acontece, ocorrem eventos cataclísmicos na Terra, e usaram como exemplo o dilúvio. Na verdade são deles o mais antigo registro do dilúvio!

“E depois veio o dilúvio e após o dilúvio a realeza tornou a descer mais uma vez do céu...” Escrito sumério cuneiforme.

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É aí que eu digo que tudo se interliga. Os Maias tinham um calendário que se resumia em vários ciclos, e o seu maior era um ciclo de 3.600 anos. Os babilônios falavam de um planeta chamado de Marduck e os gnósticos acreditam num apocalipse causado por um planeta chamado Hercóbulos. Após toda essa polêmica, os cientistas tratam-no como um planeta ainda não confirmado, e o chamam de Planeta X. Este planeta receberá um post exclusivo posteriormente.

Então todo esse conhecimento avançado dos sumérios é entendido por alguns estudiosos como uma interferência extraterrestre. Pois não é concebível que uma sociedade tão antiga saiba de tanta coisa, nem que tenha feito tanta coisa. Algumas peças de arte sumérias foram encontradas espalhadas por todo o mundo. Como isso seria possível? Os sumérios faziam pequenas estátuas de possíveis astronautas, naves espaciais e foguetes. Como isso é possível?

Alguns conhecimentos sumérios que influenciaram a muitas outras civilizações posteriores:

• Técnicas de medicina, arquitetura, engenharia e hidráulica, baseados em magníficos conhecimentos em matemática, química, física e astronomia. Seus conhecimentos astronômicos eram incrivelmente avançados: seus observatórios obtinham cálculos do ciclo lunar que diferiam em apenas 0,4 segundos dos cálculos atuais.
Desenvolveram a agricultura com técnicas de irrigação e drenagem de solo, construção de canais, diques e reservatórios;
• Sistema de leis baseados nos costumes;
• Habilidosas práticas comerciais;
• Sistema de escrita cuneiforme, assim chamado porque escreviam em plaquetas de argila com um estilete em forma de cunha;
• Sistema de unidade política das Cidades-Estados ou Estados soberanos, como Ur, Nipur e Lagash;
• Sistema de hierarquias sacerdotais para organização religiosa;

Fundaram as primeiras bibliotecas. Na cidade de Nipur, 150 km ao sul de Bagdá, foi encontrada uma biblioteca sumeriana inteira, contendo cerca de 60.000 tabletes de barro com inscrições cuneiformes sobre a origem da humanidade.

Criaram os fenomenais projetos arquitetônicos denominados zigurates. Verdadeiros complexos piramidais que englobavam vários módulos de edifícios, abrigando desde templos religiosos até plenários políticos, construídos ao redor de um bloco-célula central e interligados por rampas espirais desde a base até o topo.

Alguém precisa de mais motivos para considerar os Sumérios um povo estranho e curioso?

 

 

Saiba Mais...
Fontes de Pesquisa:

http://caminhosevida.blogspot.com/2009/08/blog-post_8540.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sum%C3%A9ria

http://kr7blog.blogspot.com/2008_06_01_archive.html

 

 

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MESOPOTÂMIA

 

 

Érica Turci

 


EVOLUÇÃO ECONÔMICA, POLÍTICA E MILITAR


Divulgação/Museu de Arqueologia-USP


Reprodução de placa de argila com escrita cuneiforme.

 

Na Alta Mesopotâmia, região ocupada por uma das chamadas Civilizações Hidráulicas, as cheias dos rios Tigre e Eufrates ocorriam entre os meses de abril e maio, quando as geleiras das montanhas da Armênia derretiam e chegava a temporada das chuvas. Registros da época descrevem alagamentos que cobriam o solo "até onde os olhos não alcançam", muitas vezes destruindo tudo ao redor.

As técnicas para controlar tais cheias se desenvolveram ao mesmo tempo em que a civilização chegou aos povos mesopotâmicos. O trabalho árduo, de todos os membros das aldeias, possibilitou a construção de obras hidráulicas, como muros de contenção, diques, canais de irrigação e poços de armazenamento de água para o período da seca.

E exatamente porque esses trabalhos exigiram grande quantidade de pessoas em atividade constante (limpando, reformando, ampliando) e um bom planejamento, surgiram, por volta de 3.700 a.C.,

estados centralizadores, que coordenavam tais tarefas.

 


ESTADOS TEOCRÁTICOS


Especialistas na história da Mesopotâmia acreditam que os primeiros líderes políticos dessas cidades eram escolhidos por uma assembléia de cidadãos, já que a população que as habitava era pequena e cada família oferecia todos os seus membros aptos para as exaustivas tarefas nas obras de irrigação.


A elite privilegiada era formada por sacerdotes que, a fim de aplacar a fúria dos deuses e impedir novos e graves alagamentos, arrebanhavam mão-de-obra para a construção de templos que serviam para o culto religioso e, também, como celeiro para o excedente de produção a ser oferecido ao panteão de divindades. Na prática, contudo, os grãos sustentavam os sacerdotes, representantes dos deuses na terra. Aos poucos, os reis foram sendo associados a essa elite religiosa, surgindo os Estados Teocráticos.

 


ECONOMIA E SURGIMENTO DA ESCRITA


A agricultura floresceu às margens do Tigre e do Eufrates. A base da alimentação era composta por cereais, principalmente a cevada e, em segundo plano, o trigo. O linho e o algodão também eram plantados. Com as obras hidráulicas, o excedente agrícola possibilitava o sustento dos reis, de suas famílias e de um número cada vez maior de funcionários públicos.
O comércio, à base de troca, também prosperou, pois a Mesopotâmia era (e ainda é) muito pobre em metais, pedras preciosas ou semipreciosas e madeira. Quanto mais a produção agrícola aumentava, mais os reis tinham condições de ir buscar em terras distantes produtos para ampliar a produtividade e ostentar seu poder.

Além da agricultura, povos nômades viviam da criação do gado miúdo (cabras, ovelhas, porcos), o que complementava a alimentação e o comércio das cidades. Daí, também, ser necessária a contabilidade da receita que se ampliava. A escrita se desenvolveu, portanto, para controlar a produtividade. As primeiras plaquetas de argila que contêm a escrita cuneiforme demonstram claramente essa importância. E tais plaquetas estão entre as mais antigas formas de escrita do homem.

 

 


INVASÕES E GUERRAS


Porém, todo esse desenvolvimento trouxe sérios problemas para essas primeiras cidades: a rivalidade pelas terras mais férteis e a cobiça dos povos vizinhos. Ao contrário de outra civilização que se desenvolvia ao mesmo tempo, o Egito, as condições geográficas da Mesopotâmia não ofereciam proteção natural, o que ocasionou várias ondas de ataques, principalmente de povos vindos do leste.
Os mesopotâmicos tiveram que se armar. As lutas eram constantes, tanto entre as cidades, quanto contra os saqueadores e conquistadores exteOrnos. Os líderes políticos transformaram-se em líderes militares e, pela primeira vez na história, um exército regular passou a ser mantido pelo Estado.
Segundo John Keegan, especialista em história militar, não foi o desenvolvimento técnico que fez os exércitos mesopotâmicos serem temidos, mas seu poder de organização, o que prova, mais uma vez, a capacidade de mobilização e de planejamento de suas cidades. Os registros mostram que, por volta de 2.500 a.C., as batalhas eram comuns na região. Elmos e armaduras (ainda muito primitivas) foram encontrados em vários sítios arqueológicoos.

No que diz respeito à arte da guerra, a Mesopotâmia tem uma vantagem geológica, pois possui uma reserva de estanho considerável. O estanho misturado ao cobre produz o bronze, metal muito mais duro do que o cobre, utilizado por muitos de seus inimigos.

 

 

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OS ASSÍRIOS


Dentre os povos que governaram o vale dos rios Tigre e Eufrates, em se tratando da arte militar, os assírios se destacam. Povo rude, acostumado aos rigores do clima desértico, aprenderam rapidamente - com as tribos das estepes asiáticas - a usar o cavalo como arma de guerra, tornando-se aurigas temidos.
O carro de guerra possibilitava dupla vantagem: a força animal, de ataque e locomoção, e a carroça (aperfeiçoada sobre duas rodas), que podia levar o condutor do animal e mais um arqueiro. Ao usarem seus carros de guerra (bigas) para conquistar a Mesopotâmia, não encontraram muita dificuldade, já que as infantarias das cidades quase nada podiam fazer para deter a força conjunta do cavalo e do arqueiro. Dessa forma, os assírios conseguiram dominar a Mesopotâmia e estender suas fronteiras para muito além do vale de seus rios.

Mesmo assim, apesar de suas proezas tecnológicas, culturais e militares, marcos na evolução do homem, os povos da Mesopotâmia acabaram vencidos e conquistados pelos persas, uma civilização que tinha suas bases político-econômicas na expansão territorial.


FONTE BIBLIOGRÁFICA


Uma história da guerra, de John Keegan, Editora Cia. das Letras, São Paulo, 1993, p. 175.
Érica Turci é historiadora e professora de História formada pela USP.

 

 

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BABILÔNIA

 

Rainer Sousa


Por volta de 1900 a.C., um novo processo de invasão territorial dizimou a dominação dos sumérios e acádios na região mesopotâmica. Dessa vez, os amoritas, povo oriundo da região sul do deserto árabe, fundaram uma nova civilização que tinha a Babilônia como sua cidade principal. Somente no século XVIII o rei babilônico Hamurábi conseguiu pacificar a região e instituir o Primeiro Império Babilônico.
Sob o seu comando, a cidade da Babilônia se transformou em um dos mais prósperos e importantes centros urbanos de toda a Antiguidade. Tal importância pode até mesmo ser conferida na Bíblia, onde ocorre uma longa menção ao zigurate de Babel, construído em homenagem ao deus Marduk. De fato, são várias as construções, estátuas e obras que nos remetem aos tempos áureos desta civilização.
Além de promover a unificação dos territórios mesopotâmicos, o rei Hamurábi também foi imprescindível na elaboração do mais antigo código de leis escrito do mundo. O chamado Código de Hamurábi era conhecido por seus vários artigos que tratavam de crimes domésticos, comerciais, o direito de herança, falsas acusações e preservação das propriedades.
A inspiração necessária para que esse conjunto de leis escritas fosse elaborado repousa na antiga Lei de Talião, que privilegia o princípio do “olho por olho, dente por dente”. Apesar desta influência, as distinções presentes na sociedade babilônica também eram levadas em consideração. Com isso, o rigor das punições dirigidas a um escravo não era o mesmo imposto a um comerciante.
Mesmo promovendo tantas conquistas e construindo um Estado bastante organizado, os babilônicos não conseguiram resistir a uma onda de invasões que aconteceu após o governo de Hamurábi. Ao mesmo tempo em que os hititas e cassitas tomavam parcelas do domínio babilônico, outras revoltas que se desenvolviam internamente acabaram abrindo espaço para a hegemonia dos reinos rivais.
Entre os anos de 1300 e 600 a.C., os mesopotâmicos assistiram a dominação assíria, marcada pela violência de sua poderosa engrenagem militar. Por volta de 612 a.C., a sublevação dos povos dominados e a ação invasora dos amoritas e caldeus instituíram o fim do Império Assírio e a organização do Segundo Império Babilônico, também conhecido como Império Neobabilônico.
Nesse novo contexto, podemos destacar a ação do Imperador Nabucodonosor, que reinou entre os anos de 612 e 539 a.C.. Durante o seu governo, a civilização babilônica vivenciou o auge do desenvolvimento arquitetônico, representado pela construção das muralhas que protegiam a cidade, os luxuosos palácios e os Jardins Suspensos da Babilônia, admirado como uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

 

nabucodonosor gardens

 

 

O regime de Nabucodonosor também ficou conhecido pelo estabelecimento de novas conquistas territoriais, entre as quais se destacam a região sul da Palestina e as fronteiras setentrionais do Egito. Após este governo, os domínios babilônicos foram paulatinamente conquistados pelos persas, que eram comandados pela batuta política e militar do Rei Ciro I.

 

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Civilização Babilônica - HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO BABILÔNICA
Em babilônio: Bâbili significa "porta de Deus"; e em  persa antigo, abirush, ou reino da Mesopotâmia, conhecido originalmente como Sumer e depois como Sumer e Acad, entre os rios Tigre e Eufrates, ao sul da atual Bagdá, Iraque.
A civilização babilônica, que existiu do século XVIII ao VI a.C., era, como a suméria que a precedeu, de caráter urbano, embora baseada mais na agricultura do que na indústria. O país era constituído por 12 cidades, cercadas de povoados e aldeias. No alto da estrutura política estava o rei, monarca absoluto que exercia o poder legislativo, judicial e executivo. Abaixo dele havia um grupo de governadores e administradores selecionados. Os prefeitos e conselhos de anciãos da cidade eram encarregados da administração local.
Os babilônios modificaram e transformaram sua herança suméria para adequá-la a sua própria cultura e maneira de ser e influenciaram os países vizinhos, especialmente o reino da Assíria, que adotou praticamente por completo a cultura babilônica.
As escavações arqueológicas realizadas permitiram que fossem encontradas importantes obras de literatura. Uma das mais valiosas é a magnífica coleção de leis (século XVIII a.C.) denominada Código de Hamurabi, que, junto com outros documentos e cartas pertencentes a diferentes períodos, proporcionam um amplo quadro da estrutura social e da organização econômica do império da Babilônia.
Mais de 1200 anos se passaram desde o glorioso reinado de Hamurabi até a conquista da Babilônia pelos persas. Durante esse longo período, a estrutura social e a organização econômica, a arte e a arquitetura, a ciência e a literatura, o sistema judicial e as crenças religiosas babilônicas, sofreram considerável mudança. Baseados na cultura do Sumer, os feitos culturais da Babilônia deixaram uma profunda impressão no mundo antigo e particularmente nos hebreus e gregos. A influência babilônica é evidente nas obras de poetas gregos como Homero e Hesíodo, na geometria do matemático grego Euclides, na astronomia, astrologia, heráldica e na Bíblia.
Uma das primeiras cidades construídas no mundo, é mencionada em documentos escritos há mais de 5000 anos a.C.
Foi edificada numa parte do mundo onde nasceram as mais velhas civilizações, nas margens do rio Eufrates, no Iraque, no Vale da Mesopotâmia.
Cresceu em importância há 4.000 anos, quando um grande rei, Hamurabi, governou-a. Conquistou ele todas as cidades e tribos ao redor e dirigiu sabiamente o seu reino. Suas leis, escritas em caracteres cuneiformes, em blocos de barro, foram descobertas por arqueólogos. Outros desses blocos demonstraram que a Babilônia devia ter sido, então, uma cidade com muitas casas confortáveis e templos magnificentes.
Os sacerdotes desses templos administravam as finanças de toda a Babilônia.
Depois da morte de Hamurábi, a Babilônia foi conquistada sucessivamente por muitas tribos; seu segundo período de grandeza não foi atingido senão no ano de 600 a.C. Pouco antes disso, os assírios (que dominaram com crueldade grande parte da região) foram derrotados por uma tribo de caldeus, cujo chefe se tornou rei da Babilônia. seu filho, Nabucodonosor, conquistou gradualmente outras tribos e determinou, então, transformar Babilônia na mais bela cidade do seu tempo. Construiu enormes muralhas e torres para protegê-la contra os inimigos. Edificou templos e palácios que foram enfeitados com lindos mosaicos coloridos e transparentes.
De mais fama foram os jardins suspensos, que ele construiu para satisfazer sua esposa. A vegetação desse jardim crescia em terraços construídos uns acima dos outros, sendo que podiam ser vistos de qualquer ponto da cidade.

 

 

 

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CALDÉIA

 

 

 

Os caldeus eram um povo semita, de origem árabe, que ocupou o território correspondente à Mesopotâmia meridional, na primeira fase do primeiro milênio a.C. Eles surgiram nesse local mais ou menos ao mesmo tempo que os arameus e os shutu.
É provável que sua língua, assim que se estabeleceram na Babilônia, fosse o acádio, da linguagem assíria de Nínive. Ao final do império assírio, passaram a falar o aramaico.
Esse povo formou um reino independente ao redor da cidade suméria de Ur. Portanto, ocupava parte da Babilônia.
Existem muitos povos relacionados a esse local, na mesma fase histórica, de modo que o povo caldeu ficou mais conhecido através da 11ª dinastia de reis da Babilônia, a chamada Dinastia Caldéia.

O nome Caldéia foi usado (em especial na Bíblia), para nomear toda Babilônia, logo que foi ocupada pelos caldeus.

 

TERRITÓRIO CALDEU

 

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Os impérios por volta de 600 a.C.


Na cabeceira do rio Eufrates e adjacente ao Golfo Pérsico, na porção sul da Babilônia, ficavam as terras ocupadas pelo povo caldeu.
Essa terra era chamada de mat Kaldi pelos assírios, ou terra de Caldéia. Eles também usavam a expressão mat Bit Yakin e o rei da Caldéia era chamado de rei de Bit Yakin, logo toda Babilônia sob o império dos caldeus passou a se chamar Caldéia. Mas, o fato da dinastia caldéia governar a Babilônia durante 87 anos, não deve ser visto como se os babilônios tivessem se tornado caldeus.

 

APÓS OS ASSÍRIOS:

 

Grandes guerreiros que formaram um poderoso império, os assírios não foram bem sucedidos para administrar tão grande território e as rebeliões se sucederam.
O rei dos caldeus, Nabopolassar e o rei da Média, Ciaxares se uniram e derrotaram os assírios, destruindo Nínive e Assur.
Esse é o inicio do Império Caldeu ou 2º Império Babilônico. O império dos caldeus ficou sendo chamado babilônico, pelo fato desse povo ter assimilado a cultura e estar ligado de maneira definitiva à Babilônia.

É claro que a herança assíria era muito valiosa e os vencedores tomaram o espólio assírio. Portanto, a queda dos assírios não significou a independência dos territórios que pertenciam ao império assírio. Eles apenas passaram para o domínio de outros conquistadores.


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Objeto ritual de Kültepe, Anatolia


Nessa fase, esses povos ficaram imprensados entre dois grandes impérios que lutaram 40 anos pelo domínio desses territórios, os babilônios e os egípcios. Esses babilônios já tinham como rei Nabopolassar e eram os caldeus.

 


Os governantes do império caldeu foram:

  • Nabopolassar 632-605 a.C.
  • Nabucodonosor II 605-562 a.C.
  • Nabônidus 556-539 a.C.

NABUCODONOSOR II

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Efígie de Nabucodonosor



Por volta de 605 a.C. morre o rei Nabopolassar e seu filho e sucessor Nabucodonosor, que estava lutando já quase na fronteira do Egito, retorna à Babilônia para ser coroado.
Nabucodonosor II foi de fato, o grande personagem desse período e como todos os grandes conquistadores, foi um rei de decisões controversas.
Ele já era um guerreiro e seu objetivo era formar um grande império. Primeiro expulsou os egípcios da região da Síria-Palestina e continuou durante 30 anos lutando contra outros povos e anexando territórios.
Seu nome está ligado a todas as grandes conquistas

do império babilônico governado pelos caldeus.

POLÍTICA

Sob Nabucodonosor II e seus sucessores, os caldeus, ou novos babilônios, seguiram o modelo assírio com muito mais firmeza (ou violência), a cada conquista grandes deportações.


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Império neo-babilônico em 540 a.C.


Essa política impedia revoltas porque obrigava os povos dominados a se espalharem, cortava os vínculos com a terra e com os compatriotas. Obrigados a longas marchas, aqueles que sobreviviam eram empregados nas lavouras e já não tinham forças morais e físicas para fazer oposição aos dominadores.
Assim foi feito com os hebreus de Judá (cativeiro da Babilônia), com os soldados egípcios feitos prisioneiros na batalha de Karkemish, com os habitantes de Tiro (fenícios) e também com os de Gaza.
Essa era a mão-de-obra que garantia a riqueza e ao mesmo tempo a paz. Um povo disperso acaba assimilando os costumes, os deuses e até mesmo a linguagem dos outros e não causa problemas aos dominadores se apegando a suas raízes e lutando por elas.

A RESTAURAÇÃO

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Painéis em relevo do portão da Babilônia, atual Hilah


Sob Nabopolassar e depois dele Nabucodonosor II, a Babilônia passou para o controle dos caldeus, que assimilaram a cultura e formaram um império que se estendia da Cilícia anatólica ao norte, até as margens da península arábica ao sul. Do mar Mediterrãneo a oeste aos Montes Zagros no leste. Este era o império dos caldeus do rei Nabucodonosor II.
Mas, independente de todas as guerras e conquistas a prioridade que Nabucodonosor II herdara de seu pai, Nabopolassar, era reconstruir a cidade de Babilônia.
Para remodelar a cidade era preciso de mão-de-obra e matéria prima. Os deportados formavam a mão-de-obra barata e prática, que enquanto trabalhava não tinha tempo de insuflar rebeliões.

As cidades conquistadas pagavam tributos com riquezas como a madeira de cedro fenícia e outras, além das matérias primas locais e isso permitiu tornar realidade as ambições do rei.

Primeiro, abrir canais de irrigação, cultivar as terras, cuidar dos rebanhos, prover a alimentação. Depois restabelecer as vias de comunicação, cuidar da defesa da cidade. Então, começar as obras de embelezamento.

A MAGNÍFICA BABILÔNIA

 

A cidade idealizada e tornada real pelos dois grandes reis caldeus, Nabopolassar e Nabucodonosor II era a capital do império, portanto, além de bela era inexpugnável.
Protegida por uma dupla muralha, um fosso, além de muros externos que serviam de diques para protegê-la das enchentes em tempos de paz. Em tempos de guerra, bastava que os diques fossem destruídos para que a planície ficasse inundada, impedindo o acesso à cidade.

 

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Projeto da Babilônia


Tudo o que havia de mais belo nos territórios conquistados foi levado para a capital do império. Um exemplo foi a tomada de Jerusalém, quando os babilônios levaram as colunas da entrada do Templo e as bases do Mar de Bronze (bacia de purificação), além de outros objetos rituais.
Na entrada da cidade está a Porta de Ishtar, a deusa do amor, a protetora da cidade. Existem 7 outras portas nas muralhas mas esta é deslumbrante. Decorada com frisos e fileiras de animais, seus tijolos são esmaltados em azul e causam grande impressão.
Para homenagear Marduk, o deus tutelar do país, Nabucodonosor II manda restaurar o Esagil, templo do deus, e a Etemenanki que era uma espécie de zigurate em andares, que chega a mais de 90 metros de altura. No topo, há uma camara onde o deus encarna sempre que vem à Terra. Talvez tenha vindo daí a inspiração para o conto da Torre de Babel.
Babilônia possui um belíssimo palácio real, palácio de verão, 53 templos e 600 santuários.

Os tão famosos Jardins Suspensos, até hoje (2009) não foram encontrados. É possível que tenham existido, mas a despeito de todas as pesquisas arqueológicas nada foi encontrado que prove a sua existência.

A Babilônia no tempo dos reis caldeus foi a jóia do Oriente, uma cidade magnífica.

 

QUEDA DO IMPÉRIO CALDEU

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Cilindro com inscrição de Nabônidas

 


O quarto sucessor de Nabucodonosor II, Nabônidas, tentou impor o culto a Sin (deus da lua) que era adorado entre os arameus do oeste.
Já vimos em outras civilizações que a religião é uma das partes mais sensíveis de um povo. Então, não se sabe ao certo o motivo, mas Nabônidas abandona a capital e vai viver no oásis de Tema, deixando o príncipe herdeiro Baltazar (Bel-Shar-Usur) no comando do império.

Na ausência do rei, o clero de Marduk não podia pedir as bênçãos na festa do Ano Novo, com isso o império perderia as graças do Deus.


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Marduk e seu dragão


Quando Ciro II, o Grande, da Pérsia, toma o reino de Judá, Nabônidas volta para defender sua capital, mas era tarde demais.
Os persas foram bem recebidos graças à sua tolerância religiosa e ao fato de permitirem que os deportados retornassem às suas terras de origem.

Ao conquistar a Babilônia, os persas descobriram que os caldeus eram um povo de grande conhecimento, especialmente na leitura, na escrita e em todas as formas de artes mágicas.
A astronomia era a sua principal ciência, eles conheciam os planetas e os diferenciavam das estrelas, podiam inclusive prever eclipses.
Desde então, caldeu em grego, passou a significar astrólogo.

CALDEUS AINDA HOJE

Historicamente os caldeus foram os últimos governantes da Babilônia e seus descendentes ainda hoje vivem no mesmo local por onde passaram tantos povos que deixaram uma herança inigualável.
Os caldeus de Beth Nahreen que hoje é Iraque, leste da Síria e sudeste da Turquia, são descendentes dos povos nativos da Mesopotâmia, dos sumérios, acadianos, assírios, caldeus e outros.

Eles usam o aramaico clássico na liturgia e falam aramaico caldeu. O aramaico é a língua mãe da qual derivaram o árabe e o hebreu.

 


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ESSÊNIOS



Roberto Lopes de Jesus




Eram originários do Egito, e durante a dominação do Império Selêucida, em 170 a.C., formaram um pequeno grupo de judeus, que abandonou as cidades e rumou para o deserto, passando a viver às margens do Mar Morto, e cujas colônias estendiam-se até o vale do Nilo. Os essênios pertenciam a uma das cinco seitas judaicas da época, a saber:
Os Fariseus – Flexíveis na interpretação das escrituras, valorizavam a erudição, questionavam a tradição e adaptavam as leis ás circunstâncias. Acreditavam na alma imortal e na ressurreição, mas não eram messiânicos.
Os Saduceus – Aristocráticos, estavam sempre ao lado de quem detinha o poder. Dominavam os serviços religiosos no Templo em Jerusalém, e interpretavam literalmente as leis. Negavam a imortalidade da alma e a ressurreição.
Os Sicários – "Homens com punhal", partilhavam das mesmas crenças dos fariseus, mas viam a guerrilha contra Roma como um preparo de ações maiores a serem realizadas na chegada do Reino de Deus.
Os Zelotas – De origem sacerdotal, pregavam a expulsão dos romanos e a morte dos judeus que colaboravam com o invasor, chegando a matar os que se casavam com mulheres pagãs. Desencadearam a revolta contra os romanos que levou à Guerra Judaica( 66-70d.C.) Entre os seguidores de Jesus, Pedro, Judas e seu irmão Thiago teriam sido zelotas.
No meio da corrupção que imperava na época, os essênios conservavam a tradição dos profetas e o segredo da Pura Doutrina. De costumes irrepreensíveis, moralidade exemplar, pacíficos e de boa fé, dedicavam-se ao estudo espiritualista, à contemplação e à caridade, longe do materialismo avassalador. Segundo alguns estudiosos, foi nesse meio onde passou Jesus, no período que corresponde entre seus 13 e 30 anos.
Os essênios suportavam com admirável estoicismo os maiores sacrifícios para não violar o menor preceito religioso. Procuravam servir a Deus, auxiliando o próximo, sem imolações no altar e sem cultuar imagens. Eram livres, trabalhavam em comunidade, vivendo do que produziam. Em seu meio não havia escravos.
Tornaram-se famosos pelo conhecimento e uso das ervas, entregando-se abertamente ao exercício da medicina ocultista. Em seus ensinos, seguindo o método das Escolas Iniciáticas, submetiam os discípulos à rituais de Iniciação, conforme adquiriam conhecimentos e passavam para graus mais avançados. Mostravam então, tanto na teoria quanto na prática, as Leis Superiores do Universo e da Vida, tristemente esquecidas na ocasião.
Alguns dizem que eles preparavam a vinda do Messias. Eram uma seita aberta aos necessitados e desamparados, mantendo inúmeras atividades onde a acolhida, o tratamento de doentes e a instrução dos jovens eram a face externa de seus objetivos.
Muitos estudiosos acreditam que a Igreja Católica procura manter silêncio acerca dos essênios, tentando ocultar que receberam desta seita muitas influências. Não há nenhum documento que comprove a estada essênia de Jesus, no entanto seus atos são típicos de quem foi iniciado nesta seita.
A missão dos seguidores do Mestre Verdadeiro foi a de difundir a vinda de um Messias e nisto contribuíram para a chegada de Jesus. Na verdade, os essênios não aguardavam um só Messias, e sim, dois. Um originário da Casa de Davi, viria para legislar e devolver aos judeus a pátria e estabelecer a justiça.
Esse Messias-Rei restituiria ao povo de Israel a sua soberania e dignidade, instaurando um novo período de paz social e prosperidade. Jesus foi recebido por muitos como a encarnação deste Messias de sangue real. No alto da cruz onde padeceu, lia-se a inscrição: Jesus Nazareno Rei dos Judeus.
O outro Messias esperado nasceria de um descendente da Casa de Levi. Este Salvador seguiria a tradição da linhagem sacerdotal dos grandes mártires. Sua morte representaria a redenção do povo e todo o sofrimento e humilhação por que teria que passar em vida seria previamente traçado por Deus.
O Messias-Sacerdote se mostraria resignado com seu destino, dando a vida em sacrifício. Faria purgar os pecados de todos e a conduta de seus atos seria o exemplo da fé que leva os homens a Deus. Para muitos, a figura do pregador João Batista se encaixa no perfil do segundo Messias. Até os nossos dias, uma seita do sul do Irã, os Mandeanos, sustenta ser João Batista o verdadeiro Messias.
Vivendo em comunidades distantes, os essênios sempre procuravam encontrar na solidão do deserto o lugar ideal para desenvolverem a espiritualidade e estabelecer a vida comunitária, onde a partilha dos bens era a regra. Rompendo com o conceito da propriedade individual, acreditavam ser possível implantar no reino da Terra a verdadeira igualdade e fraternidade entre os homens. Consideravam a escravidão um ultraje à missão do homem dada por Deus. Todos os membros da seita trabalhavam para si e nas tarefas comuns, sempre desempenhando atividades profissionais que não envolvessem a destruição ou violência. Não era possível encontrar entre eles açougueiros ou fabricantes de armas, mas sim grande quantidade de mestres, escribas, instrutores, que através do ensino passavam de forma sutil os pensamentos da seita aos leigos. O silêncio era prezado por eles. Sabiam guardá-lo, evitando discussões em público e assuntos sobre religião. A voz, para um essênio, possuía grande poder e não devia ser desperdiçada. Através dela, com diferentes entonações, eram capazes de curar um doente. Cultivavam hábitos saudáveis, zelando pela alimentação, físico e higiene pessoal. A capacidade de predizer o futuro e a leitura do destino através da linguagem dos astros tornaram os essênios figuras magnéticas, conhecidas por suas vestes brancas. Eram excelentes médicos também. Nos escritos dos rosacruzes, são considerados como uma ramificação da Grande Fraternidade Branca, fundada no Egito no tempo do faraó Akenaton. Em cada parte do mundo onde se estabeleceram, eles receberam nomes diferentes, às vezes por necessidade de se protegerem contra as perseguições ou para manterem afastados os difamadores. Mestres em saber adaptar seus pensamentos às religiões dos países onde se situavam, agiram misturando muitos aspectos de sua doutrina a outras crenças. O saber mais profundo dos essênios era velado à maioria das pessoas. É sabido também que liam textos e estudavam outras doutrinas. De sua teologia e de suas doutrinas se conhece muito pouco. Não se sabe se tiveram outros livros sagrados além do Pentateuco.
Para ser um essênio, o pretendente era preparado desde a infância na vida comunitária de suas aldeias isoladas. Já adulto, o adepto, após cumprir várias etapas de aprendizado, recebia uma missão definida que ele deveria cumprir até o fim da vida. Vestidos com roupas brancas, ficaram conhecidos em sua época como aqueles que "são do caminho". Foram fundadores dos abrigos denominados "beth-saida", que tinham como tarefa cuidar de doentes e desabrigados em épocas de epidemia e fome. Os beth-saida anteciparam em séculos os hospitais, instituição que tem seu nome derivado de hospitaleiros, denominação de um ramo essênio voltado para a prestação de socorro às pessoas doentes. Fizeram obras maravilhosas, que refletem até os nossos dias.


COTIDIANO E FILOSOFIA DOS ESSÊNIOS


É possível conhecer o dia-a-dia dos essênios a partir de informações do historiador judeu Flávio Josefo ( 37 d.C – 100 d.C) que com 16 anos viveu durante três anos com um mestre essênio e deixou documentos relatando as suas experiências.
De acordo com Josefo, os membros da seita acordavam antes do nascer do Sol. Permaneciam em silêncio e faziam suas preces até o momento em que um mestre dividia as tarefas entre eles de acordo com a aptidão de cada um. Trabalhavam durante 5 horas em atividades como o cultivo dos vegetais ou o estudo das escrituras. Terminadas as tarefas, banhavam-se em água fria e vestiam túnicas brancas. Comiam uma refeição em absoluto silêncio, só quebrado pelas orações recitadas pelo sacerdote no início e no fim. Retiravam então a túnica branca, considerada sagrada, e retornavam ao trabalho até o pôr-do-sol. Tomavam outro banho e jantavam com a mesma cerimônia.
Josefo também nos conta que os essênios tinham com o solo uma relação de devoção. Um dos rituais comuns deles consistia em cavar um buraco de cerca de 30 centímetros de profundidade em um lugar isolado dentro do qual se enterravam para relaxar e meditar.
As refeições eram frugais, com legumes, azeitonas, figos, tâmaras e, principalmente, um tipo muito rústico de pão, que quase não levava fermento. Eles possuíam pomares e hortos irrigados pela água da chuva, que era recolhida em enormes cisternas e servia como bebida. Além dela, as bebidas essênias se resumiam ao suco de frutas e "vinho novo", um extrato de uva levemente fermentado.
Os hábitos alimentares frugais e a vida metódica dos essênios garantiam-lhes uma vida saudável. Segundo Josefo, muitos deles teriam atingido idade extraordinariamente avançada.
Uma das principais obras que permitem o estudo sobre a filosofia essênia é um manuscrito encontrado em 1785 por um historiador francês em viagens pelo Egito e pela Síria. É um dialogo entre Josefo e o mestre essênio Banus a respeito das leis da natureza. Abaixo estão algumas definições:
O Bem- Tudo aquilo que preserva ou produz coisas para o mundo, como "o cultivo dos campos, a fecundidade de uma mulher e a sabedoria de um professor".
O Mal- O que causa a morte, como a matança de animais. Por esse motivo, o sacrifício de animais, mesmo que para a alimentação, é condenável.
A Justiça- O homem deve ser justo porque na lei da natureza as penalidades são proporcionais às infrações. Deve ser pacífico, tolerante e caridoso com todos, "para ensinar aos homens como se tornarem melhores e mais felizes".
A Temperança- Sobriedade e moderação das paixões são virtudes, pois os vícios trazem muitos prejuízos à saúde.
A Coragem- Ela é essencial para "rejeitar a opressão, defender a vida e a liberdade".
A Higiene- Uma outra virtude essencial para os essênios para "renovar o ar, refrescar o sangue e abrir a mente à alegria".
O Perdão- No caso de as leis não serem cumpridas, a penitência é simples e para se obter o perdão, deve-se "fazer um bem proporcional ao mal causado".



JESUS CRISTO TERIA SIDO UM ESSÊNIO?


Há dezenas de dúvidas sobre os essênios, mas a hipótese de que Jesus Cristo teria tido contato com eles é uma das mais intrigantes.
Não há relatos sobre onde esteve nem o que Jesus fez entre seus 13 e 30 anos. Assim, a hipótese que os estudiosos adotam é a de que Jesus, durante esse tempo, esteve com os essênios e teve sua "clarividência" despertada junto a esse povo.
Outro fato intrigante, é que, sendo os essênios uma das três mais importantes seitas da Palestina naquela época, por que o evangelho não fala deles?
Teria sido o evangelho "censurado"? A verdade ainda é desconhecida, mas, de acordo com os manuscritos do mar Morto, eis alguns costumes dos essênios:


 Batismo.
 Santa Ceia.
 Caridade.
Andavam em grupo de doze.
 
Jejum.
 
Curandeirismo ( por imposição das mãos ).

O tipo de vida dos essênios se parecia muito com a dos primeiros cristãos, o que faz algumas pessoas pensarem que Jesus fez parte dessa seita antes de começar sua missão pública.
O que se tem certeza é de que Jesus pode tê-la conhecido, mas não há nada que prove que Ele a tenha adotado, e tudo o que se escreveu sobre esse assunto não tem comprovação.



O LEGADO ESSÊNIO


No fim de 1946 (novembro ou dezembro) três pastores em Ain Feshka, oásis próximo ao Mar Morto, descobrem em uma das grutas da região uns jarros de argila e em um deles três rolos escritos em hebraico antigo, o que dificulta a identificação. Esta gruta está situada nos rochedos de uma falésia a cerca de 1300 metros ao norte de algumas ruínas que os árabes conhecem pelo nome de Khirbet Qumran.
Assim, com a descoberta, os arqueólogos relacionam o grupo que vivia nessas ruínas com os possíveis responsáveis pelos manuscritos encontrados. E ao redor, outras grutas são encontradas contendo outros fragmentos cuidadosamente embalados em jarros, o que leva a crer que aqueles documentos não estariam ali por acaso.
No total, são recuperados, em 11 grutas de Qumran, 11 manuscritos mais ou menos completos e milhares de fragmentos de mais de 800 manuscritos em pergaminhos e papiros. Escritos em hebraico, aramaico e grego, cerca de 225 manuscritos são cópias de livros bíblicos, sendo o restante livros apócrifos. Os manuscritos estão sendo traduzidos até hoje e muito já foi descoberto.



O FIM DE QUMRAN


No ano 68 d.C. o monastério de Qumran foi aniquilado numa devastadora investida do exército romano que arrasou a Judéia e destruiu Jerusalém.
Qumran, que não era nenhuma fortaleza, não resistiu muito contra as legiões do César, mas nem todos os essênios morreram aí. Alguns fugiram para Massada, e usavam como esconderijo uma fortaleza zelote ao sul de Qumran, localizada no alto de uma colina que parecia impenetrável. Porém 15.000 romanos fizeram um cerco que durou dois anos e concomitantemente construíram uma rampa de terra e areia para alcançar o topo da fortaleza.
Quando os soldados romanos finalmente invadiram Massada tiveram uma surpresa: todos os 1000 rebeldes estavam mortos. Em sorteio, eles haviam escolhido um grupo para assassinar todos os habitantes da fortaleza e, em seguida, cometer suicídio.
Eles preferiram morrer entre os judeus a se tornar escravos dos romanos. O episódio foi relatado por Josefo e provou ser verdadeiro em 1965, quando arqueólogos pesquisaram a região e acharam as marcas dos oito acampamentos romanos e pedaços de cerâmica com a inscrição dos nomes, utilizado no fatal sorteio.



Todas as opiniões e recomendações são de responsabilidade do autor.


Essênios-Roberto



Colaborador : Roberto Lopes de Jesus
Empresário, Professor de Literatura Espanhola pela USP. Profundo conhecedor e estudioso de assuntos religiosos. Filiado a diversas instituições de cunho esotérico e Mestre de uma das mais antigas ordens iniciáticas.
Email : betusko@ig.com.br


BIBLIOGRAFIA
Em livros:
 Os Manuscritos do Mar Morto, de Geza Vermes, Editora Mercuryo.
 Os Homens de Qumran, de Florentino Garcia Martínez e Júlio Trebolle Barrera, Editora Vozes.
 O Evangelho Essênio da Paz, de Edmond Szekely, Editora Pensamento.
 Revista Galileu especial – Edição no. 2 Cristianismo (julho/2003).
Na Internet:
  http://www.essene.org/
Os atuais essênios.
  www.geocities.com/airtonjo/essenios.htm
Página maravilhosa sobre a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto.



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CIVILIZAÇÃO NÓRDICA

 

 


Os povos nórdicos, chamados de escandinavos, são aqueles que habitam os países hoje conhecidos como Suécia, Dinamarca, Noruega e Islândia. As narrativas mitológicas dos povos nórdicos estão contidas em duas coleções chamadas "Edas". A mais antiga é uma poesia que data de 1056 e a mais moderna é uma prosa de 1640.
Segundo as Edas, no princípio, não havia nem céu em cima, nem terra em baixo, mas apenas um abismo sem fundo e um mundo de valor no qual flutuava uma fonte. Dessa fonte saíam doze rios, e depois deles terem corrido até muito distante de sua origem, congelaram-se, e tendo uma camada de gelo se acumulando sobre a outra, o grande abismo se encheu.
Ao sul do mundo de vapor havia um mundo de luz, do qual uma vibração quente soprou sobre o gelo, derretendo-o. E os vapores elevaram-se no ar formando nuvens, das quais surgiram Ymir, o gelo gigante e sua geração e a vaca Audumbla, cujo leite alimentou o gigante. Essa vaca alimentava-se lambendo o gelo, de onde retirava água e sal. Certo dia, quando estava lambendo as pedras de sal, surgiram os cabelos de um homem; no segundo dia a cabeça e, no terceiro, todo o corpo, que tinha grande beleza, agilidade e força.

O novo ser era um deus e dele e de sua esposa, filha da raça dos gigantes, nasceram os três irmãos:Odin, Vili e Ve, que mataram o gigante Ymir, formando com seu corpo a terra, com seu sangue os mares, com seus ossos as montanhas, com seus cabelos as árvores, com seu crânio o céu e com seu cérebro as nuvens carregadas de neve e granizo. Com a testa de Ymir, os deuses formaram Midgard (terra média), destinada a tornar-se a morada do homem. Odin estabeleceu depois os períodos do dia e da noite e as estações, colocando no céu o sol e a lua, determinando-lhes os respectivos cursos. Logo que o sol começou a lançar seus raios sobre a terra fez brotar e crescer os vegetais.
Pouco depois de terem criado o mundo, os deuses passearam juntos ao mar, satisfeitos com sua obra recente, mas verificaram que ela ainda estava incompleta, pois faltavam seres humanos. Tomaram então um freio e dele fizeram um homem, e de um amieiro fizeram uma mulher, chamando-os de Aske e Embla, respectivamente. Odin deu-lhes então a vida e a alma, Villi a razão e o movimento e Ve, os sentidos, a fisionomia expressiva e o dom da palavra. A Midgard foi-lhes então dada para moradia, e eles tornaram-se os progenitores do gênero humano.

 

O MARTELO DE TOR

Tor-2

 

 

Antes de o cristianismo chegar aos países nórdicos, acreditava-se que Tor cruzava os céus numa carruagem puxada por dois bodes. E quando ele agitava seu martelo, produziam-se raios e trovões. A palavra trovão em norueguês (Thor-døn) quer dizer o "rugido Tor". Em sueco (åska) quer dizer a jornada dos deuses no céu.
Quando troveja e relampeja, geralmente também chove. E como a chuva era vital para os camponeses da era dos vikings, Tor era adorado como o deus da fertilidade.
A resposta mitológica à questão de saber por que chovia era de que Tor agitava seu martelo. E quando caía a chuva, as sementes germinavam e as plantas cresciam nos campos.
Os camponeses não entendiam por que as plantas cresciam, mas sabiam que tinha algo a ver com as chuvas. Além disso, todos acreditavam que a chuva estava relacionada a Tor, que tornou-se um dos deuses mais importantes do norte da Europa.
Os vikings imaginavam o mundo habitado como uma ilha, constantemente ameaçada por perigos externos. Esta parte habitada do mundo eles chamavam de "Midgard", o reino do meio. Em Midgard também havia "Åsgard", a morada dos deuses. Fora de Midgard havia "Utgard", o reino de fora, habitado pelos perigosos trolls, que não se cansavam de tentar destruir o mundo com toda sorte de golpes baixos. Estes monstros malignos também são chamados de "forças do caos". Na religião nórdica e também na maioria das culturas, as pessoas acreditavam que havia um equilíbrio entre as forças do bem e do mal.
Uma das possibilidades que os trolls tinham de destruir Midgard era roubar Freyja, a deusa da fertilidade. Se conseguissem isso, nada mais cresceria nos campos e as mulheres não teriam mais filhos. Por isso, os bons deuses tinham que manter os trolls afastados. E justamente por isso Tor era tão importante, pois com seu martelo, que lhe conferia poderes quase infinitos, ele mantinha os trolls afastados.
Esta era a explicação mitológica para o funcionamento da natureza. Quando catástrofes aconteciam, as pessoas também tinham que participar da luta contra o mal. E isto elas faziam através de toda sorte de rituais ou cerimônias religiosas.
O principal ritual religioso era o sacrifício. Oferecer alguma coisa em sacrifício a um deus aumentava seu poder para que ele continuasse a luta contra o mal. Isto podia ser feito sacrificando-se um animal. Presume-se que a Tor eram sacrificados, sobretudo bodes.
Quando a seca assolava uma região, as pessoas daquela época atribuíam isso ao fato de que os trolls haviam roubado o martelo de Tor, como ocorre no poema Trymskveda.
O mito também tenta explicar as mudanças das estações do ano: no inverno, a natureza está morta, porque o martelo de Tor foi roubado pelos trolls. Mas na primavera Tor consegue reavê-lo. A assim, os mitos tentavam explicar às pessoas algo que elas não compreendiam.
As pessoas não se contentavam apenas com as explicações, elas queriam de alguma forma participar desses acontecimentos. Então, faziam-no das mais diversas formas de rituais religiosos, que guardavam uma relação com os mitos. Há muitos exemplos de outras partes do mundo que dizem que as pessoas encenavam um "mito das estações do ano", a fim de acelerar os processos naturais.

 

 

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VICKINGS

 

 

 

Por Rainer Sousa


Os vickings são uma antiga civilização originária da região da Escandinávia, que hoje compreende o território de três países europeus: a Suécia, a Dinamarca e a Noruega. Igualmente conhecidos como nórdicos ou normandos, eles estabeleceram uma rica cultura que se desenvolveu graças à atividade agrícola, o artesanato e um notável comércio marítimo.
A vida voltada para os mares também estabeleceu a pirataria como outra importante atividade econômica. Em várias incursões realizadas pela Europa Continental, os vickings saquearam e conquistaram terras, principalmente na região da Bretanha, que hoje abriga do Reino Unido. Cronologicamente, a civilização vicking alcançou seu auge entre os séculos VIII e XI.

 

 

viking


O processo de invasão à Bretanha aconteceu nos fins do século VIII. No ano de 865, um poderoso exército de vickings dinamarqueses empreendeu uma guerra que resultou na conquista de grande parte das terras britânicas. Com isso, observamos a consolidação do Danelaw, um extenso território viking que englobava as regiões Centro-norte e Leste da Bretanha. Na mesma época, os vickings continuaram sua expansão em terras escocesas.
As habitações dos vickings eram bastante simples. Madeira, pedras e relva seca eram os principais elementos utilizados na construção das residências. Além disso, observamos que a distribuição espacial do lar era bem simples, tendo, muitas vezes, a presença de um único cômodo. Nas famílias um pouco mais abastadas, observamos a presença uma divisão mais complexa composta por salas, cozinha e quartos.
Em razão das baixas temperaturas, os vickings tinham a expressa necessidade de uma vestimenta que pudesse suportar as baixas temperaturas do norte europeu. Geralmente, combinavam peças de tecido com couro e peles grossas que pudessem manter o seu corpo aquecido. Além disso, podemos ainda destacar que toda a população apreciava a utilização de acessórios em metal e pedra.
A organização familiar vicking tinha claros traços patriarcais, sendo o homem o grande responsável pela defesa da família e a realização das principais atividades econômicas. Dedicada aos domínios domésticos, a mulher era responsável pela preparação dos alimentos e também auxiliava em pequenas tarefas cotidianas. A educação das crianças era delegada aos pais, sendo eles que repassavam as tradições e ofícios vickings.
O rei era a principal autoridade política entre os vikings. Logo em seguida, os condes e chefes tribais também desfrutavam de grande prestígio e poder de mando entre a população. O poder de decisão entre os locais tinha certa presença entre os vikings. Reunidos ao ar livre, discutiam a elaboração de suas leis próprias e as punições a serem deferidas contra os criminosos.
Na esfera religiosa, os vikings eram portadores de uma rica mitologia povoada por vários deuses sistematicamente adorados em eventos coletivos. Várias histórias envolvem a luta entre os deuses nórdicos ou o conflito entre as divindades e os gigantes. Odin era adorado como “o Deus dos deuses”. Thor era a divindade de maior popularidade e tinha poder sobre os céus e protegia povo viking.
Com o processo de cristianização da Europa, ao longo da Idade Média, os vikings foram paulatinamente convertidos a essa nova religião. A dissolução da cultura vicking acontece entre os séculos XI e XII. Os vários conflitos contra os ingleses e os nobres da Normandia estabeleceram a desintegração desta civilização, que ainda se encontra manifesta em algumas manifestações da cultura europeia.

 

 

 

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CELTAS







Denominava-se celta um grupo que habitou as atuais ilhas britânicas. Foram anteriores aos vikings noruegueses, tendo se estabelecido no local em cerca de 11.000 a.C. (os vikings viriam a povoar e ocupar este território por volta de 2.000 a.C.), sua origem é indo-européia e habitavam anteriormente as proximidades do Reno e do Danúbio (Alemanha). Existe uma relação entre celtas e druidas, isso pode esclarecer de que modo os vikings também passaram a observar uma orientação religiosa amparada na figura do druida, no período que antecedeu o advento do cristianismo para ambos




Após a penetração viking neste território, podemos observar três divisões a saber:
Celta-continental ou Gaulês, habitavam a região que atualmente compõe principalmente a França, centro da Europa, se estendendo até a Ásia Menor e compondo portanto Espanha, Itália, Gália e Galácia;
Celta Insular, ou Gaélico, habitavam a ilha de Mani, território da Escócia e Irlanda;
Celta Britânico, ou Câmbrico, saíram das ilhas britânicas. Não podemos presumir de maneira definitiva as relações que mantiveram com os povos em seu redor, mas podemos encontrar muita evidência arqueológica em outras culturas. O primeiro encontro histórico gravado de alguém que indicou traços culturais associados aos Celtas, vêm do Norte da Itália e data de 400 a.C., quando eles teriam descido dos Alpes e deslocado os Etruscos do Vale Fértil do Pó, sendo assim não temos muito material conclusivo sobre o povo celta se não assimilarmos sua condição por meio das colonizações que lhe foram posterior. Eles seriam estudados pelos romanos que enviaram três batedores para avaliar a força e o poderio deste povo.







Segundo a avaliação de um romano sobre os celtas: "...supõe-se que seja um povo corajoso porque forçou os Etruscos a uma retirada necessária...". Se eles não tivessem se saciado com propriedades supérfulas que tomaram das mãos dos Etruscos, certamente viriam a fazer isso com os romanos e nisso não temeriam o combate, resumem a sua ideologia à frase: "Aos bravos pertencem todas as coisas".
Esta avaliação não causou desencorajamento a um grupo de romanos que por liderança de Quintas Fabius, acabou matando um líder de uma tribo celta. Os celtas exigiram uma retaliação e foram até Roma para que viessem a ser pesadas medidas contra todos os membros da família de Fabius, e que todos os três envolvidos no assassinato fossem entregues aos Celtas. Isso trouxe problemas no senado romano porque a família de Fabius era muito poderosa e influente em Roma.A estrutura do partido não permitia que nenhuma medida de retaliação viesse a ser tomada contra um membro do senado, ou da aristocracia romana. A pena que ficou estabelecida para os envolvidos foi a condição de serviços militares pelo restante de suas vidas (era a pena maior que o senado poderia conceder a um de seus membros na época).





Os celtas viram isto como um insulto mortal e ficaram indignados com as atitudes de Roma, no que acabaram por invadir pelo sul de seu território com diversos batalhões que venceram os soldados romanos. Sete meses de combate conduziram à uma mesa de negociação, em que ficou estabelecido um triburo de mil libras de ouro, que o historiador Plínio, dizia ser muito difícil de ser arrecado em uma só cidade.
Quando o ouro era pesado, os romanos reclamaram dizendo que os celtas estavam fazendo trapaça com pesos adulterados. Neste momento, Brennus, líder celta jogou sua espada sobre o contra-peso e disse: "das palavras ao derrotado". Roma nunca teve de suportar uma derrota tão humilhante em toda a sua história.


Também parte do relato de um romano a descrição física dos celtas:


"...sua aparência é estarrecedora, são de grande estatura e seus músculos são proeminentes sob a pele branca desnuda. Seus cabelos são claros mas não naturais, são lavados no cal e puxados para trás de sua cabeça. Os cabelos ficam grossos como a crina de um cavalo. Alguns são raspados, mas os líderes mantém a pelugem em torno da boca, para que ao beberem e comerem, parte do alimento e da bebida permaneça em seu bigode. Desgastam camisas brilhantemente coloridas e bordadas, casacos presos no ombro, listrados porém de várias cores. Seus capacetes de bronze são dotados de chifres, que eles inserem ficando mais altos ainda do que realmente são. Sua aparência corpulenta e bruta é de um selvagem.




Eram também chamados de Galli pelos romanos e Galatai ou Keltoi pelos gregos que significa bárbaro. A origem da palavra Celta vêm da expressão grega, Keltoi. A expressão ganhou diferença quando utilizada na Bretanha onde o latim britânico se distinguiu do latim original e percebeu a pronunciação do K em uma maneira mais leve de pronúncia que o tornou próxima ao S.
A língua original dos celtas descende do UR e da língua tradicional indo-européia, sendo portanto o celta antigo mais próximo do italiano precursor do latim. O grupo que migrou para as ilhas birtânicas é chamado de q-Celts e teriam falado o Goidelic, não se sabe exatamente, mas é possível que isso tenha ocorrido entre 2.000 e 1.200 a.C. Entre as diferenças que marcaram o idioma celta britânico e o celta original é a aplicação do "p" e do "a" em lugar do "o" original
Uma segunda geração de celtas viriam a expressar o idioma celta como Brythonic, enquanto isso o goidelic dava origem à formação de três idiomas distintos que seriam expressos na Irlanda e na Escócia. O Brythoinic deu origem a outras duas línguas o galês e o cornish.
Para ter idéia do que representou e de como ficaram as diferenças entre os grupos, enquanto que um expressava a palavra cavalo como "equos", o outro exprime como "epos", onde o q é substituído pelo p.
Sua origem lhe conferiu certa facilidade de relacionamento com os bálticos e os povos dos Alpes, assim como na Ásia Menor. Como a maior parte dos povos deste período sua sociedade era aristocrática e patriarcal.




lamparina celta de barro séc. IV a.C.



Sua instrução religiosa era amparada na figura do druida de quem não apenas seguiam como também assimilavam a idéia de religião e de divindade. Reuniam-se em bosques e nas florestas, sob o comando de um ou mais druidas.
Em 700/600 AC eram numerosos na Lorena e na Borgonha, no Jura. Na era de La Têne, séc. VI AC, houve grande expansão, florescendo sua civilização, atingindo as Ilhas Britânicas e a Gália Central. No séc. VI, cresceram e ocuparam a Armórica e o vale de Ródano e depois a Boemia. Em 393-386 AC no poderio etrusco fixaram-se na Planície do Pó. Século III AC, invadiram os reinos helenísticos e então instalaram-se na Galácia. Era o apogeu da expansão celta. Mas faltou o consenso, alguns queriam dominar sobre outros da mesma linhagem e do mesmo idioma, pretendiam ser mais poderosos do que outros onde deveria existir um grupo, faltou a união e veio a rápida decadência. Em 224 AC foram vencidos pelos romanos aos quais se renderam. Alguns historiadores defendem que no advento da invasão de Alexandre o Grande, começou o desaparecimento dos Mistérios.






Os Celtas tinham a sua cidade flor, a cidade de maior prestígio e influência cultural, a cidade de Alésia, em 47 a.c. era famosa pelos seus rituais de iniciação onde até os jovens romanos eram destinados (40.000 jovens romanos participavam dos estudos sobre a iniciação, astronomia, ocultismo entre outros estudos praticados pelos druidas), era para muitos a antiga metrópole, onde ficou sepultado a iniciação druídica e a liberdade dos Gálias. No início do séculos do cristianismo, as cidades celtas passaram a ficar subjugadas por Roma, com pesados impostos, que conduziram a uma revolta popular. Foram esmagados pelo exército romano e degolados quase a totalidade dos habitantes de Alésia. O colégio sacerdotal dos druidas com todos os seus neófitos foi saqueado e destruído assim como a sua cidade. Muitos livros foram queimados e muito material foi derretido pelo valor de seu metal, ouro, prata, bronze, diamantes e outras especiarias.
Seu poderio sucumbiu com o advento das forças de Roma. Se quisermos analisar esta cultura por um lado diferente, podemos interpretar pelo que se observa na origem de sua organização. O druida possui conhecimentos astronômicos, matemáticos, físicos, científicos além dos estudos e instruções religiosas que lhe conferem capacidades ainda não resolvidas pelos estudiosos e pesquisadores modernos. A ciência evolutiva neste sentido, aplica uma barreira para o compreendimento de suas capacidades, dentre as quais se destacariam a possibilidade da levitação. É algo que deverá ser melhor explanado posteriormente, mas no momento ainda nos ateremos aos fatos comprobatórios.
Se a civilização celta tinha esta orientação já há 11 mil anos, é muito provável que seus conhecimentos não estivessem sob condição diferente da aquisição. Portanto civilizações como esta podem ter recebido conhecimentos ou o que é muito possível, que seus membros estivessem de algum modo relacionados a uma cultura mais desenvolvida no passado. No mesmo período em que esta civilização se desenvolvia, diversas eram as civilizações que estavam iniciando um processo de evolução, saindo de um bruto animismo cultural, haja visto que enquanto existiam druidas nas ilhas britânicas, egípcios no norte da África e outros povos que dariam origem aos gregos, em redor de todos eles, estavam tribos que não se diferenciavam dos que se observam atualmente no continente africano, com um sacerdote e ritos tribais.
A civilização celta, independente das aplicações diversas que podem ser esclarecidas e esmiuçadas sobre os rituais que faziam em Stonehenge por exemplo, tem evidenciada a sua origem à partir de uma cultura maior. Isso é algo que não pode ser ignorado.



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PRÉ-COLOMBIANA


CULTURA


Dr. Geraldo Rosa Lopes


O milho (zea mays) é originário das Américas e teve como seu principal “habitat” as mesetas e os vales quentes da yungas dos altiplanos andinos.
Nas ruínas e jazidas arqueológicas do complexo neolítico de Piki foram descobertas tumbas nas quais havia restos fósseis de espigas de milho, que foram datadas de 5.000 a.C., comprovando-se a antiguidade do cultivo desse cereal no Novo Mundo.
Item importantíssimo na alimentação daqueles povos, o milho tornou-se também um símbolo totêmico das comunidades e das sociedades andinas, constituindo-se, além disso, em um referencial nas crenças religiosas e nas cerimônias de oferendas às divindades.
Para o indígena, o milho representou uma dádiva dos deuses, uma primícia da natureza, objeto de verdadeiro culto e de cerimônias mágico-religiosas.
Associado às lendas de criação do mundo, o milho era a planta sagrada por excelência, associado aos rituais de fertilidade e de renascimento, a “mãe-milho”, deusa SARAMAMA, representada como uma bela espiga de milho em ouro, na qual, segundo as crenças dos indígenas, incorporava “a alma e o espírito dos deuses”.
Além de usado na alimentação sob a forma de grãos, era ainda a base de uma bebida inebriante e cerimonial, a AYA ou CHICHA – oferecida às divindades protetoras por ocasião de festividades e de oferendas sagradas.
O milho representou também um contexto fundamental nas lendas de criação do mundo dos povos pré-colombianos e no folclore andino, tendo sido semeado, pela  primeira vez, pelo fundador das dinastias andinas, particularmente a dos Incas, quando Marco Capac, utilizando os grãos obtidos na “Casa do Amanhecer” ou “Palácio das Três Janelas” deu início ao seu cultivo.
A veneração dedicada ao milho pelos povos dos altiplanos era tão grande, que lhe foi dedicado um templo, o santuário de Tanpuquiro – na cidade sagrada de Ollantaytambo. Esse templo, construído em pedra, era igualmente conhecido como “Palácio dos Dentes”, alusão aos grãos de milho.
Atualmente, se aceita que, nas Américas, existem 200 variedades de milho (Sanchez – 1966) e, só no Peru foram devidamente identificadas 50 espécies perfeitamente definidas e catalogadas (Manrique – 1997).
Homenageando-o e cultuando-o como sua “Deusa- Milho”, os povos pré-incaicos e os Incas, conscientizavam-se do imenso potencial do milho, não só como base de sua subsistência, como luma presença divina, uma dádiva dos deuses, uma consagração de sua realiza e de suas grandiosas tradições.Nota – Em um vaso cerimonial da cultura Wari, vê-se o deus Wiracocha ataviado com espigas de milho.


Bibliogorafia:
- “El Vale Sagrado de los Incas” – Fernando Salazar, 2002.
- “El Maiz” – Hugo Campos Sanchez – universidade de Lima, 1966.
- “El Maiz em el Peru” – Pio A. Manrique Chavez, 1997.



MEDICINA

O USO DA “COCA” PELOS INCAS



De uso extremamente difundido entre os indígenas dos altiplanos andinos, a COCA (ERYTHROXYLUM COCA), exerceu um profundo impacto em todas as culturas e civilizações dos Andes. Seu uso é tão antigo que osestudos arqueológicos situam sua utilização remontando a 2500 a.C.
É cultivada nos contrafortes e nas quentes vertentes dos altiplanos – os “YUNGAS”, ou em pequenos vales situados a 2000 m. de altitude.
É um arbusto que chega a alcançar três metros de altura, com pequenos bagos vermelhas (daí o seu nome),e suas folhas, após um processo de secagem, são mastigadas pelos indígenas para combater o cansaço e a sensação de fome.
Seus alcalóides principais, que possuem propriedades narcóticas e alucinógenas, são a “METIL – BENZ – ECOGINA” e a “COCAÍNA”.
Considerada, desde tempos imemoriais, como uma “planta dos deuses”, “dádiva dos deuses”, “planta sagrada”, era muito utilizada nos rituais mágico-religiosos, nas oferendas à divindade, nas práticas de xamanismo e de curandeirismo e até nos procedimentos de cura.
Na Medicina pré-colombiana, a Coca era indispensável, não só como narcótico anestésico e sedativo, face às suas propriedades alucinógenas, mas como um poderoso bronco-dilatador, estimulante respiratório no combate ao “SOROCHE”, o temível “mal das alturas”.
Pedro Cieza de Leon, cronista da conquista, referindo-se à importância da cocaz nas culturas andinas, chegou a dizer: “Si la coca no existiera, tampoco existiria el Peru”.
Suas folhas, de um verde brilhante, assemelham-se muito às folhas do chá e eram chamadas “MATU”. Eram cortadas três a quatro vezes por ano e guardadas durante a noite em galpões apropriados, as “Matu-Huasi” e, na manhã seguinte, colocadas ao sol p ara secar.
Todo esse processo era rigorosamente supervisionado pelos governantes incas e orientado por sacerdotes especialistas.
Nos sítios arqueológicos de Paracas, Valdívia, Vale do Chicama e Pachacamac, foram encontradas múmias – as MALQUIS – junto às quais havia bolsas de lã onde eram acondicionadas as folhas da COCA e, junto a elas, vasos de cerâmica contendo restos de cal. A cal era usada para estimular a salivação, durante o processo de mastigação das folhas, o chamado “COQUER”.
Ao serem mastigadas junto com uma pitada de cal, as folhas formavam uma bola  (HACCHU).
Mesmo no período pré-incaico, as várias civilizações já usavam a COCA, conheciam usas propriedades e dela fizeram grande uso. Pesquisas nas jazidas arqueológicas de Wari-Chimu – Paracas – Chavin – Nazca – Tiahuanaco e de Valdivia, comprovaram essa realidade.Cahiers du Cercle d´´Etudes Egyptiènnes


BIBLIOGRAFIA:
- “El Império de los Andes” (Realm of the Incas) – Victor W. Von Hagen – Editorial Diana – México. DF., 1965.
- “O Segredo dos Incas” (Im Reich der Inkas) – Siegfried Huber – Editora Itatiaia, 1970.
- “Primera Parte de los Comentários Reales” – Garcilaso de la Veja – Lisboa, 160




Topo






ASTECA









POVO CIVILIZADO E PODEROSO







Considerado o povo mais civilizado e poderoso da América pré-colombiana, os astecas controlavam um enorme império que se estendia por grande parte da região meso-americana (área cultural que compreendia parte do México e da América Central). Os astecas, também eram chamados de mexinas ou tenochcas, chegaram ao vale do México no início do século XII da era cristã.
Eram procedentes de uma região, situada em algum ponto desconhecido do noroeste do México; onde se estabeleceram depois de dominar vários povos e absorver a cultura. A data de 1168 é tida como aquela em que os Astecas, uma pequena tribo de caçadores, deixam a sua região de origem, Astlán no noroeste do México. Depois da queda dos Toltecas no Vale do México, os Astecas foram uma das últimas tribos a chegar às margens do lago Texcoco. Os astecas chegaram às margens do lago Texcoco, no Vale do México, em 1325 d. C.
Eles formavam inicialmente uma tribo de caçadores e coletores que se deslocou dos platôs áridos do norte do México em direção à zona central fértil e mais civilizada, ocupada por povos que praticavam agricultura desenvolvida. Neste deslocamento, que se estendeu do início do século XII ao início do século XIII, os Astecas lutaram, mas também conviveram com outros povos com os quais enriqueceram sua cultura e aperfeiçoaram o seu conhecimento tecnológico, especialmente sobre a agricultura. Aprenderam a irrigar a terra com o cultivo e a construir "jardins flutuantes", chamados de chinampas.
As chinampas são porções de terreno que os indígenas recuperavam do fundo do lago para formar e estender a terra firme tanto para construir como para o cultivo agrícola intensivo. A construção das chinampas se dá nos lugares mais rasos do lago onde se podia colocar as diversas camadas vegetais para a formação deste tipo de terreno exclusivo do Vale do México. Os Astecas demarcavam o local das futuras chinampas com estacas e juncos, enchiam com lodo extraído do fundo do lago e misturavam com um tipo de vegetação aquática que flutuava no lago.
Esta vegetação formava uma massa espessa sobre a qual se podia caminhar. Estas tecnologias foram essenciais para a fundação e sobrevivência de Tenochtitlán. Aos poucos, com sua arte guerreira e sua habilidade de aprender com os povos entre os quais viviam, tornaram-se ricos e poderosos, formando um grande império. Sua capital Tenochtitlán, era maior que qualquer cidade da Europa na época.
A partir de Tenochtitlán os astecas conquistaram através de guerras um território tão vasto que corresponde hoje ao México e ao norte da América Central (Guatemala e Nicarágua). Este império foi construído em um século (do início do século XIV ao início do século XV).
A partir de 1517, expedições espanholas lideradas por Hernández de Córdoba, Grijalva e Hernán Cortés, conquistaram e destruíram a civilização Asteca, erguendo sobre as ruínas do templo de seu deus mais importante, uma catedral cristã.




EDUCAÇÃO


O sistema de ensino era severo e disciplinado e se baseava no estudo da história e da religião nacionais, na formação moral, na aprendizagem de ofícios e no treinamento militar.
"Durante os primeiros anos, a educação da criança ficava a cargo da família. O menino aprendia a carregar água e lenha, ajudava nos trabalhos agrícolas ou no comércio, na pesca e começava a remar sob a direção do pai.
A menina varria, iniciava-se na cozinha, fiação e tecelagem. Assim que a criança atingia a idade de seis a nove anos, porém, seus pais a confiavam a um dos dois sistemas de educação pública entãoexistentes: o colégio do bairro, onde "mestres de rapazes" e "mestras de moças" preparavam seus alunos para a vida prática; ou então o calmecac, colégio-monastério, onde a educação era ministrada pelos sacerdotes.
Em princípio, somente os filhos dos dignitários (pilli) tinham acesso ao calmecac.
Os filhos de negociantes, porém, também podiam ser admitidos, bem como crianças das camadas populares, caso se destinassem ao sacerdócio." Soustelle, Jacques.
A Civilização Asteca.. Rio de Janeiro, Zahar, 1997, p.62.




ECONOMIA


A civilização asteca se baseou do ponto de vista econômico, na agricultura e no comércio. As condições climáticas e topográficas do vale do México, núcleo do império, permitiam o cultivo de produtos de zona temperada, mediante uma adequada organização dos trabalhos agrícolas de forma a amenizar os efeitos das estações secas e das geadas. Grande parte dos 80.000 km² do vale apresentava colinas, lagoas e zonas pantanosas que foram adaptadas à agricultura mediante aplicação de engenhosas técnicas de preparo de terreno para cultivo, drenagem e aterro.
Uma das mais interessantes entre essa técnicas, consistia na construção de canteiros flutuantes - as chinampas - por meio do empilhamento de galhos de árvores, barro e limo; que acabavam por fixar-se no fundo dos lagos.
Sem animais de tração, para a agricultura, os astecas contavam com cães e perus para uso doméstico. Além do milho, consumido em forma de massa sobre a qual se aplicava uma pasta e feijão e pimenta amassados, os astecas alimentavam-se essencialmente de milho (era tão importante que existia até um Deus-Milho), feijão, abóbora, pimenta e tomate. Os grãos de amaranto e sálvia eram usados em mingaus. Em torno do lago, consumiam-se peixes, crustáceos, batráquios e até insetos aquáticos.
Aliás, os peixes e crustáceos só chegavam ao Planalto para serem consumidos pelas mais altas camadas da sociedade.
Faziam uso do tabaco sob a forma de charuto ou cachimbo e, em certas ocasiões, ingeriam o octli, um líquido fermentado à base de suco de agave.
Também cultivavam o cacaueiro, de cujos frutos extraíam uma bebida chamada xocoatl, que daria origem ao chocolate como o conhecemos hoje.
Assim como ocorria na sociedade maia, entre os astecas o uso de sementes de cacau como moeda era relativamente comum.
A população relativamente grande do vale do México, que somava entre 1 milhão e 1,5 milhão de habitantes em 1519, foi um dos fatores que levaram os astecas a conquistarem outras regiões e comerciar com povos vizinhos. Os pochtecas, poderosa classe de mercadores, organizavam as caravanas comerciais e controlavam os mercados das cidades. A cidade de Tenochtitlan, que chegou a ter 13 km², incluídos os bairros periféricos e as chinampas, era o centro político e artesanal do império.
A maior parte de sua população, que chegava a 100 mil pessoas em 1519, era composta de administradores, guerreiros, comerciantes e artesãos.




A INVENÇÃO DO CHOCOLATE



"Hoje quando bebemos uma xícara de chocolate quente e espumante ou comemos uma de chocolate, nem imaginamos que foram necessários séculos de estudos e cuidados com o fruto do cacaueiro para que pudéssemos apreciar esse alimento nutritivo". Também não imaginamos que foram os povos mesoamericanos, excelentes botânicos, os responsáveis pelo desenvolvimento das técnicas necessárias para secar e tostar as sementes de cacau que, depois moídas e de receber calor, se transformam na pasta de xocoatl.
Só que a pasta original obtida pelos botânicos, não tinha gosto. Para resolver esse problema, eles a dissolveram em água misturada com grande número de especiarias e flores. Adicionaram também diversos tipos de pó de origem vegetal para dar-lhe cor. Posteriormente, querendo melhorar o sabor do chocolate, resolveram adoçá-lo com mel de abelhas, e, para conseguir fazer espuma, inventaram o molinillo, um pequeno moedor próprio para triturar e bater as sementes.
Durante a conquista da América, os espanhóis transformaram mais ainda a pasta de chocolate. Acrescentaram a ela açúcar, avelã e nozes, assim como sementes de melão e gemas de ovo, conforme o gosto. Nessa época, os médicos também prescreviam o chocolate como medicamentos a seus pacientes.
Aos enfermos calmos, receitavam o chocolate misturado com anis, almíscar e pimenta; já os doentes nervosos, bebiam o líquido sem substâncias aromáticas, ao contrário dos deprimidos, que consumiam o chocolate sem pimenta, com pouco anis e com todos os elementos aromáticos.
"Se à chegada dos espanhóis o chocolate era uma bebida exótica e pouco conhecida, depois das contribuições dos povos da Mesoamérica acabou se popularizando e, com o tempo, ganhou as mesas das famílias do mundo inteiro." (El chocolate, herencia de México. Revista Arqueologia Mexicana, n.29, jan./fev. 1998).




SOCIEDADE E POLÍTICA



A base da sociedade asteca era a família de caráter patriarcal e geralmente monogâmica. Um grupo de várias famílias compunham o calpulli, unidade social complexa que se encarregava de funções muito diversas, como a organização do trabalho agrícola, a arrecadação de impostos, o culto religioso, a educação e o recrutamento de guerreiros. Um conselho, formado pelos chefes de família, elegiam o líder do calpulli. Cada família pertencente a um calpulli, recebia um usufruto parte das terras comunais, que revertia ao calpulli se não fosse cultivada.
Acima do calpulli, estava a estrutura estatal, centrada no monarca. Logo após a morte de um tlatoani, um conselho de nobres se encarregava de eleger seu sucessor, geralmente entre os membros da casa real. O tlatoani, cuja figura inspirava enorme respeito entre seus subordinados, nomeava os ocupantes dos cargos estatais e militares, dirigia as campanhas de guerra, supervisionava o fisco e a atividade comercial, administrava justiça em última instância e presidia os ritos religiosos.
O funcionamento do estado se baseava numa ampla rede burocrática formada por funcionários profissionais, tais como: os sacerdotes, inspetores do comércio e coletores de impostos.



AS CASTAS



NOBREZA (os pipiltin) Era formada pelos membros da família real, os chefes dos calpulli, os chefes militares e os plebeus que haviam realizado algum serviço de mérito ao estado.
PLEBEUS (os macehuatin) Eram os lavradores, comerciantes e artesãos enquadrados nos calpulli, que consistiam o grosso da população.
SERVOS (os mayeque) Trabalhavam nas terras do estado e da nobreza. Também haviam
ESCRAVOS, empregados como força de trabalho ou reservados para os sacrifícios religiosos. A confederação asteca, assim como os impérios meso-americanos anteriores, organizava-se em torno do pagamento de tributos e da contribuição militar por partes dos estados submetidos. Apesar disso, esses estados eram praticamente independentes. No entanto, o império asteca tentou conseguir uma maior integração política entre suas 38 províncias, sobretudo no vale do México.



A RELIGIÃO


A organização religiosa asteca era complexa, já que em apenas dois séculos, esse povo passara de dominado para dominador, controlando outros povos da região.




COSMOGONIA


(sistema formado em hipóteses sobre a formação do Universo) Da mesma forma que outros povos, como os maias, os astecas supunham viver a era do quinto sol. As quatro anteriores haviam acabado em catástrofes. Isso constituía uma justificativa ideológica para as contínuas guerras astecas, pois era necessário capturar inimigos e sacrificá-los aos deuses, a fim de proporcionar sangue para que o Sol não apagasse.



PANTEÃO ASTECA






O SINCRETISMO



Deusa da Sorte e Fortuna

Conciliação das diferentes religiões dos povos vizinhos - encheu de deuses o panteão asteca. Para uma mesma missão, havia divindades provenientes de diversas culturas, e a tradição dualista opunha deuses benfazejos aos destruidores. A classe dirigente louvava suas divindades guerreiras, enquanto os camponeses atribuíam a fertilidade ou as calamidades aos deuses agrícolas. Cada lugar, cada profissão, agregava ao panteão asteca suas próprias divindades.




CLERO E CULTO RELIGIOSO

Os membros do clero pertenciam às classes superiores; estudavam em suas próprias escolas a escrita e a astrologia, além de praticarem a mortificação e os cantos rituais; sua vida era de austeridade e permaneciam celibatários. Os dois sumos sacerdotes dependiam do rei; que era inacessível, e segundo os espanhóis, ele era transportado em liteira porque seus pés não podiam pesar na terra. Os templos mantinham asilos e hospitais. Os ofícios religiosos, freqüentemente celebrados ao ar livre, nos arredores os templos, reproduziam fenômenos cósmicos e, dada sua estreita relação com os ciclos vegetativos, regiam-se por um complicado ritual, centrado nos sacrifícios. Já que acreditavam que som o sangue humano (a "água preciosa") oferecido ao Sol, a engrenagem do mundo deixaria de funcionar. Em relatos feitos pelos espanhóis, eles afirmam que sem dúvida o número de vítimas foi bastante grande. Em geral, sacrificavam-se prisioneiros, então a idéia de se manter a prática de guerras, para que houvesse um "estoque" de prisioneiros, de maneira a serem sacrificados; como também usavam voluntários a serem sacrificados. As vítimas eram sacrificadas pelos sacerdotes, de formas diversas, segundo o deus a quem se oferecia o sacrifício; quando era dedicado a Tezcatlipoca (protetora dos guerreiros e dos escravos, acreditava-se que ela inspirava os eleitores do grande conselho na escolha do soberano e castigava ou perdoava as faltas), o sacerdote extraía o coração do guerreiro para alimentar a deusa.



CULTURA E ARTE




Os astecas conheciam uma escrita hieroglífica, mas a transmissão de sua cultura se realizou principalmente de forma oral. A educação se dividia em duas instituições:

1. Telpochacalli - para os plebeus
2. Calmécac - para os nobres

No Calendário se encontram representadas a cosmogonia e a cronologia dos antigos mexicanos. Ao centro destaca-se o Sol (Deus Tonatiuh) sedento de sangue com o signo nauiollin, símbolo do nosso universo. Os quatro braços da Cruz de Santo André, correspondentes ao signo Ollin, contêm os símbolos dos quatro antigos Sóis. Em torno destes hieróglifos, círculos concêntricos mostram os signos dos dias, os anos, representados pelo glifo xiuitl composto de 5 pontos, sendo 4 em cruz e mais outro no meio e, enfim, duas "serpentes de turquesa", isto é, os dois períodos de 52 anos que correspondem aos 65 anos do planeta Vênus, os dois constituindo o ciclo de 104 anos denominado ueuetiliztli ("velhice"). Os astecas tinham conhecimentos precisos sobre a duração do ano, a determinação dos solstícios, as fases e eclipses da Lua, a revolução do planeta Vênus e diversas constelações, como as Plêiades e a Grande Ursa. Eles atribuíam uma atenção especial à mensuração do tempo, numa aritmética que tinha como base o número 20. Ao fim de cada período de 52 anos, acendia-se o "Fogo Novo" no cimo da montanha de Uixachtecatl. Isto era denominado "liga dos anos". Era comemorado como um verdadeiro "Reveillon" místico com sacrifícios, danças, renovação de utensílio domésticos, etc.




CALENDÁRIO

O Calendário Asteca possuía 18 meses com 20 dias, estes últimos a saber:

Coatl Cobra
Cuetzpallin
Leopardo
Calli Casa
Ehecatl Vento
Cipactli Crocodilo
Xochitl Flor
Quiahuitl Chuva
Tecpatl Pedra
Ollin Tempo
Cozcacuauhtli Abutre
Cuauhtle Águia
Ocelotl Jaguar
Acatl Bastão
Malinalli Erva

Ozomatli
Macaco
Itzquintli Cão
Atl Água
Tochtli Coelho
Mazatl Cervo
Miquiztli Caveira

Uma das mais notáveis invenções do povo asteca, foi um sistema de medição do tempo baseado na combinação de vários calendários.



CALENDÁRIO RITUAL



(tonalpohualli)
Era de 260 dias e tinha uso divinatório.




CALENDÁRIO SOLAR


Tinha 18 meses e 20 dias, aos quais se somavam 5 dias nefastos para completar os 365. A cada 52 anos, o início dos calendários coincidia com o que começava um novo "século". Além disso, havia um calendário baseado no ciclo do planeta Vênus, que coincidia com os demais a cada 104 anos. Os astecas desenvolveram também a astronomia e a matemática, na qual empregavam o sistema vigesimal.




ARQUITETURA

Da arquitetura asteca, só se conhecem alguns poucos exemplos que sobreviveriam às destruições ocorridas durante a conquista espanhola. As edificações mais características são os templos, da estrutura piramidal, como o da cholula. Os templos Astecas foram edificados com enormes blocos de pedras das montanhas que rodeavam o Vale do México. Os templos eram erguidos o mais alto possível para que os Astecas pudessem ficar perto dos seus deuses do céu. No topo havia uma plataforma onde eram sacrificadas as pessoas, geralmente prisioneiros, escolhidas como oferendas aos deuses. Os Astecas acreditavam que deviam construir um novo templo a cada 52 anos para agradecer aos deuses o fato de o mundo não ter ainda acabado. Em vez de demolir o velho templo, eles construíam outro em cima daquele. Assim, cada templo era maior e mais importante do que o anterior. Em Tenochtitlán o grande templo foi aumentado cinco vezes.



ARTESANATO

Os Astecas aprenderam a fazer seus artesanatos com os descendentes dos Toltecas, cuja civilização desaparecera muito antes de os Astecas chegarem ao Vale do México. Os artesãos moravam em bairros separados na cidade, adorando seus próprios deuses e ensinando sua arte apenas aos seus filhos. Grande parte de seus trabalhos era para o rei. Com os tributos enviados pelas cidades conquistadas, faziam tiaras, mantas e jóias. O rei então recompensava os grandes guerreiros com esses presentes. Um escultor levava muito tempo pata esculpir uma peça em jade, cristal ou obsidiana, devido à precariedade dos seus instrumentos. Dava a primeira forma à matéria bruta esfregando na pedra uma tira de couro cru com areia e água. Trabalhava apenas com uma faca de cobre macio e pó de sílex. Para finalizar e dar os últimos retoques, polia a peça com areia, depois usava o junco para dar brilho.



ESCULTURA

Como a arquitetura, a escultura asteca é maciça e imponente. Muitas obras mostram a influência artística dos Toltecas, Mixtecas e dos povos da Costa do Golfo, porém a estatuária religiosa possui traços típicos que expressam o caráter primitivo e violento dos Astecas. Algumas vezes os artistas revelam uma concepção mais naturalista, criando figuras serenas, desprovidas de elementos grotescos. É o que se verifica em certas estátuas de Quetzalcoatl, divindade protetora das artes e das ciências, e nas de Xochipili, o senhor das flores, divindade da alegria, da música e da dança.



PINTURA


A pintura dos Astecas é uma arte intermediária entre a escrita e a iluminura, manifestada através da execução minuciosa de caracteres pictográficos e da figuração de cenas históricas ou mitológicas. Os objetos são representados de frente ou de perfil e, às vezes, as duas posições são sobrepostas, resultando numa imagem irreal, mas sempre compreensível. Não conhecem a perspectiva e o colorido não tem nuances, porém há sempre contornos negros delimitando cada forma e realçando a vivacidade das cores. Em certos aspectos, essas obras lembram um dos estágios mais antigos da pintura egípcia.




ARTES PLUMÁRIAS


A arte plumária, trabalho com penas, era uma produção familiar. Enquanto as crianças preparavam cola de excremento de morcego, a mulher escolhia e tingia as penas. Para fazer um escudo, o artesão primeiro fazia o desenho e um molde. Com ele, transferia o desenho para um pedaço de pano colado a fibras de cacto. Cortava as penas tingidas de acordo com o desenho e enfiava-as no tecido. Depois colava o pano num pedaço de madeira. Quando a cola secava, ele aplicava a camada final de penas, delineando o desenho com finas faixas de ouro. As penas, mais caras eram as do sagrado pássaro verde quetzal e as do colibri de cor turquesa.



OURIVESARIA


O ourives usava o método da cera derretida para fazer objetos. Fazia um molde em argila, enchia-o com cera e recobria com mais argila. Depois, aquecia o molde para que a cera derretesse e escorresse por uma abertura. Derramava o ouro derretido dentro do molde, deixava esfriar, quebrava a proteção de argila e estava moldada a peça.



LITERATURA


Os astecas, registravam os acontecimentos importantes em livros de papel preparados com folha de sisal, dobrados com mapas ou enrolados como pergaminhos. A literatura dos astecas, predominantemente oral, desenvolveu temas históricos, religiosos e líricos.



A URBANIZAÇÃO DE TENOCHTITLÁN

Tenochtitlán se localiza numa ilha no interior do lago de Texcoco. Era a capital do Império, e racionalmente tão organizada, que deixou os espanhóis boquiabertos com avenidas largas e calçadas de pedras, praças enormes, pirâmides e edifícios que eram freqüentados por artesãos, comerciantes, funcionários do Estado trabalhadores braçais, poetas e nobres. Este lugar desabitado tinha uma enorme riqueza ecológica que foi se transformando até alcançar o florescimento que os conquistadores observaram 200 anos depois. O controle político e econômico da cidade Asteca (Tenochtitlán) abarcava uma extensa zona da Mesoamérica com um grande número de povos subjugados que abasteciam a cidade de numerosos produtos naturais e manufaturados.

O TRAÇADO URBANO

O traçado das principais avenidas e a organização do centro cerimonial se realizou com relação à localização dos pontos periféricos da paisagem, principalmente os topos dos morros e o percurso do sol a cidade e seus arredores contavam com obras hidráulicas e estradas. Estudos indicam que o complexo de obras foi realizado para evitar as enchentes na cidade, melhorar a qualidade das águas permitindo a entrada de água doce proveniente dos lagos Xochimilco e Chalco, e comunicar a ilha com a terra firme. O centro cívico-religioso se localiza mais ou menos no centro da ilha de Tenochtitlán. O conjunto urbano se estrutura a partir de três caminhos principais que atravessam a ilha e continuam além dela para uni-la à terra firme: ao norte, o caminho de Tepeyacac; a oeste, o caminho de Tlacopan, e ao sul, o caminho de Iztapalapa. Quanto à distribuição e ao tipo de edifícios que se encontravam no centro, sabe-se que ali se localizavam as residências dos principais senhores, os templos pirâmides dedicados a Huitzilopochtli, Tláloc e Tezcatlipoca, edifícios para a educação e outros ofícios rituais. Nas zonas não cerimoniais dentro da ilha se utilizava um traçado quadriculado regular, quando assim permitiam as condições ecológicas do terreno; e se utilizavam outras disposições de acordo com a adaptação das áreas residenciais às obras hidráulicas para o controle lacustre do sítio. É interessante observar que os caminhos eram estreitos e relativamente frágeis; os Astecas construíram sua cidade para o tráfego de pedestres, já que na época não havia cavalos na Mesoamérica. O trânsito era preferentemente aquático e com canoas, que permitiam o deslocamento a qualquer lugar dentro ou fora da cidade, pela complexa e eficiente rede de canais de que dispunha a cidade de Tenochtitlán. Os caminhos amplos e com pontes uniam a ilha com a terra firme.



HABITAÇÕES INDÍGENAS

A maioria dos prédios é regular e o loteamento segue um esquema em que cada prédio ou unidade habitacional se integra diretamente aos caminhos para circulação de pessoas e aos canais para circulação de canoas. Cada unidade habitacional corresponde a um prédio e se compõe dos seguintes elementos: um conjunto de chinampas, canais para irrigar as chinampas, um terreno onde se localiza a casa, e um terreno entre a casa e as chinampas. Os limites das habitações são caminhos e canais em seus quatro lados e facilitam sua integração ao contexto urbano tanto por terra firme como em canoas pela água. Todas as moradias na Planta Maguey aparecem com seus acessos principais voltados para o sul. As moradias indígenas eram projetadas para responder a necessidades culturais próprias: havia compartimentos com grande variedade de formas destinados a dormitórios, pátios internos e externos, terrenos e chinampas para cultivo, corredores e currais. A integração espacial da casa era independente do exterior, de costas para os caminhos e espaços públicos. Mas se ligava de várias maneiras com o entorno imediato e com o resto da cidade através de circulação por terra e por água. As habitações indígenas tinham, em geral, paredes de adobe e telhado de materiais vegetais, constituindo-se em cargas leves sobre terreno frágil, sujeito a afundamentos, quase flutuando sobre as águas do lago. Apesar dos materiais de construção serem perecíveis esta habitação adequava-se muito bem às condições climáticas e de integração ecológica. As casas eram baixas e com pouca iluminação. A única abertura era a da porta. Isto era assim porque os indígenas realizavam a maioria das suas atividades cotidianas nos espaços externos. As habitações serviam para dormir e para o descanso total através do isolamento da luz e de outros agentes externos (ruído, chuva, ... ).



LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E DIVERSIDADES NATURAIS



O México atual não corresponde exatamente ao que foi o Império Asteca (mesmo se tratando de uma República, o termo Império não é errado) em suas dimensões máximas, mas diferentemente do que ocorreu em relação ao Tawantinsuyu (Império Inca) e o atual Peru, o México atual é maior do que o Império Asteca jamais foi. Para começar, os Astecas jamais dominaram a península de Yucatán, nem tão pouco a península da Califórnia. Além disso, no próprio núcleo do México, na época Asteca, existiam certos "clarões" no Império, ou seja, áreas livres incrustadas em seu coração, como era o caso de Tlaxcala. A região sofria freqüentes abalos sísmicos e erupções vulcânicas, tendo vulcões de mais de cinco mil metros de altura.
Ao norte, à medida que se aproxima do deserto do Arizona, o clima se torna quente e seco, ao sul, já na zona tropical, surgem florestas densas e com fauna e flora ricas. Além de tudo isso, a região ainda é cortada pelas Sierras Madres oriental e ocidental o que faz com que a altitude média do país esteja entre 3000 e 4000 metros acima do nível do mar. Tamanhas altitudes provocam períodos de frio intenso e estiagem no inverno e final do outono, sendo assim, nada mais natural que as principais cidades pré-colombianas tenham se desenvolvido nas margens de lagos ou arroios. No que se refere a minérios, o México é muito rico em prata, sendo atualmente um dos maiores produtores mundiais do minério, e chumbo, além de ter (especialmente na época referida) boas reservas de ouro, estanho, cobre e pedras preciosas. A região sofria freqüentes abalos sísmicos e erupções vulcânicas, tendo vulcões de mais de cinco milmetros de altura.
Ao norte, à medida que se aproxima do deserto do Arizona, o clima se torna quente e seco, ao sul, já na zona tropical, surgem florestas densas e com fauna e flora ricas. Além de tudo isso, a região ainda é cortada pelas Sierras Madres oriental e ocidental o que faz com que a altitude média do país esteja entre 3000 e 4000 metros acima do nível do mar. Tamanhas altitudes provocam períodos de frio intenso e estiagem no inverno e final do outono, sendo assim, nada mais natural que as principais cidades pré-colombianas tenham se desenvolvido nas margens de lagos ou arroios.
No que se refere a minérios, o México é muito rico em prata, sendo atualmente um dosmaiores produtores mundiais do minério, e chumbo, além de ter (especialmente na época referida) boas reservas de ouro, estanho, cobre e pedras preciosas. Nas florestas Mexicanas, as espécies que mais chamaram a atenção dos conquistadores espanhóis foram os papagaios e os jaguares, porém também existiam na região outros animais como águias, coiotes, beija-flores, uma espécie de cachorro sem pêlos, entre outros animais exóticos. Alguns achados arqueológicos têm ajudado muito os pesquisadores a aprenderem mais sobre a história da Mesoamérica, é o caso dos crânios de cristal, de estelas encontradas com inscrições hieroglíficas, calendários e tudo o que resistiu a ação do tempo, dos saques Espanhóis e às fogueiras dos missionários Europeus.
Acredita-se que na própria Cidade do México, que foi edificada sobre as ruínas de Tenochtitlán, existam diversos "tesouros" soterrados. Uma simples escavação para a realização de uma obra no centro velho da cidade provou que os achados podem ser abundantes, foram encontradas várias peças totalmente desconhecidas, como o calendário religioso Asteca.



ALGUMAS OBSERVAÇÕES


A expressão Mesoamérica é empregada com freqüência não com conotação geográfica, mas sim histórica e antropológica, sendo que designa uma região das atuais América Central e do Norte, onde se desenvolveram culturas indígenas avançadíssimas, só igualadas pelas culturas indígenas Andinas, na América do Sul. A Mesoamérica engloba o México, a Guatemala, Honduras e El Salvador, além de talvez algumas partes de outros países da América Central.

Historiadores afirmam que: o verdadeiro sistema de governo dos Astecas era uma espécie de República muito semelhante, inclusive, à República Romana.

É comum se falar em presença humana na América desde 35000 a.C., no entanto, na Mesoamérica, os primeiros testemunhos de ocupação datam de cerca de 20000 a.C.. Já os fósseis humanos mais antigos encontrados, não são de antes do que 9000 a.C..

É provável que por essa época o homem mesoamericano estivesse começando a se sedentarizar, processo que só se efetivaria por volta de 5000 a.C., com a descoberta da agricultura (plantio do milho, feijão, abóbora e pimenta malagueta). Porém, para um povo se desenvolver e se tornar uma civilização é preciso um pouco mais do que apenas a agricultura.

É preciso pelo menos a existência de uma cerâmica, o que só foi aparecer por volta de 2300 a.C. Mais ou menos em 1300 a.C., numa região conhecida como Olman (Terra da Borracha), próxima ao golfo do México, ao sul de Veracruz, uma civilização que se tornaria um marco na História pré-colombiana: os Olmecas. Este povo se disseminou por várias "cidades" (o termo não é muito correto, uma vez que elas eram apenas centros cerimoniais construídos para serem residências de sacerdotes e nobres, além de acolherem os cultos ao deus-jaguar) construindo grandes edifícios em pedras, tais como templos e túmulos, além de trabalhar o barro com maestria.

Os Olmecas se tornaram gênios da escultura, criando máscaras, sarcófagos, estelas, as famosas cabeças de basalto da Mesoamérica, além de estatuetas de jade, argila, quartzo, obsidiana, serpentina e cristal de rocha. Os Olmecas desenvolveram intensa atividade religiosa e mercantil, sendo assim, suas caravanas de comércio serviram para disseminar por várias regiões não só seus produtos e conhecimentos, tais como o cultivo do algodão para a confecção de roupas, mas também sua religião, que lançou bases para o culto futuro do deus da água. Por volta de 600 a.C., a influência Olmeca já era sentida nas proximidades do que viria a ser Tenochtitlán.

Porém, à medida que outros povos se desenvolviam, os Olmecas começaram a entrar em decadência e no século II ou III já não mais eram conhecidos, talvez tenham sido destruídos em batalha, talvez tenham migrado para outras regiões, o fato é que desapareceram do contexto da Mesoamérica, mas deixaram seu legado para as civilizações clássicas da região.


A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO ASTECA



Montezuma acolheu amistosamente os estrangeiros brancos, acreditando que Hernán Cortés fosse a encarnação do deus Quetzalcóatl, cuja chegada havia sido anunciada por profecias. Algumas centenas de espanhóis, apoiados por tribos indígenas inimigas dos astecas, chegaram a Tenochtitlan, onde foram recebidos como hóspedes. Um ataque asteca ao conclave espanhol de Vera Cruz, na costa do Golfo do México, serviu de pretexto a Cortés para aprisionar Montezuma em sua própria corte. Finalmente, com 30 de Junho de 1520, os guerreiros de Tenochtitlan, dirigidos por Cuitláhuac, irmão de Montezuma, obrigaram os espanhóis e seus aliados a abandonar a cidade. Uma epidemia de varíola, trazida do Velho Mundo pelos espanhóis dizimou, durante os meses seguintes, a população de Tenochtitlan. Enquanto isso, Cortés se dedicou a reorganizar e reforçar seu exército e a preparar a invasão à capital asteca. Em abril de 1521, os espanhóis iniciaram o sítio de Tenochtitlan. Os astecas, sem água e alimentos, resistiram durante quatro meses.
Em 13 de Agosto, houve o assalto final, durante o qual os astecas defenderam valorosamente sua cidade até os últimos momentos. Cauahtémoc, o último tlatoani, foi preso pelos conquistadores quando tentava escapar numa canoa com a intenção de se refugiar nas províncias e reorganizar as forças astecas. A queda da capital, a prisão do rei e a dispersão do exército asteca, favoreceram a conquista do resto do império dos espanhóis. Da capital reconstituída, Cortés organizou diversas expedições pelo território mexicano e centro-americano, que em 1534 foi convertido no Vice-Reino da Nova Espanha ou no México.



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MAIA

 


 

A civilização maia foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana, com uma rica história de 3000 anos. Contrariando a crença popular, o povo maia nunca "desapareceu", pois milhões ainda vivem na mesma região e muitos deles ainda falam alguns dialetos da língua original. Este artigo discorre principalmente sobre a civilização maia antes da conquista espanhola.
As evidêcias arqueológicas mostram que os maias começaram a edificar sua arquitetura cerimonial há 3000 anos. Entre os estudiosos, há um certo desacordo sobre os limites e diferenças entre a civilização maia e a cultura mesoamericana pré-clássica vizinha dos olmecas. Os olmecas e os maias antigos parecem ter-se influenciado mutuamente.
Os monumentos mais antigos consistem em simples montículos remanescentes de tumbas, precursoras das pirâmides erguidas mais tarde.
Eventualmente, a cultura olmeca ter-se-ia desvanecido depois de dispersar a sua influência na península de Iucatã, na Guatemala e em outras regiões.
Os maias construíram as famosas cidades de Tikal, Palenque, Copán e Calakmul, e também Dos Pilas, Uaxactún, Altún Ha, e muitos outros centros habitacionais na área. Jamais chegaram a desenvolver um império embora algumas cidades-estado independentes tenham formado ligas temporárias, associações e mesmo rápidos períodos de suserania. Os monumentos mais notáveis são as pirâmides que construíram em seus centros religiosos, junto aos palácios de seus governantes. Outros restos arqueológicos muito importantes são as chamadas estelas (os maias as chamam de tetún, ou "três pedras"), monolitos de proporções consideráveis que descrevem os governantes da época, sua genealogia, seus feitos de guerra e outros grandes eventos, gravados em caracteres hieroglíficos. Os maias tinham economia preponderantemente agrícola embora praticassem ativamente o comércio em toda a Mesoamérica e possivelmente para além desta. Entre os principais produtos do comércio estavam o jade, o cacau, o sal e a obsidiana.


ARTE MAIA

Muitos consideram a arte maia da Era Clássica 900 d.c.) como a mais sofisticada e bela do Novo Mundo antigo. Os entalhes e relevos em estuque de Palenque e a estatuária de Copán são especialmente refinados, mostrando uma graça e observação precisa da forma humana, que recordaram aos primeiros arqueólogos da civilização do Velho Mundo, daí o nome dado à era.
Somente existem fragmentos da avançada dos maias clássicos, a maioria sobrevivente em artefatos funerários e outras cerâmicas. Também existe uma construção em Bonampak que tem murais antigos e que, afortunadamente, sobreviveram a um acidente.
Com as decifrações escrita maia se descobriu que essa civilização foi uma das poucas nas quais os artistas escreviam seu nome em seus trabalhos.


ARQUITETURA MAIA

A arquitetura maia abarca vários milênios; ainda assim, mais dramática e facilmente reconhecíveis como maias são as fantásticas pirâmides escalonadas do final do período pré-clássico em diante. Durante este período da cultura maia, os centros de poder religioso, comercial e burocrático cresceram para se tornarem incríveis cidades como Chichén Itzá, Tikal e Uxmal. Devido às suas muitas semelhanças assim como diferenças estilísticas, os restos da arquitetura maia são uma chave importante para o entendimento da evolução de sua antiga civilização.



 

Ainda que as cidades maias estivessem dispersas na diversidade da geografia da Mesoamérica, o efeito do planejamento parecia ser mínimo; suas cidades foram construídas de uma maneira um pouco descuidada, como ditava a topografia e declive particular. A arquitetura maia tendia a integrar um alto grau de características naturais. Por exemplo, algumas cidades existentes nas planícies de pedra calcária no norte do Iucatã se converteram em municipalidades muito extensas enquanto que outras, construídas nas colinas das margens do rio Usumacinta, utilizaram os declives e montes naturais de sua topografia para elevar suas torres e templos a alturas impressionantes. Ainda assim prevalece algum sentido de ordem, como é requerido por qualquer grande cidade.No começo da construção em grande escala, geralmente se estabelecia um alinhamento com as direções cardinais e, dependendo do declive e das disponibilidades de recursos naturais como água fresca (poços ou cenotes), a cidade crescia conectando grandes praças com as numerosas plataformas que formavam os fundamentos de quase todos os edifícios maias, por meio de calçadas chamadas sacbeob(singular sacbe).
No coração das cidades maias existiam grandes praças rodeadas por edifícios governamentais e religiosos, como a acrópole real, grandes templos de pirâmides e ocasionalmente campos de jogo de bola. Imediatamente para fora destes centros rituais estavam as estruturas das pessoas menos nobres, templos menores e santuários individuais. Entretanto, quanto menos sagrada e importante era a estrutura, maior era o grau de privacidade. Uma vez estabelecidas, as estruturas não eram desviadas de suas funções nem outras era construídas, mas as existentes eram freqüentemente reconstruídas ou remodeladas.
As grandes cidades maias pareciam tomar uma identidade quase aleatória, que contrasta profundamente com outras cidades da Mesoamérica como Teotihuacán em sua construção rígida e quadriculada.
Ainda que a cidade se dispusesse no terreno na forma em que a natureza ditara, se punha cuidadosa atenção à orientação dos templos e observatórios para que fossem construídos de acordo com a interpretação maia das órbitas das estrelas. Afora os centros urbanos constantemente em evolução, existiam os lugares menos permanentes e mais modestos do povo comum.
O desenho urbano maia pode descrever-se singelamente como a divisão do espaço em grandes monumentos e calçadas. Neste caso, as praças públicas ao ar livre eram os lugares de reunião para as pessoas. Por esta razão, o enfoque no desenho urbano tornava o espaço interior das construções completamente secundário. Somente no período pós-clássico tardio, as grandes cidades maias se converteram em fortalezas que já não possuíam, a maioria das vezes, as grandes e numerosas praças do período clássico.



MATERIAS DE CONSTRUÇÃO






Um aspecto surpreendente das grandes estruturas maias é a carência de muitas das tecnologias avançadas que poderiam parecer necessárias a tais construções. Não há notícia do uso de ferramentas de metal, polias ou veículos com rodas. A construção maia requeria um elemento com abundância, muita força humana, embora contasse com abundância dos materiais restantes, facilmente disponíveis.
Toda a pedra usada nas construções maias parece ter sido extraída de pedreiras locais; com maior freqüência era usada pedra calcária, que, ainda que extraída e exposta, permanecia adequada para ser trabalhada e polida com ferramentas de pedra, só endurecendo muito tempo depois.
Além do uso estrutural de pedra calcária, esta era usada em argamassas feitas do calcário queimado e moído, com propriedades muito semelhantes às do atual cimento, geralmente usada para revestimentos, tetos e acabamentos e para unir as pedras apesar de, com o passar do tempo e da melhoria do acabamento das pedras, reduzirem esta última técnica, já que as pedras passaram a se encaixar quase perfeitamente. Ainda assim o uso da argamassa permaneceu crucial em alguns tetos de postes e vergas sobre portas e janelas (dintel).
Quando se tratava das casas comuns, os materiais mais usados eram as estruturas de madeira, adobe nas paredes e cobertura de palha, embora tenham sido descobertas casas comuns feitas de pedra calcária, senão total mas parcialmente. Embora não muito comum, na cidade de Comalcalco, foram encontrados ladrilhos de barro cozido, possivelmente solução encontrada para o acabamento em virtude da falta de depósitos substanciais de boa pedra.




PROCESSO DE CONSTRUÇÃO


 

Todas as evidências parecem sugerir que a maioria dos edifícios foi construída sobre plataformas aterradas cuja altura variava de menos de um metro, no caso de terraços e estruturas menores, a até quarenta e cinco metros, no caso de grandes templos e pirâmides. Uma trama inclinada de pedras partia das plataformas em pelo menos um dos lados, contribuindo para a aparência bi-simétrica comum à arquitetura maia. Dependendo das tendências estilísticas que prevaleciam na área e época, estas plataformas eram construídas de um corte e um aterro de entulhos densamente compactado. Como no caso de muitas outras estruturas, os relevos maias que os adornavam, quase sempre se relacionavam com o propósito da estrutura a que se destinavam. Depois de terminadas, as grandes residências e os templos eram construídos sobre as plataformas. Em tais construções, sempre erguidas sobre tais plataformas, é evidente o privilégio dado ao aspecto estético exterior em contra-ponto à pouca atenção à utilidade e funcionalidade do interior.


 

Parece haver um certo aspecto repetitivo quanto aos vãos das construções nos quais os arcos (como curvas) são raros, mas freqüentemente retos, angulados ou imbricados, tentando mais reproduzir a aparência de uma cabana maia, do que efetivamente incrementar o espaço interior. Como eram necessárias grossas paredes para sustentar o teto, alguns edifícios das épocas mais posteriores utilizaram arcos repetidos ou uma abóbada arqueada para construir o que os maias denominavam pinbal, ou saunas, como a do Templo da Cruz em Palenque. Ainda que completadas as estruturas, a elas iam-se anexando extensos trabalhos de relevo ou pelo menos reboco para aplainar quaisquer imperfeições. Muitas vezes sob tais rebocos foram encontrados outros trabalhos de entalhes e dintéis e até mesmo pedras de fachadas. Comumente a decoração com faixas de relevos era feita em redor de toda a estrutura, provendo uma grande variedade de obras de arte relativas aos habitantes ou ao propósito do edifício. Nos interiores, e notadamente em certo período, foi comum o uso de revestimentos em reboco primorosamente pintados com cenas do uso cotidiano ou cerimonial.
Há sugestão de que as reconstruções e remodelações ocorriam em virtude do encerramento de um ciclo completo do calendário maia de conta larga, de 52 anos. Atualmente, pensa-se que as reconstruções eram mais instigadas por razões políticas do que pelo encerramento do ciclo do calendário, já que teria havido coincidência com a data da assunção de novos governantes. Não obstante, o processo de reconstrução em cima de estruturas velhas é uma prática comum. Notavelmente, a acrópole de Tikal, parece ser a síntese de um total de 1500 anos de modificações arquitetônicas.


CONSTRUÇÕES NOTÁVEIS

PLATAFORMAS CERIMONIAIS



 

Estas eram comumente plataformas de pedra calcária com muros de menos de quatro metros de altura onde se realizavam cerimônias públicas e ritos religiosos. Construídas nas grandes plataformas, eram ao menos realçadas com figuras talhadas em pedra e às vezes tzompantli ou uma estaca usada para exibir as cabeças das vítimas geralmente os derrotados nos jogos de bola mesoamericanos.



PALÁCIOS




Grandes e geralmente muito decorados, os palácios geralmente ficavam próximos do centro das cidades e hospedavam a elite da população. Qualquer palácio real grande ou ao menos que tivesse várias câmaras ou erguido em vários níveis, tem sido chamado de acrópole. Tais construções consistiam de várias pequenas câmaras ou pelo menos um pátio interno, parecendo propositadas a servirem de residência a uma pessoa ou pequeno grupo familiar decorada como tal.
Os arqueólogos parecem estar de acordo em que muitos palácios são também o lugar de muitas tumbas mortuárias. Em Copán, debaixo de 400 anos de remodelações posteriores, se descobriu a tumba de um de seus antigos governantes e a acrópole de Tikal parece ter sido o lugar de vários sepultamentos do final do período pré-clássico e início do clássico.
Existe, no entanto, alguns arqueólogos que afirmam serem os palácios locais não muito prováveis para a morada da elite governante, uma vez que tais moradas mostram-se demasiadamente infestadas de morcegos e um tanto quanto desconfortáveis; sugerindo - assim - ser um espécie de mosteiro ou quartéis para as comunidades sacerdotais. Nessa linha de pensamento, contudo, caímos em uma outra rua sem saída: não existem comprovações da existência de ordens eclesiásticas ou monásticas nos tempos clássicos. Concluir, portanto, que fossem moradas das classes governamentais - neste contexto - é a solução mais viável; o que não impede a existência de diversas teorias sobre a origem e a função de tais palácios.



GRUPO E

Os estudiosos têm denominado de "Grupo E" à freqüentemente encontrada formação de três pequenas construções, sempre situadas a oeste das cidades, tratando-se de um intrigante mistério a sua recorrência.
Estas construções sempre incluem pelo menos uma pequena pirâmide-templo a oeste da praça principal que tem sido aceita como observatório devido ao seu preciso posicionamento em relação ao Sol, quando observado da pirâmide principal nos solstícios e equinócios. Outras teses sugerem que sua localização reproduz ou pelo menos se relaciona com a história da criação do universo segundo a mitologia maia, posto que vários de seus adornos a ela, freqüentemente, se referem.


PIRÂMIDES E TEMPLOS




Com freqüência os templos religiosos mais importantes se encontravam em cima das pirâmides maias, supostamente por ser o lugar mais perto do céu. Embora recentes descobertas apontem para o uso extensivo de pirâmides como tumbas, os templos raramente parecem ter contido sepulturas. A falta de câmaras funerárias indica que o propósito de tais pirâmides não é servir como tumbas e se as encerram isto é incidental.
Pelas íngremes escadarias, se permitia aos sacerdotes e oficiantes o acesso ao cume da pirâmide onde havia três pequenas câmaras com propósitos rituais. Os templos sobre as pirâmides, a mais de 70 metros de altura, como em El Mirador, de onde se descortinava o horizonte ao longe, constituíram estruturas impressionantes e espetaculares, ricamente decoradas. Comumente possuíam uma crista sobre o teto, ou um grande muro que, teorizam, poderia ter servido para a escrita de sinais rituais para serem vistos por todos.
Como eram ocasionalmente as únicas estruturas que excediam a altura da selva, as cristas sobre os templos eram minuciosamente talhadas com representações dos governantes que se podiam ver de grandes distâncias. Debaixo dos orgulhosos templos estavam as pirâmides que eram, em última instância, uma série de plataformas divididas por escadarias empinadas que davam acesso ao templo.




OBSERVATÓRIOS ASTRONÔMICOS



 

Kukulkán é o nome maia de Quetzalcóatl, aqui desenhado a partir de um baixo-relevo de Yaxchilan. Os maias foram excepcionais astrônomos e mapearam as fases e cursos de diversos corpos celestes, especialmente da Lua e de Vênus.
Muitos de seus templos tinham janelas e miras demarcatórias (e provavelmente outros aparatos) para acompanhar e medir o progresso das rotas dos objetos observados. Templos arredondados, quase sempre relacionados com Kukulcán, são talvez os mais descritos como observatórios pelos mais modernos guias turísticos de ruínas, mas não há evidências que o seu uso tinha exclusivamente esta finalidade.
Em vários templos sobre pirâmides foram encontradas marcações de miras que indicam que observações astronômicas também foram feitas dali.



SISTEMA DE ESCRITA



O sistema de escrita maia (geralmente chamada hieroglífica por uma vaga semelhança com a escrita do antigo Egito, com o qual não se relaciona) era uma combinação de símbolos fonéticos e ideogramas. É o único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo.
As decifrações da escrita maia têm sido um longo e trabalhoso processo. Algumas partes foram decifradas no final do século XIX e início do século XX (em sua maioria, partes relacionadas com números, calendário e astronomia), mas os maiores avanços se fizeram nas décadas de 1960 e 1970 e se aceleraram daí em diante de maneira que atualmente a maioria dos textos maias podem ser lidos quase completamente em seus idiomas originais. Lamentavelmente, os sacerdotes espanhóis, em sua luta pela conversão religiosa, ordenaram a queima de todos os códices maias logo após a conquista.
Assim, a maioria das inscrições que sobreviveram são as que foram gravadas em pedra e isto porque a grande maioria estava situada em cidades já abandonadas quando os espanhóis chegaram.
Os livros maias, normalmente tinham páginas semelhantes a um cartão, feitas de um tecido sobre o qual aplicavam uma película de cal branca sobre a qual eram pintados os caracteres e desenhadas ilustrações. Os cartões ou páginas eram atadas entre si pelas laterais de maneira a formar uma longa fita que era dobrada em zigue-zague para guardar e desdobrada para a leitura.
Atualmente restam apenas três destes livros e algumas outras páginas de um quarto, de todas as grandes bibliotecas então existentes. Freqüentemente são encontrados, nas escavações arqueológicas, torrões retangulares de gesso que parecem ser restos do que fora um livro depois da decomposição do material orgânico.
Relativamente aos poucos escritos maias existentes, Michael D. Coe, um proeminente arqueólogo da Universidade de Yale disse:
“Nosso conhecimento do pensamento maia antigo representa só uma minúscula fração do panorama completo, pois dos milhares de livros nos quais toda a extensão dos seus rituais e conhecimentos foram registrados, só quatro sobreviveram até os tempos modernos (como se toda a posteridade soubesse de nós, baseados apenas em três livros de orações e "El Progreso del Peregrino).”


Livros maias:
Chilam Balam Popol Vuh, (que significa livro da reunião ou comunidade, considerado a Biblia maia)
Rabinal Achí
Anais dos Caqchiqueles
Códices maias


MATEMÁTICA




Grafia dos números maias:



Os maias (ou seus predecessores olmecas) desenvolveram independentemente o conceito de zero (de fato, parece que estiveram usando o conceito muitos séculos antes do velho mundo), e usavam um sistema de numeração de base 20.
As inscrições nos mostram, em certas ocasiões, que trabalhavam com somas de até centena de milhões. Produziram observações astronômicas extremamente precisas; seus diagramas dos movimentos da Lua e dos planetas se não são iguais, são superiores aos de qualquer outra civilização que tenha trabalhado sem instrumentos óticos. Ao encontro desta civilização com os conquistadores espanhóis, o sistema de calendários dos maias já era estável e preciso, notavelmente superior ao calendário gregoriano, muitas vezes reformado depois disto.



CALENDÁRIO





Mais que um calendário, os Maias possuiam um sistema de calendários circular cujo ciclo completo era de 52 anos solares e que sincronizava dois outros a saber: o calendário Tzolk'in de 260 dias e o calendário Haab de 360 dias mais 5 dias sem nome. A grande importância dada pelos maias à medição do decorre da concepção que tinham de que tempo e espaç, em verdade, tratam-se de uma só coisa e que flui não em linha reta, como na convenção européia ocidental, mas circularmente, isto é, em ciclos repetitivos. O conceito chama-se Najt e é representado graficamente por uma espiral.
Os maias acreditavam que, conhecendo o passado e transportando as ocorrências para idêntico dia do ciclo futuro, os acontecimentos basicamente se repetiriam, podendo-se assim, prever o futuro e exercer poder sobre ele.
Por esta razão, a adivinhação era a mais importante função da religião dos maias. Tanto é assim, que a palavra maia usada para designar seus sacerdotes, tem origem na expressão guardião dos dias. O calendário maia com ciclo equivalente a um ano solar era chamado Haab, e tinha ordinariamente 18 meses de 20 dias (mais cinco dias sem nome), seu uso era mais afeto às atividades agrícolas, notadamente na prescrição das datas de plantio, colheita, tratos culturais e previsão dos fenômenos meteorológicos. Era o calendário das coisas e das plantas.
Já o calendário Tzolk'in que possuía treze meses de vinte dias, com ciclo completo de 260 dias, era usado para as funções religiosas em função do qual se marcavam as cerimonias religiosas, se fazia a adivinhação das pessoas e se encontravam as datas propícias para seus atos civis.
Assim que nascia uma criança, os maias as apresentavam aos sacerdotes que, em função do dia do nascimento, adivinhavam a futura personalidade da criança, seus traços marcantes, suas propensões, habilidades e dificuldades, analogamente ao horóscopo mesopotâmico.



ORIGEM



Estudiosos defendem que a observação da repetição cíclica das estações do ano e seus eventos climáticos, dos ciclos vegetativos e reprodutivos das plantas e dos animais, sincronizada à repetição do curso dos astros na abóbada celeste, é que acabou inspirando os Maias à criação de seus calendários.
É pois reconhecido que muito da matemática e astronomia dos maias se desenvolveu sob a necessidade de sistematizar o calendários com os principais eventos no qual o desenvolvimento da escrita tinha o papel preponderante de registrar tanto as datas como os eventos.
O mês de vinte dias é um tanto mais natural e adequado na cultura maia, já que a sua matemática usava a numeração na base vinte, que corresponde à soma dos dedos humanos das mãos e dos pés.
Não é por outra razão que a cada katum (período de 20 anos), data auspiciosa como nossa década, os maias erigiam uma estela, monumento lítico belissimamente decorado, no qual registravam as datas e principais eventos, que poderiam ser interpretados no futuro.
Como qualquer outra civilização antiga, os maias sacralizavam os conhecimentos de astronomia, matemática e escrita, sendo estas de função dos sacerdotes e letrados cujos registros se cristalizaram no sistema de calendários, desde muito cedo aperfeiçoados.
Se a duração ciclo completo do haab(360 dias + 5 dias) era demarcada ao compasso do ano solar, a duração do ciclo completo do Tzolk'in(260 dias) corresponde a duração de um ciclo biológico humano desde a concepção até o nascimento.
Por isto, o haab regia a agricultura e as coisas, e por isto mesmo o tzolk'in regia a vida das pessoas, a partir de seu aniversário, fornecendo-lhes preceitos e presságios.



CALENDÁRIO TZOLK' ÍN

Alguns acreditam que os maias identificaram o aspecto energético e espiritual do tempo de cada dia e codificaram isso em seus calendários. O que temos, com efeito, é que, a par do arranjo dos ciclos, os maias tentaram consolidar os principais eventos de tais dias.
Há quem diga que os maias definiam o tempo como uma energia real ou força que existe em todo o universo, cuja freqüência seria 13:20
Treze se referia às 13 lunações anuais (13 x 28 = 364) onde o mês lunar tem 28 dias, que, coincidentemente multiplicado por 20 (base) resulta em 260 dias, período algo próximo ao ciclo ovariano da reprodução humana.

 

 

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CALENDÁRIO MAIA E DIA 23/12/2012.
"UM DIA FORA DO TEMPO"

Paulo Iannuzzi


Ao caminhar pela selva tropical guatemalteca e hondurenha, leva-se um tremendo choque visual ao deparar-se com o, no mínimo, inesperado... Uma visão de tirar o fôlego, diante da homogeneidade do verde e de todo o reino vegetal circundante! Os complexos piramidais maias! O observatório astronômico, com uma cúpula similar às mais modernas instalações de mesma finalidade. A lápide do "astronauta" de Palenque... O crânio de cristal, de impossível reprodução mesmo em nossa época atual e etc. e etc... O mais intrigante, contudo, são os mitos deste povo, alusivos a "ciclos siderais", apresentando uma matemática complexa e extremamente precisa em seus termos numéricos, expressos por uma escrita hieroglífica misteriosa e de princípio básico por demais semelhante aos hieróglifos egípcios! Não satisfeitos em surpreender, como parece ser de praxe toda e qualquer descoberta e estudo mais aprofundado das civilizações antigas, os maias expressam essa precisão matemática e observacional do firmamento por intermédio de um calendário simplesmente fabuloso e extraordinário, para um povo que em tese, nem a roda conhecia! Calendário esse totalmente agrícola. Somente? Ledo engano... Uma conotação cósmica, sideral, energética e até mesmo espiritual e evolutiva está contida em seu simbolismo. Como puderam estabelecer ou ter acesso a um conhecimento que, pelo que se interpreta hoje, somente grandes mentes científicas munidas com tecnologia de ponta poderiam conceber? Como os maias poderiam ter noções relativas à estrutura do sistema solar, das constelações e o vislumbre que estas fariam parte de uma estrutura ainda maior conjunta que conhecemos como galáxia, assim mesmo graças à Edwin Hubble na década de 20! Todas as questões levantadas sobre processos de ascensão e descenso, ciclos de vida e a não linearidade do Universo e do tempo, está relacionado com o Calendário Maia. O que vem afinal a ser isso tudo? O que, segundo este calendário, realmente significa a data de 23 de dezembro de 2012, exatamente às 23hs e 23 min GMT (portal 11:11?)?



Somente para o pensamento ocidental moderno admite-se que o tempo, a vida, a evolução e tudo o mais que esteja relacionado com o Universo se apresente numa constante linear pregressiva. Para o conhecimento de civilizações antigas e especialmente de acordo com o Calendário Maia, todo e qualquer processo evolutivo e até mesmo as linhas espaço-temporais estão sujeitos `"ciclos evolutivos", onde tudo caminha numa trajetória em espiral! Segundo os mitos Maias e o que se registra no calendário, quando não existe uma evolução e um aprendizado coletivo ascencional, os ciclos tentem a se repetir dentro de faixas de tempo. O Calendário Maia indica que determinados acontecimentos ou tendências para tais eventos se repetem ciclicamente, com uma data ou período crítico de registro. O ano de 2012 será simplesmente um momento de repetição cíclica, mas num nível macrocósmico, segundo os Maias e suas "profecias". Tal afirmação é bastante reveladora, pois indica uma total familiaridade com aspectos de conhecimento que somente agora se inicia no mundo moderno: A fusão da ciência e o estudo desta em relação ao que até então não se era considerado objeto de estudos e conjecturas e que hoje se tornam de importância cada vez maior, no que se refere ao que não é fisicamente observável e experimentalmente comprovado, paranormal, parafisico, hiperespacial e espiritualidade em geral. O científico tendendo para o espiritual e o espiritual tendendo para o científico. Claro que existe um longo caminho pela frente e um trabalho proporcionalmente hercúleo, mas o primeiro passo já foi dado. Os achados destas civilizações no que tange a estes conhecimentos e as particularidades do Calendário Maia em especial, parecem aflorar para nos reconduzir de certa forma ao que realmente interessa à humanidade e o seu conseqüente caminhar evolutivo. Uma pergunta que certamente não se calará: Existe a possibilidade de relação disto tudo com os UFO's? Civilizações extraterrestres estariam por trás desta complexidade vista na antiguidade de todas as grandes e marcantes civilizações? A elaboração do Calendário Maia é simplesmente genial! O que dizer de seu mito que alude a homens altos, brancos e de barbas ruivas, que prometeram retornar ao final do grande ciclo? Não podemos esquecer da aparição em massa nos últimos seis anos especialmente na Cidade do México e em Lima, no Peru, fartamente documentadas, sem mencionar outras tantas exaustivamente apresentadas pela ufologia em todo o mundo. Cidades essas muito próximas das cidadelas de Teothihuacan e Macchu Picchu, respectivamente. Observamos uma sucessão de eventos, especialmente de massa, ligados aos UFO's. Não estaria dentro de uma mesma linha de execução, de forma paralela, como se obedecendo a um "cronograma" superior cósmico, o reconhecimento do fenômeno UFO por parte de muitos países, divulgando seus materiais ao publico em geral por todo o planeta? Estariam as autoridades cientes disso e liberando seu material e ao mesmo tempo num compasso de espera por "algo"? Nenhuma possibilidade pode ser descartada. Há quem obviamente discorde sem sequer se dar ao trabalho de pesquisar e pensar. Há quem busque somente fatos. Quem busca somente fatos, deve jogar fora a teoria da Relatividade e abortar a física quântica e seu conceito sobre infinitas probabilidades e ações de campo e onda. O fenômeno UFO é o único que nos desafia a todo o momento, literalmente "puxando nosso tapete" quando pensamos compreender mais sua fenomenologia. Força-nos a conceber possibilidades outras em relação daquelas que insistimos em cultivar somente pela "busca de fatos". Lembrando apenas que a Terra plana; o término do oceano num abismo sem fim, reduto de feras e monstros infernais; o geocentrismo e etc. já foram considerados "fatos"! No início do séc. XX estudos acadêmicos comprovaram que o homem não suportaria velocidades acima de 60 km/h... Mais tarde ainda vigorava a impossibilidade do homem ultrapassar a barreira do som e etc. Além de fascinante e outros tanto adjetivos relacionados ao fenômeno, verificamos que a arqueologia em geral e o estudo destas antigas e avançadas civilizações, nos esclarecem muito sobre o fenômeno UFO. Material tão farto quanto as atuais fotos e filmes, além dos registros dos abduzidos e contatados. O Calendário Maia é bem claro e sucinto no que se refere à sua transmissão profética. Afirma que o ser humano começará em 23/12/1012 numa nova raça, num novo ciclo, numa nova volta na espiral evolutiva se aos poucos for mudando seu padrão denso de pensamentos, palavras e ações para um mais harmônico com as novas vibrações planetárias, já observadas pela Ressonância Schumman, Biocampo da Terra e sua freqüência vibracional ascendente no momento em função das alterações solares.




Alterações solares estas mencionadas nos mitos Maias e em seu calendário. Da mesma forma que o Calendário Maia se apresenta com um aparelho de medição, demonstrando fisicamente o entrelaçamento de tudo o que existe, a Terra está sujeita, juntamente com todo o sistema solar, às alterações cíclicas do Sol que por sua vez, è influenciado em seus ciclos pela massa geral da Galáxia e especialmente pela enorme força de seu núcleo. Estudiosos do Calendário Maia, tais como José Argueles (Fator Maia) por estas razões, introduziram o termo "conhecimento galático" ao que se acredita ser o povo Maia também possuidor. Mas nada comprova que os Maias tivessem a noção da estrutura galática, mas é no mínimo intrigante como o seu calendário prevê ciclos a nível estelar e galatico. Observa-se a possibilidade de que os Maias conheciam a segunda Lei do Kaibalion, senão todas, de Hermes Trimegistus que diz "Tudo o que está cima está embaixo, semelhante e análogo!" Extrapolando essa máxima para o Macrocosmos e o Microcosmos, os Universos funcionam proporcionalmente dentro de um mesmo princípio. Isto está brilhantemente exposto no Calendário Maia. È só uma questão de saber enxergar. Conhecimento desenvolvido espontaneamente? Herdado? Transmitido? De quem? De onde? Como foi mencionado, existem muitas similiradades entre povos pré-colombianos e egípcios antigos.







Mas independente disso, o mito Maia fala da "noite" e do "dia" do céu. Atualmente, os estudiosos usam o termo "noite" e "dia" galáticos. Lembrando que para os Maias o referencial dos mitos é sempre muito mais temporal do que local. Portanto, "noite e dia galáticos" estão relacionados com um período mais do que uma transição pelo espaço! Mas ainda assim, é surpreendente que, dentro do corpo galático o Sistema solar, assim como inúmeros outros, esteja "aflorando" à superfície após um período de tempo "mergulhado" em zonas densas de gás e poeira na região equatorial do disco galático. As estrelas não apenas giram em torno do centro galático... Elas também realizam estes movimentos ascendentes e descendentes, transitando pelos hemisférios norte e sul galáticos. Ainda surpreendente é saber que o Sistema solar "aflorando" desta massa densa de gás e poeira, estará exposto diretamente às radiações do bojo galático! Mais surpreendente ainda é o registro de tal acontecimento estar relacionado com o que o Calendário Maia chama de nova humanidade do sexto ciclo saindo do quinto (Kinith-Ahau) começado em10/08/ 3113 a.C. e terminando em 23/12/2012! O chamado "Ciclo Galático" em verdade está relacionado com o Ciclo de Precessão Equinocial, de aproximadamente 26.000 anos, divididos em 5 ciclos de pouco mais de 5.000 anos, como tão bem também conheciam os egípcios e especialmente os construtures das pirâmides de de todo o complexo de Gizeh. Neste instante, o calendário relaciona-se com as chamadas "profecias Maias". Registra-se as transformações planetárias que ocorrerão. Só isto é um prato cheio para os apocalípticos de plantão que insistem na destruição de tudo. A Terra é um ser vivo e seu processo de adaptação cíclica já começou, apenas isso. As profecias mencionam, além disso, a eliminação ou total controle do medo, com a conseqüente diminuição do ódio e do materialismo. As profecias maias eram tanto baseadas na vivência espiritual de seu povo quanto no estudo das características planetárias e universais.
O Ciclo Galáctico de 25.625 anos está dividido em 5 ciclos de 5.125 anos:
O 1º CICLO DA GALÁXIA – é o ciclo da MANHÃ GALACTICA, quando o sistema solar acaba de sair da escuridão para entrar na luz. É um período de gestação, de conformação.
O 2º CICLO DA GALÁXIA – é o ciclo do MEDIODIA DA GALÁXIA; onde o Sol central é muito forte, é uma etapa de desenvolvimento que culmina com sua maior expressão.
O 3º CICLO DA GALÁXIA – é o ciclo da TARDE DA GALÁXIA; começa-se a sentir menos a luz.
O 4º CICLO DA GALÁXIA – é o ciclo do ENTARDECER / NOITE DA GALÁXIA; o entardecer se converte em noite, onde se realiza uma tomada de consciência de todo o fato.
O 5º CICLO DA GALÁXIA – é o ciclo da PROFUNDA NOITE DA GALÁXIA, que volta a dar inicio a outros 5 ciclos de 5.125 anos, e assim eternamente….… ….início de uma nova era.
Os Maias asseguravam que sua civilização era a 5º iluminada pelo Sol, o quinto grande ciclo solar (ou seja, estamos no entrando no sexto dia solar), e que antes tinham existido sobre a Terra outras 4 civilizações que foram destruídas por grandes desastres naturais. Acreditavam que cada civilização é só um degrau na ascensão da consciência coletiva da humanidade. Para os Maias, no último cataclismo, a civilização foi destruída por uma grande inundação que deixou uns poucos sobreviventes dos quais eles eram descendentes; pensavam que ao conhecer o final desses ciclos muitos seres humanos se prepararam para isso, tinham conseguido conservar no planeta à espécie pensante, o homem. Dizem-nos que a mudança dos tempos, nos permite ascender um degrau na escala evolutiva da consciência, nos dirigir a uma nova civilização que viverá em maior harmonia e compreensão para todos os seres humanos. Obviamente sabe-se que o planeta é ativo geologicamente e se apresenta num ritmo intenso e acelerado. As mudanças no Sol, seu aumento de atividade periódica nos ciclos das manchas a cada 22 anos e o ciclo maior a cada 11.000 anos aproximadamente, ciclo esse que provoca inversão magnética de pólos e outras conseqüências, colaboram substancialmente para a atividade geológica do planeta. A Terra, além de seu natural processo geológico, como ser vivo ainda tem que lidar com as constantes agressões impostas pelo homem. Somando-se esses vários fatores, podemos analisar que 2012 está dentro de um período decisivo para a humanidade e sua tomada de decisão com respeito ao seu próprio futuro. A Terra encontra-se em um momento delicado e tudo o que for feito hoje de positivo ou não, em qualquer nível, seja material, emocional, mental e energético, repercutira durante bastante tempo. Ora, isso é inegável! Como também é inegável um possível aumento de "convulsões" planetárias, terremotos, especialmente vulcanismo, sem contar com as ações beligerantes humanas. Será que é a isso que alude o calendário Maia? Será um alerta? O Calendário apenas afirma a data do encerramento de um ciclo para o renascer de outro. Apenas isso. O máximo que se pode deduzir dos "recados" do calendário, referem-se à decisão do ser humano em eclodir ou sucumbir. Mesmo assim, não temos como afirmar categoricamente se os Maias estavam se referindo à humanidade como um todo ou, como realmente sugerem os estudos, apenas à sua sociedade local.




No Rig-Veda, encontramos a mesma similaridade com respeito a esse ciclos, chamado pelos antigos vedas e hindus de eras ou "Yugas"!




O Calendário Maia com ciclo relativo a hum ano solar denominava-se HAAB, sendo composto por 18 meses de 20 dias e cinco dias chamados "sem nome" e um dia ao final do ano maia chamado "dia fora do tempo". Seu uso principal estava mais relacionado com a agricultura e fenômenos meteorológicos.




O Calendário TZOL'KIN (TZOL = contar e KIN = dia) possuía 13 meses de 20 dias ou KINS perfazendo um ciclo de 260 dias, próximo ao ciclo ovariano de reprodução, usado para funções religiosas. Tanto um como o outro tem o número 20 (soma dos dedos das mãos e dos pés para os maias) como base. Composto de 20 selos (sol) e 13 tons galáticos (lua ou as 13 lunações anuais), O TZOL'KIN possui mês lunar de 28 dias que ao ser multiplicado por 13 resulta em 364 dias e mais um "dia fora do tempo" fechando em 365! Sabe-se que todo calendário lunar é muito mais preciso e consequentemente, móvel em suas datas referenciais. Uma possível identificação no que tange aos aspectos energéticos e espirituais do calendário. Eles consideravam o tempo como energia viva... Uma força real e palpável. Uma criança maia ao nascer, era apresentada aos sacerdotes que, em função da data de nascimento, calculavam traços marcantes e relações com o destino da criança. Prática utilizada antes ainda dos Maias pelos egípcios, caldeus, hindus e ainda hoje no zodíaco tibetano e no nosso horóscopo ocidental tradicional. Mas este calendário também era utilizado na interpretação de ciclos corretos de tempo, da natureza, do firmamento, do cosmos, especificamente o "poder do tempo"! Eram percebidas pela interpretação do calendário, mudanças energéticas e eventos que tendiam a se repetir ou se manifestar dentro de um mesmo princípio, de forma periódica, especialmente as mudanças sutis do sol, implicando sutilmente no seu modo de vida, sua mente e emoções e seus plantio e colheita.






Nomenclatura:
Kin = Dia
Unial = Mês (20 Kines)
Uayeb = Mês (5 Kines)
Tun = Ano (18 Uinales)
Katun = 20 Tunes (7200 Kines)
Baktun = 20 Katunes (144000 Kines).



 

A data era representada por um conjunto de 5 elementos. Exemplo: 7.9.14.12.18
Esta data significava … 7 baktun, 9 katun, 14 tun, 12 unial e 18 kin.





O kin, o tun e o katun eram numerados de 0 a 19, o unial de 0 a 17 e o baktun de 1 a 13.
A data do exemplo representa o dia n. 1078098 18 + 12 x 20 + 14 x 18 x 20 + 9 x 20 x 18 x 20 + 7 x 20 x 20 x 18 x 20 = 1078098. Um ciclo dura 1872000 dias, isto é 5125 anos (1872000 = 13 x 144000).
Os dias eram chamados KIN, contendo uma energia específica. Os Maias acreditavam que cada dia continha uma energia diferente temporal, sujeita à alterações de acordo com as ressonâncias recebidas do Sol e suas respectivas alterações e do Universo como um todo, ao influenciar o Sol . O no mínimo interessante, é notar que apesar destas considerações, o Calendário não estava sujeito às sincronizações dos movimentos do Sol e da Lua necessariamente e sim, como já foi mencionado, à questões cíclicas temporais. Os movimentos do Universo e dos astros eram para os Maias e seu calendário, uma conseqüência natural e não uma causa ou referencial, ao contrário do que costumamos fazer. Talvez seja realmente um sistema mais harmônico com a natureza e com o Universo. Apenas para ilustrar, cada ciclo de 20 dias (kin) representava um UINAL, um ciclo de 18 uinal (360 dias) correspondia a um TUN. A cada ciclo de 20 tuns (19,7 anos), um KATUN. Vinte katuns (394,3 anos), um BAKTUN. As datas eram representadas pela sequência dos números correspondentes a cada ciclo. Extrapolando mais um pouco, temos:
A cada ciclo de 20 baktun (7 885 anos) correspondia um pictun;
a cada ciclo de 20 pictun (157 704 anos) correspondia um calabtun;
a cada ciclo de 20 calabtun (3 154 071 anos) correspondia um kinchiltun;
a cada ciclo de 20 kinchiltun (63 081 429 anos – um período curiosamente parecido com o tempo desde o desaparecimento das dinossauros) correspondia um alautun.



 

Considerando-se a possibilidade de os Maias serem descendentes ou herdeiros das levas da civilização atlante, que retirou por conta do cataclismo, justifica-se assim talvez pelos seus mitos, as questões cíclicas que poriam fim às civilizações que não tivessem alcançado um propósito de vida além dos princípios materialistas e egóicos! Talvez eles se referissem apenas a si próprios em termos de civilização e não a civilização em escala global como hoje. Mas em contrapartida, o egocentrismo e materialismo estão em escala global e o suficiente para destruir o planeta várias vezes sem precisar de ciclos! Longe de esgotar o assunto, pois é um estudo e pesquisa muito vasto onde não podemos desconsiderar absolutamente nada, seja no campo científico, seja no campo holístico (ciência futura), precisamos com afinco pesquisar a sério e a fundo tais conhecimentos, pois muito ainda podemos aprender com eles. Talvez as interpretações disparatadas, especialmente as extrapolações cataclísmicas estejam também relacionadas não somente com o ego, mas especialmente na teimosa tendência ainda presente no ser humano pesquisador, principalmente nós ocidentais, somando-se uma pitada da costumeira arrogância, de interpretar achados antigos, seus mitos, costumes e histórias, segundo uma concepção contemporânea e ocidental. Precisamos pensar como eles pensavam e isto é difícil. Somente este dado torna muitas das proposições feitas sobre alguns povos meramente especulativas. Estamos mais "mortos" para eles do que eles para nós! Em vista disso, 23/12/2012 virou uma data referencial cataclísmica e de fim da humanidade. Quanta bobagem injustificada! Talvez a data 23/12/2012 não seja relacionada necessariamente com o fim do planeta mediante catástrofes sem fim! Talvez o recado seja outro... Afinal, Quetzalcoatl prometeu voltar! Pacal Votan que o diga!
Referências bibliográficas:
O Fator Maia – José Argueles.
As Preofecias Maias – Adrian Gilbert e Maurice M. Coterrell The Ruins of Time – Adamson, D.
The Amazing Lid of Palenque, Vol. I e II – Brooks Popool Vuh .

 

 


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PROFECIA MAIA



A SÉTIMA PROFECIA MAIA





Esta profecia Maya fala-nos do momento em que o sistema solar, em seu giro cíclico, sai da noite para entrar no amanhecer da galáxia. Diz que nos 13 anos que vão desde 1999 a 2012 a luz emitida pela galáxia sincroniza todos os seres vivos e permite-lhes aceder voluntariamente a uma transformação interna que produz novas realidades; que todos os seres humanos têm a oportunidade de mudar e romper suas limitações, recebendo um novo sentido: a comunicação através do pensamento.
Os homens que voluntariamente encontrem seu estado de paz interior elevando sua energia vital e levando sua freqüência de vibração interior do medo para o amor, poderão captar e expressar-se através do pensamento e assim florescerá o novo sentido.
A energia do raio transmitido desde o centro da galáxia ativa o código genético de origem divina nos homens que estejam numa freqüência de vibração alta. Este sentido ampliará a convivência de todos os homens, gerando uma nova realidade individual, coletiva e universal. Uma das maiores transformações ocorrerá a nível planetário, pois todos os homens conectados entre si como um só todo, originarão um novo ser de ordem genética.
A reintegração das consciências individuais de milhões de seres humanos acordará uma nova consciência na qual todos compreenderão que são parte de um mesmo organismo gigantesco. A capacidade de ler o pensamento entre os homens revolucionará totalmente a civilização: desaparecerão todos os limites, terminará a mentira para sempre porque ninguém poderá ocultar nada, começará uma época de transparência e de luz que não poderá ser opacada por nenhuma violência ou emoção negativa, desaparecerão as leis e os controles externos como a polícia e o exército, pois cada ser se fará responsável de seus atos e não terá que implementar um direito ou dever pela força.
Formar-se-á um governo mundial e harmônico com os seres mais sábios do planeta, não existirão fronteiras nem nacionalidades, terminarão os limites impostos pela propriedade privada e não se precisará do dinheiro como meio de intercâmbio; implementar-se-ão tecnologias para manejar a luz e a energia e com elas se transformará a matéria produzindo de maneira singela todo o necessário, pondo fim à pobreza de sempre.

A excelência e o desenvolvimento espiritual serão o resultado de homens em harmonia que realizam as atividades com que vibram mais alto e ao fazê-lo expandirão seu nível de entendimento sobre a ordem universal.
Com a comunicação através do pensamento aparecerá um supersistema imunológico que eliminará as vibrações baixas do medo produzidas pelas doenças, prolongando a vida dos homens. A nova era não precisará da aprendizagem do contraste inverso produzido pelas doenças e pelo sofrimento que caracterizaram milhares de anos de história.
Os homens que consciente e voluntariamente encontrem paz interior, entram numa nova época de aprendizagem por contraste harmônico; a comunicação e a reintegração farão com que as experiências, as recordações individuais e os conhecimentos adquiridos estejam disponíveis sem egoísmos para todos os demais. - Será como uma Internet a nível mental que multiplicará exponencialmente a velocidade das descobertas, e que provocará a criação de sinergias nunca antes imaginadas.
Acabar-se-ão os juízos e os valores morais que mudam com as épocas, como a moda. Compreender-se-á que todos os atos da vida são uma maneira de atingir um maior entendimento e harmonia, que o respeito será o elemento fundamental da cultura, transformará o indivíduo e a comunidade e colocará a humanidade na possibilidade de expandir-se pela galáxia.
As manifestações artísticas e as atividades recreativas comunitárias ocuparão a mente humana. Milhares de anos fundados na separação entre os homens que adoraram a um Deus longínquo que julga e castiga, transformar-se-ão para sempre.
O homem viverá a primavera galáctica, o florescimento de uma nova realidade baseada na integração com o planeta e com todos os seres humanos, e para nesse momento compreender que somos parte integral de um único organismo gigantesco e que nos conectaremos com a Terra, uns com os outros, com nosso sol e com a galáxia inteira.
Todos os homens compreenderão que o reino mineral, vegetal, animal e toda matéria espalhada pelo universo a todas as escalas, desde o átomo até à galáxia, são seres vivos com uma consciência evolutiva.
A partir de sábado 22 de dezembro do ano 2012 todas as relações estarão baseadas na tolerância e na flexibilidade, pois o homem sentirá a outros como outra parte de si mesmo.



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CULTURAS PRÉ-INCAICAS
Civilizações andinas que precederam os Incas (Quéchuas)

 

 Dr. Geraldo Rosa Lopes

 

Período I – Culturas:


a) CHAVIN DE HUANTAR

Considerada a primeira cultura importante nos altiplanos andinos. Floresceu de 1000 a.C. até 500 a.C., com seus santuários nas terras do norte do Peru.

Seu simbolismo e sua iconografia giram em torno de um repertório onde predominam figuras de felinos, serpentes e aves de rapina.
Sua influência expandiu-se aos Andes Centrais. Representavam belas criações em cerâmica, têxteis, esculturas em pedra e em metais.

 

b) PARACAS
Emerge nos altiplanos do Peru Central. É famosa pela confecção de belos tecidos bordados. Em cavernas existentes no deserto oriental foram descobertas mais de 400 múmias perfeitamente conservadas pelo calor do deserto. Estavam em flexão e adornadas com chales e mantos de vicunha. Aproveitavam a aridez das áreas para obter uma mumificação natural. Floresceu entre 400 a.C. e 400 d.C.

 

c) MOCHICAS
Cultura de Moche. Surge nos registros fósseis entre 400 d.C. e 1000 d.C., localizando-se, porém, nos vales quentes do deserto ocidental andino. Famosa pela sua arquitetura, com templos magníficos, como a “HUACA DEL SOL”, no vale de Moche, em cujas ruínas foram encontrados mais de 130 mil (130.000) tijolos em cerâmica, sugerindo, naturalmente, uma complexa organização social.
Muitas das práticas utilizadas pelos Incas, anos mais tarde, já haviam sido estabelecidas pela extraordinária cultura Mochica, como sistemas de irrigação, armazenagem de água, construções monumentais em pedras, e também os serviços de correios e organização militar.
Ergueram grandes pirâmides com fins religiosos e um exemplo típico é a bela fortaleza-santuário da “HUACA”, já citada.

d) TIAHUANACO

 

Tiahuanaco

 

 


Por volta de 900 d.C., um povo originário das vertentes andinas que se fixou no litoral e dominou todas as comunidades locais. Chegaram, com o tempo, a formar um verdadeiro império que incluía, inclusive, o Lago Titicaca. Eram hábeis astrólogos e idealizaram um calendário solar. Renomados e célebres santuários, onde homenageavam e cultuavam o “Deus Choroso”, que decora a famosa “Porta do Sol”.
Essa civilização floresceu entre 1000/1300 d.C., abrangendo territórios do Peru e da Bolívia.

Foi considerada como o maior centro cerimonial dos Andes. Seus trabalhos em pedra precederam, séculos antes, à arquitetura incaica. Todo esse trabalho de grandiosa talha em pedra nos fala de uma forte organização social e de um governo centralizado, com uma longa tradição de tecnologia.

 

e) ICA-NAZCA

 

 

Ica-Nazca

 


Nos vales verdejantes ao Sul de Paracas, floresceu uma cultura que, até hoje, segue como um autêntico mistério arqueológico. Veneravam seus deuses em santuários de pedra e possuíam uma cerâmica de ótima qualidade.
Contudo, o que hoje caracteriza bem essa cultura, ainda sob constante estudo arqueológico, são as clássicas “LINHAS”, um fantástico conjunto de figuras geométricas, pássaros, aranhas, imagens surrealistas gravados na areia. Algumas dessas “LINHAS” possuem quilômetros de extensão e, apesar da passagem do tempo, têm-se conservado muito bem.
Estudos com o carbono 14 estabeleceram que têm cerca de 1500 anos e, outras pesquisas, determinaram a origem desses desenhos em 500 anos d.C.

Constituem, de fato, um grande mistério e não se sabe se representam calendários ou símbolos totêmicos.

Atualmente, essas linhas são atravessadas pela moderna rodovia Pan Americana.

f) WARI-CHIMÚ
Corresponde ao chamado Período IV da cronologia. Esta cultura floresceu de 1000 a 1466 anos d.C., e vivia no litoral peruano. Os descendentes eram ótimos ceramistas. Eles eram adoradores de uma deusa da Lua.
A capital do reino era o santuário de costa marítima, desde a atual cidade de Lima até os úmidos trópicos do Equador.
O império Chimú foi a última das grandes culturas pré-incaicas e suas ruínas ainda podem ser visitadas próximas à atual Trujillo.
Todas essas culturas contribuíram mo modo decisivo para o desenvolvimento da civilização Inca, herdeiros das grandes descobertas de seus antecessores.

Sabemos que o povoamento da América do Sul foi realizado bem antes da emergência dos Incas, um passado ainda nebuloso e pouco conhecido.
Não havia livros escritos e nem sequer se sabe com certeza o nome de tosos aqueles povos e, mesmo em relação à sua história pouco é conhecido.

Não deixaram registros gravados, inscrições ou uma escrita convencional.

O que se sabe foi transmitido pelos "cronistas" em diversas obras editadas logo após a conquista espanhola,no ano de l532.

 

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OS INCAS

 

Dr. Geraldo Rosa Lopes

 

 

machu picchu

 

Machu Picchu

 

 

Machu Picchu (em quíchua Machu Pikchu, "velha montanha"), também chamada "cidade perdida dos Incas", é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, atual Peru. Foi construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do Império Inca, quer devido à sua original localização e características geológicas, quer devido à sua descoberta tardia em 1911, por Hiram Bingham.

 

Originários dos vales profundos, a terras altas, cobertas de vegetação, as quentes “xungas”,  localizadas em altitudes de 2000 a 3000 m., das vertentes andinas.
Eram as terras dos “QUECHUAS” (KESHWAS), também conhecidos como “povo dos vales quentes”. Com o tempo, essa denominação seria dada à linguagem falada pelos Incas.
A palavra “INCA” refere-se à dinastia dos imperadores reinantes, o clã do soberano e à nobreza dominante. O povo mesmo era o “KESHWAS”. Desde os seus primórdios, a história desse povo é um mistério. Não deixou registros escritos, apenas uma pequena parte de seu passado foi representada nos “QUIPUS”, cordéis com nós, os quais eram interpretados pelos escribas reais, os “QUIPUKAMAYOC”.

A pouco e pouco, essa comunidade foi consolidando e estendendo seus domínios, chegando às margens do Lago Titicaca e, por volta de 1470 d.C., já formavam um império, centrado na cidade de CUZCO e abrangendo territórios que chegaram a 5400 km. De extensão e variações de altitudes de 2000 a 4000 m.
Em 1527, a única data concreta que possuímos, dá-se a chegada de Francisco Pizarro e sua expedição, desembarcando na localidade de TUMBES ou TUMPIZ, mas a conquista só seria realmente efetivada em 1532.
Mas, só em 1547, surge a primeira e mais importante crônica, séria e confiável, sobre a Cultura Incaica: “La Conquista Del Peru”, de Pedro Cieza de León.

Seguem-se várias outras narrativas. Entretanto, não podemos deixar de citas duas obras pioneiras; a primeira do arqueólogo Max Uhle (Las Ruínas de Tome-bamba – 1923) e o livro de Hiram Bingham, publicado em 1911 (“Lost City of the Incas”).
Hábeis construtores, arquitetos, artistas e decoradores, os Incas aperfeiçoaram sistemas de transportes por mensageiros – CHASQUIS – e construíram excelentes estradas e pontes suspensas, um eficiente método de irrigação e de cultivos agrícolas em plataformas escalonadas. Suas construções em pedra lavrada, perfeitamente justapostas, tornaram-se famosas.

 

Inca e flauta

 


O povo Inca caracterizava-se por uma notável cultura, ou um multiculturalismo, inclusive na arte, na música, na arquitetura; e possuíam uma poderosa organização política, militar e administrativa.

 

 

Viracocha

Deus Viracoha


Usavam um calendário lunar que dividia o ano em 12 meses, cada um dos quais possuía sua festividade, comemorado com procissões, danças e oferendas a seu deus criador, VIRACOCHA, o principal deus do panteão.

 

 

templo do sol

Templo do Sol

 

 

Todavia, os cultos mais importantes referiam-se ao Sol e grandes templos lhe foram dedicados.

 

OBS.- Pela obra humana e pela localização geográfica, Machu Picchu é considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO.

 

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LENDAS E MITOS SOBRE A ORIGEM DOS INCAS

 

Dr. Geraldo Rosa Lopes

 

A mitologia desse povo nos mostra que o deus do Sol criou o primeiro casal de demiurgos, de criadores do mundo, Manco Capac e sua irmã Mana Oclo, que surgiram em uma ilha no Lago Titicaca.
O deus solar recomenda aos irmãos que partissem em peregrinação, ensinando e civilizando o povo e, onde o báculo de ouro de Manco Capac penetrasse o solo, ali seria construída uma cidade santuário. Depois de grandes dificuldades, o casal original chega ao vale de Cuzco onde a profecia se concretiza. Contudo, existem algumas variações desse tema. No entanto, a mais conhecida é exatamente esta relatada.
O cronista Pedro Cieza de León nos informa que, no ano de 1000 d.C., Manco Capac e sua irmã fundaram o santuário de Cuzco e passaram a adorar o deus do Sol, Tici, Viracocha e todo um panteão de outras divindades. Esse santuário era a “CURI CANCHA”, ou seja, a “Casa de Ouro”.
Dessa unidade religiosa, dedicada ao Sol, inicia-se a expansão incaica, chegando o mesmo a consolidar-se em um imenso império. Desenvolveram a sua cultura a partir do Vale de Cuzco e, gradativamente, impuseram seu domínio sobre as regiões limítrofes e, atingindo uma vasta extensão territorial – sempre baseados no conceito de “célula terra” – o “AYLLU”, de uso comunitário.
Os séculos foram passando e os Incas consolidaram as suas conquistas e fundaram um império extremamente bem administrado, uma sociedade disciplinada, governo centralizado e um inato sentido de organização.
Nesse crisol das paisagens andinas depurou-se o caráter e o multiculturalismo do povo Inca.

 

Lago Titicaca

 

Lago Titicaca

 


DECLÍNIO – Em 1493, quando o príncipe HUAYNA CAPAC foi coroado “Senhor Inca”, ou seja, o Imperador, o império havia alcançado seu máximo esplendor e grandeza. Começaram a chegar notícias preocupantes, augúrios sombrios, relacionados com a chegada de “homens brancos e barbados” que chegavam em grandes barcos. Era a chegada de Francisco Pizarro na localidade de TUMBES, com seus famosos “13 homens”, junto com um outro espanhol, Alonso de Molina.
Por essa época, o imperador Inca, já velho e doente, estava à beira da morte. Pouco depois, morre Huayna Capac e seu sucessor é HUASCAR.
Entretanto, um filho herdeiro real, chamado ATAHUALPA, pretendia ser o imperador verdadeiro e não se conformou com a escolha feita.
O resultado dessa rivalidade foi uma terrível guerra civil entre os dois irmãos, circunstância que facilitou as pretensões dos espanhóis conquistadores.

Em resumo, Huascar foi derrotado, feito prisioneiro e Ataualpa foi proclamado “Senhor Inca”.
Em 1532, volta Francisco Pizarro que estava na Espanha. Os dois personagens encontram-se na localidade de Capamarca. O imperador Inca acreditou tratar-se de deuses, cuja chegada estava narrada nos anais religiosos de seus ancestrais.
Puro engano! Eram mesmo os espanhóis, que chegavam em seus barcos e se vestiam de maneira totalmente estranha.
Em Capamarca, os guerreiros incas deveriam comparecer sem armas, para “não ofender os deuses”.
Era o dia 16 de novembro de 1532, e o imperador inca, em sua luxuosa liteira, chegava à praça principal para seu encontro com Pizarro.
Após um reconhecimento totalmente inamistoso, desconfianças e incertezas, os espanhóis abrem fogo contra os indefesos incas e os massacram.

Corria o ano de 1532 e o resto é apenas lembrança...

 

 

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CIVILIZAÇÃO INCA

 

 

História do Mundo

 

ORIGEM

 

Os Incas foram um dos povos mais civilizados da América. Compunham, principalmente as tribos Quéchuas, Aymará, Yunka, etc, que formavam, segundo os espanhóis o Império dos Incas, denominação derivada da família reinante pertencente à tribo dos Quéchuas, a principal do império. Habitavam a região hoje ocupada pelo Equador, Peru, norte do Chile, Oeste da Bolívia e noroeste da Argentina. Mais de dez milhões de cidadãos haviam se fundido nesta unidade política e cultural que era de elevado nível. Fisicamente os Incas eram de pequena estatura, pele morena, variando do moreno claro ao escuro, cabelos pretos e lisos quase imberbes. Quanto à organização social e política, segundo o testemunho espanhol, eles eram perfeitos possuidores de espírito comunitário.

 

 

 

 

 

festa do sol

 

Festa do Sol


Adoravam o Sol reencarnado em cada Inca ou imperador, que era filho do Grande Sol, deste modo o Imperador era considerado deus dentre o povo. Os mortos eram sepultados não somente em templos, mas também em torres túmulos e covos (denominados Chullpas). Os templos dos Incas não eram mais do que habitações de maiores dimensões e eram construídas as superfícies da terra. Um dos aspectos que mais se salientam na cultura incaica é a solução que deram para o problema das comunicações, que apresentavam sérias dificuldades na região dos Andes. Estabeleceram uma complexa rede de caminhos e um corpo permanente de mensageiros (Tiasques) encarregados de transmitirem as noticias. Praticamente a agricultura que havia atingido entre eles, notável desenvolvimento, demonstrado pelas obras de irrigação.
Os Incas empregavam fartamente os metais, cobre, bronze, ouro, prata, o que despertou a cobiça dos conquistadores.
Em 1553, o país foi conquistado por Pizarro e submetido à coroa espanhola. A cultura Inca foi totalmente destruída e, na atualidade restam apenas ruínas de seus grandiosos monumentos templos e palácios.
Durante muito tempo a historiografia abordou o Estado Inca como um "paraíso perdido", no qual inexistia a fome, a exploração e a violência. Estes fatos incentivaram a imaginação dos novelistas, estudiosos e pesquisadores, que procuraram descobrir influências de extraterrestres ou a construção do primeiro Estado comunista em terras americanas.


CARACTERÍSTICAS



O estado mantinha um sistema tributário que cobrava tributos para manter os velhos e os doentes, e para fornecer alimentos nas épocas de má colheita, com um soberano, que a ideologia inca dizia ser o filho do sol (o sol lhe outorgava proteção divina e ordem social).

Realmente é extraordinário que uma civilização tenha se estendido por 4000 quilômetros ao longo da Cordilheira dos Andes sem dispor da roda nem duma boa malha hidroviária para transportar os excedentes agrícolas, que foi o que causou o aparecimento das civilizações em outras partes, pois os Incas com suas técnicas de engenharia fizeram obras que seriam uma árdua tarefa mesmo para a engenharia moderna.

mapa inca vestidos incas-2

 

 


Os incas eram construtores exímios. Sem o auxílio da argamassa, edificaram paredes tão perfeitamente ajustadas que era impossível introduzir a lâmina de uma faca entre as pedras. Milhares de quilômetros de estradas ligavam as quatro províncias ou confins como as chamavam, à Cuzco a capital, era superior a tudo o que existia à data na Europa. Embora o pavimento de pedras lisas pudesse ter sido concebido para veículos, numa sociedade sem cavalos e sem roda todos andavam a pé. Estas estradas transpunham rios por meio de pontes pênseis, eram tão sólidas que muitas delas foram usadas ainda no século XX .

Uma sociedade que tributava as pessoas e não a produção devia possuir um sofisticado esquema de controle. O Estado inca conhecia a quantidade de homens, mulheres e crianças de cada ayllu, conhecia o número de indivíduos com que podia contar para montar um exército sem afetar a produção, sabia quanta mão-de-obra era necessária para construir uma ponte e onde requisitá-la. Sabia das necessidades de alimentos, roupas e armas para sustentar os mitamães.

 

 

* * * * *

 

RELIGIÃO

 

A religião inca dominante tinha como deus tutelar o Sol, chamado de Inti. Supostamente uma representação do Sol, sob a forma de deus Viracoha havia aparecido em tempos muito antigos para trazer a civilização do mundo.

 

máscara inti

Máscara do deus Sol - Inti

 

O deus Sol proporcionava luz e calor, e regia as estações do ano e o ciclo agrícola. O representante de Inti na terra é o Inca. Mama Quilla, a Lua, era a irmã e a esposa do Sol, e afetava o mundo feminino.

 

 

 

 

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INCA - ATAHUALPA

 

Tiago Ferreira da Silva

 

 

 

Atahualpa foi um imperador inca que nasceu em março de 1502 em Quito, atual capital do Equador. Era filho do imperador Huayna Cupac, famoso por manter uma política rígida com seu povo, com a princesa Tocto Pala.

atahualpa - inca

 

 

 

Antes de dar à luz a Atahualpa, Tocto Pala havia desposado primeiro o pai de Huayna, Tupac Yupanqui.

Como a cultura inca era hereditária em praticamente todos os sentidos, a morte de Tupac acabou fazendo com que Huayna se tornasse imperador e, consequentemente, marido de Pala. Huayna havia cedido para seu filho o território norte da Cordilheira dos Andes, que abrangia parte do Peru e praticamente todo o Equador, em consideração a Pala. Entretanto, o imperador também tinha outro filho, Huascar, a quem havia lhe entregado todos os territórios andinos do Sul, que tinha sede em Cusco. Com a morte de Huayna e, não muito tempo depois, a morte de seu filho primogênito que iria substituí-lo no cargo de imperador, havia dúvidas sobre quem seria o novo imperador inca. Huascar, que dominava Cusco, histórica sede imperial, estava decidido de que seria o novo rei, mas sentia-se inseguro com as grandes terras deixadas para seu meio-irmão. Sendo assim, Huascar ordenou que Atahualpa se dirigisse à Cusco para lhe reconhecer como imperador. Entretanto, os soldados de Atahualpa o alertaram para uma possível emboscada e viajaram junto com ele na intenção de tomar o Império Inca.

Atahualpa contava com uma grande vantagem: em seu exército, reuniu diversas sociedades que pretendiam acabar com o domínio cruel exercido pelos incas, lutando com muito mais homens a seu favor que Huascar. Historiadores avaliam que durante essa batalha, que ficou conhecida como Guerra dos Dois Irmãos, cerca de cem mil pessoas pereceram. Naquele momento, corria um boato de que havia estrangeiros que pretendiam acabar com todo o Império Inca, que já estava bem enfraquecido após a batalha entre os irmãos.

Atahualpa, que se tornara imperador, resolver apurar essa história e dirigiu-se até Cajamarca, no Peru, onde recebeu um convite do líder das tropas espanholas, Francisco Pizarro, para um jantar. De fato, o álibi de Pizarro revelou-se uma grande armadilha. Ele cercou os incas e fez uma proposta: ordenou que eles aceitassem a religião cristã se quisessem sobreviver e ofereceu um livro da Bíblia Sagrada. Sem entender nenhuma palavra em castelhano, Atahualpa jogou a Bíblia no chão, o que deu a entender que ele queria guerra. No mesmo momento, soldados espanhóis que estavam escondidos avançaram e prenderam imediatamente o imperador.

Mesmo na prisão, o imperador inca pediu aos seus súditos que assassinassem seu meio-irmão Huascar, pois acreditava que ele estava envolvido na conspiração.

Durante muito tempo Atahualpa permaneceu preso, pois os espanhóis tinham interesse em manter contato para desvendar algumas localizações estratégicas. Mas, por não aceitar a doutrina católica, acabou sendo condenado segundo as leis da Igreja por poligamia, assassinato de ente familiar e tirania. Morreu enforcado em julho de 1533.

 

 

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INCAS - NAZCA



Inca-nazca

 

As linhas de Nazca


As linhas de Nazca são geóglifos e linhas direitas no deserto Peruviano. Foram feitas pelo povo Nazca, que floresceu entre 200 a.C. e 600 d.C. ao longo de rios que desciam dos Andes. O deserto estende-se por mais de 1.400 milhas ao longo do Oceano Pacifico. A área de Nazca onde se encontram os desenhos é conhecida pelo nome de Pampa Colorada. Tem 15 milhas de largura e corre ao longo de 37 milhas paralela aos Andes e ao mar. As pedras vermelho escuras e o solo foram limpas, expondo o subsolo mais claro, criando as "linhas". Não existe areia neste deserto. Do ar, as "linhas" incluem não só linhas e formas geométricas, mas também representações de animais e plantas estilizadas. Algumas, incluindo imagens de humanos, estendem-se pelas colinas nos limites do deserto.
As linhas de Nazca são comunais. A sua criação demorou centenas de anos e exigiu um grande número de pessoas trabalhando no projecto. O seu tamanho e propósito levou alguns a especularem que tinham sido visitantes doutro planeta a criarem e/ou dirigirem o projecto. Erich von Däniken pensa que as linhas de Nazca formam um aeroporto (ou astroporto) para naves extra terrestres Chariots of the Gods? (1968), Arrival of the Gods: Revealing the Alien Landing Sites at Nazca (1998)], uma ideia proposta inicialmente por James W. Moseley em Outubro de 1955 na revista Fate e tornada popular nos anos sessenta por Louis Pauwels e Jacques Bergier em O Despertar dos Mágicos. Se Nazca era um campo de aviação alienígena, era muito confuso, consistindo de gigantescas figuras de lagartos, aranhas, macacos, lamas, pássaros, etc, para não mencionar linhas em ziguezague e desenhos geométricos. Tambem é muito amável da parte desses ETs representarem plantas e animais de interesse para os locais, mesmo tornando a navegação mais dificil do que se usassem uma pista a direito. Também devia ter muito movimento para precisar de 37 milhas de comprimento. Contudo, não é muito provável que naves aterrassem na área sem alterar os desenhos do solo. Ora, tais alterações não existem.
A teoria extra terrestre é proposta principalmente por aqueles que consideram difícil de acreditar que uma raça de "indios primitivos" poderia ter a inteligência de conceber tal projecto, muito menos a tecnologia para transformar o conceito em realidade. As evidências apontam em sentido contrário. Os Aztecas, os Toltecs, os Incas, os Maias, etc., são prova bastante que os Nazca não necessitaram de ajuda extra terrestre para criar a sua galeria de arte no deserto.
Em qualquer caso, não é necessário possuir uma tecnologia muito sofisticada para criar grandes figuras, formas geométricas e linhas rectas, como foi mostrado pelos criadores dos chamados círculos nas searas. Os Nazca provavelmente usaram grelhas para os seus geoglifos gigantes, tal como os seus tecelões para os seus tecidos de padrões complexos. A parte mais difícil do projecto estaria em mover todas as pedras e a terra para revelar o subsolo mais claro. Não há realmente nada misterioso sobre como os Nazca criaram as suas linhas e figuras.
Alguns pensam que é misterioso o facto das figuras terem permanecido intactas durante centenas de anos. Contudo, a geologia da área resolve este mistério.
Pedras (e não areia) constitui a superfície do deserto. Devido à humidade, a sua côr escura aumenta a absorção do calor. A camada de ar quente resultante junto à superfície funciona como uma capa contra o vento; enquanto isso, os minerais do solo ajudam a solidificar as pedras. Neste "pavimento" assim criado neste ambiente seco e sem chuvas, a erosão é praticamente nula - permitindo assim a notável preservação dos desenhos.
O mistério é o porquê. Porque iniciaram os Nazca tal projecto envolvendo tantas pessoas durante tantos anos?
G. von Breunig pensa que as linhas eram usadas para corridas a pé. Ele examinou as linhas curvas e concluiu que tinham sido parcialmente formadas por corridas contínuas.
O antropólogo Paul Kosok defendeu durante pouco tempo que as linhas eram de um sistema de irrigação, mas rejeitou a ideia pouco depois. Especulou então que as linhas formavam um gigantesco calendário. Maria Reiche, uma emigrante alemã e aluna do arqueólogo Julio Tello da Universidade de San Marcos, desenvolveu a teoria de Kosok e passou a maior parte da sua vida a reunir dados que provassem que as linhas representam os conhecimentos astronómicos dos Nazca. Reiche identificou muitos alinhamentos astronómicos, que, caso os Nazca os conhecessem, seriam muito úteis para as suas sementeiras e colheitas. Contudo, existem tantas linhas em tantas direcções diferentes que não encontrar alinhamentos astronómicos seria quase miraculoso.
De qualquer modo, as linhas são parte de um projecto. Existem todas as imagens que se tornaram interessantes para antropólogos depois de serem vistas do ar nos anos 30. É pouco provável que um projecto desta magnitude não fosse de carácter religioso. Envolver toda uma comunidade durante séculos indica o supremo significado do local. Como as pirâmides, as estátuas de gigantes e outra arte monumental, a arte Nazca fala de permanência. Ela diz: estamos aqui e não nos movemos. Não são nómadas, caçadores ou colectores. Esta é uma sociedade agricola. Claro que uma sociedade pré-cientifica, que se vira para a magia e a superstição (i.e., religião) para os ajudar nas colheitas. Os Nazca tinham os conhecimentos de irrigação, semear, colhêr, etc. Mas o tempo é traiçoeiro. As coisas podem correr  bem por meses ou mesmo anos, e numa única geração comunidades inteiras são forçadas a moverem-se, devido a inundações, vulcões, incêndios, ou o que a Mãe Natureza mand.
Era um local para adoração? Era a Meca dos Nazca? Um lugar de peregrinação? Eram as imagens parte de rituais destinados a aplacar os deuses ou pedir a sua ajuda na fertilidade das pessoas e das colheitas, ou com o tempo, ou com a provisão de água? Que as figuras não fossem vistas do solo não seria importante do ponto de vista religioso ou mágico. De qualquer modo, figuras similares aos gigantes de Nazca decoram a olaria encontrada em locais fúnebres próximos e é visivel dos seus cemitérios que os Nazca se preocupavam com a morte. Restos mumificados enchem o deserto, abandonados por caçadores de túmulos. Seria este um local de rituais para garantir a imortalidade dos mortos? Não sabemos, mas se este mistério algum dia fôr resolvido, sê-lo-á por cientistas sérios, não por pseudocientistas especuladores moldando os dados para encaixarem nas suas histórias de extra terrestres.


MISTÉRIOS NAS LINHAS DE NAZCA



Inca-nazca

No deserto cálido de Nazca, situado no Peru, um dos maiores enigmas arqueológicos da Humanidade aguarda uma resposta da Ciência!
Em uma área de aproximadamente 525 quilômetros quadrados e com datação entre 200 antes de Cristo e 800 depois de Cristo, centenas de desenhos sulcados no solo se transformam em enormes figuras geométricas, linhas retilíneas que seguem por quilômetros, espirais e diversos desenhos de animais estilizados e figuras humanas, medindo por vezes, centenas de metros nos levam aos seguintes questionamentos: Como e quem, há milhares de anos atrás, desenhou essas gigantescas figuras, se a única forma de visualizá-las perfeitamente seria a uma altitude de aproximadamente 300 metros? Quais eram as intenções desses geoglifos? Seria uma pista de aterrissagem extraterrestre?
Desde 1981, quando li pela primeira vez sobre estas misteriosas linhas associadas ao tema extraterrestre, por meio da obra do suíço Erich Von Däniken, o livro “Eram os Deuses Astronautas?”, fiquei intrigado e possuía grande vontade de visitar a localidade para constatações pessoais. Anos mais tarde, quando assisti ao filme sobre o livro de Däniken, aumentou minha curiosidade e decidi que um dia iria concretizar este sonho juvenil.
Em Dezembro de 2006, viajei para o Peru e visitei na ocasião várias cidades com sítios arqueológicos, como por exemplo, Lima, Paracas, Cuzco, Macchu Picchu, Arequipa e Nazca. Partindo de Lima, distante 450 quilômetros, cheguei a Nazca, juntamente com minha companheira Margareth Orlandi, no final da tarde do dia 11 de dezembro, após 7 horas de viagem a bordo de um ônibus confortável da empresa “Cruz Del Sur”. Hospedamos-nos no Nazca Lines Hotel que curiosamente foi a moradia da pesquisadora que mais tempo dedicou em solucionar os mistérios das enigmáticas linhas, a alemã naturalizada peruana Maria Reiche. Nas dependências do hotel existia até um salão nobre com diplomas, retratos pessoais, fotos dos pictogramas e uma maquete com a disposição dos desenhos no deserto de Nazca, em memória da pesquisadora que faleceu em 08 de junho de 1998.



QUEM DESCOBRIU AS LINHAS DE NAZCA



Inca-nazca

Em 1926, um famoso arqueólogo peruano chamado Toríbio Mejia Xespe, foi informado por camponeses sobre a presença das estranhas figuras traçadas sobre o solo desértico. Não deu muita importância na época e julgou tratar-se de estradas utilizadas pelos povos pré-incaicos em rituais religiosos.
Entretanto, há registros que estas linhas já eram conhecidas durante a época da conquista espanhola, pois figuram das crônicas de fins do século XVI de Luis de Monzón, fazendo menção que as linhas eram feitas pelos índios por causa dos Viracochas – grupo étnico minoritário descendente do mítico "homem-deus-viracocha" – que segundo a lenda veio dos céus.
Em 1941 tomou conhecimento dos desenhos o arqueólogo americano, da Universidade de Long Island, em Nova York, Dr. Paul Kosok, que ficou extasiado com as figuras e especialmente quando notou que determinado conjunto daquelas linhas formavam um pássaro em pleno vôo e disse: “Este é o maior livro astronômico do Mundo”.
Kosok regressou em 1946 ao seu País e sugeriu à sua assistente, Maria Reiche, que se mudasse para o Peru e continuasse a estudar aqueles enigmáticos pictogramas. Durante toda a sua vida, Maria Reiche, dedicou-se àquele estudo e concluiu tratar-se de um imenso calendário astronômico, além de ser um calendário agrícola. Em 1968, o polêmico livro de Erich Von Däniken e sua teoria que afirmava que as linhas eram sinais e pistas de aterrissagem para naves extraterrestres, transformou a cidade de Nazca em um centro de peregrinação turística, atraindo cientistas, ufólogos, esotéricos e visitantes de várias partes do Mundo.



O SOBREVÔO...

Inca-nazca

 

 

Na manhã do dia 12 de dezembro de 2006, eu e a Margareth nos dirigimos ao Aeroporto de Nazca, localizado a cerca de 4 quilômetros da cidade, com objetivo de fotografarmos um conjunto de figuras no deserto de Nazca, que foi considerado patrimônio mundial pela Unesco em 1994.
Neste tour foi utilizado um avião bimotor prefixo OB 1117, com capacidade para até 6 pessoas. O começo do sobrevôo foi divertido e emocionante, pois à medida que subíamos as linhas foram ganhando contornos mais definidos até transformar-se numa baleia, que foi a primeira figura a ser observada.
Para que todos pudessem ver os desenhos e não perdermos as fotografias, o piloto fazia primeiro uma manobra de 360º para a direita e depois outro para a esquerda. Os solavancos são inevitáveis e aos poucos sentimos um pouco de enjôo, enquanto observávamos triângulos, trapezóides, um macaco feito com uma única linha, medindo 90 metros.
O mais enigmático foi o desenho com 30 metros de altura denominado de “El Astronauta”, localizado no topo de um pequeno morro, que eu fotografei só as pernas por causa da emoção. Entretanto, a Margareth conseguiu obter uma ótima imagem do “Astronauta” de corpo inteiro. Depois vislumbramos um cachorro, um condor, uma aranha com 46 metros, um belo beija-flor, um alcatraz de 300 metros, um papagaio, uma árvore ao lado de um grande lagarto e finalmente, passamos pelas figuras intituladas “as mãos”, antes de voltarmos ao aeroporto. Apesar da turbulência, o visual incomum daqueles desenhos é compensador e confesso que me senti presenteado com aquele momento único da minha vida, já que eu completava 40 anos de idade naquele mesmo dia 12 de dezembro. Jamais me esquecerei da sensação de realizar aquele sonho de minha juventude.


MUITAS TEORIAS



Inca-nazca


Dezenas de hipóteses já foram formuladas para tentar desvendar os mistérios das linhas de Nazca. Contudo, até hoje não existe uma só teoria que seja conclusiva. Vejamos abaixo 6 delas:
Sinais e pistas de aterrissagem para extraterrestres:
O suíço Erich Von Däniken, em seus dois livros, “Eram os Deuses Astronautas?”, de 1968 e “O Retorno dos Deuses”, de 1998, aborda esta teoria que motivou o crescimento do turismo na região e também de diversas especulações de que qualquer imagem mostrando um homem voador seria interpretada como um “deus astronauta”. Defendia ainda, que estes alienígenas visitaram Nazca em tempos imemoriais e que as pistas resultariam dos gases produzidos pelas turbinas das naves.
Calendário astronômico e agrícola:
Segundo o pesquisador Paul Kosok e a pesquisadora Dra. Maria Reiche, que dedicou sua vida inteira na resolução do enigma, concluiu que as figuras geométricas formariam um gigantesco calendário astronômico. As linhas constituem os solstícios, as posições e mudanças das estrelas. Sua teoria foi corroborada pelo astrônomo peruano Luis Mazzoti. Ela associou os signos do zodíaco a doze figuras conforme abaixo:
- Signo de Sagitário (24/11 a 21/12): Colibri;
- Signo de Capricórnio (22/12 a 20/01): Fragata;
- Signo de Aquário (21/01 a 19/02): Raiz;
- Signo de Peixes (20/02 a 20/03): Peixes;
- Signo de Áries (21/03 a 20/04): Cachorro;
- Signo de Touro (21/04 a 21/05): Mãos;
- Signo de Gêmeos (22/05 a 21/06): Árvore;
- Signo de Câncer (22/06 a 21/07): Lagarto;
- Signo de Leão (22/07 a 23/08): Iguana;
- Signo de Virgem (24/08 a 23/09): Aranha;
- Signo de Libra (24/09 a 23/10): Condor;
- Signo de Escorpião (24/10 a 23/11): Macaco.

Estradas dos antigos Nazcas:
Os astrônomos e antropólogos norte-americanos, Anthony Aveni, Gary Urton e Persis Clarkson dizem que as linhas retas mais longas seriam caminhos que conduzem aos lugares sagrados. Entretanto, até hoje não foram encontradas ruínas no final das linhas que corroborassem esta hipótese.

Mensagem para os extraterrestres:
Ufólogos especulam dizendo que tais símbolos seriam uma forma de mensagem para os “deuses extraterrestres”;

Influência da astronomia Maia:
O autor Gilbert de Jong encontrou similaridade entre as ruínas de Izapa, no Iucatã e os pictogramas de Nazca, o que poderia indicar esta influência.

A Teoria do Dilúvio:
O autor australiano Robert Bast, afirma que todas as formas animais representadas no deserto de Nazca seriam em memória aos animais desaparecidos no Dilúvio.




MAIS VESTÍGIOS NOS ARREDORES DE NAZCA



Inca-nazca

 

 

Durante nossa viagem, visitamos também os impressionantes Aquedutos de Cantayoc, situados a 4 quilômetros para o leste da cidade de Nazca e que foram feitos habilmente pelos “engenheiros” dessa primitiva cultura e ainda estão em atividade nos dias de hoje, propiciando o cultivo de algodão, batata, milho, feijão, etc. Tratava-se de uma grande rede de canais e aquedutos subterrâneos que captavam a água do alto das montanhas dos Andes para a irrigação do deserto, permitindo a subsistência daquele povo.
Próximo dali está o observatório do geoglifo do Tear de Cantayoc, também conhecido como “Complejo Textil”, que pode ser visto do topo de um pequeno morro. Aparentemente observamos a representação de uma agulha e de várias espirais que poderiam ser novelos de lã, além de uma figura geométrica de grandes dimensões similar a uma grade com vários quadrados no seu interior.



RELIGIÃO


Inca

Quando os Incas conquistaram os Andes, impuseram o culto ao deus Sol. Todas as tribos construíram um templo em homenagem ao Sol, mas o principal templo ficava em Cuzco capital do Império Inca. Outros deuses também eram adorados: a Lua, os deuses do arco-íris, do trovão, porém sobre todos eles reinava Viracocha, o criador, que era o pai e a mãe do Sol e da Lua. A religião Inca era de caráter politeísta, havia sacrifícios para a satisfação dos deuses.

OS DEUSES DOS INCAS



Inca

VIRACOCHA:

(Ilha Viracocha Pachayachachi), (Esplendor originário, Senhor, mestre do mundo), foi a primeira divindade dos antigos Tiahuanacos, proveniente do Lago Titicaca. Como o seu homônimo Quetzalcoatl, surgiu da água, criou o céu e a Terra e a primeira geração de gigantes que viviam na obscuridade. O culto do Deus criador supunha um conceito intelectual e abstrato, que estava limitado à nobreza. Semelhante ao Deus Nórdico Odín, Viracocha foi um deus nômade, e como aquele, tinha um companheiro alado, o condor Inti, grande profeta.

INTI:

"O Sol", chamado "Servo de Viracocha", exercia a soberania no plano superior ou divino, do mesmo modo que um intermediário, o Imperador, chamado "Filho de Inti", reinava sobre os homens. Inti era a divindade popular mais importante: era adorado em muitos santuários pelo povo inca, que lhe rendiam oferendas de ouro, prata e as chamadas virgens do Sol.



MAMA QUILLA:


" Mãe Lua", Esposa do Sol e mãe do firmamento, dela se tinha uma estátua no templo do Sol. Essa imagem era adorada por uma ordem de sacerdotisas, que se espalhava por toda a costa peruana.

PACHA MAMA:

"A Mãe Terra", tinha um culto muito idolatrado por todo o império, pois era a encarregada de propiciar a fertilidade nos campos.


MAMA SARA: (Mãe do Milho)


MAMA COCHA: (Mãe do Mar)






AS LENDAS INCAS




Inca

 

A Primeira Criação: "Caminhava pelas imensas e desertas pampas da planície, Viracocha Pachayachachi, 'o criador das cosas', depois de haver criado o mundo em um primeiro ensaio (sem luz, sem sol e sem estrelas). Mas quando viu que os gigantes eram muito maiores que ele, disse: - Não é conveniente criar seres de tais dimensões; parece-me melhor que tenham minha própria estatura! Assim Viracocha criou os homens, seguindo suas próprias medidas, tal como são hoje em dia, mas aqueles viviam na obscuridade".
A Maldição: Viracocha ordenou aos hombres que vivessem em paz, ordem e respeito. Entretanto, os homens se renderam à vida ruim, aos excessos, e foi assim que Deus criador os maldisse. E Viracocha os transformou em pedras ou animais, alguns caíram enterrados na Terra, outros foram absorvidos pelas águas. Finalmente, despejou sobre os homens um dilúvio, no qual todos pereceram.
A Segunda Criação: Somente três homens restaram com vida, e com o objetivo de ajudar Viracocha em sua nova criação. Assim que o dilúvio passara, "o mestre do mundo" decidiu dotar a Terra com luz e foi assim que ordenou que o sol e a lua brilhassem. A lua e as estrelas ocuparam seu lugar no vasto firmamento.

 



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ILHA DE PÁSCOA

 

 

 

 

AS ESTÁTUAS DE RAPA NUI TÊM CORPO!

ilha de páscoa


A Ilha da Páscoa ou Rapa Nui é sem dúvida um dos lugares que está na minha lista de destinos a conhecer. Sabendo disso, meu pai me mandou um e-mail que me deixou muito surpreso e aumentou a vontade de viajar para este que é um dos pontos mais isolados do planeta.
Localizada no Oceano Pacífico, essa ilha vulcânica foi descoberta pelo navegador holandês Jakob Roggeveen, no domingo de Páscoa no ano de 1722, e mais tarde tornou-se posse do Chile, em 1888. Muitos mistérios cercam a Ilha de Páscoa que é famosa por suas incríveis estátuas chamadas Moais e que estão ao redor de toda a ilha que tem uma área equivalente a 6 vezes a Ilha do Mel, no litoral do Paraná.


illha de páscoa


A descoberta, não tão nova, mas que aumenta o mistério sobre quem as esculpiu, quem vivia na ilha, como elas foram parar lá é o fato de que as estátuas da Ilha de Páscoa têm corpos!  Isso mesmo, as cabeçonas gigantes são estátuas completas, cuja maior parte está enterrada e correspondem a corpos e mãos.

 


ilha de páscoa

Um grupo de pesquisa privado tem escavado recentemente as estátuas da Ilha da Páscoa e está estudando as escrituras nos corpos das mesmas.

 


ilha de páscoa


ilha de páscoa


A dúvida agora é por que estes gigantes de pedra tiveram seus corpos enterrados? As estátuas sempre foram assim ou com o tempo ficaram dessa maneira?


ilha de páscoa


Uma das teorias sobre o desaparecimento dos habitantes originais de Rapa Nui foi a superpopulação que levou a conflitos internos e falta de alimentos. Agora surge outra hipótese: um enorme deslizamento pode ter varrido a ilha e sua civilização. Isso aniquilou a população e fez com que as estátuas ficassem com boa parte do seu corpo sob a terra.

 


ilha de páscoa


 

 

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